‘Bem Perto do Céu’: Pilarzinho e Vista Alegre

Domingão a tarde no Parque Tingüi.

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado em 3 de março de 2015

Quase todas as tomadas de minha autoria. As que forem baixadas da internet identifico com um ‘(r)’, de ‘rede’.

Apertem os cintos, vamos subir. Pra parte mais elevada da cidade. Literalmente.

Nesse caso não estou falando de renda, mas sim de topografia.

Vamos pros bairros que são mais longe do nível do mar:

Agora veja logo atrás do parque: casas simples onde se criam aves soltas nas ruas – V. Alegre, Z/O (no detalhe ampliado).

A região que engloba o Pilarzinho, na Zona Norte, e a Vista Alegre, que já fica na Zona Oeste.

Embora cada um fique numa ‘zona’, são bairros vizinhos e umbilicalmente ligados. A divisa da Z/O e Z/N.

Portanto diametralmente oposto de eu vivi por 15 anos (2002-2017, portanto morava lá quando fiz esse texto), que é a divisa das Zonas Leste e Sul.

Mais especificamente, me refiro ao Boqueirão, na Zona Sul, uma baixada, a parte plana da cidade, quase na foz do rio.

Sol brilha sobre o Parque Tanguá.

Parte densamente urbanizada e com menos área verde (exceto claro no Parque Iguaçu).

Lá no Pilarzinho e V. Alegre onde tirei essas fotos é o exato contrário, em muitos aspectos.

Muito verde: o Pilarzinho e entorno têm muitos parques.

Muito alto, onde os rios nascem. O “Teto da Cidade”. Bem perto do céu.

Pilarzinho.

Conforme o Rio vai descendo o relevo encaminhando pra foz a cidade ao redor dele também vai mudando.

Veja outra parte de baixada. Esta do mesmo Rio Barigüi que estamos vendo aqui. O Rio é o mesmo.

Porém as vilas ao redor são bem diferentes na divisa entre Fazendinha e Cidade Industrial. Dá uma olhada.

Bairro florido.

……….

De volta a nosso tema de hoje, que é o Pilar e V. Alegre.

Isso é muito importante: no entorno do Parque Tingui o Pilarzinho e Vista Alegre se encontram, e ali eles são parecidos.

No geral, entretanto, os bairros têm perfil distinto. Quero dizer com isso o seguinte:

Aqui e acima da manchete: o início das linhas de ônibus no bairro (r).

A Vista Alegre é um bairro pequeno em área e população.

Com 11 mil moradores, é apenas o 46º de Curitiba, de um total de 75, e somente o 9º da Zona Oeste.

Sendo que a Zona Oeste – com exceção do CIC – já é a parte menos povoada de Curitiba.

Então essas fotos que veem da Vista Alegre retratam mesmo o perfil do bairro, todo ele.

Que, repito, tem um tamanho não tão grande.

Já o Pilarzinho, ao contrário, é um bairro muito grande. Em área um dos maiores da cidade.

Cohab e Vila Urbs, essa última uma antiga favela, agora urbanizada – Pilarzinho.

E tem população significativamente mais elevada, com 28 mil homens e mulheres a residi-lo é 20º de Curitiba e o 3º da Zona Norte.

Atrás de Santa Cândida e Boa Vista apenas, e olhe que a distância é pequena.

Ambos os citados logo acima têm pouco mais de 30 mil pessoas, e o Pilar um pouco menos que essa marca.

Não te esqueças que o Bairro Alto, que é maior que todos esses, está na Zona Leste, e não na Norte como erroneamente muitos dizem.

“Os Pássaros” no telhado dessa casa na divisa do Pilarzinho com Vista Alegre.

Confira todos os 75 bairros:

Por ser muito maior, o Pilarzinho é muito mais diversificado, em todas as dimensões.

Há essa parte de classe mais popular e não diria semi-rural, mas certamente esparsamente habitada.

Há outras partes totalmente urbanizadas, com alta densidade populacional.

Porção aburguesada do Pilarzinho. Asfaltada, arborizada, florida e densamente habitada, perfil oposto da V. Militar.

E algumas delas são de padrão bem mais elevado, com condomínios fechados com sobrados triplex, outras muito pobres.

Há inclusive uma antiga favela (agora urbanizada), a Vila Urbs.

Há partes do Pilarzinho que não são bucólicas, nem um pouco.

Ao contrário, são subúrbio depauperado de uma metrópole.

Ponte sobre o Rio Barigui no Parque Tingui.

Iguais a qualquer subúrbio em outras partes da cidade, e iguais aos subúrbios pobres de outras metrópoles.

E há, enfatizando mais uma vez, partes que parecem subúrbios ianques:

Ricas, arborizadas, porém igualmente densamente habitadas, nada têm de chácaras, ruas de terra e muito menos plantações e criações de aves soltas em via pública.

Plantação de girassol na Vista Alegre, Z/Oeste.

Então no entorno do Parque Tingui Vista Alegre e Pilarzinho são similares, as Energias se casam, digamos assim.

E como a V. A. é pequena e homogênea, esse é o perfil do bairro como um todo.

Já o Pilar é grande e heterogêneo, tem muitos perfis.

Esse mostrado aqui é apenas um deles, em outros dias faremos mais incursões por lá e sairá bem mais coisa, verão. Breve.

Ali perto há um caso similar, o encontro de um bairro muito maior com outro menor, mas onde há o encontro são homogêneos:

Trata-se do ‘Casal Santo’: Santa Felicidade x Santo Inácio.

………..

Parte nova da V. Alegre, ao lado do parque.

Por hora, voltemos a falar do entorno do Parque Tingui, por onde passa a Linha Turismo.

Não confunda com o bairro Vila Tingui, que também fica na Zona Norte mas do lado oposto dela, na divisa com a Zona Leste.

Aqui estamos na divisa com a Zona Oeste, lembre-se.

É que os ‘tinguis’ (pronuncia-se tingüi, até pouco tempo atrás o idioma português tinha trema) são os primeiros habitantes de Curitiba.

Antes dos europeus chegarem, e por isso há referências a eles em várias partes.

Nascente de rio no Pq. Tingui.

………

No Parque Tingui, como viram nas fotos acima, há um contraste social agudo.

A Linha Turismo passa pela margem direita do Rio Barigui (vendo a partir da nascente), a parte rica, no bairro São João.

Onde há o Memorial Ucraniano dentro do parque, e ao redor dele condomínios de classe AA.

Próximas 2: atrás do Pq. Tingui, V. Alegre.

No entanto cruze o rio, e verá uma realidade diferente.

Do outro lado do parque, justamente na Vista Alegre e Pilarzinho, verá casas de madeira muito humildes.

Muitas sem muro e sem garagem.

Num barranco tão íngreme que você está na rua e seus pés estão acima do telhado da casa em frente.

E ainda há criação de galinhas – soltas na via pública.

Aqui em Curitiba isso é raríssimo por isso abri a matéria com essa foto.

(Apesar que eu flagrei de novo em Santa Felicidade, ali perto, também Z/O).

Na República Dominicana é comum.

Já vi e fotografei essa mesma cena lá no Caribe.

Criação de patos na Vila Militar, Pilarzinho. Desculpe, a imagem embaçou. Como só tenho essa vai pois melhor que nada.

As pontes sobre o Rio Barigui são como o Triângulo das Bermudas, um portal inter-dimensional.

………..

A região era de classe trabalhadora, até a implantação do parque nos anos 90.

Uma periferia, com lotes enormes, em verdade ali era a fronteira entre a parte urbana e rural.

E ainda há resquícios dessa fase, como veem pelas imagens.

Pássaro no Parque Tingui.

Desde então houve uma explosão imobiliária, e os ricos estão se mudando em massa pra lá.

Mas, digo de novo, ainda há uma parte pouco urbanizada e pouco desenvolvida:

Ruas de terra, enormes bosques de mata nativa, plantações e criações de aves.

Casas simples de madeira em terrenos enormes sem muro, ou com apenas uma cerquinha. Sul do Brasil, né?

Vista Alegre: milharal dentro da cidade.

Vamos ver algumas tomadas do Pilarzinho. Começando por esse belíssimo pôr-do-sol.

Também uma ladeira verde e sinuosa, ainda pouco habitada (comum na Z/O – digo, Pilarzinho é Z/N, óbvio, mas na divisa).

E outras vilas em que a densidade é bem maior. Vemos várias casas de madeira. Algumas fotografada na Vila Militar (que apesar do nome abriga também casas de civis), uma parte ainda semi-rural.

Finalzinho de mais um dia.

Os terrenos são bem grandes.

Bastante área verde.

Várias casas de madeira.

Calma rua sem saída.

Embora mais raro que no passado, ainda constroem residências de madeira na cidade.

Agora tomadas da Vista Alegre: o pavilhão da Pátria Amada, uma garagem aberta, em que o carro fica protegido do tempo mas em plena via pública, sinal de baixa criminalidade.

Algumas cenas foram registradas logo atrás do parque.

Como a 3ª imagem (a casa no barranco), e outras um pouco mais afastado mas nas imediações.

A bandeira bem aberta pelo vento.

Um bairro tranquilo.

Algumas partes com densidade elevada.

Vila Militar.

Vamos comentando as demais fotos.

Vista Alegre, Zona Oeste. Como disse, a região era periferia antes do parque.

Se aburguesou tremendamente nas últimas 2 décadas, mas não de todo.

A esquerda um ‘prédio artesanal’:

Sem muro, são diversas moradias naquele sobrado verde que foi repartido.

Plantação de girassol e garagem aberta, já vistos acima.

Sinais de uma região de pouca urbanização, e pouca violência.

A partir daqui entramos no Pilarzinho, Zona Norte. 

Muda o bairro e a divisão da cidade, mas o perfil é o mesmo:

Várias casas no mesmo quintal, Pilarzinho.

Muitos bosques, ruas sinuosas na ladeira ainda pouco habitadas em alguns trechos.

Já outras vilas são bem mais densas, os perfis se alternam.

Chegamos a Vila Militar.

Como o nome indica, a região começou a ser habitada quando o governo construiu um conjunto pra abrigar os soldados da PM.

Vista Alegre.

Mas a há muito ela deixou de ser exclusiva dos que usam farda.

Pois a seguir o nome ‘cresceu’ e passou a designar uma vila maior, que também abarca casas de civis.

É uma parte ainda com ruas de terra e pouco urbanizada.

Espalhadas pela mensagem várias tomadas da região.

Próximas 4: Vila Militar, Pilarzinho.

Olhe, hoje em dia são raríssimas as ruas ainda em calçamento natural dentro do município de Curitiba.

Vocês estão presenciando um registro histórico que ainda existe:

Capturei essas imagens no primeiro dia de março de 2015.

Mas que dentro de alguns anos só será possível ver em fotos.

E não me refiro especificamente a Vila Militar, mas ao município de Curitiba como um todo.

Fiz questão de tirar várias fotos de casas parecidas:

De madeira, bem pobres, sem muro, rua de terra, na ladeira, tem uma até com uma carroça na frente.

A criação de patos que viram acima foi tomada nas redondezas.

Pra vocês marcarem bem que esse é o perfil do local:

Praticamente uma parte rural dentro da selva de pedra.

E olhe que a região se adensou intensamente nas últimas duas décadas.

Até os anos 90, não era ‘praticamente’ uma parte rural. Era mesmo, de fato e direito.

Com esse registro histórico fechamos mais essa mensagem.

Jogo no ar pra registrar uma realidade que ainda existe mas não por muito tempo .

Lua alta com céu ainda claro.

………

Espero que tenham gostado do Pilarzinho e Vista Alegre, o “Teto da Cidade”.

Bem perto do céu. E também bem perto de Tamandaré, aqui na Terra.

MUITO VERDE, E O CISNE NEGRO:

Unilivre, nessa foto os cisnes são brancos (r).

É A UNILIVRE –

Publicado em 24 de junho de 2014.

Dia 23/06/14 foi a abertura da Copa do Mundo, realizada no Brasil.

Como anfitriões, fizemos a partida de estreia, e vencemos Camarões por 4×1 no Estádio Nacional (Mané Garrincha) em Brasília-DF.

Isso nada tem a ver com o Pilarzinho, óbvio. Estou contando apenas pelo seguinte:

Antes de ver (pela TV) o jogo fui mais uma vez a Unilivre.

A Universidade Livre do Meio Ambiente, que também fica no Pilarzinho.

É um local lindo, um dos mais belos da cidade certamente.

Ao chegar passa-se por um túnel verde sobre um mangue, como as fotos acima e ao lado nos mostram.

E depois há uma escada em espiral toda de madeira.

Vista do nível do solo e no seu topo (nas duas tomadas a seguir).

Porém atenção porque pra quem não é de Curitiba o nome pode ser enganoso.

Não há ali qualquer universidade, e é isso que o nome “livre” indica.

Pois não oferece nenhuma oportunidade de graduação regular.

Como algumas pessoas de fora poderiam pensar, e de fato essa é impressão que alguns têm, até compreensivelmente.

Numa das visitas que fiz lá turistas até já perguntaram se eu era aluno dali.

Na verdade o local ministra apenas alguns cursos isolados, de forma muito esporádica. Não importa.

Não funciona como uma instituição de ensino normal.

Ainda assim é um dos pontos turísticos mais chamativos da capital do PR.

Do alto da construção se você olhar pra um lado vê a linha de prédios da Zona Central (ao lado).

Em meio a muitas árvores. Pois estamos na Zona Norte, claro.

Já escrevemos sobre isso, a porção boreo-ocidental de Curitiba é onde ela verde e aburguesada.

E mirando a direção oposta enxergamos o lago e o bosque (dir.).

Uma reserva natural onde diversas espécies de pássaros vivem soltos. 

…….

Na volta, passamos pelo local que era a concentração oficial de torcedores pra Copa. Ali pertinho da Unilivre, ainda nas imediações do Pilarzinho.

O cisne negro da Unilivre.

Foi bem bonito ver Curitiba pintada de verde-e-amarelo. Pena que a essa Copa do Mundo de 2014 não acabou muito bem pro Brasil . . . Fazer o quê? São coisas da vida.

FLORES NORTE-OCIDENTAIS –

Encerramos com algumas flores, captadas em diferentes momentos e locais do Pilarzinho.

Foto tirada em 17 de dezembro de 2016, publicada em 27/12/16, 10 dias depois.

Em dezembro de 2016 andei na Linha Turismo. De dentro do ônibus tirei a foto ao lado.

No Jardim Schaffer, bairro de elevado padrão econômico na divisa entre Vista Alegre e Pilarzinho, longe do Parques Tingüi e Unilivre que vimos no decorrer da matéria.

Mais flores da divisa entre Pilarzinho e Vista Alegre, essas registradas em março de 2015:

Bonito contraste.

Na grade.

Não saiu nítido, fica de ‘licença poética’.

Vemos Gols da VW em 2 gerações, o quadrado dos anos 80 e o mais arrendodado um pouco posterior.

Clássica rosa cor-de-rosa.

Um pneu usado virou canteiro, boa ideia.

Na copa das árvores.

Dando um colorido ao cinza.

Núcleo mais escuro que as pétalas.

Essa ficou bem nítida.

Mais uma vez na árvore.

Outro Hibisco.

E ainda mais um.

Me parece uma margarida a esquerda.

Vários exemplares juntos.

São raras as flores azuis; essa chegou perto.

Agora 3 brancas em sequência.

Nessa as sementes são amarelas.

Próximo de uma espécie mais escura.

Canteiro no chão.

Agora da outra ponta do Pilarzinho, na divisa com Abranches e próximo ao Parque São Lourenço, clicadas em novembro de 16:

Ao lado tudo avermelhado embaixo da torre de alta tensão.

Essa foto é na rua da Pedreira Paulo Leminski, é uma floricultura que cultiva esse belo canteiro.

E a esquerda é o jardim da própria Pedreira mesmo. Me embreenhei na grade pra poder fazer o registro.

Seguimos com as imagens do Pilarzinho/ Abranches, 2016:

Hibisco rosa.

Da mesma cor.

Bem de perto.

Céu com algumas nuvens.

A natureza resiste e renasce em meio as pedras.

Hortências.

Mais uma vez o azul celeste de pano de fundo.

Primaveras, há quem prefira chamar ‘buganvílea’.

Um aspecto felpudo.

Rosas alvas.

Em 2º plano mais hortências.

Roxo no alto da árvore.

Vermelhas e laranjas.

Algumas ainda em botão.

Várias juntas no canteiro.

Da mesma espécie clicada no jardim da Pedreira.

Desfocada, efeito interessante.

Mais duas em cor-de-rosa.

Ao redor do tronco.

O miolo branco, curioso.

Na escadaria de uma casa.

“Deus proverá”