Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado em 20 de abril de 2023
Maioria das fotos de minha autoria; as que forem baixadas da internet identifico com um ‘(r)’, de ‘rede’ – créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas.
O Terminal de ônibus do Campina do Siqueira, na Zona Oeste, marca segundo alguns o limite entre os bairros “Champagnat”, “Ecoville” e “Barigüi”.
Ei, espera lá. Na verdade nenhum desses bairros existe.
Como conseguiram determinar uma divisa entre lugares imaginários?
Só mesmo em Curitiba seria possível esse paradoxo.
Explico: o que chamam de ‘Champagnat‘ (pronuncia-se ‘Champanhá’, pra quem não é daqui) é de fato o bairro do Bigorrilho, e a parte das Mercês que lhe é vizinha.
Enquanto que o ‘Ecoville’ é o Campina do Siqueira, Mossunguê, Campo Comprido e uma porção da Cidade Industrial – a ‘CIC Norte’ (no sentido do Centro pro oeste).
Além disso, Curitiba não tem bairro “Barigüi”, certamente não perto do parque de mesmo nome. Se referem ao Santo Inácio e parte do Campina do Siqueira.
Rio abaixo a vários quilômetros dali há a Vila Barigüi na Cidade Industrial, uma vila de periferia (algumas partes foram invadidas, atualmente em diferentes graus de urbanização).
E logo a seguir, no vizinho município de Araucária, aí sim há um bairro chamado oficialmente ‘Barigüi’.
Você pode ter certeza que não é nenhum desses que a classe média-alta se refere quando diz ‘Barigüi’, e sim ao entorno do parque.
Trata-se de uma mania ‘curitiboca’, o de ‘corrigir’ o nome dos bairros pra outra denominação mais pomposa a seu agrado – abaixo falamos mais dessa parte linguistica.
Seja como for, a segunda metade do Eixo Oeste do ônibus Expresso se verticalizou recentemente, dos anos 90 pra cá.
E é uma espécie de “Barra da Tijuca curitibana”, tem um perfil bem similar a Barra original carioca.
Apenas em Curitiba sem o mar, evidente. Malgrado essa diferença, o perfil urbanístico é bem parecido:
Prédios de alto padrão, nas calçadas não existe qualquer tipo de comércio – digo, algumas quadras sequer possuem calçadas!
Fazem o que podem pra que os pedestres não se sintam em casa caminhando por ali.
Como estamos no Brasil, entretanto, as margens do Rio Barigüi há uma favela, chamada ‘Bom Menino’ ou ‘Favela do Campina‘.
Pois o Rio divide os bairros Campina do Siqueira e Mossunguê. A pequena favela se espraia pelas duas margens. Há trechos, nos dois bairros, já urbanizados.
Entretanto do lado do Mossunguê existe um pedaço que não passou por qualquer urbanização.
Barracos se espremem nas barrancas, ao lado dos apartamentos que têm um dos metros quadrados mais caros da cidade.
É a realidade do nosso país, que se repete em SP, no Rio, BH-MG, Florianópolis-SC, Recife-PE, Salvador-BA, Fortaleza-CE e toda parte.
Com essa exceção, de resto todo o Eixo Oeste é de um padrão financeiro elevado. Porém ele é dividido em duas partes bastante distintas.
Ou seja, mesmo que os empreendimentos sejam de elevado padrão financeiro o térreo dos edifícios fervilha com estabelecimentos comerciais, oferecendo todo tipo de produto e serviços.
É entendido que é a intenção de quem planeja o bairro que os moradores façam suas pequenas compras a pé nas redondezas.
É assim no começo do Eixo Sul-1 na Av. Sete de Setembro.
Mesmo que o bairro seja o Batel, que é o de renda mais alta da cidade, porque nesse caso é Zona Central.
E é assim também, digo de novo, na parte inicial (tendo a Praça Rui Barbosa como referência) do Eixo Oeste.
Mesmo em bairros como Mercês e Bigorrilho – que é a região que alguns chamam de ‘Champagnat’:
O valor de muitos apartamentos atinge fácil o milhão, alguns vários milhões (escrevo em 2023, quando US$ 1 custa R$ 5,07, e uma passagem de ônibus é 6 Reais).
Ainda assim, se você quer pão, remédios, ir ao banco ou a academia tudo está ali na esquina, no máximo num raio de 2 ou 3 quadras.
No entanto entre os Terminais C. do Siqueira e Campo Comprido (e deste até o CIC Norte) a situação é bem distinta:
Não há nenhum tipo de comércio, apenas um prédio emendando no outro, mas não é possível comprar nada ali.
Alias a intenção é que as pessoas não caminhem pela região, ou no máximo somente até o ponto de ônibus; por isso em alguns trechos sequer há calçadas.
Claro, há algumas esquinas em que nas transversais há lojas – num modelo não muito diferente das Super-Quadras de Brasília/DF.
Ainda assim, o quadro geral é esse. Pra comprar alguma coisa é preciso pegar o carro.
O adensamento urbanístico da região é recente, se deu nas últimas 3 décadas (texto de 23, não custa frisar de novo).
E foi claramente inspirado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que se desenvolveu poucas décadas antes, a partir dos anos 70:
Um bairro até então pouco habitado a ocidente da metrópole, próximo dela mas ainda com grandes áreas livres.
Onde a urbanização podia ser feita desse modo, mais ‘reservada’ se quiser ver assim pros moradores.
Perto da cidade, usufruindo do que ela oferece de bom, mas de certa forma a parte dos problemas dela.
Quando escrevi sobre o Parolin, na Zona Central, disse que ele é a “Copacabana Curitibana”.
Pois esses bairros, no Rio e aqui, concentram em seu território todas as classes sociais.
Seguindo esse paralelo com a ‘Cidade Maravilhosa’, a região do Mossunguê e Campo Comprido só pode então ser ‘a Barra de Curitiba‘.
E a comparação tem ainda mais propriedade, pois o desenvolvimento de ‘Copa’ no RJ e do Parolin aqui foi de certa forma orgânica:
Ou seja, tudo foi acontecendo meio que naturalmente.
Sem ter sido muito planejado com antecedência, inclusive nos dois casos com o surgimento de favelas nas encostas.
Na Barra da Tijuca original e na sua ‘cópia’ paranaense, ao contrário, o processo de ocupação foi direcionado – o que não significa que tudo tenha saído exatamente como se esperava.
Voltando a nosso tema de hoje, até o fim do século 20 Curitiba havia crescido pouco pra oeste do Rio Barigüi, que era de certa forma a ‘fronteira ocidental’ de sua área urbanizada.
Nos anos 80 já haviam bairros relativamente populosos “da ponte pra lá”, evidente.
Santa Felicidade, Campo Comprido, São Braz e boa parte do CIC Norte e CIC Central, entre outros bairros, tinham nessa época seus núcleos e algumas vilas urbanizados há muitas décadas.
No entanto mesmo nesses boa parte do território ainda não estava ocupado. E outros bairros da Zona Oeste então eram formados mais por bosques e chácaras.
Entremeados a algumas porções onde haviam sim moradias urbanas, porem de baixa densidade por km2.
A Rua Eduardo Sprada no Campo Comprido abrigou um haras até depois da virada do milênio.
A lista telefônica (só quem tem certa idade pra lembrar desse livro ‘jurássico’) de 1994 trazia a imagem de satélite de Curitiba.
Hoje há o ‘Google Mapas’, então basta você ter acesso a internet pra ver tomadas aéreas via satélite de milhares de cidades ao redor do mundo.
No século 20 não era assim, então era bem mais difícil ter acesso a esses dados visuais.
Pois bem. Exatamente pela raridade a lista de 94 trouxe uma informação relevante ao pôr na capa a foto da área urbanizada de Curitiba vista de cima. E ali se percebia claramente o que acabei de afirmar.
No corredor (‘canaleta’ no jargão local) do Expresso a mesma situação se repetia, muito verde e pouca urbanização.
Precisamente o que permitiu o surgimento da ‘Barra Curitibana’ perto da virada do milênio.
……..
Emendo agora com um texto publicado (via ‘emeio’) em 6 de outubro de 2011 – quando haviam muito menos prédios na região que hoje.
“ Curitiba passou por grande mudança a partir dos anos 70.
Simbolizada pelo fechamento da Rua XV de Novembro ao tráfego no já distante ano de 1972.
Nos bairros também houveram intensas transformações.
Quando era jovem – por isso me refiro as décadas de 80 e começo de 90 – e andava pelo eixo do expresso da Zona Oeste algo me intrigava.
(Como já dito acima, a área retratada hoje, entre os terminais Campina do Siqueira e Campo Comprido, e mesmo após esse até a praça do CIC Norte) .
Não sei você conheceu a região nessa ocasião, pra se lembrar como era.
Simplesmente havia toda uma enorme estrutura aparentemente ociosa. Um excelente complexo viário.
Faixas segregadas de ônibus secundadas por pistas locais a seu lado e um binário de ‘vias rápidas’ uma quadra adiante.
Porém cortando uma espécie de ‘deserto verde’.
Não entendia porque o poder público gastou uma fortuna pra fazer uma obra dessa monta que só cortava uma região muito pouco urbanizada.
Só que a prefeitura sabia o que estava fazendo, ainda nos anos70.
Agora (texto de 2011, repito) 3 décadas e meia depois a região está sendo ocupada num ritmo frenético.
A “Dubai Americana”. E a infra-estrutura está toda pronta, ‘é só chegar‘.
Exageros a parte, o fato é que o poder público viu muitas décadas a frente .
Outro processo, interligado a esse da estrutural do expresso, foi o de ter levado a classe média-alta pra Zona Oeste.
Explico. A Zona Oeste é a mais montanhosa de Curitiba, se destacando por esse quesito numa cidade em geral plana.
E a Z/O havia se desenvolvido menos que as outras partes até os anos 60.
Só que a prefeitura conseguiu fazer um planejamento eficiente, sabendo que essa situação não perduraria pra sempre.
Até os anos 70 Curitiba como um todo havia crescido em ritmo menor que outras capitais do país.
Antes cedo que tarde essa situação seria revertida, a capital receberia enorme leva de imigrantes do interior do Paraná e também de outros estados.
Ocorreriam invasões na cidade, fatalmente. Não tinha como evitar, e de fato assim se deu, tema que já abordei em outros textos.
A Zona Oeste tendo muitos terrenos vagos próximos ao Centro e sendo montanhosa, o que ocorreria? Se formariam inúmeras favelas em morros.
Nem é preciso se estender sobre os problemas que viriam daí, basta ver o noticiário sobre o Rio de Janeiro.
O que o planejamento municipal fez? Investiu pesado na Zona Oeste, então desocupada. Muitos, inclusive eu, não entendemos totalmente na época.
O ápice desse processo foi a criação do Parque Barigüi, também em 1972, numa região que era naquele momento no limite da cidade, já de chácaras.
Tudo somado, o expresso, o parque, e mais, levou a classe-alta pra lá.
Se aproveitando que o Batel já era mesmo praquele lado.
Ou seja uma expansão natural do bairro de mais alto padrão financeiro da cidade.
É claro que as invasões vieram, como viriam.
Só que não em morros. Ou ao menos minimizou bastante.
Curitiba tem poucas favelas em morros – aqui me refiro ao município, RM excluída (nos subúrbios a Norte e Oeste esse problema é mais frequente que na capital).
3 das maiores (já urbanizadas) são de fato na Zona Oeste, duas na CIC (Vila Sandra e Conquista/Sabará) e uma no Butiatuvinha, a 3 Pinheiros.
Ainda assim amenizou muito do que ocorreria não tivesse a prefeitura intervido.
Com poucas invasões em morro, ficou infinitamente mais fácil pra cidade urbanizar sua periferia.
Passe hoje pela Vila Capanema (Zona Central), Vilas Verde e Xapinhal (Zona Sul), Trindade (Leste), entre muitas outras, poderia citar dezenas.
Já foram favelas de fato e direito, hoje não são mais – ao menos na maior parte de seu território, as vezes há re-invasões nas bordas de áreas já urbanizadas.
De qualquer forma no geral muitas das antigas favelas curitibanas são bairros de classe trabalhadora.
É certo, a densidade é alta. E determinadas questões como a violência permanecem complicadas, ainda que já tenha diminuído muito.
A oferta de serviços públicos, embora já presente, as vezes segue bem abaixo do ideal.
Só que não são mais favelas. Ruas abertas e com nome oficial, na maioria até asfaltadas, casas com escritura e luz e água regularizadas.
Ando sempre por todas essas vilas de Curitiba. Hoje em sua maioria são locais que contam com relativa infra-estrutura.
A imensa maioria que é honesta hoje vive nas antigas favelas de Curitiba sem envolvimento com criminosos.
Morei 15 anos em uma dessas áreas (de 2002 a 2017, no Canal Belém, Boqueirão, Zona Sul).
O processo ainda não está concluído. Ressalvo que ainda há locais que são favelas mesmo. E mesmo onde já houve urbanização há re-invasões.
No dia anterior ao que escrevi essas linhas (em 2011, repito) mesmo fui a Terra Santa, Tatuquara, Zona Sul.
Seu processo de urbanização está quase concluído. Só que o de suas expansões ainda não. A Terra Santa, agora urbanizada, é de 1999.
As favelas Cantinho do Céu (de 2002) e Bela Vista (2004, ambas invadidas pouco antes de eleições), suas vizinhas, ainda não foram urbanizadas (quando escrevi essas linhas) .
E outras partes da cidade a situação se repete. Mas estão sendo urbanizados.
Diria que 80% das favelas que Curitiba tinha até a virada do milênio atrás já se tornaram bairros integrados a cidade. Muito há por fazer, mas muito já foi feito. ”
Retorna a parte escrita em 2023. As coisas mudam, não? E como mudam, nem sempre pra melhor.
Desde o lançamento do Real, no meio dos anos 90, até o começo do novo milênio o Brasil viveu um intenso processo de urbanização de favelas.
De norte a sul: pra dar um exemplo famoso, a emblemática favela de Brasília Teimosa, no Recife, se tornou um bairro normal nessa época.
O mesmo aconteceu em diversas capitais, muitas de suas invasões mais problemáticas receberam intervenções do poder público.
Curitiba ficou 3 anos e meio sem ter uma nova invasão que vingasse, do começo de 2007 ao final de 2010.
Quando fiz esse texto, em 2011, parecia até que a cidade deixaria de ter favelas com mais uma ou duas décadas de trabalho.
Porém do meio da década de 10 pra cá a situação se alterou radicalmente, na cidade e no país como um todo.
As extremidades Sul e Oeste do município passaram por grandes ondas de invasões:
As duas maiores favelas que surgiram são a Caximba na Zona Sul e o São Miguel (próximo ao CIC) na Zona Oeste.
Nos demais bairros igualmente as invasões retornaram. Inclusive re-invasões em locais que haviam sido urbanizados anteriormente.
Por exemplo no Parolin (Zona Central), Iguape (no trilho de trem, no Boqueirão) e uma as margens desse mesmo Rio Barigüi e da Rodovia do Xisto/BR-476 no Tatuquara (ambas na Zona Sul).
Pelo ‘Google Mapas’ ou em alguns casos pessoalmente constato que outras cidades brasileiras vivem a mesma realidade.
Então no começo do novo milênio parecia que a situação das favelas estava se resolvendo, e certamente se amenizando.
No início da 3ª década parece que o problema voltou com força total. Que situação . . .
……….
Como o paralelo com o Rio de Janeiro é óbvio, reproduzo aqui o que constatei ‘in loco’ quando visitei essa cidade, em setembro de 2020.
Vocês sabem que a Barra é uma espécie de ‘subúrbio estadunidense’: um lugar afastado dos bairros centrais.
O local foi escolhido justamente por ser distante do resto da cidade.
Na Zona Oeste já haviam bairros diversos bairros operários e populares as margens do trem de subúrbio que sai da Central e da Avenida Brasil.
A orla da Zona Oeste, entretanto, ainda era pouco urbanizada, e certamente bem menos aburguesada.
Em 1970 ainda haviam chácaras mesmo perto do mar, e poucas casas, quase nenhum prédio alto no bairro.
Quando o fim do século passado foi se aproximando a situação mudou.
A região era pouco urbanizada e não tinha grandes favelas por perto.
Portanto podia ser remoldada mais livremente, o que era impossível na Zona Sul.
Em Copacabana, Ipanema e entorno a densa urbanização, inclusive com ocupações irregulares nas encostas, tornavam impossível “recomeçar do zero”.
Enquanto que na Barra da Tijuca havia mais espaço disponível.
Então a alta burguesia começou a moldar o bairro claramente inspirados nos ‘subúrbios’ ianques.
Apenas na Barra as moradias de luxo eram muitas vezes em prédios, e não em casas como nos EUA.
Ressalvada essa diferença, as semelhanças são evidentes. Como já escrevi antes:
“ A alta burguesia foi pra Barra da Tijuca pra estar longe e próximo do Rio ao mesmo tempo.
Poder aproveitar ao máximo a extensa vida cultural da cidade, ir a jogos no Maraca.
E ainda assim ficar afastado dos problemas cariocas, não o menor deles a violência. ”
………….
Isto posto, voltemos a capital paraense. O vizinho Bigorrilho (na divisa entre as Zonas Oeste e Central) deve seu nome a uma ‘casa da luz vermelha’.
Era de propriedade de uma cafetina e prostituta, chamada popularmente de ‘bigorrilha’.
Essa palavra é uma ofensa, quer dizer pessoa incômoda.
E um puteiro é exatamente isso pra maioria das pessoa, algo incômodo, que perturba a vizinhança.
Esse estabelecimento incomodava os moradores do bairro, que por isso apelidaram sua dona de ‘bigorrilha’.
Com o tempo masculinizaram a palavra, ‘a Bigorrilha’ virou ‘Bigorrilho’, como se ela fosse um homem…
Também na Zona Oeste há um outro bairro em que o homenageado também mudou de sexo de forma póstuma.
O bairro da Augusta começou como colônia Dom Augusto, que era um neto varão de Dom Pedro 2º.
Augusta e Bigorrilho têm em comum o fato que as pessoas que lhes deram origem tiveram seus sexos invertidos, e ambos são na Zona Oeste mas em pontas opostas dela:
O Bigorrilho faz divisa com o Centro, e poderia ser classificado também na Zona Central.
É densamente verticalizado (28 mil habitantes), têm uma das taxas mais altas de moradores por km quadrado.
Por ser de renda muito elevada é importantíssimo polo de empregos, muitas milhares de pessoas acorrem ao bairro no horário comercial.
Já a Augusta é na extremidade do município, fazendo divisa com Campo Largo.
Ainda tem a maior parte de sua área formada por propriedades rurais.
Vivem na Augusta 6 mil curitibanos (os dados populacionais são do Censo de 2010).
……
Voltando ao Bigorrilho: alguns insistem em chamar o bairro de Champagnat, denominação que não reconheço até que se torne oficial.
Já houve um projeto de mudar o nome do bairro, mas não passou na câmara.
Talvez porque ao invés de simplesmente propor a alteração de Bigorrilho pra Champagnat eles ainda queriam redefinir os limites:
Pretendiam engolfar também uma área que pertence ao bairro das Mercês.
Realmente boa parte do que é conhecido por Champagnat está além do Bigorrilho.
A antiga sede de uma universidade (hoje o terreno está vago, após um incêndio) e a Praça 29 de Março, por exemplo, estão de fato nas Mercês.
Então os que defendem a mudança não queriam apenas alterar o nome de um bairro mantendo os limites atuais.
E sim redesenhar o mapa da cidade, alterando as delimitações de dois bairros vizinhos, o Bigorrilho e as Mercês.
A questão é que isso criou um complicador, o que talvez tenha sido determinante pra derrocada dessa iniciativa.
A prefeitura não se opõe que um bairro troque de nome, se esse for o desejo expresso de seus moradores.
Tanto que o antigo Capanema se tornou Jardim Botânico em 1992.
Entretanto, a prefeitura veta qualquer iniciativa que vise re-desenhar os limites entre os bairros.
Outras cidades, por outro lado, não têm problemas com isso.
Recentemente (essa parte do texto é de 2010), uma parte do bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro, foi desmembrada.
Passando a se chamar Vasco da Gama, pra homenagear o clube de futebol.
Alegou-se que Flamengo e Botafogo já eram bairros cariocas.
A questão é que nesses dois casos foram os bairros que nomearam os clubes, e não o contrário.
Enfim, o fato é que o projeto foi aprovado, e agora existe o bairro Vasco da Gama na Zona Norte do Rio.
Em Porto Alegre-RS, o bairro Mário Quintana foi separado do bairro Protásio Alves pra homenagear o poeta gaúcho.
Ambos (V. da Gama e M. Quintana) surgiram no mesmo ano, 1998, e foram seccionados de seus originais.
No caso respectivamente São Cristóvão e Protásio Alves – eles ainda existem, embora menores.
Foi o que tentaram fazer aqui, desmembrar uma parte do Bigorrilho e das Mercês.
A questão é que o que é praxe em outras cidade é interdito em Curitiba.
Se a população estivesse de acordo, o Bigorrilho poderia virar Champagnat, mas é isso:
O nome pode mudar, o espaço físico que o bairro ocupa não pode. Não se permite alterar fronteiras de bairros e nem fundi-los.
Assim o Bigorrilho continua sendo uma homenagem a uma prostituta e não ao padre Marcelino Champagnat, como alguns gostariam.
Eu não defendo e nem me oponho a mudança, mas só a adotarei depois de oficial, como já falei.
O Jardim Botânico é o ‘Jardim Botânico’, eu não chamo pelo nome antigo, porque foi um plebiscito que determinou a mudança.
No Bigorrilho, e também no vizinho Mossunguê (e partes do Campo Comprido e Cidade Industrial), não houve nenhum processo oficial.
Então chamar a região é de ‘Champagnat’ e ‘Ecoville’ permanece sendo ficção, e enquanto o for será grafado entre aspas.
……..
Mais imagens do bairro Campina do Siqueira:
A HISTÓRIA DO EIXO OESTE DO EXPRESSO:
1980 – PRESENTE
A partir dessa foto ao lado até o fim todas as fotos oriundas da internet, créditos mantidos sempre que impressos nelas.
Isto esclarecido, começamos nossa breve retrospectiva do transporte na Zona Oeste de Curitiba com um Monobloco ‘1‘ (0-362 ou 364) a esquerda.
Da extinta viação Curitiba, que atendeu essa parte da Z/O até que veio a “licitação” de 2010.
É um Convencional, ou seja, a linha não é integrada – vai direto do Centro pros bairros sem entrar em terminais, se quiser colocar assim.
Essa linha é muito antiga, e antes da implantação da ‘Rede Integrada de Transporte’ (‘RIT’) era feita na pintura livre, com o mesmo trajeto e também sem integração.
(Alias antes da RIT nenhuma linha tinha integração, é exatamente isso que o nome ‘Rede Integrada’ quer dizer.)
O que quero chamar a atenção é pro nome: “Campina do Siqueira”.
Nos anos 80 haviam 2 linhas com essa idêntica denominação – vistas nas tomadas acima.
Uma, como acabamos de mostrar, Convencional, que ia pelas ruas normais dividindo o espaço com os carros.
Não entra entra em terminais e não era integrada, ou seja, quando descer desse busão pra subir em qualquer outro paga de novo.
E outra de Expresso, proTerminal Campina do Siqueira – onde você pode pegar outra condução sem desembolsar outra passagem.
O trajeto é pela canaleta exclusiva pra transporte coletivo, portanto livre de congestionamentos.
Feita por ônibus maiores, no caso da Zona Oeste desde o início com 3 portas (como a foto a esquerda mostra).
O mesmo nome pra linhas distintas, e uma integrada e outra não.
Só que como as cores são diferentes (vermelho e amarelo respec.) e elas não dividiam em momento algum o mesmo trajeto nunca paravam no mesmo ponto não tinha como confundir.
Então na década de 80, a 1ª funcionamento da RIT e do Expresso, ficou assim.
Nos anos 90 a linha Convencional teve o nome alterado pra “Jardim Esplanada“.
(Que em 2021 foi estendida pra cobrir um trecho que a linha “Rua XV/Barigüi” deixou de atender quando foi seccionada e se tornou somente “Barigüi“.)
Então do Convencional já falamos. Vamos agora focar nos vermelhões.
As décadas de 70 e 80 foram um período conturbado, política e economicamente.
Em compensação houveram grandes transformações, na cidade e no país. O governo federal investiu bastante em urbanismo e transporte.
O metrô de São Paulo, 1º de nosso país, é de 1974, enquanto que o do Rio veio a seguir, em 1979.
Surgiu o projetos do ônibus ‘padrão‘ (‘padron’ como alguns preferem chamar), o ônibus de verdade‘. Não é difícil entender o porque dessa denominação.
Os ônibus produzidos no Brasil até os anos 70 eram ‘caminhões encarroçados’, ou seja carrocerias de ônibus sobre chassi de caminhão.
Resultando que eram muito altos em relação ao solo (dificultando o embarque de idosos), teto baixo e 2 portas estreitas, corredor igualmente estreito e com o motor a dificultar o acesso na dianteira.
Os veículos ‘padrão’ tinham motor traseiro (ou no caso dos Volvo central, melhor ainda), portas largas (de preferência 3), piso mais próximo do solo e teto mais elevado.
Tudo facilitando embarque, desembarque e circulação interna.
Ao mesmo tempo vem o programa “ProÁlcool“, desenvolvendo a tecnologia e financiando a construção de usinas e postos pros carros funcionarem a álcool (hoje chamado ‘etanol’).
Não foram muitos, mas alguns ônibus ‘padrão’ chegaram a funcionar a álcool.
Quanto a Curitiba, dando continuidade a grande transformação iniciada no começo dessa década de 70, em 1973 é criado o bairro da Cidade Industrial de Curitiba, a ‘CIC’.
O maior bairro curitibano, tanto em área quanto população (moram no CIC 10% do curitibanos, cerca de 180 mil pessoas no Censo de 2010) e PIB.
Foi formado a partir do território desmembrado de vários bairros das Zonas Oeste e Sul.
A prefeitura incentivou dessa forma a instalação de várias fábricas em Curitiba, porém longe da área central.
Até então o polo industrial de Ctba. era o Rebouças, ao lado do Centro.
A Volvo apostou no projeto, e quando decidiu abrir uma filial no Brasil escolheu a Cidade Industrial de Curitiba.
Curitiba até hoje não tem nenhum modal sobre trilhos, seja metrô, trem de subúrbio ou VLT.
Em compensação, nesse mesmo ano de 74 surge aqui o sistema “Expresso” (hoje chamado pela sigla em inglês ‘BRT’).
Com pintura padronizada, entrada pela frente, corredores exclusivos e integração (usar dois ou mais ônibus desembolsando uma tarifa).
Inaugurando todas essas características em nosso pais.
Até então era universal a pintura livre, embarque traseiro, o transporte coletivo dividir espaço com os carros.
Além de óbvio o passageiro e ter que pagar novamente a cada novo re-embarque.
O Expresso já chega com integração com os Alimentadores, afinal o sistema surgiu pra isso.
Só que no início sem os terminais, simplesmente gradearam as praças que eram ponto final dos Expressos. Um improviso evidente.
Por pouco tempo foi assim; a partir de 1978 até 82 (aprox.) foram construídos 15 terminais, divididos em 5 eixos.
Como regra geral três em cada eixo, com duas exceções:
O Eixo Oeste que estamos falando, que era bem menos habitado e portanto foram 2, o Campina do Siqueira e Campo Comprido.
E a Zona Sul, desde então a mais populosa, recebeu 2 eixos e 7 terminais.
Praticamente metade do total (além dos dois maiores, o Boqueirão e o Pinheirinho).
O Eixo que se chamou ‘Sul‘ (eu denomino de ‘Sul-1’ – já entenderão o porque desse sufixo numérico) foi o único agraciado com 4 terminais: Portão, Capão Raso, Pinheirinho e CIC.
(Sim, muita gente não sabe, mas de 1980 a 1995 o Terminal CIC tinha ônibus Expressos.)
(Apenas nos anos 90, quando veio o bi-articulado e os Ligeirinhos é que o Expresso deixou de servir esse terminal, julgaram que os Ligeirinhos eram suficientes);
E os terminais Vila Hauer, Carmo e Boqueirão no Eixo Sul-2 (termo não-oficial, na lataria vinha grafado ‘Boqueirão’. Mas Hauer e Boqueirão também são Zona Sul).
Alias nesse Boqueirão além do terminal de mesmo nome – evidente – também fica o Terminal do Carmo;
E pra completar Cabral, Boa Vista e Santa Cândida no Eixo Norte; e Capão da Imbuia, Vila Oficinas e Centenário no Eixo Leste (os 2 últimos no bairro Cajuru).
Na foto em preto-&-branco um pouco mais pro alto na página tudo isso se ‘casou’ numa única imagem:
Trata-se de um ônibus ‘padrão’ Volvo – movido a álcool – Expresso do modelo Torino ‘1’.
(Sim, eu sei, a Marcopolo diz que é ‘São Remo’ [‘San Remo’ no original, eu traduzo tudo pro português];
Oras, ele é muito mais parecido com o Torino que veio a seguir que com o São Remo que encerrava sua produção; então classifico como Torino mesmo.)
Nomenclatura a parte, no início ele circulou escrito “Expresso” no letreiro.
A linha “C. Siqueira” vinha numa placa sobre a porta.
Já que ele não dividia o trajeto com outras linhas de Expresso (nem com o Convencional de mesmo nome, como já explicado acima) não tinha como confundir, essa informação bastava.
Nessa tomada em p&b ele ainda está num barracão, provavelmente em exposição.
No entanto ele chegou a circular nas ruas exatamente assim:
Com o “Expresso’ no letreiro e o ‘bi-combustível’ sob o para-brisas.
Repetindo mais uma vez, o Eixo Oeste recebeu 2 terminais, o Campina do Siqueira e o Campo Comprido.
Pra marcar todos esses avanços, a prefeitura encomendou uma grande leva desses Torinos ‘1’ Volvo pra operar no Eixo Oeste do expresso, pela viação Curitiba. Detalhe: com 3 portas!
De 1980 a 85 esses foram os únicos veículos 3 portas de toda a cidade (com exceção dos articulados).
Pois até então toda a frota curitibana, como alias praticamente toda frota brasileira, era 100% composta por veículos com somente 2 portas.
Em 1986 se tornou obrigatório que os novos busões que fossem rodar em Curitiba tivessem sempre três portas.
Porém, evidente, até renovar toda a frota tivemos veículos com 2 portas circulando aqui até o meio pro fim dos anos 90.
Tem mais um detalhe sobre essa leva de Volvos do Eixo Oeste: até 1984 a Praça do CIC Norte era servida pro Expressos.
Na verdade eu não sei se era uma linha a parte com seu nome no letreiro ou somente um ramal da linha Campo Comprido.
(Nesse segundo caso os ônibus passavam pelo terminal de mesmo nome mas seguiriam mais alguns pontos.)
Seja linha específica ou ramal de outra linha, o fato é que os Expressos chegavam até a referida praça do CIC Norte.
Que fica a cerca de 500 metros somente da fábrica da Volvo, também no CIC Norte. Parecia que os bichões estavam “voltando pra casa“.
Até que em 84 o Expresso foi seccionado no Terminal Campo Comprido, o CIC Norte por quase uma década foi servido somente por alimentadores.
Por volta de 1992 veio esse Ligeirinho, que a princípio só ia até o Capão da Imbuia – a linha era portanto municipal e se chamava ‘Leste/Oeste’.
No ano 2000 foi estendido até Pinhais, no novo terminal recém-inaugurado – foi aí que veio o bi-articulado no Eixo Leste-Oeste.
Mais que isso, Na verdade foi aí que os Eixos Leste e Oeste foram fundidos de fato.
E viraram o “Eixo Leste/Oeste”, termo usado atualmente.
Até o fim dos anos 80 eles não tinham nenhuma integração.
Cada um servia sua região, as linhas terminavam no Centro.
(Ao contrário dos Eixos Norte e Sul, que foram integrados já perto de 1980 com a linha Cabral/Portão.
Atenção: me refiro a antiga Cabral/Portão, que existiu até 1995, era de Expresso e ia pela ‘canaleta’ das Avs. J. Gualberto, 7 de Setembro e Rep. Argentina.
Não confunda com a atual Cabral/Portão, que é Alimentadora e foi criada por volta da virada do milênio.)
Em 1989 veio a linha Campina do Siqueira/Capão da Imbuia, que por pouco mais de uma década era a que integrava as Zonas Oeste e Leste da cidade.
As demais linhas (802-Campo Comprido na Z/O e 302-Oficinas e 303-Centenário na Z/L) continuaram a finalizar no Centro.
A partir de 2000 com o bi-articulado o Eixo Leste-Oeste passou a ter apenas 2 linhas:
303-Centenário/Campo Comprido e a C01-Pinhais/Rui Barbosa (nos horários de pico há linhas menores de reforço, como as fotos mostraram).
A 303 é municipal e a que une de fato as Zonas Leste e Oeste, unificando seus eixos de Expresso.
Um ponto final é no Terminal Centenário, no populoso bairro do Cajuru, na Zona Leste como todos sabem. Após cruzar a Z/L, passa pelo Centro.
A seguir a Z/O, finaliza no Terminal Campo Comprido, que digo de novo fica na divisa da Cidade Industrial com o bairro que lhe nomeia.
Agora com o letreiro eletrônico não dá mais pra registrar o nome completo da linha, “303-Centenário/C. Comprido” numa única foto.
São preciso duas fotografias. Seguem nas duas próximas imagens.
A primeira logo abaixo, onde o letreiro diz “Centenário”, é a única dessa seção dos ônibus que é de minha autoria.
Isto posto, eu falava sobre as linhas do eixo Leste/Oeste.
Além dessa 303 há também a C01-Pinhais, que é o único bi-articulado metropolitano de toda Curitiba.
Passa apenas pela Zona Leste, seu ponto final é a Praça Rui Barbosa.
Quem vêm dos municípios de Pinhais e Piraquara, na Z/L, e quer seguir pra Z/O precisa trocar de ônibus.
Felizmente é bem fácil, isso pode ser feito em qualquer um dos tubos do trajeto descendo pela porta 3.
O EIXO LESTE –
Nosso foco é o o lado oposto, a Z/O. Mas falar em “Eixo Leste” e “Eixo Oeste” separadamente é … como posso dizer?… “tão século 20”, se quiser colocar assim.
Desde julho do ano 2000 o Expresso nas Zonas Oeste e Leste de Curitiba foi unificado, formando agora o “Eixo Leste/Oeste”.
Então pra nossa breve radiografia do Eixo Oeste ficar mais completa preciso falar também da Z/L.
Afinal nesse novo milênio é possível ir do extremo oriente ao extremo ocidente do município e nem é preciso trocar de ônibus.
Inicialmente o Eixo Leste recebeu 3 terminais: Capão da Imbuia, Vila Oficinas e Centenário.
O Cajuru é bairro mais populoso da Zona Leste, e o terceiro de Curitiba.
Apenas 3 bairros de Curitiba têm mais de 100 mil habitantes: a CIC (Zonas Oeste e Sul) e o Sítio Cercado (Zona Sul) já a algum tempo.
Agora, saindo os resultados do Censo de 2022 acredito que o Cajuru adentrou oficialmente essa seleta lista, pois em 2010 já tinha 96 mil habitantes.
Bem o Terminal Campo Comprido já fica dentro da Cidade Industrial.
Assim, em suas duas pontas ele une diretamente 2 dos 3 bairros mais povoados da cidade.
Voltando a focar no Cajuru, não é difícil entender porque o Eixo Leste se centrou nesse bairro.
De 3 terminais 2 são dentro dele mesmo, o Centenário e o Oficinas.
E o Capão da Imbuia é exatamente na divisa do bairro que o nomeia com esse Cajuru que estamos falando.
Como aconteceu em toda Curitiba, no início do sistema Expresso havia uma linha pra cada terminal:
301-Capão da Imbuia, 302-VilaOficinas (depois somente ‘Oficinas’) e 303-Centenário.
Todas compartilhavam o trajeto do Centro até o Terminal Capão da Imbuia.
Ali havia uma bifurcação: as linhas Oficinas e Centenário entravam no Cajuru.
A linha Capão da Imbuia não finalizava nesse terminal, curiosamente.
Passava por ele, mas seguia mais uns 3 pontos, até a Vila Nova, na divisa com Pinhais.
A operação ficava a cargo da viação Cristo Rei, como dito e é notório.
Que era grande cliente da Caio, 100% de sua frota de Expressos era do modelo Gabriela/Expresso.
Todos eles ‘pitocos’, afinal os Eixos Leste e Oeste só foram ter articulados quando chegou a “Frota Pública”, em 1988.
O Eixo Norte e os dois da Zona Sul contaram com ‘sanfonados’ desde 1980.
Esses três eixos também receberam antes os bi-articulados: o Boqueirão em 1992, o Eixo Norte/Sul em 1995.
O Eixo Leste/Oeste apenas em 2000. Mas já chegaremos lá. Voltemos ao anos 80.
Na primeira década do sistema Expresso não havia como ir da Zona Oeste a Zona Leste, ou vice-versa, pagando uma só passagem.
Em 1989, como já dito acima, veio a linha Campina do Siqueira/Capão da Imbuia pra suprir essa lacuna. Recebeu a princípio um código alfa-numérico, C01.
A linha 301-Capão da Imbuia deixou de existir, porque fora unificada com a 801-Campina do Siqueira.
Logo nova linha herdou a codificação, e passou a ser “301-C. Siqueira/C. Imbuia“.
As linhas 302-Oficinas e 303-Centenário permaneceram, ambas terminando no Centro, mais especificamente na Rui Barbosa como a foto acima mostra.
Quem vinha do Cajuru e precisava seguir pra Zona Oeste baldeava sem custos no Terminal Capão da Imbuia.
Pro que importa pro Eixo Leste, em Pinhais foi feito o Terminal Autódromo, quase na divisa com Curitiba.
Que contou já em 1992 com articulados, o 1º ‘sanfonado’ metropolitano. Essa linha-tronca ia pela Avenida Vitor Ferreira do Amaral.
Pra que a população de Pinhais pudesse ter acesso ao sistema da capital sem pagar novamente veio a linha “Integrar Pinhais”, ligando os Terminais Capão da Imbuia e Autódromo.
Em 2000 surge o bi-articulado no Eixo Leste/Oeste.
Foi quando foi inaugurado o novo Terminal de Pinhais.
(Com isso tornando redundante o Terminal Autódromo, que acabou desativado.)
Pinhais contou com o primeiro articulado da região metropolitana, em 1992.
E desde 2000 tem o único bi-articulado, mantendo o pioneirismo (esq.) .
Agora repetindo algumas informações pra finalizarmos a análise:
Assim o Eixo Leste/Oeste é unificado na linha 303-Centenário/Campo Comprido, sua linha-tronco.
Na Zona Leste há também o C01-Pinhais/Rui Barbosa, feita por bi-articulados (curiosamente repetindo o prefixo antes usado pela C. Siqueira/C.Imbuia).
Ambas sobrepõem o trajeto do Centro até o Terminal Capão da Imbuia.
De forma que o trecho mais carregado do Eixo Leste tem duas linhas de bi-articulados a servi-lo o dia todo, no momento de pico são 3. Isso me refiro as que chegam no Centro.
Ligando o Terminal Capão da Imbuia a outros terminais da Zona Leste há (ou houveram recentemente) outras linhas de reforço que só circulam nos horários de maior movimento, como a foto acima a direita mostraram.
Essa, resumidamente claro, é a trajetória dos Eixos Oeste e Leste do Expresso.
Desde a gênese até a atualidade (2023). Quando vier o Ligeirão Leste/Oeste eu atualizo a matéria. Promessa é dívida.
Deus proverá