Bagé (quase) não tem casa de madeira, as Missões têm: a 4ª Dimensão “transborda” a 3ª

Bagé-Brasil1

Bagé-RS: Única cidade do Sul do Brasil que (quase) não tem casas de madeira.

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado em 30 de dezembro de 2014

Nota: por ‘3ª Dimensão’ eu me refiro a dimensão material.

Já a chamada ‘4ª Dimensão’ é o Plano Mental da Humanidade.

O Inconsciente Coletivo da psicologia, onde as ideias ficam estocadas aguardando a hora de se materializarem.

Bagé.

Isto esclarecido será fácil entender o que quis dizer por ‘transbordamento’.

É simples: todo o Sul do Brasil (e também o Norte) tem muitas casas de madeira na periferia. 

Veja algumas fotos de Guarapuava, Sul do Paraná, e também Sul do Brasil.

No Chile igualmente.

Porto Iguaçu, Missões: a Argentina só tem casas de madeira em suas pontas.

Entretanto, a Argentina e seus vizinhos menores que são muito influenciados por ela, o Paraguai e o Uruguai, por outro lado quase não têm casas de madeira. 

A periferia típica deles, e também do Nordeste Brasileiro, são moradias pequenas muito humildes, e frequentemente sem quintal, com saída direto pra rua.

Mas sempre de alvenaria, esse é o ponto.

Pois bem. Há uma exceção pra cada lado: o estado argentino das Missões tem muitas casas de madeira.

continente

América: onde tem e onde não tem casa de madeira. Clique sobre o mapa pra ler os detalhes. Ao lado em escala maior.

É um pedaço do Brasil dentro da Argentina, Energeticamente falando.

Porém: a cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, quase não tem residências em madeira.

É, vice-versa, um pedaço da Argentina dentro do Brasil.

Entenda que atenho a dimensão específica de como as residências são construídas.

Não estou analisando outros rasgos de comportamento (como preferências políticas, culinária, etc) de cada um desses povos, até porque nem tenho elementos pra isso.

………

Assim, fechando bem o foco só pra esse aspecto da cultura, podemos afirmar sem medo quer há um “transbordamento”:

Na 4ª Dimensão, no Plano das cone sulIdeias, no Arquétipo, o Brasil tem casas de madeira, a Argentina não tem.

E no geral é assim mesmo quando a coisa se manifesta na 3ª.

……..

Bagé: casas sempre em alvenaria.

Mas há uma exceção pra cada lado, cada faixa de Frequência no Arquétipo ‘invadiu’ o território da outra na matéria.

É como se as dimensões não tivessem sido bem ‘coladas’, entende?

Fiz essa descoberta muito interessante via ‘Google’ Mapas nos últimos dias de 2014.

Favela na Grande Buenos Aires: a Argentina não tem casa de madeira, exceto nas Missões e Terra do Fogo.

Vamos ver tudo isso na prática. Observemos a periferia dessas cidades:

Os arrebaldes de Bagé, em seus bairros mais miseráveis, como observam:

Ruas de terra, esgoto a céu aberto, casas minúsculas sem muros e sem revestimento.

Grande Buenos Aires: a situação as vezes é difícil nos subúrbios. Mas moradias sempre em alvenaria. Sempre, sem exceção.

E sempre em alvenaria. Digo, há algumas moradias em madeira esparsas.

Não teria como a manifestação ser inexistente. Mas são raríssimas.

Bagé é a ‘ovelha negra’. O resto do Rio Grande do Sul segue o mesmo padrão do Sul (e Norte) do Brasil.

A capital Porto Alegre e Caxias do Sul, Erechim, Passo Fundo e Santa Maria, algumas das principais cidades do interior:

Todas elas têm residências de madeira em profusão em seus subúrbios.

O mesmo vale pra Uruguaiana, que fica já na divisa com a Argentina, basta cruzar o rio, e não muito longe do Uruguai como o nome indica

Mas nessa dimensão, e em muitas outras, é uma cidade totalmente brasileira, sul-brasileira.

Favela em Córdoba, interior da Argentina (veja o carroceiro): as casas são todas de cimento. Todas elas, enfatizo de novo.

Fotografei todas pela tela do computador. 

Em cada tomada aparece duas ou mais casas de madeira vizinhas, o que evidencia o quanto elas são comuns nos bairros mais humildes.

As vezes eu repito a imagem em escala maior por motivos de clareza, o ‘Google’ fez alterações no programa que vieram pra pior.

Seja como for, você dificilmente conseguirá achar duas casas de madeira vizinhas em Bagé, porque uma já não é tão fácil de ver. A única cidade de todo Sul Brasileiro que isso ocorre.

Outro subúrbio pobre de Córdoba: rua de terra, casa bem simples, sem muro nem acabamento. Mas sempre construída em alvenaria.

E você definitivamente não conseguirá achar duas casas de madeira juntas em Buenos Aires, Córdoba ou Mendonça.

Se achar uma já será um grande feito.

Porém com o avanço das filmagens do ‘Google’ pudemos estudar melhor.

E aí localizei o mesmo fenômeno na outra ponta do país. Aí o jeito foi fazer mais uma

ATUALIZAÇÃO: A TERRA DO FOGO TAMBÉM TEM CASA DE MADEIRA

Na cidade de Ushuaia, capital do estado (província) argentino de Terra do Fogo, também há casas de madeira. Aos montes.

São tantas que vi um bairro de madeira, como mostrado a esquerda.

Pra quem não sabe, Ushuaia é conhecida como ‘a Cidade mais Austral do Mundo’. Ela já é quase no Polo Sul, pois está muito próxima do Estreito de Magalhães, que divide a América da Antártica.

E ali, repito, há aos montes residências em matéria-prima vegetal. De todos os padrões, tanto miseráveis quanto classes média e média-alta.

Então, meus amigos e amigas, vamos colocar da seguinte forma:

Em seu centro geográfico, político, econômico e cultural – o eixo Buenos Aires-Rosário-Córdoba-Mendonça a Argentina não tem casas de madeira.

Talvez você ache uma ou outra, mas é raríssimo, praticamente inexistente.

Agora, nas extremidades da nação elas existem. Nas pontas nordeste (Missões) e sul (Terra do Fogo) intensamente, e em menor medida na ponta norte (Tucumã e região). 

Grande Montevidéu: sim, o Uruguai tem casa de madeira. Mas são muito raras. A periferia típica do país é assim, em tijolo, seguindo o modelo de Buenos Aires.

Resumindo: no Centro do país não, mas na periferia sim.

Oras, então vejam bem: 

No centro econômico, político e cultural do Brasil (o triângulo Rio-SP-BH no Sudeste e mais Brasília-DF) igualmente não há casa de madeira. Em uma de suas pontas (o Nordeste) também não.

No entanto, em duas de suas pontas, as Regiões Sul e Norte, as casas de madeira são incrivelmente abundantes.

Campos do Jordão.

No Centro não, mas nos extremos do país sim. Portanto em última análise Brasil e Argentina meio que coincidem nessa manifestação, não é mesmo?

A diferença é que o Brasil é indescritivelmente maior que a Argentina, em área, população, economia e importância política no mundo.

Então as nossas pontas Norte e Sul, onde há casas de madeira, são muito maiores que as pontas da Argentina, onde esse fenômeno também existe.

Grande Cuiabá, Mato Grosso.

Mudada a escala, estamos lidando com a mesma Lei.

…….

Retornando ao texto original, de volta a Pátria Amada. 

Porto Alegre eu já fui diversas vezes, então eu vi essa manifestação pessoalmente, em campo.

Quanto ao interior gaúcho busquei a ajuda do ‘Google’ Mapas.

Bagé-Brasil2

Em Bagé, no Brasil, é assim também: mesmo a extrema periferia é sempre na alvenaria.

Que as Missões, inversamente, é o único estado argentino que tem casas de madeira eu sei desde 2006.

E sem precisar de internet, quando dei uma volta por Porto Iguaçu, a única cidade argentina que conheço ‘in loco’ (atualização: foi assim até março de 2017. Nesse mês fiz uma viagem até Buenos Aires, Córdoba e Mendonça. Aí comprovei também ‘in loco’, essas 3 metrópoles não têm mesmo casa de madeira).

Isso antes do ‘Google’ Mapas existir mesmo nos EUA (as filmagens começaram lá em 2007), e muito, mas muito antes dos países em questão serem agraciados:

O Brasil só foi filmado em 2010, a Argentina em 2013.

Veja abaixo (essa descrição corresponde as fotos enfileiradas na horizontal. As que estão nos lados têm suas próprias legendas):

Bagé-Brasil: valeta aberta, casa mais humilde impossível. Mas construída em concreto.

É só Bagé que não tem casas de madeira. Todas as outras cidades gaúchas têm aos  montes – é o Sul do Brasil, afinal.

Sem precisar andar muito achei sempre 2 ou mais casas de madeira vizinhas, isso se repete em todos os bairros da periferia.

Tanto quanto no PR, SC, Amazônia (veja as fotos que tirei em Belém-PA) e interior do Chile (na capital Santiago existe mas menos).

Bagé-Brasil3

Bagé.

As duas primeiras na Grande Porto Alegre, no subúrbio metropolitano de Novo Hamburgo e depois numa das ilhas do município da capital mesmo.

3 e 4) Caxias do Sul, maior cidade do interior, na Serra próxima a capital e ao litoral.

A mesma cena em duas escalas. Logo 3 casas de madeira vizinhas, que é pra não deixar dúvidas.

5) Santa Maria, no Centro geográfico do estado. De novo: 3 moradias em madeira lado-a-lado. O Sul do Brasil é assim, amigos.

6) Passo Fundo, no Norte do RS.

Grande Buenos Aires: há bastante pobreza, mas não há madeira.

7 e 8) Em duas escalas, Erechim, também Norte, entre Passo Fundo e S. Catarina.

Note a rua pavimentada com pedras irregulares. Herança alemã.

É o padrão no Paraguai, capital e interior. No Brasil, presente no interior do Sul,

Em Curitiba, que é bem sulista e bem germânica no geral, isso não existe. Mas nos fundões do PR, SC e RS se acha. Veja mais um exemplo no interior gaúcho, dessa vez no litoral.

Córdoba, Argentina: sem muro, sem pintura. Mas de tijolo.

………..

Voltando ao foco que são as casas de madeira, fechamos com Uruguaiana, na ‘Fronteira Oeste’.

Do outro lado do Rio é Passo dos Livres, Argentina.

É uma cidade-gêmea, na verdade uma mesma urbe que se espalha por dois países.

Há linhas de ônibus urbanas, com 2 portas e catraca, a unir os dois países.

De novo a favela de Córdoba. O automóvel já bem rodado requer sua aposentadoria, mas não há recursos pra substituí-lo, então ele segue na ativa, queimando o asfalto.

Ou seja, Uruguaiana está umbilicalmente ligada a Argentina.

Não muda o fato que é uma cidade totalmente brasileira, sul-brasileira. E por isso tem construções em madeira.

Mesmo na fronteira com essa nação-irmã, prevalece nossa vibração, e não a deles.

É só Bagé que não possui casa de madeira, o resto o Sul do Brasil é forrado delas.

Clique sobre as fotos pra aumentá-las, o mesmo vale pra todas.

Outra de Córdoba, maior cidade do interior da Argentina. Rua de terra, sem muro. Mas a casa é de concreto, vocês já sabem que é sempre assim.

Pra fazer o contraste.

Abaixo mais fotos de Bagé. Fisicamente no Brasil, arquitetonicamente emprestou o estilo argentino:

Pobreza as vezes aguda. Mas sempre no tijolo.

Pra conversa começar, veja o Corcelzinho 1 com décadas de bons serviços prestados, também pedindo um merecido descanso. Mas por enquanto adiado, é a única locomoção da família.

Agora veja a exceção contrária, as Missões.

A periferia de Valparaíso, Chile, parece a do Sul do Brasil: morros e casas de madeira.

As Missões é aquela ‘pontinha’ da Argentina espremida entre o Brasil e o Paraguai.

Sua segunda maior cidade é exatamente Porto Iguaçu, ligada por ônibus urbanos e balsa a Foz do Iguaçu-Brasil e Cidade do Leste-Paraguai. Pois a 3 formam uma só cidade. Uma metrópole tri-nacional.

Já a capital estadual Pousadas, mais a oeste, igualmente é na fronteira, mas só com 1 país.

Também é uma cidade bi-nacional, sua irmã-gêmea do outro lado do rio é Encarnação, Paraguai.

Ambas essas cidades missioneiras tem inúmeras casas de madeira, como podem comprovar.

A periferia pousadense é bem diferente das demais cidades argentinas exatamente porque ali se emprega esse modal.

Pois no resto da nação ele é praticamente desconhecido, mesmo nas favelas.

A cidade do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste que mais tem casas de madeira é Campos do Jordão-SP. Esse modal é tão comum ali quanto no Sul e Norte do Brasil.

………..

Analisemos Buenos Aires e Córdoba. 

Observamos bem acima na página (busque pela legenda) um subúrbio bem depauperado da capital e da maior cidade do interior.

‘Montevidéu’ é apenas o nome da rua, não confunda, aqui estamos na Grande Buenos Aires, não no Uruguai.

Vitória é a capital que mais tem casa de madeira no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Repete-se ‘ipsis literis’ o que narrei acima de Bagé: vias sem asfalto, valetas a céu aberto, casas minúsculas sem muro e sem acabamento.

Onde aparece um carroceiro chegamos a uma das maiores favelas de todo o interior da Argentina, em Córdoba. Mas novamente sempre de tijolo e cimento, nunca madeira.

……..

Comento o mapa que fiz mostrando onde na América há casas de madeira, e onde não há.

– Sul e Norte do Brasil: amplamente presentes. Com a exceção de Bagé

Embora façamos a ressalva que esse modal vem diminuindo aqui também.

Santos.

Já falei sobre isso em textos que analiso tanto os bairros mais centrais quanto a periferia de Curitiba, como a cidade vem se tornando mais parecida com o Sudeste e seus sobrados artesanais.

Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste brasileiros: praticamente inexistentes.

Até os anos 70 a madeira era muito comum no Sudeste e Centro-Oeste. Veja essa matéria em que falo disso bem melhor, com fotos.

Campos do Jordão, SP. Amplie pra ver várias outras casas de madeira pela vizinhança.

poucas exceções (vou citar algumas que eu sei; se alguém conhecer mais informe que eu retifico):

Cuiabá-MT, Vitória-ES, Marília, Santos e principalmente Campos do Jordão (as 3 últimas no estado de SP, obviamente). 

Nas 4 primeiras se acham ainda casas de madeira, mas são poucas.

Nota: que há casas de madeira em Marília eu descobri depois, por isso não está nos mapas acima. Vide atualização mais pra baixo da página. Volta o texto original:

Valparaíso, Chile: a imagem fala tudo sobre como é a periferia dessa cidade, casas de madeira e também de latão empilhadas no morro. Essa tomada puxei da rede; veja matéria com dezenas de fotos feitas pessoalmente por mim em campo. Note o poste pintando com as cores do time de futebol, o Univ. do Chile.

Agora, em Campos do Jordão é tão comum quanto no Sul do Brasil.

Essa é a cidade mais alta de toda a pátria (1,6 mil metros acima do mar), e tem muito mais pobreza que aparenta aos turistas.

Nas encostas opostas da montanha, aquelas que você não vê quando anda pela avenida principal, há diversas favelas. Ali a madeira é aparece em bom número.

Argentina, Uruguai e Paraguai: raríssimas, com exceção das Missões e Terra do Fogo.

Em Assunção-Paraguai e também no Extremo Norte da Argentina (Tucumã, na divisa com Bolívia) há casas de madeira. No Uruguai, capital e interior, idem.

favela Morro São Gerônimo Centro Velho assunção rio paraguai marinha quartel general militar sede comando maior forças armadas

Casa de madeira no Centro de  Assunção, Paraguai.

Bem poucas, mas você encontra.

…………

Veja ao lado, essa foto e uma de Santos-SP são de minha autoria. Todas as demais eu puxei da internet.

Como o ‘Google’ ainda não filmou o Paraguai, o jeito foi ir lá em carne e osso. E eu fui.

Nessa pesquisa de campo ficou nítido: as casas de madeira são raras no Paraguai. Mas existem.

Fotografei uma delas na favela Morro São Gerônimo. Centro Velho de Assunção, logo atrás do Quartel-General da Marinha Paraguaia, a guarita amarela com teto verde (na República Dominicana registrei idêntica cena, uma favela atrás do QG Naval. Apenas lá não tinha casa de madeira).

Grande Montevidéu.

……..

Escrevi na postagem original: “Não posso dar mais detalhes do Uruguai porque nunca estive lá e o ‘Google’ ainda não o filmou.”

Atualização em dezembro de 15: ainda não fui ao Uruguai. Mas o ‘Visão de Rua’ do ‘Google’ Mapas sim. Então constato: o Uruguai tem casa de madeira. Bastante esparso, muito difícil de ver, mas você encontra.

Interior do Uruguai: logo 2 juntas.

Digamos assim, é no mesmo patamar de Assunção, ou se preferir exemplos brasileiros num nível similar a Vitória ou Cuiabá.

Há residências de matéria-prima vegetal, mas são raríssimas. É preciso caminhar bastante pra encontrar, mas uma hora você acha. Atualizei inclusive os mapas acima.

Digo isso porque em Buenos Aires não há mesmo esse modal. Não há. Em Montevideu e interior do Uruguai segue-se 95% o padrão argentino (exceto Missões), de alvenaria. Mas há um pouco de madeira isolada. Volta o texto original.

Vinha do Mar, Gde. Valparaíso, Chile.

Chile: predomínio absoluto da madeira nas quebradas, como no Norte e Sul Brasileiros,

Também é muito comum casas de zinco, No Brasil não há esse modal, mas na África do Sul igualmente aos montes.

Tudo isso  que falei do Chile (moradias em madeira e metal) no interior abundantemente, em Santiago existe mas bem menos.

Vitória, ES.

Porque a capital foi intensamente remodelada por Pinochet e seus sucessores.

E hoje é uma cidade inglesa urbanisticamente falando.

Sendo sua periferia composta quase que exclusivamente por conjuntos habitacionais de alvenaria. 

Em que as moradias são geminadas e idênticas.

Valparaíso: várias casas de madeira vizinhas, é o padrão do interior do Chile, tanto quanto no Sul do Brasil e Amazônia. Maioria na posição vertical, mas há horizontais também. Note a rua em concreto, típico do Chile e México.

Mas em algumas favelas da cidade, onde o rigor construtivo não teve chance de se enraizar, ainda se vê muita madeira.

Abra a matéria sobre Santiago, onde explico bem melhor com muitas fotos tiradas ‘in loco’.

Escrevi isso no fim de 2014, antes de ir fisicamente pro Chile, apenas estudando-o pelo que o ‘Google’ filmara.

Ao pisar lá, em março/abril de 2015, comprovei que é exatamente dessa forma mesmo.

– Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela e todo Istmo da América Central, México incluído:

Praticamente 100% das casas de alvenaria, com presenças pontuais da madeira nos pequenos países da América Central Continental.

No México e Colômbia estive pessoalmente e posso lhes assegurar que as casas de madeira ali são inexistentes.

O Peru já foi filmado pelo ‘Google’ e constatei que a situação se repete.

……….

Grande Vitória.

Atualização:

Andando melhor pelo ‘Google Mapas’, na Colômbia, México e Peru há algumas casas de madeira, porém sempre e somente nas favelas mais desgraçadas, e nas partes mais pobres da favela, as mais afastadas, recém-invadidas.

Porém é muito, mas muito pouco mesmo. Infinitamente menos que Uruguai e Paraguai, e nesses 2 já podemos dizer 95% é de alvenaria. Então fica a ressalva.

Terra do Fogo, Argentina.

Há, entre os mais miseráveis dos mais miseráveis, algumas raríssimas casas de madeira no México e Peru.

Mas é tão difícil de achar que o mapa e a análise que fiz permanecem válidos, no geral.

Agora quase toda América do Sul foi filmada.

Ainda não vi nenhuma casa de madeira na Bolívia e Equador. Nenhuma sequer.

Próximas 2: Marília-SP tem casa de madeira. Mais pra baixo atualização com outras fotos.

……….

Já na América Central é mais comum. Em todo o Caribe (América Central Insular) há muitas casas de madeira.

O que vi pessoalmente na República Dominicana e por fotos nas demais nações.

Assim, é claro que isso ‘transborda’ um pouco pro Panamá, Costa Rica, Honduras, etc.

E também um pouco pra Colômbia. No Centro da Colômbia, em todo o país exceto no litoral, não há casas de madeira. Mas vi agora pelo ‘Google Mapas’ que na costa caribenha existe.

Natural, não? Se esse modal é comum no Caribe, nada mais lógico que esteja presente também no Caribe Colombiano, mesmo que esse tenha uma boa parte continental e não seja de todo insular.

Santos.

Caribe e Guianas: firme presença da madeira.

América do Norte (EUA e Canadá): casas de madeira frequentes.

No passado eram mais, o Sul ianque era quase inteiro de madeira até depois da segunda guerra mundial, especialmente na área rural.

De lá pra cá a situação mudou muito e hoje a madeira embora ainda comum já não predomina em parte alguma do país.

Grande Macapá, Amapá: toras de madeira na posição horizontal.

Obviamente conheço a América do Norte bem menos que a do Sul, então a análise não será tão detalhada.

As casas de madeira existem nos EUA e Canadá, isso posso afirmar.

Mas não irei decupar por região, deixo isso pra quem tiver mais conhecimento que eu sobre essas nações.

……………

AMÉRICA DO SUL: NA VERTICAL; CENTRAL E DO NORTE: NA HORIZONTAL –

São Vicente, Grande Santos-SP.

Mais um detalhe:

No Brasil e Chile as toras são encaixadas alinhadas verticalmente. No Caribe, EUA e Canadá o inverso, horizontal.

Há algumas exceções:

Em Porto Rico (colônia ianque no Caribe, como todos sabem) é na vertical, já na América do Sul no estado do Amapá (veja fotos mais pra baixo), no Brasil, e nas Guianas, que lhe são vizinhas, predomina o modelo horizontal.

Temos novamente uma inversão de polaridade: Porto Rico, fisicamente no Caribe, pertence a América do Sul em termos de Energia, ao menos nessa dimensão.

Já o Amapá e as Guianas é o inverso, fisicamente no continente Sul-Americana, mas é como se fossem ilhas do Caribe.

Em Porto União-SC (cidade-gêmea com União da Vitória-PR) também vi muitas casas de madeira horizontais.

Não chega a ser maioria, o modelo vertical vence por pouco, mas há muitas horizontais também. Fiz um desenho retratando essa situação.

Atualização: no Chile se repete a situação de Porto União. Na periferia de Valparaíso a madeira predomina, em Santiago menos mas existe. Isso já disse antes.

A novidade é que constatei que a maior parte é na vertical, mas há uma minoria significativa na horizontal.

Próximas 4: São João, Porto Rico.

Veja a foto acima: Vinha do Mar, Gde. Valparaíso – Chile.   

ATUALIZAÇÃO DE DEZEMBRO DE 16:

EM PORTO RICO É VERTICAL

Enfim o ‘Google Mapas’ adicionou novos países ao modo ‘Visão de Rua’.

Na verdade não são países, mas duas colônias ianques no Caribe: Porto Rico e as Ilhas Virgens Estadunidenses.

Situação política a parte, o que nos interessa aqui é:

Em Porto Rico a madeira é na vertical, como na América do Sul.

Sendo mais específico São João, a capital porto-riquenha, foi bastante mexida. Fizeram grande intervenção urbanística. Então a maior parte da periferia é formada por conjuntos.

Exatamente como aconteceu em Santiago e também na Malásia, na Ásia.

Há poucos bairros ‘orgânicos’, em que cada morador fez sua casa conforme seu gosto e/ou orçamento.

Portanto Porto Rico já não tem mais tantas casas de madeira como um dia teve.

Entretanto onde elas estão presentes, a imensa maioria é na vertical.

Presenciei a cena: 3 irmãs brincando no quintal da moradia, toras na horizontal.

Já nas Ilhas Virgens Estadunidenses (a direita) volta a vigorar a disposição na horizontal, predominante no Caribe e no próprio EUA.

No Brasil, fora o Amapá que constatei apenas pela internet, a cidade que pessoalmente mais vi toras na horizontal foi ‘Porto União da Vitória, na divisa PR/SC (esq.).

Não é maioria. A maior parte ali é na vertical, mas há muitas na posição ‘deitada.

ATUALIZAÇÃO DE AGOSTO DE 16: MARÍLIA-SP

Marília tem casa de madeira. Na região há bastante residências em matéria-prima vegetal.

Claro que são ínfima minoria comparada com as de alvenaria.

Se Marília (ao lado e abaixo) ficasse no Sul ou Norte do Brasil, seria insignificante a quantia de suas casas de madeira.

Todavia pro Sudeste é bem alto, eu diria na mesma proporção de Santos e Vitória, e só abaixo de Campos do Jordão.

Tanto é comum que várias vezes vemos duas lado-a-lado.

Cena só encontrada nas porções austral e boreal da Pátria Amada, e em sua cidade mais alta (C. do Jordão).

Mato a cobra e mostro o pau: com vocês Marília, SP.

Nota: sabe-se lá porque, em alguns casos o ‘Google’ Mapas ao invés de escrever ‘Marília-São Paulo’, escreveu só ‘São Paulo’.

Ou seja, deveria ter identificado sua imagem na cidade e estado que ela foi tomada, mas grafou só o estado. 

Quando isso ocorreu eu aumentei o mapinha que fica no canto inferior esquerdo das imagens.

Aí vocês podem constatar claramente em que bairro de Marília fica aquela rua em questão.

………….

Seja como for, é só Marília que tem casa de madeira, e não toda região.

Pra me certificar, fui dar uma volta (via ‘Google’ Mapas) na vizinha Bauru. E constatei:

Várias vilas da periferia bauruense tem muitas residências bem humildes sim, mas em madeira não.

Pra fechar, vamos enxertar outro emeio que trata do mesmo tema:

O texto fala do Amapá. Nas imagens continuamos a ver Marília.

CARIBE BRASILEIRO: É O AMAPÁ, CLARO –

Publicado em 18 de julho de 2014

Onde é o Caribe Brasileiro?

Segundo alguns, em São Luiz-MA.

E se você analisar pelo gosto musical é certamente verdadeiro.

Porém, pela arquitetura, é o Amapá.

Porque ali as casas de madeira – que na periferia são maioria, como em toda Amazônia – são na horizontal.

O único estado do Brasil que isso ocorre.

………….

Com essa fechamos Marília.

Em Santo Domingo, República Dominicana, vi muito esse padrão horizontal.

Em Cuba e Sul dos EUA, sei por fotos que também é comum.

O ‘Google’ Mapas ainda não filmou as Guianas.

Mas por fotos que chegam de lá vemos igualmente predomina o mesmo estilo.

Então o Amapá (bandeira ao lado) tem algo em comum com as Guianas?

AmapáMuito mais que você imagina.

Mais que se assemelhar, é um fato pouco conhecido que o Amapá é uma Guiana.

No passado eram 5 Guianas, sabia dessa?

1) Guiana Espanhola, incorporada pela Venezuela.

Próximas 4, Grande Macapá (município da capital ou o subúrbio metropolitano de Santana): madeira na horizontal no Amapá.

Uma cidade do estado venezuelano de Bolívar se chama exatamente “Cidade Guiana”;

2) Guiana Inglesa, hoje o país que se chama ‘Guiana’;

3) Guiana Holandesa, a atual nação do Suriname;

4) Guiana Francesa, permanece colônia. Incluso sua moeda é o Euro, pois é ainda território oficial da França;

E 5) Guiana Portuguesa, incorporada pelo Brasil com o nome de ‘Amapá’.

………….

Fisicamente na América do Sul, em termos de Energia, de cultura do povo, de raça, as Guianas são América Central, são parte do Caribe.

E, por alguns pontos de vista pelo menos, o Amapá ainda faz parte das Guianas, honrando sua origem. 

Portanto o Amapá também é Caribe, simbolicamente falando é claro.

Daí suas casas de madeira na horizontal, como podem ver.

….

A direita imponente sobrado de madeira em Mafra-SC.

Pra fecharmos, vou adicionar alguns desenhos (fictícios) onde ele aparece, já que está relacionado ao tema tratado hoje.

Publicado em 2 de janeiro de 2017.

Ao lado o retrato que se chamou “A Mulher do Sul”, uma fazendeira, no começo do século 20.

Mostra a exata mesma residência, que originalmente era azul.

Ela está trajada na forma típica da ‘bela época’: vestido com várias camadas, luvas, babados, laços e rendas em profusão.

A direita: 100 anos depois no mesmo local, agora início do século 21.

Esse desenho e o a seguir são de uma mensagem de 2 de setembro de 2020.

A neta da matriarca mostrada acima com seu marido, tomando chimarrão.

O sobrado foi pintado de amarelo. Só que os costumes mudaram bastante nessas últimas décadas, muito mais que a casa em si, não acha?

Ela também usa um chapéu florido, mas no resto da roupa… quanta diferença!

Seu vestido, que só tem uma camada de tecido, é bem mais curto em cima e embaixo, e ainda tomara-que-caia.

A moça tem na estante vários porta-retratos, dela com seu amado, e em preto-&-branco os seus avôs (imagem a seguir).

Definitivamente o tempo passa, e as coisas mudam. Como mudam.

Voltando a ‘vida real’ agora. Será que do século 22 em diante ainda teremos casas de madeira nas ruas da América?

Ou elas serão apenas lembranças, guardadas com carinho em algumas fotos? O tempo dirá.

Deus proverá” – Ele é, afinal, o “Senhor do Tempo”.

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