Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”
Publicado em 29 de março de 2014.
Esse é o aniversário de Curitiba, e aqui meu presente.
Fotografei o sol. Conforme ele foi se deslocando pra Oeste (o Poente), fui seguindo-o, e registrando sua descida.
Assim retratei a metrópole no crepúsculo, digo por isso a parte ocidental da Zona Central.
E logo após os bairros Bigorrilho, Campina do Siqueira e Mossunguê, na Zona Oeste.
Já contei as origens da povoação dessa parte da cidade.
De volta ao presente, a esquerda vemos justamente o começo do Bigorrilho.
Próximo da divisa com Mercês.
Bem, quem conhece Curitiba sabe que as 2 próximas imagens (a direita e a esquerda abaixo) foram tomadas no Mossunguê,
Ali na subida que há logo após cruzar a ponte do Rio Barigüi.
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Pra quem não é tão íntimo assim da geografia da capital paranaense, vamos comentando os demais retratos.
Nem sempre a descrição corresponde a cena que está mais próxima.
Essas mensagens originalmente foram emeios, que têm formatação diferente. Identifique pela legenda.
Terminal Campina do Siqueira, entre o bairro que o nomeia e o Bigorrilho. Um de seus alimentadores é o Montana.
A esquerda, o Clássico dos Clássicos. O “’Grand-Canyon’ de Prédios” do Bigorrilho:
Adornado pelo expresso em seu meio, é um dos locais mais fotografados de Curitiba em todos os tempos.
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Como cronista da cidade, claro que eu também teria que produzir minha versão dessa cena, e aqui está.
O bichão se dirige ao Terminal Centenário, bairro Cajuru, na extremidade da Zona Leste, no lado diametralmente oposto da cidade portanto
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Seguimos mostrando a famosíssima “Rua do Rio”, oficialmente a Alameda Fernando Moreira.
Algumas fotos foram feitas nas esquinas e eu viro a câmera pras transversais (como a Júlia da Costa, entre outras).
Nessa sequência acima eu estou sempre na ‘Rua do Rio’, que começa ainda no Centro (não muito longe das Praças Osório e Rui Barbosa).
E depois, passando por uma ponta do bairro das Mercês, chega afinal no Bigorrilho.
Com seu riachinho – hoje poluído, mas que os mais antigos chegaram a se banhar décadas atrás – adornado pelos indefectíveis chorões.
Na cena vista um pouco mais pra baixo, em que a janela está fortemente iluminada, estamos na divisa entre Mercês e Bigorrilho.
Note que nesse caso não é o sol que foi fotografado, mas sim seu reflexo na fachada de um edifício.
Registrei a mesma cena em Santiago do Chile, vejam vocês.
Próximas 4 tomadas: Bigorrilho. A direita uma alameda.
‘Alameda’ quer dizer precisamente ‘pequena rua ladeada de muitas árvores’.
Adequado, já que a Zona Oeste é a parte de malto padrão financeiro de Curitiba.
E por consequência a mais arborizada, ao lado da Zona Norte as regiões em que a cidade realmente parece um bosque.
Já as Zonas Leste e Sul tem bem menos área verde.
Não por acaso a Linha Turismo pouco entra na Z/L, e sequer passa perto da Z/S.
Voltando ao tema de hoje, entre as Zonas Central e Oeste, o verde é abundante, as ruas são coleções de alamedas, seja essa a denominação oficial ou não.
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Falemos um pouco mais das Mercês, mostrada mais pra cima.
Muita gente não sabe que esse bairro se estica até ali, bem próximo a Praça Rui Barbosa, no Centrão.
Porém assim é. Observam suas ruas, uma delas a Júlia da Costa.
Várias são sem saída, pacatas, e quase todas com muitas árvores.
Já vimos acima mais um cartão-postal de Curitiba, a “Torre Panorâmica“, que contém um mirante com a mais bela vista em 360º da cidade.
Alguns ainda chamam de “Torre da Telepar” – a companhia telefônica foi privatizada a há muito.
A questão é que a denominação se consagrou assim na boca do povo.
Interessante notar que na foto a direita não é o sol que está brilhando.
E sim o reflexo dele na fachada do prédio, enfatizo de novo.
Já na cena ao lado, tirada praticamente do mesmo local, obviamente é o astro-rei entre as flores azuis dessa bela árvore.
Um pouco mais pro alto vimos uma sequência do Bigorrilho.
Ele e a vizinha Mercês (vista de novo ao lado e nas duas tomadas acima) formam uma parte harmônica entre si.
Umbilicalmente ligados. Muda o bairro, mas o padrão social se mantém.
Chamados por alguns de ‘Champagnat’ (pronuncia-se ‘champanhá’, pra quem não é ‘curitiboca’).
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Agora falemos sobre o bairro Campina do Siqueira.
Uma região que vem mudando bastante nas últimas duas décadas (texto de 2014).
Se aburguesado, densificado e verticalizado intensamente
Entretanto que ainda guarda algumas casas térreas mais humildes.
Resquícios de quando a área de classe média-alta englobava somente até o vizinho Bigorrilho, nos anos 80.
A que está ao lado, por exemplo, tem até capelinha – o que mostra que foi construída na 1ª metade de século 20.
Essa e as três tomadas a seguir (a partir dessa a esq.) são na mesma rua, apenas fui girando a câmera pra direita.
Estou no Campina do Siqueira ainda, e aquele primeiro edifício em obras (duas fotos mais pra baixo) também.
A linha de prédios vista ao fundo já pertence ao vizinho Mossunguê.
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Na tomada vista um pouco mais pra cima, onde aparecem as árvores e os sobrados, alguém poderia pensar que estamos numa região temperada do Hemisfério Norte.
Pela arquitetura – explicitamente copiada de lá – e pela vegetação.
Que é conífera de pinheiros: ali não é o ‘Pinheiro do Paraná’, espécie típica do Sul do Brasil.
E sim aquele pontudo, abundante nas regiões frias e úmidas próximas ao Trópico de Câncer, tanto na América do Norte quanto na Europa.
Só que continuamos no Campina do Siqueira, na subida que há logo após o terminal de mesmo nome.
Aqui, a Zona Oeste de Curitiba parece muito com a Zona Oeste da Cidade do México.
Se você esteve na capital mexicana e foi ao subúrbio de classe de alta chamado Santa Fé (construído a guisa do modelo ianque), certamente já fez a ligação.
Diríamos que a comparação é adequada em mais de uma dimensão.
No México, eles não dizem ‘Zona Oeste’, e sim ‘Poente’.
Assim, de forma multi-dimensional, estamos no Poente, por qualquer linearidade que traces da frase.
Vejam o bi-a rticulado Neobus (“maior ônibus do mundo”) no Campina do Siqueira. Ele ruma ao Centro, e a seguir a Zona Leste. Eu, ao contrário, estou me dirigindo ao Mossunguê.
No entanto há uma foto em, inversamente, estou mirando o Leste, o Centro da cidade.
Trata-se do Bigorrilho ao fundo, pelo qual eu já havia passado quando ainda era mais claro. Busque pela a legenda.
Logo a frente está o Rio Barigui. Veja como ele é um pouco mais a montante.
Cruzando essa ponte, estamos em território mossunguense.
O dia chegou ao fim, e minha jornada fotográfica também.
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Também retratei o anoitecer na Zona Norte.
Que Deus Pai ilumine a todos os Filhos.
“Deus proverá”