No Ninho das Cobras: Butantã, Zona Oeste de S.P.

Butantã??? Cobra na cabeça, joga no bicho!

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 26 de janeiro de 2016

Um curto ensaio fotográfico sobre o bairro do Butantã, Zona Oeste de Sampa. Vamos mostrar um pouco da região.

Na psique da massa ‘Butantã’ é quase sinônimo de ‘cobras’.

Aqui e a esquerda: panorâmica do bairro Butantã. Prédios de padrão mais alto junto com conjunto de cohab, dentro do bosque.

Por exemplo, há um grupo de pessoas maldosas, afeitas a intriga, fofocas e críticas excessivas.

Quando alguém quer se referir a essa malta, fala: “é o próprio Butantã”.

……….

Por conta, é lógico, do famoso Instituto Butantã.

Que realmente se dedica a estudar esses répteis e outros bichos peçonhentos como aranhas.

panoramica1

Bem no canto dir. a caixa d’água. A esq. na imagem prédio de 2 andares que será visto ao nível do solo na sequência.

Você conhece alguém que já foi mordido por serpente e recebeu soro anti-ofídico no hospital?

Se sim, então, esse soro provavelmente foi feito ali, no Instituto Butantã.

É aberto a visitação. Há um museu e viveiros, onde podemos ver diversas espécies desses animais venenosos.

Um programa interessante, que fiz algumas vezes, em viagens anteriores pra SP.

Região arborizada e de classe média-alta, como veremos nas próximas imagens.

Dessa vez andei pelo bairro sim, mas pelo Instituto não.

O Butantã é muito ligado as cobras no imaginário popular.

Abaixo falamos melhor do símbolo que esse animal representa.

Assim ilustrei a abertura da matéria com uma serpente, alias a maior de todas, uma Anaconda.

bonfinholi

Muitas árvores mesmo nas avs. principais.

(A imagem da cobra é puxada da rede, créditos mantidos; todas as demais de minha autoria.)

Ao lado do Inst. Butantã está o campus da USP – Universidade de São Paulo.

A USP e o Instituto Butantã tiveram origem na mesma fazenda.

O campus ficou com a maior parte, e sobrou uma pontinha pro Instituto.

cidade verde1

Imagine então nas ruas internas do bairro.

………..

Sampa é um paradoxo. Boa porção da área Central está num estado bastante problemático, como não é muito segredo pra ninguém.

Claro que nem tudo é ruim, há coisas que funcionam bem (o transporte coletivo por exemplo vem progredindo muito).

Busão Jd. Bonfignoli – no século 20 essa linha era feita por Monoblocos da finada C.M.T.C. .

Entretanto o quadro geral do Centro é complicado, as vezes. Mas cercado por uma parte de alto padrão financeiro.

Que é o Jardins e a região da Av. Paulista, certamente.

Ali já emenda na Zona Oeste é a mais aburguesada de SP, junto com o comecinho da Zona Sul, que lhe é vizinha.

Essa parte da Z/S eu já retratei em 2014, junto com o Centrão.verde

Então bora de volta pra parte ocidental da metrópole.

Há muitas árvores, que na periferia de SP são raríssimas.

Por isso a Z/L pode ser chamada de ‘Cidade Cinza‘, a própria ‘Selva de Pedra‘.

vila gomes

Prédio também retratado na panorâmica acima na página. Mercadinho/mercearia no térreo, cartazes na grade com as ofertas.

Inversamente a Z/O é a ‘Cidade Verde’ em SP. A parte arborizada da capital, como vê a direita.

Não por coincidência, nas 3 padronizações da pintura dos ônibus (‘Saia-&-Blusa’, ‘Municipalizado’ e ‘Interligado’) o verde ficou pra Z/O.

Nessa postagem eu abordo extensamente a busologia paulistana, ilustrado com dezenas de fotos. Então aqui vamos resumir:

taco

Meninos brincam de ‘taco’ na via pública.

Em uma única oportunidade toda Zona Oeste foi verde.

E em outras 2 (incluso atualmente como vê na imagem do busão a um pouco acima) uma faixa foi/é verde e a outra, justamente onde está o Butantã, laranja.

vila gomes1

Também vimos o prédio com detalhes em vermelho do alto, na 2ª imagem da matéria.

A Lapa e bairros vizinhos, que é o “arquétipo” da Z/O, é e sempre foi verde.

Reconhecendo e deixando patente a vibração predominante nessa porção da metrópole.

A Cidade Verde”, em quesito de arborização, e na busologia igualmente.

………….

Andei pelas ruas da Vila Gomes e Jardim Bonfiglioli.

butanta2

Próx. 3 fotos: o Butantã é cheio de ladeiras.

A V. Gomes é uma região mista: conta com sobrados e edifícios de elevado padrão.

Ao lado de cohabs e pequenas ‘kit-nets‘ (quarto-&-cozinha pra alugar, moradia destinada as classes mais humildes).

Estamos vendo exemplos dessa parte mais popular do Butantã:

Prédios e casas sem acabamento, comércio sem muito requinte.

butanta1Sequer há uma fachada caprichada anunciando o estabelecimento.

O comerciante preferiu somente afixar cartazes junto a grade.

Garotos de pele morena jogam taco no meio das ruas, já que faltam espaços de lazer mais apropriados.ladeira

Obviamente com os meninos de renda elevada é diferente, se divertem apenas em ambientes fechados.

Que são muito bem protegidos por altos muros e seguranças armados.

Pros filhos dos burgueses, brincar na rua nem pensar!, é o tabu dos tabus.

geminados

Sobrados geminados, muito comuns na classe média-alta paulistana. Veja que beleza de árvore florida.

Portanto até essa partida de taco que eu flagrei demonstra um pouco do tom proletário  da Vila Gomes.

Duas notas: 1) o jogo que em S. Paulo se denomina ‘taco’ no Sul do Brasil é conhecido por ‘bete-ombro‘.

Esporte que eu joguei muito na minha infância nas ruas de anti-pó de Santa Cândida, na Zona Norte de Ctba. .

Mesmo ônibus retratado mais pro alto, agora mostrando a rua com muitas árvores.

E 2), essa cena em SP me lembrou da República Dominicana. Só que lá era beisebol.

De resto tudo igual, também vi meninos de pele parda/negra brincando com tacos.

Isso no meio do trânsito, parando o jogo quando algum carro passa.

………

A dir. acima é a linha 702-C, Jd. Bonfignoli/ Metrô Belém. Aqui é o ponto final de outra linha, 809-V, a V. Gomes/Metrô Trianon-Masp. Destaquei os detalhes.

Agora falando do Jardim Bonfiglioli, que se pronuncia ‘Bonfinhóli’.

(Acima da manchete a placa da avenida que nomeia o bairro.)

É uma região que não tem tanta ‘diversidade’ de classes sociais.

Possui predominantemente um padrão diria médio-alto:

Aqueles sobrados geminados (muitas vezes idênticos) que custam um preço que nem todos podem bancar.

suburbio

Cena Paulistana‘: portão arqueado pro carro caber, infinitamente comum em SP.

Ali não há moradia ou comércio populares nem brincadeira de taco na rua.

Independente da variação de renda, o Butantã é muito acidentado topograficamente.

É um monte de ladeiras pelo bairro, sobe-e-desce constante.

O que vimos na matéria já resume muito bem como é a situação.

muro baixo

Inversamente, a seguir me deparei com algo raríssimo em SP: casa de muro baixo.

…………

O rolê foi bem curto, então não há como me estender muito.

Creio que essas imagens serviram já pra darmos uma pitada na porção ocidental da maior cidade brasileira.

Vamos vendo outras fotos do Butantã, comento alguns detalhes mais significativos.

ladeira1

Aqui e a seguir mais ladeiras arborizadas, um retrato fiel do Butantã.

Mostrei mais pro alto na página o ponto final do ônibus 809-V, na Vila Gomes.

Quem sabe no Natal esses bichões vão ser todo iluminados com neon, como é tradição em SP?

De volta ao tema de hoje, registrei um Caio e um Marcopolo juntos esperam pra partir.

Cenário que já retratei (não necessariamente com esses modelos, claro) no México, Chile, Paraguai, Belo Horizonte-MG, Belém-PA e até Curitiba.

butantaA linha vai pra Zona Central via Avenidas Rebouças e Paulista.

A passagem quando visitei o bairro custava R$ 3,80.

Foi em janeiro de 2016. Em julho de 2021, quando atualizo a postagem, está 4,40.

Portanto houve um aumento de 60 centavos no período.

butanta3

Mais sobrados geminados, frequentes em todos os bairros mais aburguesados paulistanos, sejam planos ou inclinados.

Um reajuste de somente 16% em bem mais de 5 anos?

Certamente todas as outras coisas subiram bem mais que isso nesse tempo.

O que indica que o governo está tendo que aportar mais subsídios ao transporte coletivo, pra não onerar tanto a classe trabalhadora.

…………..

Vimos também uma cena típica paulistana, o portão faz uma curva pro ‘bumbum’ do carro caber.

Outra panorâmica com prédios do Butantã.

Pois no subúrbio de São Paulo os terrenos são relativamente pequenos.

Assim cada metro quadrado é cobrado a preço de ouro.

Vale tudo pro automóvel da família ficar protegido.

Aqui em Curitiba esse tipo particular de solução arquitetônica não é necessário.

Por décadas os terrenos da periferia da capital paranaense eram enormes.

DA PONTE PRA CÁ” – O CÉU DE MOEMA: Duas imagens que captei em outro bairro, Moema. Sim, é na Zona Sul, não é próximo do Butantã, Zona Oeste. Mas como as fotos foram tiradas na mesma ‘Viagem pra SP’, segue de brinde. Aqui o pôr-do-Sol na maior metrópole do Hemisfério Sul.

(Pelo padrão paulistano com certeza. A casa que fui criado, em St ª Cândida como disse, tinha lote medindo 12 x 30.

E desse tamanho ou ainda maiores eram o normal na Curitiba de até o começo dos anos 90.)

Muitas vezes com um gramadão tão grande que dava pra jogar bola.

Casa de madeira e sem muro, ou uma cerquinha simples também de madeira.

Tudo muda, e Curitiba vem mudando também, é certo.

A cidade vem se adensando e hoje as casas bem no subúrbio não tem mais esse quintal tão generoso.

Agora o contrário, o Sol que se reflete no alto do arranha-céu está nascendo. O céu está totalmente limpo, como que se preparando pra recebê-lo (a mensagem original foi ao ar no dia 23 de janeiro de 2016).

Porém tampouco é tão apertado a ponto de necessitar avançar um pouco na calçada pro carro caber.

Claro que se você andar extensamente pela periferia curitibana eventualmente vai achar.

Certamente há alguns portões assim, curvados a moda paulistana. Mas serão pouquíssimos.

……….

A COBRA:

SÍMBOLO DO BEM E DO MAL –

Terminando como começamos, falando das cobras, esse animal que está ligado ao Butantã de forma indelével.

Como vamos falar de símbolos, podemos filosofar um pouco, nos despegarmos por um momento do mundo concreto.

Quanto ao mal, é por demais conhecido, nem é preciso explicar.

Basta ver a Gênese da Bíblia, em que a cobra tenta Eva pra que ela e Adão sejam expulsos do Paraíso.

(A chamada ‘hora H’ no desenho acima, esse foi puxado da internet.)

Acontece que a cobra representa a Contabilidade e todas as Ciências da Saúde (ao lado).

Eva sendo tentada pela cobra, agora retrato de minha autoria (publicado em 30 de outubro de 2018).

A Doença, o Veneno que Mata, a Destruição; e também a Cura, a Construção, o Progresso.

Pois a Cobra não é nem o Bem nem o mal por si mesma, mas sim imagem do ‘Conhecimento’.

Foi exatamente isso que a Serpente ofereceu a Eva e Adão.

Assim, note que o conhecimento pode ser usado tanto pra Criar Luz quanto trevas. Ambas vem juntas, como no Yin-Yan, e cada fim é um novo começo.

Falamos mais disso em texto publicado em minha outra página.

………….

Voltando agora ao mundo material, encerramos com mais tomadas do Butantã.

FLORES DO BUTANTÔ –

Fechando com chave de ouro, ao lado e na galeria abaixo flores que cliquei na Z/O.

Nas proximidades do campus da Universidade de São Paulo (USP).

Bairro do Butantã, S.P., janeiro de 2016.

“Deus proverá”

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.