“Rio-Mafra”: 1 cidade, 2 estados (Paraná/S. Catarina)

Rio-MafraPor Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado em 25 de março de 2015

Maioria das imagens de minha autoria. As que forem baixadas da internet identifico com um ‘(r)’, de ‘rede’. Créditos mantidos sempre que impressos nas tomadas.

Vamos falar de ‘Rio-Mafra’, ou seja, a cidade formada por Rio Negro/PR e Mafra/SC.

Portal de Mafra

Portal de Mafra.

São dois municípios que ficam inclusive em estados diferentes, mas é uma só cidade. Uma cidade bi-estadual.

Já escrevi muitas vezes, as pessoas moram em cidades, não em municípios.

Divisões políticas interessam mais ao aparato político do poder do que ao povo.

Em nenhum lugar isso fica tão evidente quanto em Rio Negro/Mafra.

portal de Rio Negro

Portal de Rio Negro (r).

Mesmo separados duplamente em dois municípios, e em dois estados, não estão separados, estão unidos.

Rio Negro e Mafra são umbilicalmente ligados.

Chamada por isso de “Rio Mafra”. Veja a primeira imagem, no topo a direita.

A foto foi tomada no Centro de Mafra, como você pode conferir se digitar o nome dessa na internet.

Estou no 5º andar num prédio do Centro de Mafra. Mas a imagem retrata o sol nascendo em Rio Negro. Essa foto é de junho de 2015, as demais de março do mesmo ano.

Quem patrocina essa placa é uma auto-escola.

A impressão que passa é que antigamente ela se chamava ‘Rio Negro’.

Se for a mesma empresa, exatamente pra refletir a integração PR/SC alterou sua denominação pra ‘Rio Mafra’, pra agradar todo mundo.

Outro exemplo: oficialmente Rio Negro é parte da Grande Curitiba.

Porém é um erro. Não tem nada a ver, entrou por interesses políticos.

centro de rio negro1

Imponente casarão em ruínas no Centro de Rio Negro: a região já teve dias melhores, hoje enfrenta dificuldades.

(O Vale do Ribeira, Lapa e diversos outros municípios passam pela mesma situação.)

Rio Negro dista 100 km da capital, e não é parte da região metropolitana de forma alguma.

No entanto forma uma região metropolitana com Mafra – que nem fica no mesmo estado, mas é só cruzar a ponte.

Rio-Mafra, a “Cidade-Gêmea”. Uma das duas cidades gêmeas PR/SC.

15 de novembro - rio negro

Rua 15 de Novembro, Centro de Rio Negro. É a “Rua 15 de Novembro mais antiga do Brasil“, pois remete a emancipação da cidade que foi em 1870, e não a proclamação da república brasileira, que só ocorreu 19 anos depois.

Mais adiante, a jusante do Rio Negro está sua foz no Rio Iguaçu.

As margens do Iguaçu está a “Cidade-Gêmea” de “Porto União da Vitória”, formada por Porto União-SC/União da Vitória-PR.

É exatamente o mesmo caso, uma cidade, dois estados.

Consequentemente dois municípios já que cada município tem que pertencer a só um estado, obviamente.

Entretanto a urbe é uma só. O Nordeste também tem essa manifestação.

………..

ponte velha vista da nova

Estamos sobre a Ponte Nova, vendo a Ponte Velha. Cruzam o Rio Negro, que divide PR e SC.

Do volta ao Sul, nem sempre foi assim, entretanto. Um século atrás, ambas as “Cidades-Gêmeas” não eram fracionadas.

Com a ‘guerra do contestado’, Porto União da Vitória foi dividida ao meio:

União da Vitória ficou pro Paraná, Porto União pra Santa Catarina. Ali, a divisa é primeiro o rio, depois a linha de trem.

Falei de Porto União e União da Vitória apenas porque essa também é uma ‘Cidade-Gêmea’ PR/SC. Mas é apenas como pano de fundo. Não fui até lá dessa vez, nenhuma foto é desse local, não confunda.

ponte nova vista da velha

Agora invertemos: estou sobre a Ponte Velha, clicando a Nova.

Nosso foco hoje é a outra ‘Cidade-Gêmea’ Rio Negro/Mafra, ou ‘Rio-Mafra’ pros íntimos.

Todas as imagens são dali, ressalto ainda mais uma vez.

Hoje ‘Rio-Mafra’ está partilhada politicamente, mas nem sempre foi assim.

Antes também era um único município, Rio Negro, pertencente ao Paraná.

A atual Mafra era um bairro de Rio Negro, por estar do outro lado do curso d’água era conhecida como a ‘Margem Esquerda‘.

periferia de rio negro - br1

Periferia de Rio Negro, do outro lado da BR-116, com suas ruas de terra. Ao fundo vemos a fábrica de cigarros Souza Cruz.

Em 1917 veio a divisão política, Mafra se tornou município e mudou de estado, passando a ser catarinense.

O Rio divide os estados, e consequentemente os municípios.

Em Rio Negro e Mafra, não há divisa seca. A fronteira não poderia ser mais clara:

Numa margem é Paraná, na outra Santa Catarina. Não tem como confundir. Não há margem (rs… desculpe o trocadilho) pra confusão.

Diferente do que ocorre em Porto União/União da Vitória, onde por vezes você não sabe em que estado da federação está, pois é uma linha seca que divide-os.

invasao-rodoviaria-mafra

Tempos Difíceis: ao lado da Rodoviária de Mafra surgiu essa invasão miserável, as pessoas moram em barracas de lona sem agua, luz, ou saneamento básico. A região é muito fria no inverno.

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De volta a Rio-Mafra:

Mafra começou como subúrbio de Rio Negro. Mas o tempo passou, Rio Negro decaiu economicamente.

Veem numa tomada a fábrica da Souza Cruz, que no passado foi o motor econômico de Rio Negro.

O que move a economia da cidade é a indústria do tabaco e, no passado também teve muita influência a madeireira.

camara municipal de mafra

Câmara Municipal de Mafra.

Ambos setores da economia que estão enfrentando tempos difíceis.Daí nada mais natural que Rio Negro sangre.

Hoje, felizmente, o consumo de cigarros está no índice mais baixo da história.

O que é bom pra humanidade é ruim pra Rio Negro, pois a cidade tinha ali fonte de boa parte de seu PIB.

Pra piorar a situação de Rio Negro, a maior parte dos cigarros consumidos hoje (em Curitiba certamente) vem contrabandeada do Paraguai. Ora, faça as contas. Menos gente fumando.

centro de rio negro

Centro de Rio Negro.

Entre os poucos fumantes, a maioria opta pelo produto contrabandeado, que é infinitamente mais barato.

Sobra pouca gente comprando cigarro de marca oficial. Assim, a Souza Cruz teve que demitir boa parte de seu quadro.

A atividade de extrair madeira também está em decadência, pelas crescentes restrições ambientais.

Resultando que Rio Negro entrou em um beco sem saída, por hora.

mafra

Casas antigas na periferia de Mafra: fachada de alvenaria de cara pra rua, fundo de madeira.

Notam numa imagem o que um dia foi um casarão luxuoso a beira do rio, na época de pujança de empregos.

Hoje está num estado lastimável, e isso reflete o processo que a cidade vem passando como um todo.

……….

Resultado: Mafra suplantou Rio Negro, e hoje é o polo econômico maior da Cidade-Gêmea.

Mafra começou como subúrbio de Rio Negro, repito. Mas o tempo passa, o mundo gira, e a polaridade se inverteu. Hoje Mafra é o centro, Rio Negro um subúrbio.

mafra5

Periferia de Mafra: casa é quase uma  chácara, enorme quintal com riacho. Parece zona rural, mas estamos dentro da cidade, perto da linha do trem.

Mudança refletida nos números do censo. A cidade, como um todo, tem 80 mil habitantes.

Desses, 50 mil estão em Mafra, bem mais da metade portanto. 30 mil em Rio Negro, pouco mais de um terço do total.

Tanto que o DDD de “Rio Mafra”, ou seja, tanto de Mafra quanto de Rio Negro, é 47. Que é o DDD do Norte Catarinense. O Sul do Paraná tem DDD 42.

Em outras palavras, em termos de logística de telecomunicações, Rio Negro pertence a Santa Catarina.

Isso refletindo a maior importância que Mafra tem hoje no aglomerado urbano bi-estadual.

trem mafra

Trem em Mafra: o setor ferroviário (antiga RFFSA, hoje privatizada) tem enorme importância na economia local. Um dos times da cidade (extinto) chamava-se ‘Ferroviário’.

Entretanto há um contra-ponto. Na outra cidade-gêmea é o inverso.

União da Vitória é maior e mais importante que Porto União, por isso o DDD de ambas é 42, mesmo em território catarinense.

Numa cidade-gêmea a cabeça é no Paraná. Na outra, é em Santa Catarina.

Tudo somado, passado a régua, ficamos no empate.

1 x 1, como Djavan queria. Deus é Justo, e todo mundo sai satisfeito.

………….colonizacao alema - rio negro

Comentemos as fotos, aí vamos falando mais um pouco do rolê que eu dei na cidade bi-estadual de Rio-Mafra.

vila ivete em mafra

Vila Ivete, subúrbio de Mafra: esse sim é um bairro distante do Centro, e bem pobre. Ruas de terra, predomínio de classe D e E.

A direita: “Casa dos cuques”, eis – em alemão – o nome da panificadora. Pra quem não é do Sul do Brasil, explicamos:

Trata-se de um bolo em que há cobertura com farofa doce, com banana ou outras frutas. Receita do Centro-Leste da Europa (Alemanha, Polônia, aqueles lados).

Há importantíssima presença germânica em Rio-Mafra, refletido também na disposição horizontal das toras de madeira.

No Centro/Norte/Leste da Europa (Alemanha, Inglaterra, e todas as nações eslavas) no século 19 predominava essa configuração. E por isso ainda hoje ela predomina no Caribe, América do Norte – e também no Amapá, aqui no Brasil.

baixada do rio negro

Periferia de Rio Negro: casas de madeira predominam. Pela influência germânica, algumas estão na horizontal.

Por outro lado, onde as casas de madeira são infinitamente comuns, mas quase sempre na disposição vertical:

– No Sul do Brasil;

– Na Amazônia (exceto Amapá);

– No estado das Missões e na Terra do Fogo na Argentina (e somente nesses estados que ficam em pontas opostas da nação, no resto do país não há casas de madeira);

– e por todo o Chile.

Já fiz uma radiografia completa do tema em outra mensagem.

baixada do rio negro2

No mesmo bairro de periferia em Rio Negro, na baixada do rio: o padrão vertical é majoritário.

Na divisa entre o Paraná e Santa Catarina (Rio Negro/Mafra e também União da Vitória/Porto União) é comum achar casas com a madeira na horizontal.

Ocorre pela forte influência alemã, claro. Veja como eu retratei essa situação.

Não são maioria, o modal vertical predomina, como predomina na América do Sul. Mas, ainda que minoria, são comuns as residências na horizontal.

No resto do Brasil não é assim. Aqui em Curitiba, por exemplo, que também é bastante europeizada incluso com muitos alemães, praticamente todas as casas de madeira, e são muitas, estão na vertical.periferia de rio negro - br

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Vejamos mais da periferia da região. A foto ao lado foi feita num bairro pobre e bem distante do Centro de Rio Negro, do outro lado da BR-116,

Indo de Curitiba pra Santa Catarina, o núcleo principal de “Rio-Mafra” está a direita da rodovia.

periferia de mafra2Só que há alguns bairros periféricos na outra margem da estrada. Em Mafra, é o Jardim América.

Aqui em estava em Rio Negro, perto do lugar em que cliquei a fábrica de cigarros. Não sei o nome da vila.

……baixada do rio negro1

A esquerda, a periferia de Mafra: bairro pobre próximo ao Centro.

A direita mostramos de novo o mesmo bairro logo ao lado do Centro de Rio Negro, na baixada do Rio, já visto em fotos acima.

Alaga bastante ali, desde sempre. Visitamos um museu na cidade, e vimos fotos de uma enchente severa que ocorreu em 1911.

mafra4A questão é crônica, como notam. Esse bairro que abriga essa moradia amarela.

Onde também foi clicada a casa de madeira com as toras na horizontal mostrada acima, é o que mais sofre.

As próximas 3 imagens foram clicadas em Mafra. Muda o estado, mas a cidade é a mesma.periferia de mafra

Esse sobradinho branco de madeira (esq.) num bairro de classe média, na mesma avenida pouco pra frente da Câmara Municipal, postada mais pro alto da página.

As outras duas em bairros humildes mas relativamente próximos ao Centro.

periferia de mafra1Notam o que lhes falei, há presença de casas com as toras na horizontal, mas o modal vertical predomina.

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Em Mafra, assim como em todo Norte de Santa Catarina, o respeito a faixa de pedestres é absoluto. faixa de pedestres - mafra

Absoluto mesmo: você pisa na faixa, todos os carros param pra você atravessar.

Veja ao lado, a moça não precisa se afobar. Os motoristas, educadamente, esperarão que ela chegue com segurança na calçada pra só depois acelerar.

Aqui e a dir.: Santa Clara quando era independente e tinha pintura própria. Vinha escrito ‘Cidade de Mafra’, ou ‘Cidade de Rio Negro’, ou mesmo ‘Cidade de Rio-Mafra’.

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Em Rio-Mafra há ônibus urbano inter-estadual. É uma mesma cidade que se espalha por dois estados.

Assim é preciso conectar as diversas vilas com linhas de ônibus.

Vários dos itinerários cruzam a ponte. Por isso vemos na tomada ao lado o selo da ANTT em ônibus ‘circulares’, ou seja urbanos.

Em Brasília-DF e Teresina-PI ocorre o mesmo, linhas dentro da mesma cidade mas que são inter-estaduais (pois suas regiões metropolitanas transbordam pra Goiás e Maranhão, respectivamente).

Haviam busões brancos e cinzas.

Voltando a Rio-Mafra, antigamente seu transporte era operado pela Viação Santa Clara, que era dali mesmo.

Ao lado e acima relembramos esse tempo. Os busões eram unicolores em 2 tons, branco ou cinza.

Porém, um conglomerado daqui da Grande Curitiba comprou a empresa – mais precisamente a Viação Piedade, do grupo Campo Largo/Tamandaré.

Por isso agora os ônibus de rio-mafrenses têm a mesma pintura de Curitiba e R.M. – inteira amarela, esquerda, ou no mesmo tom mas com uma faixa ondulada cinza, logo a seguir.

onibus

Voltando as tomadas de minha autoria, março de 2015. Em Rio-Mafra agora os busões são iguais aos de Curitiba. Seja nessa pintura unicolor amarela – usada no municipal curitibano e na época também no metropolitano – ou xerocada do municipal de Campo Largo, como vemos a direita.

(Nota: escrevi esse texto em 2015, quando boa parte das linhas inter-municipais usava a mesma pintura do municipal curitibano;

Posteriormente a frota metropolitana abandonou essa cópia e adotou o tom unicolor bege em todas as linhas, independente delas serem integradas em terminais da capital ou não.)

No entanto, em 2015 essa era – também – a pintura metropolitana de Curitiba.

A viação que circula agora em Rio-Mafra continua se chamando ‘Santa Clara’. Mas agora é só um nome-fantasia, o dono é a Piedade de Campo Largo.

Por isso os busões rio-mafrenses são inteiro amarelos. Ou então iguais aos municipais de Campo Largo, município da Zona Oeste da Grande Curitiba (amarela com uma faixa ondulante em cinza e branco, direita).

Pois os veículos chegam zero km pra rodar aqui. Após alguns anos são repassados pra lá.

Mais um exemplo dos “Busões Curitibanos Brasil Afora”, e como vão com a pintura original, de “Tabela Trocada”.

Nesse caso específico de Rio-Mafra nem sequer foram re-emplacados:

Operam na Divisa PR/SC ainda ostentando o nome “PR-Campo Largo” no licenciamento.

mafra6Aliás, esse mesmo grupo comprou também a viação que opera o transporte urbano em União da Vitória/Porto União, a outra “Cidade-Gêmea” PR/SC.

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Nem todas as casas de madeira são humildes e na periferia. Veja esse casarão, um sobrado inclusive.

De altíssimo padrão quando foi construído, no começo do século 20. cohab em mafra

Como fica claro pelo tamanho do terreno, quase uma propriedade rural dentro da cidade.

Poucas quadras adiante vi outra casa exatamente com o mesmo estilo arquitetônico, apenas de dimensões um pouco menores.

O que mostra que o bairro era de classe social elevada um século atrás.

mafra8

Mafra: muitas ruas de paralelepípedo, herança alemã.

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 Acima a direita Cohab na Vila Ivete, subúrbio de Mafra. Trata-se dos primeiros prédios de toda periferia de Rio-Mafra.

Ainda em obras: os blocos da frente já entregues e habitados, mas veja que no fundo os blocos ainda estão subindo.

Marco de uma mudança: como todos sabem, no Brasil as cidades pequenas só têm prédios no Centro (e olhe lá, as vezes nem isso), os bairros são formados só por casas.

Segura essa: no Centro de Curitiba há um mapa em que o Paraná faz divisa com o Rio Gde. do Sul, engolfando o Oeste de SC. Trata-se de propaganda de guerra, na época do conflito do Contestado.

Quando começam a surgir edifícios baixos nos bairros afastados, ainda que sem elevador como é o caso aqui, é porque de pequena a cidade está adentrando num padrão médio.

Presenciei e fotografei a exata mesma cena em Guarapuava-PR, 2011.

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A cidade de Rio Negro (que então incluía o que hoje é Mafra) começou na segunda metade do século 19 as margens do Rio Negro, que então era navegável – e muito navegado.

Assim, a urbe se aglutinou ao redor do porto. Logo, o Centro original, o começa da cidade, é na baixada as margens do curso d’água.

Mas o tempo passou e a burguesia vem se fixando mais no alto das ladeiras que começam no Centro mas vão se afastando dele.

Em Mafra se diz que “há dois Centros, o Centro 1, na Baixada do rio, onde fica o aparato político (prefeitura, etc), e o Centro 2, que é no bairro Alto de Mafra”.

Como o nome indica, o Alto de Mafra fica num planalto, já um pouco afastado do Centrão.

cidade alta - rio negro

Aqui e ao lado: ‘Cidade Alta’ de Rio Negro. Essa rua desce em direção ao Centro, na margem do Rio, de onde a burguesia se afastou.

Ali é que estão os prédios altos, que portanto concentram a burguesia da cidade, consequentemente prali migrou o comércio mais sofisticado.

Sabem como é o processo, nas cidades maiores essa estratificação, com o consequente esvaziamento da Zona Central, está ainda mais pronunciado.

Na margem oposta, em Rio Negro, ocorre o mesmo.

Quem pôde subiu a ladeira pra se afastar da Baixada, pois o Centrão já teve dias beeeeem melhores.

cidade alta - rio negro1

Rio Negro: os prédios altos ao fundo estão no ‘Alto de Mafra’, a parte elitizada na outra margem.

Porém como Rio Negro no geral está menos próspera que Mafra, tem menos burguesia, portanto tem bem menos edifícios altos, com elevador.

O bairro mais rico de “Rio-Mafra” (que inclui todo o aglomerado, tanto em território catarinense quanto paranaense) hoje certamente é o Alto de Mafra.

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Na tomada a direita vemos dois bairros de classe média de Mafra.

A cidade tem relevo muito acidentado, como é o padrão em Santa Catarina (capital e interior) e boa parte do Sudeste (Rio, Minas e Esp. Santo). É sobe-desce o tempo todo. mafra2

Estamos num planalto. Vê que a rua começa a descer. Portanto virá uma baixada, e mais a frente outro planalto.

Ali, os prédios que vemos ao fundo, é novamente o Alto de Mafra.

………..

Percorri esse trajeto descrito acima, não exatamente pela rua fotografada, mas por uma de suas paralelas, logo adiante. Na baixada eu flagrei um Carolina. (Risos…)

Carolina na ativa. Mafra-SC, 2015. A vida continua. Sempre continua…

Rio-Mafra é uma cidade de colonização alemã, e os teutônicos muitas vezes invertem o gênero gramatical das palavras quando começam a aprender o português.

Pois a língua deles têm estrutura gramatical bem distinta nesse quesito. Notória é a caricatura do alemão falando “minha carro, meu casa”, etc.

Acontece que quando eu disse que achei “um Carolina” não estou fazendo homenagem aos teuto-fônicos, só porque visitei uma terra em que eles são comuns.

O que eu vi, e cliquei, nas ruas de Mafra não foi uma garota. Mas sim um micro-ônibus velho, fabricado nos anos 80, ainda na ativa com mais de 3 décadas de uso, agora no modal escolar.

1-cidade ao fundo

Flores de Rio-Mafra logo abaixo. Detalhe é a placa antiga da Antarctica, com os pinguins.

………..

Pra encerrarmos, mais cenas de Mafra. A primeira é similar o que está descrito mais pro alto na matéria:

Na tomada abaixo estou num planalto, a frente uma baixada, e ao fundo outro planalto onde está o Alto de Mafra.

Note, nessa cena e logo a seguir mais uma vez a rua de paralelepípedos.

O ponto negativo é o esgoto correndo a céu aberto, como se percebe a direita abaixo, e isso  que é uma região de classe média, ao lado de um grande hospital.

mafra1Já o destaque positivo da cidade é que quase não há lixo nas ruas, mesmo em seus bairros mais humildes.

E tampouco vimos no Centrão concentrações de sem-tetos/viciados em drogas e álcool, tão comuns nas metrópoles.

O que não quer dizer que não haja gente morando nas ruas em Rio-Mafra. mafra3

Uma agência doe um dos maiores bancos privados do Brasil em Rio Negro fechou.

A escadaria do edifício, agora vago, virou dormitório de sem-tetos.

Como se nota pelas garrafas de pinga vazias espalhadas, e muita sujeira no local.

mafra7Portanto existem mendigos em Rio-Mafra. Apenas não são tantos assim, logo não são tão facilmente perceptíveis.

E por fim, na última tomada, estou chegando ao bairro Alto de Mafra.

Por isso a concentração de edifícios altos de classe média.

DE BRINDE: AS FLORES DE RIO-MAFRA –

A imagem ao lado é de junho de 2015. Vimos logo no começo da matéria o amanhecer desse dia, que já começou nublado.

Choveu bastante por muitas horas, que deu esse efeito na flor, cheia de pingos.

Ao fundo uma laranjeira carregada de frutos, vai sair uma laranjada bem gostosa.

Essa foto foi feita em Mafra-SC. Abaixo mais flores de Rio-Mafra, tomadas captadas 23 de março de 2013, dos 2 lados da divisa, tanto no Paraná quanto em Santa Catarina.

Que Deus Ilumine a todos.

“Deus proverá”

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