Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”
Publicado em 26 de novembro de 2013
Continuemos a série sobre a República Dominicana.
A capital Santo Domingo (com 3 milhões de habitantes) é na beira-mar mas não tem praias.
Porque o oceano chega a costa em formações rochosas, sem faixa de areia.
Há umas 4 ou 5 praias urbanas, na verdade, 1 a leste da foz do Ozama, e as outras a oeste.
A do leste é privativa dos oficiais da marinha por abrigar o clube naval, as a oeste são públicas, abertas a quem quiser entrar.
Nenhumas delas é usada, nem pelos marinheiros nem pelos civis, porque estão indescritivelmente poluídas, com muito lixo na areia e água.
Porém os dominguenses adoram o mar. Então o que eles fazem? Pegam a estrada.
A massa pobre e negra vai de ônibus urbano a Praia de Boca Chica, logo após o aeroporto, ainda dentro da região metropolitana da capital, a somente 30 km do Centro.
Pra alguns subúrbios da populosa Zona Leste dá metade disso, pois a cidade vai se espraiando nessa direção.
Quem pode pagar vai mais longe, pro leste da ilha.
A 200 km da capital está Ponta das Canas, o balneário mais famoso dominicano, que conta inclusive com seu próprio aeroporto internacional.
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Tudo isso já falei na outra postagem. Agora vou contar exatamente como foi minha viagem a Ponta das Canas.
(Nota: ‘Punta Cana’ é o nome original em espanhol, e assim está no título da matéria. Eu traduzo tudo pro português, então no corpo do texto ficará em nosso idioma pátrio. Portanto vocês sabem, quando eu disser ‘Ponta das Canas’ é a praia que na mídia é chamada ‘Punta Cana’.)
Quem frequenta Ponta das Canas?
A classe média (na maior parte também negra) e a elite (única seção do povo dominicano de maioria branca) e também os turistas de todas as raças.
Não há ironia no ‘todas as raças’. Claro que os brancos são maioria. Mas muitos negros estadunidenses vão de férias a República Dominicana.
O Sul ianque é onde se concentra a população de pele escura do país.
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E a República Dominicana é muito perto, poucas horas de voo, é mais rápido ir de Atlanta a Santo Domingo (3:15) do que a Los Angeles (4:30).
De Miami então é covardia, é apenas 1:45 de voo, enquanto de Miami a Chicago ou Nova Iorque são mais de 3 horas.
Pela diferença de câmbio entre as moedas sai muito mais barato pros estadunidenses passarem férias na República Dominicana que em seu próprio país.
Já lhes disse antes que os negros do Sul dos EUA e do Caribe são muito ligados culturalmente, se veem como primos que moram em casas diferentes mas ainda estão ligados pelo sangue.
Some tudo, as facilidades logísticas, monetárias, as afinidades culturais e espirituais, o resultado é que há muito mais negros dos EUA visitando a República Dominicana do que você poderia imaginar a princípio.
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E como a população de pele escura ianque se sente ligada aos negros da RD fazem questão de conhecer também a capital Santo Domingo.
Que é afinal uma metrópole de ampla maioria negra, e depois vão curtir a praia em Ponta das Canas.
Já os estadunidenses brancos e também os europeus (que igualmente são brancos obviamente) não têm esses laços espirituais a uni-los com a população nativa dominicana.
Por isso embarcam e desembarcam direto em Ponta das Canas, que tem seu próprio aeroporto como disse acima.
Nem sequer vão a capital, pisam na República Dominicana e usufruem somente do que lhes interessa, sem conhecer o povo e suas cidades.
Há exceções, claro. No Centro e na orla de Santo domingo se vê turistas brancos.
Mas são poucos. Nas praias de Ponta das Canas, entretanto, só há turistas brancos.
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Já chegamos lá. Antes deixa eu contar como foi a viagem. Nós conhecemos a capital. Como ela é sem retoque ou maquiagem: ficamos num hotel pequeno e popular no Centrão, no fervo da cidade, no meio da multidão, nos imiscuindo nela.
E eu ainda andei por vários de seus subúrbios e favelas, como veem nas outras postagens da série. Eu não vi o filme nem li o livro, eu estive lá. Bagulho é louco irmão e o vapor ferve a milhão. A Vida ao Vivo.
Aí fomos pro leste da ilha, seu litoral famoso.
AS RODOVIÁRIAS SÃO PARTICULARES: NA REP. DOMINICANA O ESTADO É PRATICAMENTE INOPERANTE –
A República Dominicana é bem pobre. Até as rodoviárias são da iniciativa privada, vejam vocês.
Não há, como no Brasil e em todos os países ‘normais’, uma rodoviária central de onde partem todas as linhas.
As viações maiores, que tem ônibus melhores e de maior conforto, constroem e operam seus próprios pontos de parada.
Veja a foto a direita. “Parada Sitrapabu”, esse é o nome da empresa de ônibus, e eis aqui a rodoviária particular dela em Ponta das Canas.
Clique sobre a foto que ela aumenta, aí poderá ver os detalhes, o mesmo vale pra todas as imagens.
Há outra similar na capital. Cada viação tem sua própria rodoviária, de uso exclusivo seu, enfatizo de novo.
Já as empresas menores, que operam velhos micro-ônibus caindo aos pedaços – modal escolhido pelo povão dominicano – não podem se dar a esse luxo.
Compare agora a cena acima com a ao lado: Praça pública no Centro de Santo Domingo. Essa é a “rodoviária” do povão.
É isso que você está vendo, o embarque e desembarque é na via pública, ao ar livre, sem cadeiras, cobertura, lanchonete, plataformas, banheiros.
Sem nada, resumindo. O buso encosta, você vai lá e embarca, se estiver chovendo … azar o seu. Infra-estrutura zero. RD, irmão.
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Claro que o ônibus que nós fomos era bem melhor que esse utilizado pela galera do subúrbio. Ainda assim, não era lá essas coisas não.
Explico. Era chinês. Até aí nenhum problema, era novo, e bem construído.
A questão é que ele tinha 54 lugares, 10 a mais que no Brasil, mas o comprimento do veículo é o mesmo.
Resultando que a diferença sai do fato que os espaço entre um banco e outro é comprimido, pra caberem mais fileiras de banco, ou seja, levar mais gente pelo mesmo combustível. Fabricação chinesa.
Nota escrita em 2015: estive nesse ano no Chile, e passei pela mesma experiência, ir de transporte coletivo da capital ao litoral.
Muita coisa era diametralmente diferente, o Chile é infinitamente melhor estruturado, e tem rodoviárias oficiais como no Brasil.
Só em Santiago são duas, a principal no Centrão de onde saem os busos pra todo país e exterior.
E uma na Zona Oeste, menor, as linhas que vão pra praia e pro aeroporto também param ali.
Porém em outro ponto era igual a RD: o ônibus era chinês. Abra seus olhos, o mundo vai mudar de eixo. Alias já mudou …
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De volta ao interior do buso chinês operando que liga S. Domingo a Ponta das Canas. 54 lugares onde deveriam ser 44.
Resultando que o negócio parece uma lata de sardinhas.
Minhas pernas não cabiam no exíguo espaço entre meu banco e a fileira da frente, fui esmagado as 3 horas da viagem.
Pra piorar as telas instaladas no teto passavam um enlatado ianque de péssima qualidade, recheado de explosões e assassinatos.
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Não com conforto 5 estrelas, mas é a vida. Chegamos ao destino. As praias são lindas, é o Caribe afinal. Sobre isso qualquer descrição se torna insuficiente.
Um detalhe triste: a parte mais bonita da República Dominicana é também a mais feia.
É mais um paradoxo, nessa pequena ilha de tantos paradoxos. Explico: 90% dos dominicanos são negros ou mulatos, e boa parte deles vivem numa metrópole de 3 milhões de habitantes que não tem praias.
Os balneários estão um pouco afastados, sendo os mais famosos no Leste do país.
Entretanto, as praias dessa parte turística são privativas, de usufruto remunerado.
Funciona assim: quando você compra um terreno a beira-mar, a praia também é anexada a sua propriedade.
Assim, a população negra dominicana não pode ter acesso ao litoral de seu próprio país, que fica reservado pra turistas brancos estrangeiros.
É um ‘apartheid’ de fato, embora não de direito. Porque a discriminação não é por raça ou nacionalidade, e sim por dinheiro:
Quem paga pode usar a praia, quem não paga não pode.É simples assim.
Se um dominicano afro-descendente pagar a hospedagem no hotel que privatizou o pedaço da orla que lhe é frente, ele pode tomar banho de sol na areia.
E entrar no mar junto com os ianques e russos caucasianos.
No hotel mesmo que estávamos havia uma família dominicana negra de classe média-baixa, pois ele não era de luxo, apenas confortável.
Como esses negros pagaram a hospedagem, eram muitíssimo bem tratados pelos funcionários.
O segurança se dirigia a eles com todo respeito e cortesia, ajudava a senhora de idade a ajeitar a cadeira (que é bem pesada), e por aí vai.
Já um branco (seja dominicano ou estrangeiro) que não pague também não pode entrar.
Não veem tua raça, mas tua carteira. Pagou, acesso liberado. Não pagou, por favor se retire.
Uma discriminação econômica, e não racial. Como disse acima, os negros podem ir a praia, basta pagar.
Mas como a maioria dos negros são pobres, e como os turistas são quase todos brancos, na prática dá quase no mesmo.
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As fotos são claríssimas: nas cidades, uma multidão negra, escuros como o ébano em boa parte, parece que estamos na Nigéria.
Mas na praia, só gente branca como o leite, parece que estamos na Suécia.
Ponta das Canas, o balneário badalado dominicano é cópia exata dos subúrbios ianques, feito pro modal do automóvel:
Os hotéis se apossaram dos terrenos a beira-mar, e isso inclui a faixa de areia.
Bandeiras marcam as fronteiras e até mesmo o mar foi loteado e demarcado em ‘terrenos’ com boias dizendo até onde cada um pode entrar.
Tudo é longe, você precisa do carro pra fazer qualquer coisa, como ir no mercado, ao restaurante, etc.
A parte turística parece os subúrbios ianques, isso resume tudo, casas ou pequenos prédios luxuosos perto da orla, mas apenas residenciais.
Não há uma avenida comercial. Claro, pequenas necessidades como protetor solar, roupa de banho, isso você compra na lojinha do hotel mesmo.
No entanto não há restaurantes, super-mercados. Tampouco há linhas de ônibus urbanos.
Pra ir a qualquer lugar tem que ser de carro, seja veículo particular ou táxi.
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Qualquer pessoa pode passar pela areia, livremente. Não há guardas impedindo o acesso a praia, em si mesmo. A passagem pela propriedade “particular” é liberada, inclusive pra vendedores ambulantes.
Quem está hospedado num hotel também pode passar pela areia dos outros hotéis.
Apenas ninguém pode ficar parado muito tempo na areia mesmo que seja em pé, e muito menos sentar-se, e mais vedado ainda é entrar n’água.
Vi pessoalmente quando duas garotas negras dominicanas pararam um pouquinho na faixa de areia do hotel, pra admirar o fim-de-tarde.
O segurança foi e pediu que saíssem, apontou um outro ponto da orla em que elas poderiam ficar.
Não há lei alguma que determine assim. É um acordo informal, conhecido e respeitado por todos, mas não-escrito.
Cada hotel tem um ou mais seguranças que funcionam de porteiros guardando os respectivos territórios.
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Como disse acima, a cidade é organizada artificialmente como um subúrbio ianque. Na orla só hotéis e mansões.
Não há supermercados, farmácias, restaurantes. Nem linha de ônibus. Pra tudo se depende do carro. Só se vê brancos na praia, com poucas exceções.
Já no Centro a cidade é normal, com povão na rua (quase todos negros), vendinhas,
bares, sujeira, enfim, é o Centrão. Ali e ao redor há bairros residenciais em que moram os nativos de pele escura.
Os turistas não vêm e portanto não veem, mas há muita pobreza nos bairros residenciais de Ponta das Canas, tanto quanto na capital.
Igualmente, 90% da população local é negra, e o Centro (onde há a rodoviária particular) é, como em Santo Domingo, bastante sujo.
Há várias favelas ao redor da rodovia, bem próximos a condomínios e hotéis de altíssimo luxo.
A maior parte dos turistas não conhecem o Centro de Ponta das Canas, com sua confusão característica.
Pois não pegam ônibus de linha, ao lado da população local. Bem ao contrário.
Se locomovem apenas de táxi, carro alugado ou se for um grupo maior de van, sempre transporte exclusivo pra eles, sem contato com os nativos.
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FORTE PRESENÇA RUSSA –
Há turistas do Hemisfério Norte de diversas nacionalidades nas praias dominicanas, e mesmo um número crescente de brasileiros.
Ainda assim, disparada a nação que mais manda gente a essa nação caribenha é a Rússia.
Nesse quesito não há qualquer comparação possível. Digo, ianques há muitos também.
Porque os EUA é muito, muito perto. Mas fora eles só dá os russos, em número suficiente pra igualar os ianques, re-editando a guerra fria nas areias do Caribe.
Na praia há diversas lojas com o letreiro em russo.
E uma inclusive ostentava o pavilhão nacional tricolor russo, compartilhando o mastro com o dominicano – ambos são nas mesmas cores azul, vermelho e branco.
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Vamos ver mais algumas cenas da praia. O mesmo local, com o dia claro, e no fim de tarde, a seguir repete-se a mesma tomada em escala ampliada.
Agora o Sol nascendo em Santo Domingo, como eu o via de minha janela. Das 1ªs réstias de luz até o tempo completamente claro, o dia na capital dominicana começa assim:
TURNO DE 16 HORAS: NA REPÚBLICA DOMINICANA CADA UM FAZ O QUE PODE –
No hotel que estávamos, a portaria fica aberta das 7 da manhã as 11 da noite.
De madrugada há um segurança, então os hóspedes podem ir pra balada, e chegar na hora que quiserem.
Agora, pra fazer o registro, pagar a conta, fazer ligações internacionais, esses serviços funcionam essas 16 horas, no horário supra-citado.
E era sempre o mesmo rapaz que estava lá, em qualquer hora do dia. Fomos perguntar, ele contou que o turno de trabalho dele é de 16 horas diárias, só fica ele na portaria, a abre e a fecha.
Ele que quer assim, a legislação trabalhista prevê oito horas diárias, ele quem opta por dobrar o turno, porque aí mais que dobra o salário.
Além disso, ele não mora em Ponta das Canas, deve residir na capital Santo Domingo, e ir até lá fazer um bico. Trabalha duas semanas por mês no hotel.
Na capital, há muito desemprego, ou seja mão-de-obra excedente.
Em Ponta das Canas, o contrário, sobra trabalho e falta gente pra ocupar esses postos. Então o pessoal da capital vai de busão e trabalha duas semanas.
Esse cara da portaria opta por fazer dois turnos seguidos, 16 horas a fio. Quem quer cumpre a jornada regular de 8 horas/dia.
Ficam hospedados no hotel mesmo, não nos quartos normais dos hóspedes, mas num alojamento anexo pro quadro funcional.
E uma quinzena depois retornam a suas casas em Santo Domingo com o pagamento que ajuda muito no orçamento familiar, bem apertado.
16 horas por dia, 14 dias seguidos sem folga. De pé, sob um calor escaldante, até na sombra é quente. Haja fôlego !!!
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Falemos das fotos, várias delas não estão exatamente ao lado da descrição (essas mensagens foram emeios anteriormente, que têm formato distinto).
Mas a legenda está sempre correta, pode se fiar por aí. Vimos no decorrer da matéria:
As praias mais chiques foram loteada pra quem pagou mais. Resultando que num país de pretos pobres a orla fica pros brancos ricos. ‘Apartheid’ no Caribe.
Claro, há outros balneários nas imediações, ainda não rateados pelas cadeias de hotéis onde a população nativa pode entrar no mar.
Os dominicanos adoram praia, e sobra um espacinho pra eles.
No Centro de Ponta das Canas você vê dois ‘colmados’, o mercadinho no jargão local.
Mais uma banca de jogo, chamada ‘Real’. Apostar em jogos de azar é uma mania dominicana.
A capital Santo Domingo: mais algumas cenas das pessoas andando nas ruas, pra que visualizem bem quão negro é povo dominicano.
Na Zona Oeste de Santo Domingo, onde mora a elite, é o único lugar que você vê um grande número de brancos circulando nas ruas.
A direita vemos um dos poucos dominicanos brancos e ricos passeando na beira-mar num agradável domingo de manhã.
Ao lado dele um sem-teto negro se banha no mar poluído. A RD em preto-&-branco, irmão.
Os mendigos são os únicos que usam as praias urbanas, elas estão inviáveis de tanta sujeira, mas pra esse ‘público-alvo’ são a única opção.
Na Zona Oeste (esquerda) com alto padrão e no Centro (direita) de padrão médio, imóveis sendo anunciados apenas em inglês.
Isso quando o idioma falado na RD é o espanhol. Vocês já entenderam a quem se destinam esses anúncios.
A periferia de Ponta das Canas, inclusive com uma favela miserável, ao lado de condomínios de altíssimo luxo.
Tentei fotografar a portaria desses enclaves da elite. Mas a imagem não saiu boa, pois estava no ônibus em movimento.
Alias, as tomadas que mostram a favela, e outras, igualmente foram tiradas de dentro do busão chinês em alta velocidade, mas essas deu pra salvar.
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Uma cohab, de padrão um pouco mais civilizado.
Na frente, mais dois ônibus escolares ianques, que após esgotarem sua vida útil nos EUA ainda rendem mais um caldo no Caribe. Cenas típicas dominicanas.
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Vamos descrever o trajeto de Santo Domingo a Ponta das Canas.
Saindo da capital o ônibus pega a Auto-Pista das Américas, que a liga ao aeroporto. Trata-se da Rodovia Nacional número 3.
A seguir passamos pela Praia de Boca Chica, a mais frequentada nos fins-de-semana pelo povão que reside nos subúrbios da capital.
Seguindo, chega-se a cidade de São Pedro de Macoris, capital da província (estado) de mesmo nome, também visualizada no decorrer da matéria.
Note, mais uma vez, a cohab com os predinhos ‘pombais’ (baixos, sem elevador), construção típica do país, capital e interior.
Continuando a viagem rumo a leste da ilha, chegamos a Cidade Romana (‘La Romana’ no original), igualmente capital da província de mesmo nome.
Um pouco abaixo a esquerda vemos o Obelisco que há na praça central da Cid. Romana.
Nessa mesma cidade, bem pro alto da página, onde está um rio, mais uma vez notamos o intenso contraste social:
barcos de luxo numa marina reservada aos ricos, e na outra margem, um pouco a montante, barracos de uma favela se empilham nas barrancas do curso fluvial
Pelo visto, os dominicanos adoram obeliscos. E são sempre murais coloridos,lindíssimos.
Viram no outro emeio que a parte mais luxuosa de Santo Domingo, a orla entre a Zona Oeste e o Centro, tem um obelisco-mural.
Então, na praça central da Cidade Romana há um também.
Outra atração do local é o coreto, onde nos sábados a tarde a banda ainda se reúne pra tocar, bem coisa de interior.
São Pedro de Macoris e Cidade Romana são cidades pequenas, do sertão dominicano, em ambas quase não há turistas estrangeiros.
E assim onde a Alma Dominicana se revela sem pudores.
A cana é certamente a lavoura predominante na República Dominicana, ao menos no leste do país, que é a parte que pude visitar.
É só fazenda de cana, uma emendada a outra, pontilhada por algumas poucas criações de gado, uma delas vista a direita.
Estamos falando bastante do imenso contraste que há na República Dominicana, e se você ampliar a escala no planeta de uma forma geral. Por conta disso mostro imagens que mostram as condições climáticas e os astros em condições opostas.
Abaixo: Cidade Colonial (Centro de Santo Domingo), o mesmo local amanhecendo um dia claro, e em outra oportunidade com céu bem carrancudo, fechado.
Agora a praia em Ponta das Canas. Um dia inteiro visto do mesmo lugar, o amanhecer, meio da manhã, a Lua surge sobre o Mar, se eleva, e no fim ocupa o alto do céu.
Lua Cheia no Caribe. Nem é preciso dizer mais nada, né?
Clique sobre as fotos pra ampliá-las, como sempre.
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Estou parado no mesmo ponto nessas tomadas, ao lado do coqueiro, apenas virei um pouquinho pro lado nas cenas noturnas.
Um dos barcos aparece em todas (o da esquerda no crepúsculo, a direita com o dia claro), e ele está fixo no Mar, pois está ancorado.
Com essa referência fica fácil calcular a angulação.
O Sol e a Lua (“Deus-Pai e Deus-Mãe”), chamados na América Central (México, Peru e Colômbia incluídos) de Patcha-Papa e Patcha-Mama.
A esquerda mais uma visão do Sol, agora estamos no meio da rodovia que liga Santo Domingo ao leste da ilha.
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Fechamos com mais uma cena de Ponta das Canas.
A Natureza é belíssima. É o Caribe, afinal.
A série sobre a República Dominicana está quase acabando.
O espetacular Pôr-do-Sol representa isso, o ciclo que está se encerrando.
Terminamos como começamos: fim do dia em Ponta das Canas. Fim do Ciclo.
Que Deus Pai-Mãe ilumine a todos.
“Ele-Ela proverá”