“A Estrela Brilha”: bons tempos . . .

Vic. de Carvalho, Guarujá, Gde. Santos-SP, entorno do porto, nov.15: carretona Mercedes descansa entre um ‘container’ e outro (*).

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 27 de novembro de 2016.

Maioria das imagens puxadas da internet,  créditos mantidos sempre que impressos nas fotos.

Algumas são de minha autoria. Eu as identifico com um asterisco (*), como visto ao lado.

……

Seguindo a seção de nostalgia do nosso canal de comunicação, vamos mostrar os caminhões Mercedes-Benz. Principalmente a chamada linha AGL, produzida de 1966 a 1989 no Brasil.

Clássico dos Clássicos: de 1966 a 1982 com faróis redondos; esse tem até chapa amarela.

Variações técnicas do motor a parte, a marca registrada é que a cabine era sempre a mesma, redonda.

Do tipo avançada, que hoje praticamente não é mais fabricada em boa parte do mundo.

(Os EUA e países da Anglosfera como Austrália e Canadá são exceção, eles ainda apreciam um caminhão ‘bicudo‘.)

A série AGL vendeu bem mais de meio milhão de unidades, sendo que centenas de milhares deles ainda circulam quando atualizo a postagem em 2022 – nada menos que 33 anos depois de encerrada sua fabricação! Alma Forte!

Até os anos 90 e mesmo começo do século 21 a supremacia deles era inconteste. O 11-13 e seus companheiros eram chamados de ‘Fusca das Estradas‘ – além da alta vendagem, esses ‘monstros de metal’ e o ‘Fuca’ compartilhavam as linhas arredondadas.

De 1982 a 89 dois faróis quadrados de cada lado, emoldurados pelo retângulo negro.

Enfim, do VW Fusca, ainda o carro mais vendido da Terra, falamos melhor outro dia. Aqui o foco são os Mercedões.

O carro-chefe da AGL era o modelo 11-13, com 207 mil deles produzidos de 1969 a 1987, disparado o caminhão mais vendido da história do Brasil.

Por conta dele a Mercedes liderou o mercado de caminhões por 35 anos em nosso país:

De 1969 – justamente no lançamento do ’11-’13’ – até 2004, quando passou o posto pra Volkswagen.

Busão Monobloco – no caso CMTC -, também redondo e outro sucesso da Mercedes-Benz do Brasil. Já escrevi sobre eles aqui, aqui, e aqui.

De 1966 a 1982 havia apenas um farol redondo em cada ponta do motor.

Em 82 foi acrescentada uma ‘máscara negra’ retangular, e passaram a ser 2 faróis quadrados de cada lado. Assim seguiu até 1989, quando a série foi encerrada.

Na Alemanha a série AGL foi fabricada de 1958 a 1982. Não houve a versão de ‘máscara negra’ por lá.

A Mercedes-Benz do Brasil foi a filial que mais produziu caminhões da marca, só atrás da matriz alemã. A 1ª fábrica, em São Bernardo do Campo (ABC Paulista, na Grande SP), foi inaugurada em 1956.

São mateus sul interior paraná pr sms caminhão periferia 11-13 merced azul vende-se bicudo motor saltado frente

São Mateus do Sul-PR, agosto de 16 (*).

Produzindo caminhões completos ou apenas importando de forma desmontada e montando no local, a Mercedes também teve linha de produção na Arábia Saudita, África do Sul, Irã e Nigéria.

………..

Feita essa introdução (adicionada, repito, numa atualização em 2022), vamos ao texto original de 2016:

Hoje e já há um bom tempo a liderança no mercado de transporte de cargas no Brasil pertence a Volkswagem.

No entanto por décadas a Mercedes-Benz foi líder. Verdade que nos pesados a Scania era mais forte, realmente.

Entretanto nos pitocos – ou seja, os que não são carretas – por décadas a Mercedes dominava inconteste.

amareloEra um massacre:

Das décadas de 60 a 90, a imensa maioria dos veículos de carga nas estradas brasileiras eram esses redondos Mercedões.

Tanto que ‘caminhão’ e Mercedes eram quase sinônimos. A Estrela brilhava alto, muito alto.

ira3

Mercedão no Irã, com letreiro em persa.

…………….

E fora do Brasil? Estudando concluí que houveram outras nações em que a Mercedes foi tão forte quanto aqui. 

Por isso quero dizer que foi líder (ou uma das principais líderes) de mercado por décadas.

E assim os caminhões redondos estrelados têm tanta presença quanto no Brasil.

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Argentina.

Citemos alguns desses países:

– Alemanha, sede da Mercedes;

– Holanda;

Equador;

Argentina e (seus vizinhos menores que são muito parecidos com ela) Paraguai e Uruguai;

África do Sul;

clássico 11-13 merced caminhão baú bicudo motor saltado azul avenida curitiba matinhos pr litoral paraná entardecer anoitece faixas claras 1 farol

Matinhos-PR, 2015 (*).

– Os vizinhos Indonésia e Malásia;

– Irã e todos os países árabes do Oriente Médio e Norte da África;

– Honduras.

Uma das principais atrações dessa matéria será que mostraremos Mercedes pelo mundo todo.

Tanto quanto foi possível garimpar pela internet e uns poucos cliquei pessoalmente aqui na América.

Esse é uma maquete; muito bem feita, alias.

Então faremos assim. Quando a foto for do estrangeiro, eu informo isso claramente na legenda.

Imagens sem legenda vocês sabem que foram capturadas no Brasil.

………

Acima falamos apenas das nações em que eu já pude comprovar que a Mercedes foi tão forte quanto no Brasil.

Na Alemanha, sua terra-natal.

Obviamente a Mercedes teve presença em muito mais países do que os citados nessa lista.

Só que aí ou a participação foi secundária, ou então eu não tenho elementos pra comprovar se foi intensa ou não.

Caso algum leitor possua mais informações sobre o tema escreva nos comentários ou por emeio que eu retifico a matéria.

mercedes caminhão vermelho bicudo chile santiago

Santiago do Chile, março de 2015 (*). Esses de linhas mais retas são da década de 90, não fazendo parte da linha AGL portanto.

Enfim, vamos a lista de algumas partes do mundo em que a Mercedes também teve boa aceitação, embora não necessariamente entre as mais populares do mercado:

– Espanha;

– Praticamente toda Europa;

– Boa parte da África Negra;

– Tailândia;

feira tráfego livre outra postagem: "Estrela Brilha" trânsito san são lourenço lorenzo z/l assunção paraguai caminhão merced azul 11-13

Assunção, Paraguai, maio de 2013: “é dia de feira”, como diz a música do Rappa (*).

Chile;

Colômbia;

República Dominicana;

América Central;

– EUA;

– Oceania (Austrália e Nova Zelândia);

Um bom naco do globo, não?

Ainda assim, não pense que a Mercedes é onipresente como a Coca-Cola.

No México, por exemplo, os caminhões Mercedes são praticamente inexistentes, o que comprovei pessoalmente.

No Sul da Ásia (por isso me refiro a Índia) e Leste do mesmo continente (China, Japão e Coreia) ainda não pude ir até lá mas estudando pela internet me parece que a situação se repete.

……………

Um fato pouco conhecido fora do meio automobilista/busólogo/estradeiro é que houveram 3 modelos de farol pelo mundo afora.

Me atenho somente somente aos faróis redondos.

Obviamente a partir dos anos 80 passaram a ser dois faróis quadradinhos de cada lado.

Que eram emoldurados pela ‘máscara negra’ retangular. Porém, aqui não me refiro a esses.

E sim estou falando dos caminhões fabricados entre as décadas de 60, 70 e comecinho de 80.

Os faróis eram redondos. Mas em 3 configurações.

Exemplificando e visualizando fica mais fácil entender:equador3

No Brasil os faróis ficavam ao lado da estrela, dentro daquele grande oval preto

Esse desenho foi o predominante em várias outras partes do planeta, igualmente.

Haviam outras duas opções:

Em alguns caminhões fabricados na Europa, o farol era no para-choques, como nota a esquerda.

Assim o oval negro ia até a lateral do veículo.

Não tivemos a oportunidade de ver isso em nossa Pátria Amada.

No Equador os Mercedões mais antigos também são assim, comprovado a direita acima.

Em verde ao lado um na Espanha, também nessa mesma configuração.

………

Só que não para por aí.

Existiu também uma terceira opção, que também não circulou no Brasil:

Como nota ao lado: o farol era acima do para-choques.

Não há oval a envolvê-lo. O instrumento de iluminação fica meio caído, solto. Claro que está bem fixo na lataria. Mas essa é a impressão que passa.

Esse bichão azul ao lado era igualmente alemão.

espanhaPra nós brasileiros parece improviso, né?

Parece que quebrou e consertaram meio mambebe.

Até porque há precedentes. Nos ônibus o povão não gostou do desenho exatamente do farol da Mercedes e alterou por conta. africa-talvez

A questão é que nos caminhões não foi esse o caso. Eles saíram de fábrica assim.

Acima um com farol ‘caído’ na Espanha, também na Europa obviamente.

E o amarelinho foi flagrado (provavelmente) na África. Alias aqui o farol direito caiu mesmo, ficou só o buraco (!!!). Idem o para-choques (!!!!!).

mapa…………..

Analisemos agora uma outra forma de adaptação.

Os faróis são são os mesmos, mas no volante, oh, quanta diferença….

inglaterraVamos ver os Mercedões em países que usam a mão inglesa.

Neles você dirige pela esquerda na rua, logo o volante fica a direita dentro do veículo.

Pra conversa começar, veja esse mapa logo acima.

Os casos mais conhecidos são a Inglaterra e Japão  (que são ilhas).

Assim começamos mostrando essa carreta verde-escura (o detalhe é o para-choque branco) fotografada em Londres, Inglaterra.

Na Europa o mesmo se repete em outras pequenas duas ilhas, Chipre e Malta. Além desses, se dirige pela esquerda em mais 4 blocos ao redor do globo:

Malásia.

– Em 2 das Guianas e várias pequenas ilhas do Caribe;

– No sudoeste da África, encampando da África do Sul até o Quênia (na foto a esquerda uma caçamba azul nas ruas da África do Sul);

– Sul da Ásia, o ‘Sub-Continente Indiano’: a Índia e seus vizinhos como Paquistão, Bangladesh (esses dois foram parte da Índia até 1947), Nepal e Butão;

– Região conhecida como ‘Ásia/Pacífico’, do Estreito de Malaca a Oceania (Tailândia, Indonésia, Malásia, Austrália, Nova Zelândia e diversas ilhas menores).

Na Índia e Japão a Mercedes não marcou muita presença, praticamente não existiu nessa época (2ª Metade do século 20).

Vejamos então nas demais nações da ‘Ásia/Pacfico’, sempre com volante na direita:

A carreta-tanque branca é da Malásia, como a legenda já informou.

O bi-trem avermelhado é da vizinha Indonésia.

A Mercedes, digo de novo, foi e é muito forte nesses dois países, seus caminhões lá são tão comuns como no Brasil.

Agora os dois cavalos, que estão sem carreta:

O verde acima é da Austrália, enquanto que o azul e branco ao lado da Nova Zelândia. Note a diferença:

Primeiro, a Mercedes existiu nessa época nessas duas ilhas que foram colônias britânicas (e que ainda trazem a bandeira do Reino Unido estampada em seus próprios pavilhões nacionais).

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Próximas 2: Indonésia – velhos Mercedões (volante a direita) ainda na pista.

Entretanto sua participação no mercado foi pequena, similar quem sabe a que ela teve nos EUA e na própria Inglaterra.

Segundo, Austrália e Nova Zelândia são países muito ricos, obviamente.

Assim, esses Mercedões antigos, bem redondos, hoje são só objeto de carinho dos colecionadores.indonesia4

Eles não rodam mais a décadas, como acontece também na Europa.

É o caso aqui. As carretas foram fotografadas ambas em exposições de veículos antigos.

Pode notar que eles estão em gramados, há outras máquinas já aposentadas enfileiradas ao redor.

As pessoas estão sentadas em cadeiras e vemos barracas por perto.

Resumindo a questão: domingo no parque, dia de sol, a galera tomando um sorvete, curtindo o FDS.

E vendo os caminhões antigos, pra relembrar sua infância.

Quer programa melhor? Assim, ressaltando, na Austrália e Nova Zelândia os Mercedes não puxam mais carga a muito, muito tempo.

Viraram relíquia, peça de museu, que colecionador guarda e cuida com cuidado.

Tudo isso fica resumido na foto a esquerda:

Tailândia: também direção a direita, e também com a cabine adaptada, como os da vizinha Malásia que veremos abaixo.

Cavalo verde-claro Mercedes em festa automobilística na Austrália.

Emplacado no estado de Vitória.

 A chapa preta indica exatamente isso:

É um veículo especial, de exposição, e não de uso no dia-a-dia.

Já na Indonésia e Malásia é bem diferente.

Os brutos com 30, 40 e mesmo 50 anos continuam na ativa, pois não há quem os substitua-os.

cara-chata-pitoco………

O mundo dá voltas….

Hoje praticamente todos os caminhões novos são cara-chatas, numa mesmice de dar tédio.

Não há mais personalidade, diferenciação entre as marcas.

Por isso estamos relembrando o ‘tempo bom’, os caminhões produzidos entre os anos 60 e 90.

Quando exatamente ao inverso os bicudos predominavam amplamente, o ‘cara-chatas’ é que eram minoria.

cara-chataIsso você já sabe. O que quero apontar agora é que (pelo menos no Brasil) os primeiros Mercedes eram cara-chata.

Os que foram produzidos nos anos 50, assim que a linha de produção da Mercedes foi inaugurada.

Portanto na décadas de 80 e 90 eles é que eram a exceção, a ‘ovelha negra’.

Por isso vimos nas 3 tomadas acima os Cara-Chatas Pioneiros no Brasil, incluso 2 carretas.

O amarelo acima é o mais antigo de todos, porque o farol ainda era quadrado.

E a direita: cara-chata bi-trem na Alemanha.

Notem que que décadas atrás na Europa já se usava pôr mais um eixo sob a cabine.

Configuração que só aportou no Brasil após a virada do milênio.

…..

Em preto-&-branco ao lado, início de Brasília, anos 60. Uma carreta cara-chata ‘Papa-Fila’.

Encostado na Rodoviária P.P. no Centrão da Capital Federal.

Se preparando pra partir pro Gama. Ao fundo o Teatro Nacional ainda em construção.

Como vocês bem notaram, é um ‘Caminhão-Ônibus‘.

Abaixo discorreremos mais da interação entre esses dois modais, dessa vez na América Hispânica. Falando nos ‘hermanos’:

Acima um cara-chata na Argentina. No canto da mesma tomada outro Mercedes ‘bicudo’.

A direita um do Chile, com a placa no alto (e não no para-choques, no fim da matéria falamos mais disso). De transporte de gado.

………..

Vamos ver agora uma parte triste:

Os EUA promoveram algumas ações ‘desastradas’, pra dizer o mínimo, ao intervir (diretamente ou através do financiamento, treinamento e armamento de ‘rebeldes’) no Oriente Médio.

E creio que mesmo a maioria dos estadunidenses hoje consegue ver que foi um erro as invasões do Iraque, Líbia e Síria.

Por isso vemos a esquerda um Mercedão no Iraque sendo revistado por um soldado ianque.

A direita uma cena similar:

Faluja, Iraque ocupado. Um soldado guarda o portão ‘Alfa’ de entrada da cidade.

Esse militar é iraquiano, mas na época da foto ele recebia ordens dos estadunidenses.

siriaAlheio a confusão política, o motorista de uma caçamba azul tenta trabalhar.

Aguarda pacientemente (olhe o tamanho da fila atrás) pra adentrar em Faluja, pra carregar ou descarregar onde lhe foi determinado.

Esquerda: vamos pro país vizinho mas a guerra é a mesma:

Carreta camuflada do Exército Sírio carrega blindado pra frente de combate, onde o semi-tanque é muito necessário.

Direita: fechando a trinca das ‘desastradas’ intervenções ianques, cavalo Mercedes em Bengazi, Líbia.

Vimos a Síria, que faz fronteira como Iraque a oeste. Agora vamos pro outro lado Iraque.

ira2Onde há um país que alguns ‘neo-conservadores’ dos EUA quiseram também invadir, mas felizmente não se concretizou: o Irã.

A esquerda mais um Mercedão militar, camuflado. Do Exército Iraniano.

Com direito a retrato do Aiatolá e tudo!!!, amplie pra ver. dinamarca

Graças a Deus, digo de novo, o Irã não foi invadido e ocupado.

Assim seus veículos militares são vistos apenas em desfiles comemorativos.

militarComo é o caso nessa oportunidade em que foi clicado, ao fundo as tribunas com as autoridades e o povão.

Com isso, fazemos de novo a transição pros países que estão em paz.

Mais dois caminhões que estão usando verde-oliva, pertencentes as forças armadas:

ira1Acima a direita (com aquela bolinha amarela frontal e lateral com o n° 10 dentro), do Exército da Dinamarca.

Também com o farol ‘caído’ que já falamos mais pro alto na página.

E a esquerda do Exército Brasileiro.

iraNa mensagem sobre os Scanias eu mostrei um Jacaré carreta carregando um tanque.

………

Vamos ver muitos outros do Oriente Médio região, onde, repito, a Mercedes foi imensamente popular.

Acima e a esquerda, Irã.

O Irã não é árabe, é persa. E é xiita, enquanto em quase todos os países árabes a elite é sunita, embora por vezes boa parte do povo seja xiita.

Feita essa distinção, os persas são parecidos com os árabes.

Incluso a língua persa é distinta do árabe mas usa o mesmo alfabeto.

Acima e ao lado: Arábia Saudita.

A carreta laranja também sendo inspecionada por um segurança. Felizmente ele está desarmado, pois não há guerra por ali.

Na sequência horizontal abaixo 3 dos pequenos países vizinhos. O primeiro é dos Emirados Árabes Unidos, os outros dois do Catar.

Curiosamente todos os 3 laranjas. Mais uma curiosidade, amplie a foto do meio pra conferir:

Chile.

Logo acima das duas estrelas, a maior principal e a menor acima dela, foi colado um enfeite.

Trata-se de mais duas estrelas da Mercedes, e no meio um emblema do Islã.

É uma tradição entre os caminhoneiros do Oriente Médio.

2 maquetes: com a mesma pintura da carreta chilena, e depois com o logo clássico da Kibon.

Indica que eles já estiveram na Arábia Saudita a trabalho.

Nessa imagem acima do caminhão dos Emirados a definição é baixa, e não vai dar pra ver com nitidez.

Mas suba de novo a página e amplie a tomada do caminhão azul iraquiano entrando em Faluja.

Assim que o soldado liberar, é claro.

Pro que nos importa aqui, ele tem esse mesmo enfeite, e ali a definição é maior, vai dar pra reparar claramente.

São curiosas essas tradições, não?

No Norte da Europa, e também no Brasil, os caminhoneiros adornavam a máquina com o bonequinho dos pneus Michelin.

De volta ao Oriente Médio. 3 do Egito:

Agora Jordânia:

Etiópia: nesse país o volante é a esquerda, exatamente como no Brasil.

Vamos pra África Negra. Eu disse, ou melhor é o mapa quem diz.

Na África se usa mão inglesa, com o respectivo volante a direita, da África do Sul ao Quênia.

Ilustremos. Começamos com um caminhão da Coca-Cola na África do Sul, logo abaixo.

Ainda não fui a África, então essa imagem do bichão vermelho entregando refri eu puxei da internet.

No entanto eu fotografei a mesma cena em Valparaíso, Chile, em 2015.

(Atualização: em 2017 eu fui a África, e justamente a África do Sul.

africa-do-sul1Fotografei os caminhões de lá, incluso um 11-13 clássico.

A imagem ao lado, dizendo mais uma vez, eu baixei da rede.)

Então, como prometido, vejamos as carretas Mercedões que cliquei pessoalmente na África do Sul.

Ambos foram na Cidade do Cabo. Ao lado uma carreta antiga, bicuda.

Eu estava dentro de um ônibus em movimento, felizmente deu tempo de pegar e armar a câmera.

E abaixo uma carreta cara-chata também entregando Coca-Cola (destaquei um carro da mesma marca e curiosidades sobre o mercado de refris daquela nação).

Na sequência horizontal, o 1° é também da África do Sul, os outros dois são do Quênia.

Detalhes observados no caminhão sul-africano azul na praia:

Rodas maiores, de Pé-Grande, propícias pra andar no barro e o mesmo farol ‘caído‘, portanto vimos que na RSA houveram os dois modelos, no lugar ‘correto’ e esse.

Madagascar. Nessa nação insular africana no Oceano Índico o volante também é na mesma configuração que no Brasil, a esquerda.

Ainda comentando do azulão acima: isso que é pegar pescado na fonte, diz aí?

Literalmente na areia da praia, direto do produtor.

Se desse mais um pouco de ré o bichão entrava na água e os peixes pulavam direto pro baú refrigerado.

Assim dispensando o trabalho do pescador pegar o barco e puxar a rede….rs.africa

Quanto aos outros dois do Quênia (ainda me refiro, óbvio, a sequência horizontal acima);

O marrom tem o farol na mesma posição dos brasileiros.

E foi clicado em Mombassa, no litoral, maior cidade do país fora a capital Nairóbi, e onde há um importante porto.

Já o que está logo a seguir também tem farol ‘caído’ – assim percebemos que na África as duas configurações foram frequentes.

……..

niger1Agora veja a foto a direita, clicada na África em nação não-identificada.

Além da carga, os caminhões por lá levam também pessoas, que viajam precariamente agarradas sobre o lona, rezando pra não cair.

Digo, não é só na África. Na Colômbia, México e República Dominicana, aqui na América, constatei o mesmo.

Nos dois últimos eu fotografei, clique nas ligações e veja você mesmo.

No México não há Mercedes. Abaixo falaremos melhor da Colômbia e RD, quando mostraremos os caminhões de lá.

Por hora de volta a África. Segura essa bomba:

serra-leoaSaca só nas 2 tomadas acima como é o transporte no Níger. Excesso de peso, talvez???

Esse é um dos países menos desenvolvidos do mundo, não tem saída pro mar e seu território fica inteiro no Deserto do Saara. 

Esse é brasileiro, emplacado aqui em Curitiba.

Se serve de consolo, na Índia e seus vizinhos ocorre o mesmo (dezenas de pessoas se espremendo no teto de caminhões, ônibus, trens e barcos), e esses países ficam na Ásia.

Por hora nosso tema é a África, e infelizmente teremos que voltar a falar de conflitos violentos.

Acima vemos um Mercedão branco saindo de um campo de refugiados em Serra Leoa.

Digo, essa imagem  foi tirada de um filme, que fala como o tráfico de diamantes alimenta as milícias das guerras civis africanas.

Argentina.

Portanto talvez a cena não tenha ocorrido em Serra Leoa. Talvez tenha sido gravado em outra nação. 

Quem sabe o Quênia. Pois no caminhão branco o volante está a direita, como na Inglaterra.

E em Serra Leoa a direção é a esquerda, como no Brasil e maior parte do planeta.

Ou quem sabe esse caminhão, mesmo tendo o volante invertido em relação a mão de tráfego em Serra Leoa, tenha sido usado lá.

paraguai

Paraguai.

Serra Leoa é paupérrima e está destroçada por guerras. A situação é bem complicada.

Se aparece um caminhão lá, eles não podem recusar por causa de um ‘detalhe’ como esse.

Eles botam pra correr o estradão, e se na hora de ultrapassar a coisa fica perigosa, bem, tudo em Serra Leoa é perigoso, se quiser ver assim. . .

Enfim, é uma película. Mas é possível que esse caminhão tenha sido usado em Serra Leoa, mesmo com o volante ao contrário? Sim, é possível.

Equador.

Não sendo verídico, é verossímel. Se é realidade exata ou ‘licença poética’ da produção só podemos especular.

Até porque há precedentes. No Caribe, nas Ilhas Virgens (tanto as Britânicas quanto as vizinhas Estadunidenses) a mão é inglesa, se dirige pela esquerda da rua.

Porém a imensa maioria dos veículos (tanto de passeio quanto ônibus e caminhões) são importados dos EUA, portanto com volante também a esquerda.

Totalmente inadequado pras configurações das pistas. Ultrapassagem só rezando muito, porque você não vê o sentido contrário.

Só que eles não estão nem aí e usam assim mesmo. E olhe, esses pequenas colônias anglo-ianques caribenhas não estão em guerra. Serra Leoa está em guerra.

Então se vier usado um caminhão de outro país africano ou mesmo outro continente, eles dizem “manda aí”.

recolhendo-lixo

Caminhão de lixo, foto no Brasil.

Vimos acima do cavalo-mecânico amarelo argentino ao vermelho que está de farol aceso no Equador, 3 Mercedões na América.

Estes são só pra ilustrar, sem relação com o texto logo ao lado, mesmo caso dos 2 do Brasil a esquerda e logo abaixo

Voltemos pra África. Falávamos de Serra Leoa. A direita também amarelo um caminhão na vizinha Libéria. 

Repare que ele está adaptado, da cabine só deixaram o capô e o para-brisas.

Dali pra trás foi cortado fora, puseram no lugar umas portas artesanais de madeira, e uma plataforma sobre o salão de motorista/passageiros.

E esse será o gancho pra rumarmos de novo pra Ásia, então. Na sequência horizontal abaixo 3 da Malásia:

turquia

Turquia.

Repare que em todos eles foi feita a exata mesma adaptação que na Libéria:

Arrancaram a porta – por vezes sem sequer substituir por outra artesanal – e implantaram aquela plataforma sobre a cabine.

Uma verdadeira tradição Ásio-Africana!!

………..

E por falar em África, em caminhões sem porta, e em caminhões de lixo, focamos agora em nossa querida América.

Digo, fisicamente na América, mas de certa forma continuamos na África.

A República Dominicana é a “África na América“, eu já disse isso antes.

Fotografei um caminhão de lixo na capital Santo Domingo operando sem portas, mas não era Mercedes.

Hoje vamos nos fixar nos Mercedes dominicanos (imagens baixadas da rede): o amarelo acima, e o branco ao lado.

Alemanha, fabricado em 1969.

Na República Dominicana os veículos não têm chapas na frente (como em alguns estados ianques).

Então como geo-referenciar, comprovar que essas tomadas foram feitas lá mesmo?

É simples: amplie as imagens dos caminhões dominicanos.

holanda

Holanda, farol no para-choques.

Aí você verá o emblema da associação dos transportadores ou algo assim, aquele círculo na porta.

E nesse escudo há a bandeira do país estilizada.

……….

Já seguimos com os caminhões. Como anunciado, falemos um pouco dos ônibus.

Vou reproduzir aqui um emeio publicado em 27 de agosto de 2013.

Se chamava, como essa mensagem, “A Estrela Brilha; Bons Tempos . . .”

São Paulo, SP, 1976. O metrô acabara de ser implantado.

A primeira linha foi a na época chamada de ‘Norte-Sul’ (atual ‘linha 1’).

Na tomada a direita vê um terminal de ônibus com dois busões parados, já falaremos deles.

Fim dos anos 80: anúncio de lançamento dos pesados da última safra da linha ‘AGL‘.

O terminal é anexo a novíssima (na ocasião) Estação Jabaquara de metrô – a última da linha na Zona Sul.

A frente Monobloco ‘1’ de uma viação particular metropolitana na pintura livre.

Natural, as linhas inter-municipais só passaram pela padronização a partir de 2002, e essa imagem é bem anterior, dos anos 70 como dito. 

Proxs. 2: o bichão na nevasca na Argentina.

Seja como for, até então essas linhas seguiam da periferia até o Centro.

Agora que surgiu o metrô se seccionam ali integrando-se com o novo modal.

Fato amplamente divulgado nas placas que informam o itinerário, abaixo do para-brisas.

Descreverei melhor agora a cena do terminal de ônibus, onde aparecem os dois Monoblocos.

argentina-neveno busão a esquerda, o vermelho e amarelo.

Nele há uma placa com o desenho de um ônibus cortado por uma faixa azul em dois tons.

É exatamente o indicativo que é uma linha integrada, azul era a cor da linha Norte-Sul do metrô.

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Chile.

Até os anos 80 havia uma passagem integrada em São Paulo, só que era bem diferente de hoje.

Você informava ao cobrador do ônibus que iria pegar o metrô.

E já comprava ali o bilhete desse segundo modal, obtendo um desconto.

Não pagava duas tarifas cheias, mas sim uma e meia.

Na volta o mesmo. Na bilheteria do metrô, você tinha que dizer que pegaria depois uma linha integrada de ônibus.

Então recebia um bilhete diferente, que a catraca do metrô devolvia após deixar você entrar (como nos bilhetes múltiplos de metrô que ainda existem), pra que você apresentasse  ao cobrador do busão.

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Peru: Mercedes fabricado em 1972. Foi do Exército e está a venda. Farol ‘caído’.

Atualmente tudo isso é feito eletronicamente no cartão e vale pra todas as linhas.

No entanto na época era manual, precisava informar ao cobrador, nos dois sentidos e só valia pra algumas linhas.

Exatamente as que tinham essa indicação na frente, que faziam ponto final em alguma estão de metrô.

No busão da CMTC ao fundo, não dá pra ver com clareza.

Mendonça: cliquei vários Mercedes na Argentina em março de 17 (*). Bi-modal, buso e caminhão na mesma imagem.

Ainda assim, olhe com cuidado e repare que a placa sob o vidro informa dois valores de tarifa:

Sem integração (só ônibus) ou com (ônibus + metrô na mesma passagem).

Agora que está claro como era a integração, vamos aos ônibus em si.

sb9 blusa outra postagem "Estrela Brilha" lona buso sp saia verde clara z/n monob 2 laranja tusa morro pico jaraguá anos década 80

Tusa, Zona Norte; a seguir Bristol, Zona Sul.

Em segundo plano como já dito um CMTC, estatal, na pintura da época, que durou até os anos 80, cheguei a presenciar.

A frente, um que vai pro ABC ainda em pintura livre, portanto sem qualquer padronização.

Não cheguei a ver pintura livre nos municipais em São Paulo, mas nos metropolitanos sim.

Linha 478-P: após 1978, segundo dígito 7 linha é integrada ao metrô; alias há o mesmo símbolo (o buso cortado pelas duas faixas diagonais) ao lado do nº na placa sob o vidro.

São dois Monoblocos Mercedes, o “Super-Clássico”.

………..

Nas duas tomadas a seguir mais dois Monoblocos, de empresas particulares em São Paulo.

Esse sim é o padrão que vi na minha infância, também Super-Clássico ‘Saia-e-Blusa’.

A cor de baixo (‘saia’) era compulsória, determinada pela prefeitura, e indicava a região.

A esquerda um da TUSA Transportes Urbanos.

Verde-claro é Zona Norte, e, bem, vê o Pico do Jaraguá ao fundo.

Já a direita branco na arte de cima da Viação Bristol.

Azul-escuro embaixo é Zona Sul, e nota que o bichão se dirige ao bairro do Ipiranga.

“Ouviram do Ipiranga…”. Pois é.  A cor de cima (‘blusa’) era a empresa que escolhia.

No mesmo emeio seguiu essa imagem ao lado:

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Uruguai.

Goiânia, 1977. Monobloco da Viação Araguarina (ampliado no detalhe), a direita na imagem uma ‘jardineira’ da Transurb (destaquei também a placa com os nºs das linhas no ponto).

Primeira padronização da capital de Goiás, a “da Flecha”, que incluiu também Região Metropolitana.

As fotos de Goiânia e do metrô de SP foram extraídas de algumas reportagens:

Irlanda. A direção também é na direita.

Da revista ‘Transporte Moderno’ e da publicação da própria Mercedes, ‘Sua Boa Estrela’.

Levantadas pra internet pelo sítio “Ônibus Antigos Brasileiros”, que infelizmente saiu do ar. 

………..

Já que falamos do transporte de pessoas, vamos mostrar o ‘mais Americano dos ônibus’:

A Jardineira, e o que mais seria??

Primeiro correndo o risco do pleonasmo alerto que América é um continente, não um país.

O que vem dos EUA é ‘estadunidense’ ou ‘ianque’.

Porto Iguaçu missões Argentina amarelo amarelinho jardineira bicudo motor saltado buso placa alto merced anos 2000 década 2009 roda pintada caminhão fronteira foz‘Americano’ refere-se ao continente América, sempre.

E nada pode ser mais Americano que a Jardineira. Sim, é um ônibus. 

Ainda assim não deixa de ser um caminhão, e nos países do Cone Sul um caminhão Mercedes.

uruguai livre roda pintada branco faixa vermelha azul jardineira bicudo motor saltado buso montevidéu merced anos 80 90 caminhão propag anúncio porta 4 folhas cutcsa

Jardineira da CUTCSA, Montevidéu, Uruguai.

O que está acima a esquerda com faixas azul, verde, branca e vermelha eu mesmo fotografei na Grande Assunção, Paraguai, em 2013.

O amarelinho a direita rodava em Porto Iguaçu, Missões, Argentina, 2009.

Por outro lado, eu presenciei ao vivo essas jardineiras em ação no ano de 2006.

Na época já eram algumas das últimas jardineiras de toda Argentina.

livre placa chapa alto roda pintada branco faixa verde caio gabriela andino jardineira bicudo motor saltado buso stgo santiago chile linha pintada placa itinerário merced anos 80 90 caminhãoNa verdade não é difícil ver que a jardineira é um chassi de caminhão com carroceria de ônibus.

Como eu já expliquei com detalhes antes:

A jardineira dominou por décadas (de depois da segunda guerra até o começo dos anos 90) o transporte coletivo de toda América Hispânica;

Da Argentina e Chile até o México, incluindo todas as Américas do Sul e Central.

amarelinho jardineira amarelo bicudo motor saltado buso stgo santiago chile branco linha pintada placa itinerário merced anos 90-00 cortina vários caminhãoEram tempos que não havia muito planejamento nesse quesito.

Acima jardineira em Santiago, ainda na pintura livre.

Em 1992, a capital do Chile lança o primeiro plano de modernização do transporte da América Hispânica.

Bi-trem argentino.

Foi a aí que foi instituída a padronização ‘Amarelinha’ ou ‘Febre Amarela’.

Todos os veículos, da cidade inteira, foram pintados totalmente nessa cor dos vidros pra baixo.

A princípio as velhas jardineiras puderam ser repintadas e continuar operando.

Por isso vê acima uma raríssima tomada de uma jardineira ‘Amarelinha’.

Só que logo as jardineiras deixaram de existir nas capitais do Chile, Argentina e Uruguai.

A venda na Eslovênia (fabricado em 1975). Também com farol ‘caído’.

Depois da virada do milênio pra você ver jardineira no transporte urbano regular nessas 3 nações, só nos fundões do interior, como foi o caso de minha visita a Porto Iguaçu.

No entanto, no Paraguai, Colômbia e México elas continuam infinitamente comuns.

Como retratei com muitas fotos, clique nas ligações em vermelho e confira.

holanda-prov

Caminhão-hospital (provav.) holandês.

Só que da Bolívia pra cima (portanto incluindo Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, México e América Central) as jardineiras não são da Mercedes, em sua infinita maioria.

Na Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai é o exato oposto. Só deu Mercedes enquanto esses países tiveram esse tipo de ônibus.

No Paraguai essa realidade ainda está ativa, ressalto novamente.

honduras56………………….

Já que voltamos a ver caminhões, alguns Mercedes na América Central.

Começamos por Honduras, onde eles foram imensamente populares.

Ao lado e na sequência abaixo, as Estrelas que iluminaram as ruas hondurenhas.

Vic. de Carvalho, Guarujá, Gde. Santos (*).

Viram que o da última foto, com a grade do motor em azul, está a venda.

Se você estiver interessado…

Na próxima sequência vamos ver mais 3 da América Central:

1) El Salvador. Ano de fabricação: 1979;

2) Nicarágua;

3) Guatemala.

Cambiamos pra América do Sul. 3 do Paraguai sendo o 1° micro, o ‘Mercedinho’.

Argentina:

Mais uma vez rumo a Europa.

Na Alemanha o caminhão Mercedes foi muito comum como viatura de bombeiro.

Esse visto ao lado foi fabricado em 1975

A direita um ex-bombeiro:

Foi convetido pra uso civil. E exportado pra Romênia, onde foi fotografado.

Abaixo a esquerda, também vermelho: mais um da Holanda, Com farol no para-choque.

Na sequência abaixo: 1 )Finlândia, um Mercedes em plena Escandinávia, numa ‘afronta’ a Scania e Volvo.

2 e 3) Grécia (o sítio não abriu, então copiei a capa do ‘Google’. A definição fica ruim mas só pra comprovar que eles também estiveram nas terras helênicas)

O último também de farol ‘caído’.

cmtcNovamente misturando caminhões e ônibus.

Ao lado, também em verde, a frota de caminhões da CMTC que davam sustentação ao sistema de tróleibus.

Existe outra postagem em que eu falo especificamente dos tróleibus no Brasil (com dezenas de fotos).

placa-antigaNela há a imagem de um caminhão mais antigo na mesma função, também é Mercedes.

Só que com apenas 1 farol redondo de cada lado, e pintado de azul.

…………

Por falar em azul, veja a caçamba recebendo terra do trator ao lado.

Amplie pra ver a placa: só tinha números, sem letras.

Portanto do modelo que vigorou até o comecinho dos anos 70.

Dali até os anos 90 eram duas letras e 4 números, e agora 3 letras e 4 números.

Na tomada em p-&-b a direita dá pra reparar com mais clareza nesse detalhe, é o mesmo caso.

Eis a chapa: “São Paulo-SP 42-02-34”. ‘São Paulo-SP’, e não ‘SP-São Paulo’ como foi a a partir dos anos 70 e se mantém no sistema atual.

Que achado, hein? Dois caminhões Mercedes não com o modelo de emplacamento anterior, mas com o que veio ainda antes dele.

……….

A esquerda Mercedinho do Uruguai.colombia2

Por falar em emplacamento:

Na Colômbia todos os veículos comerciais (ônibus, caminhões e táxis) têm que repetir a placa na lateral.

Essa tradição que se repete no Peru e no Chile, nesse último caso parcialmente.

Assim a direita uma caçamba colombiana, a placa em letras garrafais na porta.

colombia3A esquerda um caminhão pitoco branco, licenciado em Bogotá, capital do país.

Ele não tem a chapa adesivada na lataria.

Creio que a foto seja mais antiga, antes da legislação exigir, e daí a chapa amarela.

Hoje, todos os caminhões colombianos têm que repetir a placa, fato que comprovei pessoalmente.

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Ao lado: Uni-Mog, o Jipe-Caminhão.

Uma forma interessante de transgenia, não?

O verdadeiro ‘Pé-Grande’.

inglaterra-provApesar que esse ao lado não fica tanto atrás assim.

Ainda é um caminhão normal, mas os pneus são gigantes.

igualando aquele sul-africano que vimos mais acima.

O Mercedão a esquerda foi clicado (provavelmente) na Europa. rj merced caminhão azul 11-13 1113 super-clássico basculante tombeira azul placa chapa alto grade lado estrela sudeste roda pintada preta

Mas não sei em qual país. A princípio pensei que fosse Inglaterra, e nomeei o arquivo dessa maneira.

Porém depois analisando que o volante é a esquerda não pode ser.

Então sinceramente não sei.

Se alguém me passar essa informação eu atualizo a postagem.

……….

É uma tradição do Sudeste Brasileiro pôr a placa bem no alto na grade.

E tanto em ônibus quanto caminhões.

Como vimos no decorrer da postagem, outros países de diversos continentes compartilham do mesmo folclore.

Bom, no México eles emplacam o veículo no teto.

Literalmente, não é modo de falar. Você mal consegue ler.

equador-1982Veja a direita, uma rara jardineira Mercedes no México.

Procure a placa onde você está acostumado, primeiro no para-choques depois em qualquer lugar abaixo do vidro.

Você vai achar nada ali. Dica: coloquei uma flechinha laranja pra ajudar. equador1

Recomece a busca de cima pra baixo agora. Está quente… Isso. A placa está no teto. Eu disse que era assim.

Vamos ver mais do Equador, o laranja acima (ano de fabricação: 1982); e ao lado o amarelo.

Os dois com a chapa bastante elevada. Não tanto quanto no México, claro.

Ambos os equatorianos têm também o farol no para-choques, como foi comum também na Holanda.

……….

Esquerda: Chile.

E pra fechar duas cegonhas brasileiras:

A carreta Volkswagem leva carros, bom, da própria Volks. 

Já a carreta Mercedes carrega Ford. 

Na época (anos 80) a Mercedes não vendia carros em tão larga escala assim no Brasil pra levar no atacado de cegonha.

Caso fosse no Paraguai ou nos países árabes até dava pra considerar….

………..

Se é pra abrir o baú, abrimos de uma vez! Outras matérias sobre caminhões:

11-13 Mercedão e Volvo no Irã, onde ambas as marcas foram muito populares.

Do ‘Faixa-Azul’ ao ‘Faixa-Preta’ – publicado em julho de 2019:

A época pioneira, década de 80, o início da Volvo no Brasil.

(Damos um pega pra mostrar também eles pelo mundo afora);

F.N.M., eis o Pioneiro dos Pioneiros, que “não abandona a missão (agosto de 2013):

De volta ao Brasil, Fenemê e 11-13 juntos. Se um clássico é bom, dois é melhor ainda.

A saga da Fábrica Nacional de Motores, popular Fenemê.

Aquela que foi a primeira indústria de caminhões do Brasil.

E não apenas isso, também a primeira indústria automobilística de nossa Pátria, contando todos os modais.

Scania e Mercedes, Valparaíso, Chile, 2015 (*).

“É um Scania”: quem ouviu o ronco desse bichão jamais esquece (agosto de 2013):

A Mercedes foi líder sim, mas de caminhões pitocos. Entre as carretas quem era o ‘Rei da Estrada’ era Scania.

Que Deus Ilumine a todos.

“Deus proverá”

Um comentário sobre ““A Estrela Brilha”: bons tempos . . .

  1. omensageiro77 disse:

    Um camarada comentou. Como ele o fez por vias indiretas sou eu, O Mensageiro, quem assina o comentário. Mas reproduzo as palavras exatas dele, que foram:

    ” Em tempo, por conta dos compromissos aqui, corri o olho rapidamente pelo post dos “Mercedões” gostei de ver que você lembrou inclusive do Uni-Mog, pouco conhecido por aqui, mas que possui grande capacidade de fora de estrada. Muito bom e completíssimo mesmo. Uma distração bem vinda frente à tragédia (nota: se refere a um acidente aéreo ocorrido nesse dia) diante de nós.

    Fraternal abraço. ”
    ………..

    Volta O Mensageiro pra tréplica:

    Bicho, o Uni-Mog foi contribuição paterna. Meu pai está mudança, saindo de Curitiba, então veio aqui em casa se despedir. Justamente no momento em que eu puxava imagens pra matéria, sentou-se aqui a meu lado. E foi ele quem me chamou a atenção pro Uni-Mog, modal que eu sinceramente não conhecia.

    Bem, o apontamento dele foi muito pertinente, afinal embora híbrido (mais uma transgenia e por isso vou atualizar outra matéria com essa mesma foto) não deixa de ser um caminhão Mercedes, ou pelo menos meio-caminhão.

    Resultando que taí, graças a meu velho eu e várias pessoas ficamos conhecendo o Uni-Mog. E quem já conhecia como ti se regozijou com a homenagem.

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