Pedreira, Ópera e o Belém: Abranches e São Lourenço, Zona Norte

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Próximas 2: Abranches, o bairro da Ópera de Arame (e da Pedreira Paulo Leminski). Com a faixa do salto-alto” a direita da passarela.

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 17 de novembro de 2016

Mais uma volta pela Zona Norte de Curitiba. Dessa vez agraciamos o bairro do Abranches.

Onde vivem 13 mil curitibanos, sendo o 7º bairro mais povoado da Z/N.

É sabido que ‘Curitiba Cresce pro Sul’ (quero dizer com isso que a Zona Norte é a menos habitada).

(Então se o Abranches é somente o sétimo da Z/N, é um bairro não tão populoso). Seja como for, deixa eu retomar meu relato.

Fui, melhor dizendo, a uma pequena parte do Abranches, porque esse é um bairro muito comprido:

Vai da Pedreira Paulo Leminski e Ópera de Arame (perto do Parque São Lourenço) até o Contorno Norte, na divisa com Almirante Tamandaré.

pedreira

Portão da Pedreira, logo ao lado.

A região que eu visitei e fotografei é exatamente a da Pedreira e Ópera, na rua que divide o Abranches do Pilarzinho.

E pra fechar entrei no Parque São Lourenço, que já fica no bairro de mesmo nome.

Ali fotografei mais um pouco do Belém, o lago do parque e a o Rio logo após deixá-lo.

……

Veja o mapa ao lado: o Abranches é uma ‘tripa’ cortando a Z/N da cidade.

Assim, ele é um bairro que tem muitos ‘ecossistemas’ distintos entre si.

– A parte que eu visitei, subindo a Rua João Gava (essa é a que divide o Abranches do Pilarzinho) antigamente era mista.

Agora se aburguesa rapidamente (como ocorre em diversos outros bairros da cidade):casas-antigas

Uma boa parte era de classe média-baixa, com muitas casas de madeira pois é Sul do Brasil (dir).

Lado-a-lado já haviam residências de alto padrão (esq.), de gente rica mesmo, com terrenos enormes.

alto-padrao-antiga1Ainda assim haviam – e ainda há – muitos terrenos ainda vagos, abaixo um deles.

Por isso o bairro agora (texto de 2016) vem tendo muitas construções novas.

De forma que vem surgindo muitos condomínios fechados.bosque

Cujo valor das residências é elevado mas quase não há quintal.

Natural, pois em um lote ergueram-se várias unidades.

A esquerda abaixo vemos a entrada de um deles, vizinho ao bosque.

condominioAntes o bosque (acima) era bem maior.

Desmataram uma parte dele pra se construir esse empreendimento. É o “progresso”.

Então amigos resumindo nessa parte do Abranches atrás da Pedreira tudo convive:

casa-antiga-madeira

Casas antigas de madeira.

Casas simples antigas, mansões que também estão há um bom tempo ali, e agora surge uma multidão de condomínios de sobrados geminados.

Já retratei esse processo de aburguesamento (sempre através desses sobrados) de áreas que antes eram mais periféricas em diversas partes da cidade:

Boa Vista, Ahú, Bom Retiro e Cachoeira (Zona Norte), Uberaba (Zona Leste), Xaxim (Zona Sul), Campo Comprido (Zona Oeste), pra citar alguns.

alto-padrao-antiga

Ao lado outras com enorme quintal.

Até aqui falei apenas de uma parte do Abranches, aquela que fica atrás da Pedreira e Ópera;

Vejamos como são as outras partes do bairro, que eu não visitei nessa ocasião:

Atrás do Parque São Lourenço há uma região majoritariamente de classe média-alta, com caros sobrados triplex. Essa parte já está totalmente aburguesada;

– O ‘coração’ do Abranches, seu miolo central, é sua parte mais populosa:

garag viação sul frota eletrônico artic buso ctba bege z/n caio milênio letreiro menor ex-bh belo horizonte lateral motor atrás traseiro ex-bh belo horizonte favela santa terezinha morro abranches z/n madeira encosta casa sem acabamento pintura tijolo duplex vários

Garagem da Viação do Sul (fonte da foto:  Ônibus Brasil). Atrás o morro Stª Terezinha.

A Vila Diana e imediações, a região que antigamente era o ponto final do ônibus Rocio (atualmente ampliado pra S. Cândida/S. Felicidade).

Ali ainda é majoritariamente um subúrbio proletário, de classe média-baixa, sem pobreza extrema mas sem alta burguesia tampouco;

E no extremo norte, na divisa com Tamandaré, existem algumas favelas, incluso em encostas.

Aí sim é uma porção majoritariamente de periferia, embora também estejam começando a surgir condomínios fechados de classe alta.

ctba z/n divisa abranches cachoeira periferia quebrada eternit madeira casas sem acabamento pintura tijoloA maior e mais famosa das favelas do Abranches é o Morro Santa Teresinha, que fica atrás da garagem da Viação do Sul.

A direita vemos a garagem. Essa é a única imagem de toda matéria puxada da rede, crédito mantido como visto acima.

Em primeiro plano uma frota de articulados que veio usada, começaram sua vida útil em Belo Horizonte-MG.

A Linha Turismo passa pelo Abranches.

E ao fundo (ainda falamos da imagem em que aparecem os ônibus) vemos Santa Terezinha.

Curitiba também tem morro, eu já disse isso. Essa matéria aliás se refere ao bairro da Cachoeira, vizinho do Abranches.

Alias acima vemos exatamente a divisa Abranches x Cachoeira (pouco atrás do Parque da Nascente do Belém):

Eu estou na Cachoeira, e o telhado da casa em primeiro plano (no canto inferior esquerdo da imagem) também; mas aquela vila ao fundo está no Abranches.

terreno-enorme

Casas antigas, enorme lote no Abranches.

Porém num ponto muito longe do Parque São Lourenço, essa foto específica foi batida em janeiro de 16, as demais em novembro do mesmo ano.

Enfatizo: dessa vez (novembro) eu não passei nem perto da Cachoeira, e sim do Pilarzinho e São Lourenço.

E é esse roteiro que vamos continuar descrevendo a partir de agora.

A Rua João Gava, como já dito, divide o Pilarzinho do Abranches (veja abaixo as placas, a moderna em azul que traz o bairro, e as antigas verdes, dos anos 70).

É nela que ficam a Pedreira e a Ópera.

placa-novaPorém ambas estão localizadas na margem do Abranches.

E não na do Pilarzinho (bairro que eu também já produzi uma matéria) como muitos pensam erroneamente.

Veja o mapa a direita, que está em maior escala que o que abre a matéria:placa-velha

Em vermelho o Abranches. Em seu território estão esses 2 pontos turísticos de Curitiba acima mencionados.

Alguns até falam “na Pedreira do Pilarzinho”. Está errado, é na “Pedreira do Abranches”.

(Assim como o antigo “Presídio do Ahú” fica na verdade no Cabral.)

pilarzinho-datadaDescendo a João Gava (sentido bairro-Centro) temos a direita o Pilarzinho.

Do outro lado da rua  Pedreira e depois a Ópera.

Essa foto ao lado foi feita no Pilarzinho, quase em frente a Pedreira.

Note os sobrados de padrão melhor.

Repare também que a imagem está datada:

Comprovando que estive lá no dia 5 de novembro de 2016.

Em 17 de novembro (dia que a matéria subiu pro ar), o grupo de roque ianque Guns n’Roses tocou em Curitiba.

Exatamente nessa Pedreira, 12 dias depois portanto.

Fotografei a capa desse sítio de notícias., reproduzida acima.

O que nos importa aqui é: 12 dias antes do espetáculo, os roqueiros já estavam acampados nos portões da Pedreira, esperando por sua abertura.

Comprovando que as barracas já estão no local da apresentação, quase duas semanas antes. Isso que é dedicação, concordam?

………..

antiga-pedreira-operaAgora a Ópera de Arame, que foi inaugurada em 1992.

Vemos ao lado a montanha de pedra parcialmente dinamitada.

Pois como o nome indica o local é uma antiga pedreira de extração mineral. A Pedreira é na divisa com o Pilarzinho.

Outros 2 parques do Pilarzinho, próximos dali, também foram feitos em antigas pedreiras:

rua-da-pedreira-pilarzinho

O lado do Pilarzinho da Rua João Gava, a rua da Pedreira: casas mais humildes ao lado de outras de melhor padrão.

O Parque Tanguá e a Uni-Livre. E portanto também têm  esses paredões que acabam em lagoas.

……..

O lago já está do lado da Ópera de Arame. 

Volte ao topo da página, e reveja a primeira imagem da matéria, exatamente a Ópera.

Eu disse lá que construíram a “faixa do salto-alto” a direita. É o seguinte:

Pra chegar a Ópera de Arame é preciso passar por sobre a água.

DESCENDO DO SALTO” Esse desenho da Ópera foi publicado em 14 de abril de 2018.

Pra isso fizeram uma passarela, que é de arame como o teatro em si.

Portanto a passarela é vazada. Deve ter sido projetada por alguém do sexo masculino.

Digo isso pelo seguinte: como a passarela era vazada, não dava pra passar de salto-alto sobre ela.

Gerava uma cena hilária, as madames chegavam toda chiques em seus vestidos sociais.

Só que aí precisavam tirar os sapatos pra poder chegar ao teatro, cruzando a passarela descalças.

“Antes/Depois”: agora dá pra ir de salto na Ópera, antes era inviável. A ‘Salto-Faixa’ resolveu a situação..

Literalmente, tinham que descer do salto….rs. Veja acima, desenhei uma mulher na Ópera, justamente situação que descrevi.

Pra corrigir isso, chapearam a faixa da direita.

Agora sim, as elegantes curitibanas podem ir Ópera de traje de gala, sem passar o vexame de chegarem de pés no chão, desnudos.

abranchesÉ a “salto-faixa”. Ainda bem que antes tarde que nunca alguém considerou as necessidades do sexo feminino, não?

……..

Mais algumas cenas do Abranches:

rua-de-terraA direita os sobrados de alto padrão que ali pipocam.

Ao lado observamos que ainda há umas pouquíssimas ruas de terra, o que já é raríssimo em todo o município de Curitiba.

6 da Rua João Gava, as 4 primeiras (incluindo o bosque) ficam no Pilarzinho e nas outras 2 a face do Abranches:

parque-sao-lourenco1Sim, você viu certo: a chaminé ao fundo já está no Parque São Lourenço.

Daqui pra frente todas as fotos são nele, ou em seu entorno.

Ao lado a mesma chaminé vista de dentro do parque.

Dá uma calma muito grande o verde do lugar. lago

Eu me sentei pra descansar um pouco sob uma frondosa árvore as margens do lago, e ali terminei um livro.

O Parque São Lourenço foi construído onde era antes uma indústria química, uma fábrica de cola se não me engano.

pq-s-lourencoAtualmente no local há esse teatro retratado a esquerda.

O lago é formado pelo represamento do Rio Belém.

Na tomada a direita vemos exatamente o tótem e a barragem.

A partir dali o curso d’água volta a correr livre em direção ao Centro da cidade. totem1

Saindo seguindo rio abaixo passamos o portão e chegamos a rua.

Onde há o outro tótem, dessa vez o do Parque mesmo (abaixo).

E na última imagem vemos o Belém logo após deixar o São Lourenço, rumando ao Centro e dali as Zonas Sul e Leste.

………..

Pra fecharmos a reportagem com chave de ouro:

totemA Grande Assunção também tem seu Parque São Lourenço, sabia?

No subúrbio metropolitano de mesmo nome.

Que fica na Zona Leste da capital paraguaia.

Também tem um lago, é igualmente um local muito lindo.

Que a Vida já me deu oportunidade de visitar e fotografar.

Que Deus Ilumine a todos os seus Filhos.    

Deus proverá   

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