INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado em 7 de setembro de 2016, Independência da Pátria Amada.
Maioria das imagens baixadas da internet. Créditos mantidos, sempre que estavam impressos nas mesmas.
A s que forem de minha autoria identifico com um asterisco'(*)’.
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Publicamos uma matéria chamada “De Curitiba pro Mundo”.
Onde eu mostrava exemplos de ônibus que foram comprados zero km aqui na Grande Curitiba, tanto município quanto Região Metropolitana.
E depois de rodarem alguns anos aqui foram vendidos pra outras cidades, onde tiveram mais um ciclo.
Hoje vamos ver o outro lado da moeda. Ônibus que começaram em outras partes do Brasil – no Sudeste, Nordeste e em Blumenau, SC – e depois vieram usados pra cá.
Nesse caso, somente Região Metropolitana. O sistema municipal de Curitiba não permite a aquisição de veículos já usados.
Até 2015 isso era proibido no metropolitano igualmente. Por décadas os sistemas municipal e metropolitano de Curitiba eram o mesmo.
Sim, isso significa que a prefeitura curitibana havia digamos extrapolado sua esfera de atuação.
E gerenciava também tanto linhas inter-municipais da capital pros subúrbios como linhas que nem sequer entravam no município de Curitba.
Portanto mesmo as linhas municipais internas de outros municípios e inter-municipais que não incluíam o território de Curitiba.
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Só que isso mudou. Uma rixa política pra ver quem financiava o sistema acabou sem acordo.
Aí o governo do estado retomou novamente a responsabilidade sobre o transporte metropolitano.
E a Comec, órgão estadual que gerencia o transporte metropolitano desde fevereiro de 2015, permite o ingresso de veículos usados no sistema.
Resultado: diversos ‘carros’ em bom estado mas já de 2ª mão vieram reforçar a frota metropolitana de Curitiba.
Especialmente articulados, mas houve pelo menos um caso de ‘carro’ pitoco, ou seja não-articulado.
E curiosamente todos oriundos de 4 cidades: São Paulo, Belo Horizonte-MG, Recife-PE e Blumenau, além de mais um que começou em Curitiba, foi pra Ponta Grossa-PR e voltou.
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O primeiro caso que me chamou a atenção foi quando a Viação Colombo comprou 2 articulados de Minas Gerais.
O que tinha o número 03 em Minas virou o 23400 no Paraná. O 02 lá aqui inverteu a ordem, se tornou o 234001.
Vamos ver uma sequência deles na Grande Curitiba e antes em Belo Horizonte.
Já fiz 2 matérias específicas sobre esses busos: a primeira no finzinho de 15, quando chegaram pois eles quebraram 6 tabus de uma vez só.
E depois no meio de 16 o governo do estado revitalizou e enfim ativou corretamente – com 1 década de atraso! – o Terminal Roça Grande, em Colombo.
Com o reordenamento do Roça, os articulados ex-BH foram pra essa linha. Veja eles em ação, os beges logo acima e logo abaixo.
Inclusive eu voltei num deles, fotografei-o por dentro, tem piso baixo (essa imagem está nessa matéria a parte) e de dentro dele fotografei o outro.
A direita eles na Grande Curitiba: acima o 23400 chega ao Terminal Roça Grande, Colombo.
E ao lado o 23401 em frente ao Terminal Santa Cândida, já em Curitiba – só passa em frente mesmo, por enquanto não há integração.
(Matéria de 2016; alguns meses depois, em 2017, foi implantada a linha R. Grande/S. Cândida.)
A esquerda vemos os mesmos veículos ainda em seu 1º ciclo no Sudeste.
Como os busólogos sabem, no século 20 ‘Volvo era Volvo’. Isso significa que então dessa marca sueca só havia ônibus de qualidade superior:
Alongados, motor central – sua marca registrada – ou na pior das hipóteses traseiro. Mas dianteiro nunca.
Pois bem. Infelizmente na década de 10 desse século a Volvo cansou de perder dinheiro.
E se rendeu ao ‘mercado’, quando passou a produzir também os ‘cabritos’:
Veículos de qualidade muito inferior, de motor dianteiro.
Na verdade chassis de caminhões encorroçados pra transportar gente, não muito diferentes dos ‘Jipe-Neys’ da Ásia.
Também já produzi uma matéria sobre isso. Pois bem. Um dos primeiros ‘cabritos’ (motor dianteiro) Volvo veio aqui pra Grande Curitiba:
Foi pintado de laranja pra fazer linhas alimentadoras (espelhando o municipal de Curitiba, pois repito na época era ela quem gerenciava parte do sistema metropolitano também).
Pertencia a Viação Santo Antônio, também de Colombo, Zona Norte.
(Inclusive ele está mostrado duplamente na postagem que fiz, há uma foto só dele ainda sem placas e reproduzi a matéria de uma revista em que ele aparece ao lado de vários outros.)
Aí foi pra Blumenau. E agora retorna a Grande Curitiba, a Viação do Sul. Acima a esquerda na garagem, ainda com a pintura amarela que usou em Sta. Catarina.
E nessa grande sequência abaixo, 6 tomadas do mesmo ‘carro’: 1) novo na Gde. Curitiba, operando pelo seu 1º dono, a S. Antônio, aqui já emplacado;
2 e 3) em Blumenau, pela Glória catarinense; 4 até o fim) de volta a Gde. Curitiba, Viação do Sul – onde já teve 2 numerações: a princípio numerado 26997, acabou virando o 26299.
Agora um que deve ter sido emplacado primeiro em SP (pela placa ‘E’).
Na capital paulista serviu a Zona Leste.
Por isso a pintura em vermelho.
O detalhe é que na Z/L paulistana ele pertenceu a 3 empresas.
Sempre nessa configuração rubro-alva.
Depois esse Mascarello Volvo esteve em Blumenau.
Fotografado em terras catarinenses num dia muito chuvoso, fazendo a linha Proeb-Velha, como notam.
Atualmente de novo na Zona Leste. Dessa vez da Grande Curitiba. Servindo o município de Piraquara.
No modal ‘Rápido’, que tem menos paradas. Piraquara não tem ligeirinho. Essa linha supre a lacuna.
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Mais um que começou em Curitiba, saiu e como ‘o bom filho a casa torna’, está por aqui de volta.
A última da sequência acima foi feita no Terminal Santa Cândida em janeiro de 2018.
A princípio o bichão puxava a linha Guadalupe/Roça Grande (que vai pro Centro de Ctba.).
No final de 2017 a linha Santa Cândida/Roça Grande passou a contar com um articulado, e foi esse ‘carro’ que foi deslocado pra ela.
Dois dos ‘carros’ mostrados acima, o pitoco Volvo/Caio e o sanfonado Scania/Marcopolo começaram em Curitiba e região, saíram e voltaram.
Portanto, aparecerão também na postagem que mostra o movimento inverso, “De Curitiba pro Mundo”.
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Na sequência abaixo, mais um que passou por Blumenau e São Paulo antes de aportar aqui:
Outro articulado, Volvo Marcopolo. Pela placa que começa com ‘E’, o 1º emplacamento deve ter sido em São Paulo:
Como notam, depois da separação dos sistemas municipal e metropolitano os ônibus inter-municipais estão sendo pintados de bege.
Isso quer dizer que não usam mais as cores do padrão de Curitiba, amarelo pra convencional e laranja pra alimentador.
Esse ficou amarelo porque creio que manteve a pintura de Santa Catarina, pra economizar.
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Vamos ver mais alguns da Viação Colombo. Nos anos 80, essa empresa era grande cliente da Caio.
Mas depois ela ficou 2 décadas sem comprar essa marca.
E zero km de fato ainda não adquire. Mas vários Caios usados estão sendo incorporados a frota da Colombo.
Já postei na 1ª foto da matéria uma leva de Mondegos que vieram da Campo Belo, Zona Sul de São Paulo.
Agora estamos vendo o 23404. Anteriormente o 7 2991 da Campo Belo, em SP.
Esses busos vieram com portas na direita e também na esquerda.
Como é o padrão na capital paulista, pois lá nas canaletas (corredores) os pontos são a esquerda.
Agora que eles vieram pra Grande Curitiba, está rolando uma grande polêmica entre os busólogos: se a Viação Colombo vai ou não retirar essas portas, que aqui são inúteis.
Nas 4 tomadas acima vimos o 23404, enfatizando. Abaixo o 23407, que em SP era o 7 2995.
Como perceberam, 3 portas na direita e mais 3 na esquerda.
A Colombo vai retirar as da esquerda? Vai. Mas não já (texto de 2016, lembre-se).
Por hora, a Colombo eliminou apenas a dos fundos da esquerda.
As outras duas foram travadas, assim não podem abrir.
Os articulados serão reformados aos poucos. A princípio a previsão é que operem com as portas a esquerda presentes, mas inativas.
Acima e ao lado o 23406, da mesma leva ex-SP. A esquerda acima com 3 portas do lado do motorista.
E na imagem da direita a traseira foi eliminada. Com o tempo as outras 2 também o serão.
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Voltamos a ver o Busscar que veio de Blumenau. A esq. aqui em Curitiba pela Viação do Sul.
Agora acompanhemos paso-a-passo o “antes/depois”:
Agora uma sequência grande do Recife pra Grande Curitiba.
Foram 12 busos no total, que ainda (começo de setembro/16) não estão rodando por pendências de documentação.
A previsão é que ainda em setembro estejam nas ruas. Assim que isso ocorrer eu atualizo a postagem.
A esquerda acima o 452 operando em Pernambuco.
A direita ele em ponto de bala, prontinho pra ir pra pista no Paraná (a Azul um dia foi azul mesmo, mas não mais):
Vamos ver na sequência abaixo o processo que ocorreu pra ele transitar entre esses dois extremos:
Promessa é dívida: eis o 17417 enfim em serviço no Paraná.
Demorou mais que o previsto pra liberar a documentação
Resultando que ele só foi pra pista na 2ª quinzena de novembro.16. Antes tarde que nunca!
Continuamos falando da imagem acima a direita.
Detalhe: está em serviço, sim, carregando no Guadalupe. Mas o letreiro diz “Fora de Serviço“.
E aí é a plaquinha do itinerário no para-brisas quem precariamente indica qual linha ele cumpre.
Esse tipo de improviso era comum quando o letreiro era de lona.
Afinal as vezes deslocavam o ‘carro’ pra uma linha que não estava pintada na lona.
Aí tinha que escrever no para-brisas, não havia outra opção.
Agora, letreiro eletrônico??? Não basta digitar a linha que ela aprece no local apropriado, o painel superior.
Ainda assim tem que imporvisar??? A gente morre e não vê tudo . . .
Vamos fechar a série dos 4 Caios que vieram de Belo Horizonte pra Viação do Sul.
Vendo mais 2 veículos tanto em Minas primeiro quando no Paraná posteriormente.
A esquerda o que era o número 08 na capital mineira.
Nessa outra postagem há mais 2 fotos dele, com a inscrição “Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves” nas laterais, que aqui foi retirada.
A direita em Curitiba, com o número 25403.
O buso foi clicado na mesma posição, no Sudeste e no Sul.
Aí você percebe aquele letreiro menor lateral:
Onipresente em Belo Horizonte mas inexistente nos busos de Curitiba, exceto claro nos que vieram de B.H. .
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Ao lado é outro ‘carro’: em Minas Gerais teve o prefixo 11.
Curiosamente clicados também em ângulo similar.
Novamente com um espaço na lateral que repete a linha. Aqui em Curitiba esse letreiro lateral é dentro da janela.
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E DE EXTRA: A AZUL VOLTOU A COMPRAR CAIO.
Esse a esquerda é um caso diferente. O ligeirinho não veio de outra cidade. Esse foi comprado zero pela Expresso Azul.
Ele rodou em testes por várias empresas da Gde. Curitiba, a Azul gostou e ficou em ele em definitivo.
Coloquei aqui como um brinde, por conter 2 curiosidades:
1) A Azul não compra Caio. Só existe ele na frota inteira. Esse quebrou o tabu, até me assustei ao ver um Caio Azul. E comprado praticamente zero, ainda por cima;
2) Abriram uma porta na direita, pra poder operar nos tubos do Expresso, nas canaletas onde o tubo é a direita. Assim embora ligeirinho ele opera no pico como reforço das linhas de Expresso.
“Deus proverá”