SP: a Revolução no Transporte

continuação de “SAIA-&-BLUSA: ÔNIBUS PAULISTANOS (1978-1991)”

Bonde – com logotipo da CMTC -, anos 40 ou 50 . Os bondes acabaram em SP no ano de 1968 (atrás uma Kombi e um carro fabricado nos anos 50).

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, o Mensageiro.

Publicado originalmente (em emeios) entre 2011 e 2014. Subido pra rede em abril de 2015, como parte de outra postagem. Desmembrado como matéria a parte em 16 de setembro de 2019.

Quase todas as imagens foram baixadas da internet. Créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas. As que forem de minha autoria identifico com um asterisco (*), como visto a direita.

Moderno metrô (em monotrilho) na Zona Leste, inaugurado em 2018 (*).

Vamos esclarecer uma coisa: quando eu falo que houve uma “revolução” no transporte em SP, não quero dizer que tudo está perfeito.

Longe disso, até porque nada é perfeito alias o mesmo se aplica a Curitiba.

Ainda Z/L. Caio Amélia da Stº Estevam na década de 80 – puxei foto da internet, estava datada errado como ‘1983’. Um leitor retificou, assim escrevi ‘1987’. É uma estimativa; o que é certeza é que a tomada foi entre 1986 e o começo dos anos 90 (confira o diálogo na seção de ‘comentários’).

Agora, que melhorou muito em relação a realidade do século 20 é inegável.

Entre outras coisas, São Paulo tem uma rede de transporte sobre trilhos (metrô + trem) do mesmo tamanho do metro de Nova Iorque/EUA.

Abaixo falamos melhor de tudo isso, mas não é pouca coisa.

Ademais, os ônibus de São Paulo hoje são referência nacional e mesmo internacional de qualidade.

Repito, não é perfeito. Ainda assim, na média os busões paulistanos são mais modernos mesmo que os de Curitiba.

Mesmo local (veja a casa ao fundo) 3 décadas depois. Outro Caio, agora na pintura ‘Inter-Ligado‘ – e não é mais ponto final ali.

Pois em SP a frota toda tem motor traseiro, que facilita o embarque/desembarque, e não prejudica a audição dos motoristas.

Aqui em Ctba. muitas linhas convencionais e alimentadoras ainda contam com motor dianteiro. Tudo isso posto, sigamos.

Publiquei, como dito, uma mensagem chamada ‘Saia-&-Blusa’: os ônibus paulistanos (1978-1991)”.

Essa foi a primeira padronização de pintura no transporte coletivo da cidade.

Mapa da rede de metrô e trem: com 384 km, uma das maiores do mundo.

No entanto, a reportagem não se restringe somente a esse período.

Retrato o modal sobre pneus em SP do começo dos anos 70 – quando ainda era pintura livre – até a atualidade.

Passando pelas padronizações “Municipalizado” e “Inter-Ligado”, essa última ainda em vigor (escrevo em 19).

Pois bem. Então nessa matéria que estão lendo agora vamos ampliar o foco.

Mono ‘1’ da Viação Ipojuca (Z/O, linha pra Z/S), foto em 1976: teria que ser entre 1974 e 78, pois já existia metrô mas os ônibus estavam na ainda pintura livre – o detalhe é a calçada típica paulistana com o mapa do estado de SP, que num paradoxo já vi também em Toledo (PR) e Blumenau (SC).

Mostrando mais facetas do sistema de ônibus, e abordando também um pouco do modal sobre trilhos.

Então comecemos o texto principal, elaborado a partir de uma mensagem publicada em 1º de setembro de 2011.

Falemos especificamente do ‘Saia-&-Blusa’, em vigor na década de 80:

Repetindo o que já foi dito, o nome é porque os veículos eram bi-colores, com faixas horizontais.

A metade de baixo (a ‘saia’) era compulsória e indicava pra que parte da cidade aquela linha vai.

Portanto haviam várias empresas que compartilhavam a saia, por servirem bairros vizinhos.

Em 1978 veio a 1ª padronização de pintura, a ‘Saia-&-Blusa’. Algumas viações formaram consórcios, aqui Nimbus TR do consórcio Canaã/Mar Paulista, na Z/S.

A porção superior (a ‘blusa’) era livre, cada empresa decorava como queria.

Assim a blusa de escolha da viação, sua assinatura que a caracterizava.

Era raro duas viações dividirem a mesma blusa, mas ocorreram alguns casos.

Só que da blusa falaremos mais adiante. Agora o foco é na saia.

Tracemos um histórico do transporte paulistano. Até 78, era pintura livre, ou seja, cada empresa pintava como queria. 

A CMTC não aderiu ao ‘Saia-&-Blusa‘, seguiu na pintura livre. Aqui na decoração ‘Trovão Azul‘. As placas indicando o itinerário são vermelhas com letras amarelas.

Nesse ano, houve a primeira padronização, conhecida como saia-e-blusa, dizendo ainda mais uma vez. 

Na gestão do prefeito Olavo Setúbal. A cidade foi dividida em 9 zonas.

Parecido com agora (me refiro que o sistema atual, o Inter-Ligado, foi inspirado no ‘Saia-&-Blusa).

Só que era uma região a mais – atualmente são 8 faixas, antes eram 9. Respectivamente:

1: Z/ Norte, saia marrom;

As placas acima já indicavam a transição. A seguir a CMTC adotou essa pintura inteira rubra. Dois detalhes: 1) esse Amélia tava bem judiado, né?; 2) Note que a CMTC re-ativou o logo e cor que usara no início de sua história, lá no bonde da 1ª foto.

2: Z/ Leste, saia amarela;

3: também Z/Leste, saia rosa (ou assim deveria ser, mas não foi; virou alaranjado-escuro, já dou os detalhes);

4: Z/Sul, saia azul-escura;

5: novamente Z/ Sul, saia azul-clara;

6: ainda Z/S, saia vermelha;

7: Z/Oeste, saia laranja;

8: Z/Oeste, saia verde-escura;

9: Z/Norte, saia verde-clara;

1982: Gabriela da Auxiliar com saia rosa.

(A Z/O é a menor em área, seu território é bem mais exíguo que o das outras regiões.

Assim, algumas linhas laranjas ‘transbordavam’ pra vizinha Zona Sul.

Enquanto outras em verde-escuro ‘invadiam’ o começo da Zona Norte.)

Consórcio Aricanduva (portanto entre 1978 e 82), também com saia rosa.

ÔNIBUS EM COR-DE-ROSA, NEM PENSAR: ESSE É O VERDADEIRO TABU !!!

A questão é que os empresários resistiram a pintar sua frota de rosa.

Digo, o fizeram por um breve período, mas logo voltaram atrás e desfizeram.

Eis a cronologia de como tudo se deu, como um leitor corretamente apontou:

Em 1978, os busos foram caracterizados de rosa, como a legislação determinava.

Mas já em 1982, apenas 4 anos depois portanto, os frotistas da faixa 3 da Zona Leste repintaram os ônibus.

A partir de 82, as ‘saias’ deixaram de ser rosas e passaram a ser nesse tom aqui, um laranja-avermelhado. Aqui e nas próximas 5 tomadas, vamos ver como ficaram as viações. Nesse Mono2 notamos que a Vila Ema tinha blusa branca.

Substituiram pra um tom oscilando entre o vermelho e laranja (o mesmo usado nos Jacarés Scania).

Por isso essa faixa específica foi a única que a padronização logo foi desrespeitada.

E o que é mais curioso: uma das empresas que ali operava era exatamente a Viação Tabu.

Cuja cor de baixo dos ônibus deveria ser rosa. Mas não era.

Pintar os busos de rosa era o verdadeiro tabu! E não apenas da Viação Tabu, mas de todas as empresas da região.

Mono 1 da TransLeste, blusa bege (prefixo 108, foto ainda em 82, depois virou 08).

Vejam o texto original, a seguir atualizo. Escrevi a princípio, em 2011, que:

“    Houve exceções. Vemos exemplos que a saia era mesmo rosa (espalhados pela página, busque através das legendas):

Busos do Consórcio Aricanduva. E também Veneza do Consórcio Pompéia/Tabú.

No começo do ‘saia-e-blusa’, era comum duas empresas compartilharem uma linha.

Mono ‘3’ da Santo Estevam, blusa também bege (saia sempre laranja após fim do consórcios, no caso da S. Estevam era o Consórcio Aricanduva com Viação V. Carrão).

Por isso quando era o caso em alguns veículos vinha o nome de ambas.

Depois, nos anos 80, isso acabou, cada buso só tinha o nome de 1 viação.

Talvez a Pompéia (que anteriormente operava na Zona Oeste, daí seu nome) não tivesse nada contra o rosa.

Por isso em seu veículo compartilhado com a Tabu não houve o tabu.

Empresa Paulista, um Vitória (modelo cujas portas só tinham 1 folha), blusa branca.

E  ônibus da saudosa C.A.T.C., Cia. Auxiliar de Transporte Coletivo (operando sozinha e no Consórcio Sudeste).

Uma das fotos é um Gabi, de autoria do igualmente memorável Donald Hudson, inglês que prestou grandes serviços a busologia brasileira .   ”

Atualizo o texto então.: como já dito, um leitor prestou valiosos esclarecimentos sobre diversos temas, resumo seus apontamentos:

“    Em 1978 eram 39 empresas particulares. 32 fizeram duplas de consórcios.

Viação São Paulo, Gabriela com blusa branca (a saia parece vermelha pela iluminação, na verdade é o mesmo tom das demais).

Portanto 16 consórcios (abaixo falaremos melhor disso).

 As outras 7 permaneceram operando sozinhas suas linhas.

Assim, o que vemos no busão da Pompéia/Tabu é exatamente isso, um consórcio.

Ambas dividiam linhas e pinturas, assim os busos vinham no nome das duas.

Segundo, de 1978 a 1982 todas as viações usaram saias rosas. A partir de 82, todas elas se recusaram.

Vitória, da Viação Tabú (após fim do consórcio com Pompéia), blusa cinza-azulado.

Então quando vemos um buso com saia rosa ou laranja avermelhado (alguns chamam de ‘salmão’), é um questão se a foto foi tirada antes de ou depois de 1982.

Antes, rosa. Depois, vermelho. Não se relaciona com o gosto particular do dono da empresa.   ”

Outros esclarecimentos que nosso colega apontou foi a numeração, a princípio acima de 100 mil, a seguir reduzida de 1 mil a 23 mil: tiraram o primeiro dígito, que era ‘1’, de todos os busões.

Legado: sítio da SPTrans, a gestora do transporte, faz alusão a CMTC, sua antecessora (acessado em 2019).

Volta o texto original. Veja. A parte debaixo da lataria devia ser rosa, e no começo o era.

Acontece que após 1982 o ônibus era pintado de laranja avermelhado.

Todos esses 6 ônibus vistos logo acima são da faixa 3 (Zona Leste) e deveriam estar rosas por baixo. Mas não estão.

Logotipos da CMTC pela história, expostos no ‘Museu da CMTC’. Na sequência, um a um nos busões.

Escrevi originalmente o seguinte a respeito dessa imagens supra-citadas:

   Respectivamente os Vitórias da Transleste e Paulista são laranja-escuros, bem como o é o Thamco da Vila Ema.

O Amélia da Tabu e o Gabriela da V. S. Paulo usam vermelho (que pertence a Zona Sul).

E o Mono da Santo Estevão é laranja-claro, cor que pertence a Zona Oeste.    ”

No entanto, nosso colega leitor da página que tem mais conhecimento, por ter presenciado os fatos, me corrigiu. Ele colocou:

“    A partir de 1982 as faixas abaixo (a ‘saia’) na região 2 da Z/L são sempre da mesma cor, o ‘salmão.

A viação foi fundada em 1946. De 1947 a 1961 os busos eram vermelhos com o logo clássico, ‘CMTC’ dentro de um retângulo e 2 meia-luas de cada lado, como vemos nesse antigo trólei importado usado dos EUA.

Vi que sempre bate. O que gera a impressão de cores diferentes são diversos fatores como tempo de foto batida, temperatura, ângulo, qualidade de material que vemos na ‘web.’     ”

Taí, amigo, está corrigido. Expliquei pra ele na minha resposta (se quiser, confira nosso diálogo nos ‘comentários‘ da matéria original).

Eu nunca morei em São Paulo, fui pra lá muitas vezes porque minha família é paulista. E é da Zona Sul.

Por conta disso, quando era criança eu raramente via os ônibus das Zonas Leste e Norte, apenas quando ia ao Centro.

De 1961 a 1973 os busos (aqui mais um trólei antigo) eram azuis e o CMTC escrito sem logo, por extenso, com a fonte tipo ‘Times New Roman’ – se não sabe o que é isso, vá no editor de textos de seu computador (nessa e na outra imagem anúncio da Coca-Cola, que nunca mudou sua tipografia em mais de 100 anos).

Então essa dimensão geográfica já limitou minha observação dos busos da Z/L.

E ainda há a dimensão do tempo, que limitou ainda mais.

Encarnei em 1977, por isso o título da página é ‘mensageiro77’.

Quando eu pude tomar consciência dos ônibus, lá pelo ano de 1985, os consórcios não existiam mais a muito.

Assim, baseei o texto em minhas lembranças de criança, nas esporádicas visitas a SP.

E também em fotos obtidas pela internet. Essas duas fontes são sujeitas a imperfeições.

1973 a 1976: logotipo mais estranho da história, juntaram as letras ‘M’ e ‘T’, parecia ‘CMC‘, como vemos nesse Veneza 0kmem Santos-SP ocorreu a mesma coisa na época.

Por isso não sabia tantos detalhes dos consórcios, da numeração acima de 100 mil.

Ambas as características não cheguei a presenciar por uma questão de tempo.

Pelo mesmo motivo tampouco cheguei a ver ônibus com saias rosas.

E por uma questão geográfica, como acabei de dizer, eu raramente via ônibus da Z/L (Z/N também).

Quando ia ao Centro, no Parque Dom Pedro, vi busos da porção oriental da cidade.

Em 1976 foi readotado o logo pioneiro, foi usado em toda frota até 1978, vemos mais um tróleibus veterano, fabricado nos anos 50 mas ainda na ativa nos anos 80.

Entretanto, eles já tinham saia alaranjada (‘salmão’ se preferir).

Nosso amigo me corrigiu nos pontos que não fui tão exato, e agradeço a retificação.

Ainda assim, errando nos detalhes, acertei na tese geral:

Realmente pintar os busos de rosa foi um dos maiores tabus da busologia paulistana.

Entretanto, vejam vocês, no Chile não há esse conflito.

Em Santiago, como em SP, os ônibus são pintados conforme a parte da cidade que operam.

Fim dos anos 70: vem a pintura ‘Trovão Azul‘ (Amélia Volvo indo pra Z/L), de novo o ‘CMTC’ por extenso mas dessa vez na fonte ‘Arial’, adotado até 1986os tróleis ‘amarelinhos’ do padrão EBTU e mesmo alguns a dísel continuaram usando o logo clássico.

Uma das faixas da Transantiago é rosa. E assim são seus ônibus, sem polêmicas.

E ainda vai além. Nos anos 90 e 00, a frota da cidade era amarela.

E mesmo assim tinha gente que pintava de rosa por conta própria, sem ser obrigado.

Tem mais: Belfast, na Irlanda do Norte, decorou toda a frota de rosa atualmente.

Então vemos que um grande tabu em São Paulo é tratado com normalidade no Chile e na Irlanda do Norte.

1986: volta logotipo clássico e cor rubra. A CMTC teve mais 2 pinturas (1º saia branca e blusa vermelha; 2º a ‘Municipalizada’) com o logo clássico, ficou até o fim da viação em 1994.

………

Vimos na sequência que se encerra ao lado a história dos logotipos da Companhia Municipal de Transporte Coletivo, a C.M.T.C. .

Já prosseguiremos com o texto. Antes, vamos ver mais algumas imagens que marcaram a trajetória da gloriosa viação estatal municipal de Sampa.

No seu auge, no começos dos anos 90, a CMTC teve 27 mil funcionários, e sua frota atingiu quase 3 mil ônibus – chegou numa ocasião a ser a maior cliente da Mercedes-Benz de todo planeta!

Vejamos alguns dos busões (de todas as marcas) que fizeram parte dessa história.

A frente, amarelo e vermelho, Monobloco ‘1’ de viação metropolitana, pintura livre; atrás mesmo modelo da CMTC, na decoração dos anos 70, branco com faixas em azul-escuro – repare que na placa na frente do buso, acima do itinerário, há o símbolo da integração ônibus/metrô (destacado no alto da foto).

EM 1974 COMEÇA O METRÔ  – CONSEQUENTEMENTE A INTEGRAÇÃO ÔNIBUS/METRÔ

Imagem ao lado feita em 1976, no terminal da Estação Jabaquara do metrô, então recém-inaugurada.

Mais especificamente, repetindo, o metrô começou a operar em 1974.

E então re-ordenaram várias linhas de ônibus, que passaram a ter o ponto final nas estações do novo modal sobre trilhos.

Em várias delas foram construídos terminais, como é o caso aqui.

Atualmente há a comodidade do cartão digital, então todas as linhas de ônibus são integradas ao metrô e trens da CPTM.

Vídeo de 1992 mostra os passageiros embarcando em nível no busão no corredor Inajar/Rio Branco, então recém-inaugurado.

Nos anos 70 e 80, entretanto, só algumas linhas eram integradas.

As que tinham aquele símbolo destacado no alto da imagem, o ônibus cortado pelas duas faixas azuis que caracterizavam a então linha Norte-Sul do metrô (atual ‘linha 1’).

Era preciso avisar ao cobrador, seja no busão ou na bilheteria da estação, que você queria comprar a integração ônibus/metrô.

Então você recebia um bilhete diferenciado. Mas só nas linhas identificadas pelo ícone. As demais não ofereciam essa possibilidade.

1991:

SÃO PAULO E CURITIBA INAUGURAM SIMULTANEAMENTE O EMBARQUE EM NÍVEL NO BRASIL –

Alfa articulado da Santa Brígida com portas elevadas a esquerda, porque essa linha antes utilizava as plataformas, agora não mais.

Em atualização publicada em 25 de outubro de 2022, vamos falar do primeiro corredor de ônibus com embarque em nível do Brasil, que liga o Centro as Zonas Oeste e Norte de Sampa.

A esquerda em foto do início do novo milênio Caio Alfa articulado da Santa Brígida usando a primeira pintura da padronização ‘Inter-Ligado’.

No corredor que liga o Centro a 2 terminais da Zona Norte (Casa Verde e V. N. Cachoeirinha).

Nota que o bichão tem portas elevadas a esquerda. É que ele utiliza o supra-citado trecho, chamado “Corredor Inajar-Rio Branco“.

Avenida Marquês de São Vicente, o primeiro corredor com plataformas do Brasil.

Esse foi, digo de novo, o primeiro do Brasil a contar com embarque em nível, em abril de 1991 (a inauguração oficial foi em julho do mesmo ano).

Ao lado em imagem de 2010. As plataformas elevadas já não eram mais utilizadas, mas ainda estavam presentesEm 2014 foram retiradas (abaixo falo mais disso).

Nas duas imagens a seguir o mesmo veículo 0km, em 1991 ou 92, na 1ª fase da pintura ‘Municipalizado’:

Aqui e a dir. o mesmo busão: 5150 da CMTC.

Toda frota branca com faixa vermelha, sem diferenciação por categoria de linha nem por região. Não há a letra ‘M‘. 

Voltando a falar do corredor, ele sai do Centro pela Av. Rio Branco como o nome indica, e na Barra Funda usa a Av. Marquês de São Vicente.

Na Ponte da Freguesia do Ó o corredor cruza a Marginal Tietê.

Entra na Zona Norte, dali segue pela Av. Inajar de Souza até o Terminal Vila Nova Cachoeirinha.

Portas elevadas a esquerda e normais a direita, pra ser usado no corredor e nas demais ruas do trajeto, com pontos ao nível do solo.

(O ramal que vai pro Terminal Casa Verde cruza a Marginal um pouco antes, na Ponte do Limão.)

Nas duas tomadas abaixo outros dois bichões da mesma leva Torino ‘2’ Scania em linhas-tronco do corredor: 9500-Term. Cachoeirinha e 9301-Term. Casa Verde.

As fotos são de (prov.) 1994, pouco antes da privatização da CMTC, sua frota já estava dividida por lotes pra ser vendida, esses são do lote ’52‘.

Agora na pintura da segunda fase do ‘Municipalizado’; nas próximas duas os terminais atendidos pelo corredor: aqui a linha 9500-Terminal Cachoeirinha.

Estão na 2ª fase da pintura ‘Municipalizado’, há a letra ‘M’, cuja cor (repetida em faixas menores a frente e no fundo) indicam a região, marrom era Zona Norte.

O corredor Inajar/Rio Branco chegou a receber tróleibus, pois a linha 9300-Term. Casa Verde teve esses ônibus elétricos até 2003.

Quando os tróleibus foram retirados das Zonas Norte e Oeste, e da maior parte da Sul (só foram mantidos na Zona Leste e no Ipiranga, que é Z/S mas divisa com a Z/L).

9301-Terminal Casa Verde; fotos dos anos 90 – no Centro (essa foto) e na Zona Norte o embarque era pela calçada, apenas na Barra Funda é que haviam as plataformas.

Abril de 1991 marcou a inauguração dos dois primeiros modais com embarque elevado no Brasil:

No mesmo mês Curitiba passou a contar com sua primeira linha de Ligeirinho, que liga o Boqueirão (Zona Sul) ao Centro Cívico (Zona Central), passando pelo Centro.

(Abaixo em 1992, com poucos meses da novidade – a numeração ainda era só com números, sem letras).

Então, sim, Curitiba e São Paulo inauguraram juntas suas primeiras linhas com embarque elevado.

As próximas 2 fotos são de Curitiba, que também em abril de 91 inaugurou sua 1ª linha com embarque elevado, no caso o Ligeirinho Boqueirão/Centro Cívico.

Não apenas no mesmo ano como mesmo mês, abril de 91 não custa frisar mais uma vez.

Entretanto não restam dúvidas que SP teve primeiro um corredor com embarque elevado.

Já que a linha Boqueirão/Centro Cívico não tem pistas exclusivas, divide com os carros particulares as ruas (exceto atualmente o trecho da Av. Mal. Floriano, mas até essa inovação é recente). 

Em 1992 Curitiba inaugurou o bi-articulado Boqueirão, o primeiro bi-articulado do Brasil (direita logo a seguir).

Aí sim a capital do PR passou a contar, simultaneamente, com corredores e embarque em nível – um ano depois da capital paulista.

Ligeirão Boqueirão, inaugurado em 1992: Curitiba com corredor de embarque em nível.

(Detalhe: nas 6 fotos [acima, ao lado e nas 4 abaixo] é o mesmo modelo, Torino ‘2’ da Marcopolo; apenas os de Curitiba são Volvo e os paulistanos Scania).

O mundo dá voltas, não? Nos anos 90 e começo do novo milênio SP tinha ônibus com portas em nível do solo a direita e elevadas a esquerda. 

Não mais. Não é mais necessário. Os busões que fazem as linhas-tronco dos corredores paulistanos  têm piso baixo (seja total, o ‘PBT’, ou ao menos parcial).

SP não necessita mais a plataforma elevada.

Portanto têm acessibilidade plena as pessoas de mobilidade reduzida, dispensando as plataformas. 

Veja a esquerda como funciona. Hoje os ônibus paulistanos têm portas dos dois lados, mas em ambos a nível do chão. 

O Corredor Inajar/Rio Branco foi inaugurado em 1991 com plataformas elevadas, repetindo ainda mais uma vez. Foram usadas nos anos 90 e começo do século 21.

Z/L de SP, mas com pintura de Campinas: no meio do veículo o logo campineiro apagado.

No entanto ainda na primeira década do novo século foram abandonadas.

Permaneciam lá, mas sem uso. Em 2014, em nova reforma, enfim as eliminaram.

Em compensação, atualmente é comum em Curitiba é comum essa configuração de embarque elevado a esquerda e baixo a direita.

Principalmente nos metropolitanos, mas existe também no municipal.

Idêntico modelo (Caio Amélia), idêntica pintura em Campinas, nesse caso pintura correta – a da padronização que a cidade adotou em 1985. Até o autor das duas fotos é o mesmo.

(Me refiro a alguns Ligeirinhos mais novos e as linhas que integram na Estação Fagundes Varela da Linha Verde, o Colina Verde e Hugo Lange.)

INTERCÂMBIO BUSÓLOGO: SP E CAMPINAS –

Mostramos acima a faixa 3 do Saia-&-Blusa, aquela a saia deveria ser rosa, mas acabou não sendo.

Então. Esse Amélia (acima a direita) da Viação São Paulo serve exatamente essa região, a Z/L da capital.

CMA da mesma viação, a TucaTransp. Urbanos de Campinas. Esse operando corretamente em Campinas, desculpe o pleonasmo, já verão porque coloco assim.

E portanto deveria estar com a ‘saia’ rosa (se a foto fosse antes de 1982) ou laranja-avermelhado (caso clicado depois disso).

Entretanto a ‘saia’ é branca. E essa agora, ainda mais uma cor na faixa 3, a terceira?

Olhando com mais calma, vi que esse na verdade está com a pintura de vigorava em Campinas na mesma época.

Outro CMA ex-Tuca na Cidade de SP, como transporte clandestinotiraram o nome da viação mas nem disfarçaram o logotipo do ‘Sist. de Transp. de Campinas‘ (mudaram o letreiro princpal, ‘Sto. Amaro’ é um bairro da capital; mas o código ‘371’ ainda se refere última linha que ele puxou no interior; atrás Amélia na padronização ‘Municipalizado’).

Já seguimos falando da capital. Antes vamos fazer um adendo.

São Paulo Capital e Campinas têm um extenso “Intercâmbio Busólogo” (se assim posso dizer).

Há várias provas. Comecemos falando dos busões ex-Campinas circulando em Sampa sem sequer ter sido repintado.

Isso se chama ‘”Tabela Trocada”. Pra quem não conhece o jargão técnico, explico.

Cada veículo é adquirido e configurado pra cumprir uma categoria específica de linhas em uma cidade.

Alvorada Scania da VBTU, da mesma forma na 1ª padronização de pintura campineira.

Essa é a tabela a qual ele está designado, a ‘Tabela Normal’.

Claro que ele pode alternar de linha. Mas no geral ele se mantém dentro da mesma categoria de linhas nas cidades que têm padronização de pintura.

Aí ninguém nem percebe que ele mudou de linha. Natural isso né?

Evidente que cada veículo pode ser assignado pra várias linhas de uma empresa, conforme seja melhor pra logística daquele momento.

Campos Elíseos: viação de Campinas que tinha pintura idêntica a da CMTC, apenas trocava o azul pelo marrom/bege.

(Quer dizer, antes do letreiro eletrônico exceto em Belém e B. Horizonte.

Isso porque nas capitais do Pará e Minas Gerais a linha vinha pintada no letreiro e na lataria, respectivamente. 

Logo o ‘latão’ tinha que ficar fixo naquele roteiro. Agora não é mais assim.

Atualmente nessas cidades também o buso pode fazer várias linhas de uma empresa.)

Próximas 3: frota da CMTC da capital operando em Campinas, 1989. Aqui os busões sendo vistoriados antes de rodar.

Porém as vezes acontece do busão operar de improviso em outra categoria de linhas diferente daquela que ele está pintado.

(Por exemplo aqui em Curitiba um veículo Alimentador laranja puxar linhas de Interbairros ou Convencional.

Atualização: apesar que desde 2018 os novos convencionais de Ctba. passaram a ser laranjas, como os alimentadores.

Então agora isso não é mais ‘tabela trocada’. Com os busos novos Convencional laranja é nova tabela correta.

Os bichões na Anhangüera rumo ao interior.

Entretanto por 30 anos Convencional era amarelo, Alimentador laranja.) 

Pode haver ‘tabela trocada’ dentro da mesma cidade, é o mais comum.

Ou em casos mais extremos ir pra outra cidade (de forma temporária ou definitiva) sem ser repintado.

Como ele está cumprindo outra linha – em casos extremos em outra cidade – pra qual não estava programado e todo mundo nota, essa é a “Tabela Trocada”.

Explicação da foto a esq., clique pra ampliar.

Volta o texto original. Como estamos falando e é notório, no meio dos anos 80 – em 1985, sendo mais exato –  Campinas padronizou a pintura da frota, no embalo de várias capitais que fizeram o mesmo.

Lá não é capital mas por ser a principal cidade do interior do estado mais rico da pátria, é maior e mais rica que a maioria das capitais de estado.

No texto falo de Campinas, mas encerramos as fotos do interior. A partir daqui as imagens retratam sempre a Capital, exceto se indicado. Abro com 2 micros  CMTC, ambos Marcopolo. Esse em pintura exclusiva pra micros, não foi usada em ônibus grandes.

Assim entrou no mesmo embalo. A pintura adotada foi essa, branco com uma faixa horizontal colorida.

Cada viação de Campinas ficou com uma cor. A TUCA (Transp. Urbanos Campinas) abracou esse verde-claro (busque as fotos pelas legendas, mais pra cima).

Um de seus Amélias foi vendido a Viação São Paulo, e rodou na capital sem ser repintado.

No buso que está na capital havia antes o logo com a letra ‘T’, que simbolizava a rede integrada campineira – foi apagado pra seguir pra capital.

Num modelo mais novo, inversamente com o mesmo rubro usado em toda frota. Só a placa que não é vermelha, é preta.

Depois vemos um da mesma TUCA de fabricação da CMA (Cia. Mecânica Auxiliar, que pertenceu a Cometa).

O buso é ex-CCTC, que igualmente era da Viação Cometa.

(Pra quem não sabe, no século 20 a Cometa operou transporte urbano em 3 cidades do Estado de SP:

A Capital, Ribeirão Preto [nessas duas encerrou a participação antes, nos anos 70 no máximo] e e Campinas, onde rodou até 1989.)

Os primeiros articulados brasileiros foram fabricados em 1978, ainda como projeto-piloto. Em 1981 começa a produção em série: eis um dos pioneiros nesse modal no país, Caio Gabriela Scania, aqui ainda 0km.

Seja como for, na sequência há outro CMA ex-Tuca (anteriormente ex-CCTC) também rodando na Capital Paulista.

Sem repintar, e não apagaram nem mesmo o logotipo do ‘Sistema de Transportes’ campineiro.

Logo depois um Ciferal laranja da VBTU – Viação Bonavita de Transportes Urbanos.

Já que falamos de Campinas, nada melhor que matar a cobra e mostrar o pau.

Não para por aí: vimos numa foto que antes da padronização da pintura uma viação de Campinas xerocava de forma exata o desenho da CMTC paulistana, mudando apenas a cor.

Operando pela CMTC na capital (foto prov. no Pq. Dom Pedro), mas com a pintura da AVA de Americana, porque depois foi pra lá.

É um caso distinto do anterior. Pois a Campos Elísios de Campinas optou por imitar a CMTC, em todos os seus veículos, de forma permanente.

a Viação S. Paulo, da capital, tinha sua própria pintura.

Ela comprou um, e somente um, ônibus de Campinas, que operou sem repintar de maneira provisória, temporária.

E ainda não é tudo. Em 1989, a CMTC operou por uns dias em Campinas, você sabia?

Agora essa? Vimos um dos primeiros Scania ‘sanfonados’. No mesmo ano de 1981 a Volvo produziu esse, também Caio Gabriela mas do modelo Expresso – frente e faróis eram diferentes do modelo convencional. E ele também foi comprado pela AVA – Auto Viação Americana. Portanto a AVA esteve bem presente no início desse capítulo no Brasil. E, óbvio, é da região de Campinas. Como o Scania foi da CMTC e da AVA, é mais um ponto no longo intercâmbio busólogo entre Campinas e Capital; ambos só tinham 2 portas, pois o projeto estava começando – apesar que em Curitiba sempre foram 3, desde 1980. Agora, a partir dos anos 90 esse tipo de buso maior em todas as cidades tem ao menos 3 portas, em algumas até 4. Por que Brasília e Porto Alegre preferiram manter boa parte de seus articulados com só 2 portas em pleno século 21? Mistério que ninguém desvendou…

Foi uma ajuda. A história do transporte campineiro teve períodos conturbados.

Foram constantes os conflitos de perueiros contra viações oficiais, e de ambos contra o poder público.

Em diversas oportunidades a prefeitura precisou tomar medidas drásticas pra garantir que os ônibus circulassem em segurança.

Muitas e muitas vezes viaturas da PM precisaram escoltar os busões pelas ruas.

Em 1986 a prefeitura teve que encampar algumas viações.

3 anos depois, em 1989, nova confusão. Com exceção de uma, as demais viações oficiais de Campinas decretam locaute,  e se recusam a fazer frota circular.

Hoje os ônibus de Campinas evoluíram muito, o sistema é tão moderno quanto o de SP – igualmente portas dos 2 lados. Aqui e a esq. bi-articulados Marcopolo campineiros, na atual (19) padronização Inter-Camp.

A cidade pede socorro. A prefeitura da capital então envia 100 busões da CMTC.

O governo do estado faz o mesmo e manda mais uma centena da frota da EMTU

Por isso vemos os Monos vermelhinhos da CMTC rasgando a Anhangüera rumo a Campinas.

Hoje tanto a CMTC quanto a EMTU foram privatizadas.

Sejamos mais específicos: a CMTC acabou, sua sucessora SPTrans apenas gerencia o sistema;

Apenas 4 cidades no Brasil têm bi-articulados: SP Capital, Campinas, Curitiba e Goiânia-GO. Rio de Janeiro e Manaus-AM também contaram com esse modal na década de 10, mas saíram do clube.

Enquanto que a EMTU ainda existe mas é a ‘SPTrans metropolitana’.

Ou seja, a EMTU gerencia o transporte metropolitano mas não mais operando nele.

Assim, a EMTU não tem mais frota própria. Então esse mega-Paese não será mais possível.

Esperamos pro bem de todos que a era dos locautes tenha se encerrado.

……..

Voltamos a ver imagens de SP Capital. Os tróleibus antigos (aqueles fabricados nos anos 40, 50 e 60), ainda rodando nas décadas de 70, 80 e 90, em todas as pinturas que existiram na ocasião. 

A direita, anos 70, com capelinha e com o logo que parecia dizer ‘CMC, atrás um trolei na pintura mais antiga inteira azul e a dísel na pintura mais nova.

Agora falando da galeria horizontal abaixo: a amarela era exclusiva pra tróleibus, ou deveria ser assim.

Foi usada exclusivamente nos ônibus elétricos de 3 cidades do Estado de SP: a Capital, Santos e  Ribeirão Preto.

E no Recife-PE foi usada majoritariamente em tróleibus, mas lá aplicada em alguns a dísel também.

As demais pinturas aqui retratadas são exclusivas da CMTC, e usadas em toda a frota, elétricos e dísel.

Enquanto a viação estatal paulistana existiu, o modal não-poluente era exclusivo dela.

Após a privatização os tróleis passaram a ser particulares, evidentemente (a esquerda um já privatizado, no último ciclo do ‘Municipalizado’).

Já que o tema é CMTC e tróleibus, vamos falar do 8000, o 1º tróleibus-articulado do Brasil (dir.). Recebido em 1985, circulou por 27 anos!!, até 2012.

8000 da CMTC, 1º tróleibus-articulado do Brasil.

Se tornando assim um museu-vivo do transporte paulistanos – não é modo de falar, ele foi restaurado e hoje é atração dos encontros de busologia.

Por isso ganhou uma matéria própria, onde mostro ele e o 8001, esse originalmente Marcopolo, ambos rodaram de 85 a 2012.

Já o 8000 começou como Caio e acabou Marcopolo. Confira todas as mudanças que ele passou nesses 27 anos de pista.

Trem da Marginal Pinheiros, 2014 (*).

A REDE CHEGOU A CUMBICA E EMPATOU COM NOVA IORQUE:

SP DEFINITIVAMENTE ENTROU NOS TRILHOS –

Vamos falar um pouco de outro modal. Reproduzo aqui uma atualização (feita em 2018) da matéria “Cenas Paulistanas“.

Essa aliás é a mensagem-portal da Série “A Selva de Pedra“. Fogo no pavio:

Metrô próximo a Marginal Tietê, 2018 (*).

Como o tema agora é transporte coletivo, relato que fui conferir as recentes ampliações nos sistemas de trem e metrô.

Vimos mais por alto da página, logo no começo da matéria, o mapa da rede do transporte sobre trilhos na Grande São Paulo, (foi puxado diretamente do sítio oficial do metrô, atualizado em 2022):

O mapa total da rede já foi mostrado. Aqui o foco é somente na expansão que enfim conectou o Aeroporto Internacional de Guarulhos a rede de trem/metrô (*).

Já são 366 quilômetros de linhas. 277 da CPTM e 93 do Metrô.

Como você usa os dois modais pagando uma tarifa só, na prática é uma única rede.

Sendo dessa forma, trata-se de uma das maiores redes do mundo, praticamente igual ao metrô de Nova Iorque

Nota: considerando como critério pra uma rede apenas sempre o pagamento de uma só tarifa.

N. Iorque, a maior cidade dos EUA, tem extensa rede de trem de subúrbios.

Você desce do trem quase dentro do avião (*).

Entetanto, é diferente. Lá pra você alternar entre metrô e trem tem que pagar de novo.

Logo no exemplo estadunidense são duas redes diferentes, não dá pra somar a quilometragem.

O critério é quantos km você tem a disposição com apenas uma tarifa.

Julho de 2018: “Conexão Aeroporto” no início usada só por funcionários das cias. aéreas e do aeroporto, passageiros bem poucos (*).

Em São Paulo a integração é gratuita, assim é uma rede só, espero que tenha ficado clara a diferença.

De forma que nesse caso é preciso somar sua quilometragem.

Com esses 366 km (com apenas 1 tarifa), SP praticamente empatou com Nova Iorque, que tem 375 km de metrô.

Londres/Inglaterra está só um pouco a frente, com 408 km.

Indo pro Oriente, Tóquio, no Japão, conta com 306 km de metrô.

As duas maiores redes de metrô estão na China: Pequim conta com 554 km, enquanto que em Xangai são 588.

Monotrilho na Zona Leste, faz o trajeto do “Expresso Tiradentes“, originalmente programado pra ser um corredor de ônibus (*): acima visão frontal – seria a do motorista se houvesse essa função, mas é tudo automatizado -, abaixo salão de passageiros.

Bem, com a “Império Celestial” Chinês não há  comparação, a China é a primeira economia do planeta em termos reais, desde por volta de 2015.

O PIB dos EUA é inchado artificialmente por manobras estatísticas que não entrarei no mérito aqui.

Fora isso, emparelhando com o Japão e o Ocidente, São Paulo está muito bem.

(Nota: os dados de São Paulo são de 2018, o dos outros países de 2016, os números mais recentes que tenho).

Então vamos falar de como a capital paulista atingiu esse estágio, de verdadeira “Metrópole Global“:

Moderno painel no metrô paulistano, luzes vão acendendo: próxima estação em vermelho e o trecho já percorrido verde (*).

Uma das novidades é que o trem de subúrbio enfim chegou ao Aeroporto Internacional de Cumbica em Guarulhos – já soltei as imagens mais pro alto na página.

Olhando percebem que capturei as tomadas de dentro do vagão e da Estação Aeroporto da CPTM.

Repetindo o que a legenda já informou, quando foi inaugurada, a ‘Conexão Aeroporto’ era sub-utilizada.

O público se resumindo praticamente a quem trabalha nas lojas do aeroporto e nas companhias aéreas.

Uma colagem, tomada feita na Zona Leste, Estação Vila Prudente de Metrô/CPTM, a linha de prédios ao fundo (*).

Os passageiros ainda não a utilizavam, pois era preciso muitas baldeações pra chegar ao metrô.

Agora com partidas diretas da Luz e paradoras do Brás o problema foi amenizado.

Mais abaixo no texto dou os detalhes, por hora veja a imagem um pouco acima (veja pela legenda):

Próximas 3: pra dimensionarmos como o transporte em SP melhorou, basta olharmos pro passado. Nos anos 70, 80 e 90 esse era o padrão, pessoas penduradas pra fora do ônibus em movimento (nesse caso um Mono2 da Castro indo pro Jd. João 23, Z/O). E a dir. outro Mono 2, dessa vez da Viação Zona Sul.

Monotrilho do metrô que está sendo construído pra São Mateus (Zona Leste).

O primeiro trecho entre Vila Prudente (foto a direita) e Sapopemba está pronto.

Ou seja, em julho (18), pude andar nas Linhas 13 da CPTM (pro Aeroporto de Guarulhos) e 15 do Metrô (o monotrilho na Zona Leste).

Pouco depois disso, a Linha 5/Lilás do Metrô se conectou as Linhas 1 e 2 do mesmo Metrô, enfim se tornando plenamente funcional.

Sim, há problemas, não vamos tapar o Sol com peneira. Mas as coisas estão acontecendo:

São Paulo agora conta com nada menos que 366 km de rede de transporte sobre trilhos.

Contando somente a quilometragem que você pode acessar pagando só uma tarifa, praticamente empatou com Nova Iorque.

Não custa nada ressaltar mais uma vez, porque não é pouco.

E num Veneza da Bola Branca (também Z/S), sempre a mesma cena: o veículo em alta velocidade os passageiros se agarram como podem do lado de fora, claro que acidentes eram a rotina, um parente meu por ex. caiu do busão e se machucou. Isso ainda é realidade em algumas nações ao redor do mundo.

CONEXÃO AEROPORTO: SUB-UTILIZADA A PRINCÍPIO, OTIMIZADA LOGO A SEGUIR –

A linha pro Aeroporto de Cumbica começou em março de 2018. Estive ali quase 4 meses depois, em julho desse mesmo ano.

(Vou descrever a princípio qual era a situação que constatei ‘in loco’, logo a seguir atualizo com as correções que o governo fez.)

O movimento era baixo. Basicamente só funcionários do aeroporto e das linhas aéreas tomavam o trem. Passageiros praticamente nenhum.

E por que? Porque o trem pro aeroporto parte da Estação Eng. Goulart, da Linha 12 da CPTM (essa é a que vai a Calmon Viana em Suzano via São Miguel e Itaim Paulista, pra quem não conhece).

No entanto, em São Paulo (e boa parte do Brasil) não acontece mais, os veículos têm até um dispositivo que impede o movimento se as portas estiverem abertas. Eis um retrato dos busos paulistanos hoje: modernos, em corredores exclusivos, acessíveis (com piso baixo) e muitas vezes com ar-condicionado. Claro que não é o paraíso, há problemas, mas comparando com o passado a evolução salta aos olhos – foto na Av. 9 de Julho, 2018 (*).

Quem vem das Zonas Sul e Norte da capital (via Linha 1/Azul do Metrô, antigamente chamada ‘Norte/Sul’) tem que fazer nada menos que 3 baldeações:

1) Uma na Sé pra Linha 3/Vermelha do Metrô (a antiga ‘Leste/Oeste’);

2) Outra troca na Estação Brás pra Linha 12 da CPTM;

3) E ainda mais uma na Estação Engenheiro Goulart pra Linha 13.

Quem mora nas Zonas Oeste e Leste já acessa direto a Linha 3/Vermelha do Metrô. Mesmo assim ainda são duas trocas, pras Linhas 12 e 13 da CPTM.

É muita troca, ficar pulando de um trem pra outro, concordam?

1988: prefeitura de Curitiba faz licitação pra adquirir 55 ônibus ‘padrão‘ – alongados -, que se somariam a ‘Frota Pública’ de articulados.

Assim natural que os passageiros aeroviários tenham rejeitado a novidade.

No entanto já foram feitos ajustes pra corrigir essa situação:

Em outubro (18) começaram a operar duas extensões pro Aeroporto.

Uma delas, chamada ‘Conexão Aeroporto’, sai da Estação do Aeroporto de Cumbica e passa pela Engenheiro Goulart.

Porém dali segue viagem, integrando com o metrô no Tatuapé e Brás.

A Mafersa ganhou a licitação. Mas mudou o prefeito e a compra foi cancelada. Boa parte dos busos já estava pronta, inclusive pintados nas cores do sistema municipal de Ctba. . Aí os Mafersas foram pro Sudeste, se distribuíram entre São Paulo e Vitória-ES – sem serem repintados. Se você acha que esse CMTC tem a cor dos Inter-Bairros de Curitiba, é porque ele ia ser um Inter-Bairros mesmo.

Já melhorou bem. Assim quem vem pela Linha 3/Vermelha do Metrô faz apenas uma troca.

Tem mais: leva apenas meia-hora do Tatuapé e sem desembolsar mais nada por isso.

E em outra opção agora há o ‘Expresso Aeroporto’. Essa sai da Luz e vai direto pra Cumbica.

Sem parada no caminho. Assim a viagem do Centro ao Aeroporto dura pouco mais de 30 minutos.

Entretanto, o ‘Expresso’ não tem integração tarifária, você paga a parte, o valor de R$ 8.

Tá bom né? Sim, a viagem sai por 12 Reais (8 do ‘Expresso’ e mais 4 da tarifa normal, valores de out.18).

Pra quem vai viajar de avião, é irrisório, infinitamente mais barato que ir de carro, táxi ou ônibus executivo.

“De Ctba. pra Sampa”: esse seria convencional em Curitiba. A CMTC agradeceu, rodou nessa pintura em SP (num caso similar, a cidade de Rosário-Argentina levou 0km uma leva de tróleibus que iriam rodar em BH-MG).

E infinitamente mais rápido que ir de ônibus convencional (que sai da Estação Tatuapé).

Com o ‘Expresso Aeroporto’ quem vem das Linhas 1/Azul e 4/Amarela só faz uma baldeação.

E de qualquer outra linha do Metrô são duas trocas de trens.

Tem mais: em dezembro de 19 devem começar a operar novos trens, importados da China, feitos especialmente pra circularem na linha pro Aeroporto.

Contam com compartimentos extras pras bagagens, pras menores acima dos bancos, e um espaço próprio pra malas grandes. Sinal que o governo agora focou em atrair os passageiros de avião pro trem. Bom sinal.

“De Ctba. p/ Vitória”: Mafersa que também seria convencional na capital do PR operando na capital do Esp. Santo. Bem, tem o logo do governo do ES e a inscrição “Propriedade do Povo”, então tanto em S. Paulo quanto em Vitória eles permaneceram ‘Frota Pública‘.

O grande problema dessas novas extensões é que são poucos horários disponíveis:

Em outubro de 2018 a “Conexão” que sai do Brás tinha apenas 6 viagens por dia, e o “Expresso” partindo da Luz somente outras 5.

Em 2019, entretanto, já são 10 viagens do “Conexão” desde o Brás.

Somando 15 partidas da Luz ou Brás a Cumbica ao longo do dia.

Já não é tão pouco. Ainda assim, não há mais viagens porque é preciso utilizar os trilhos físicos de outras linhas.

Posto que a Linha 13 por enquanto se resume ao trecho Eng.Goulart/Cumbica.

2006: em pleno século 21 aconteceu de novo, veículo pintado como Interbairros de Curitiba rodando em SP. Mas esse é um caso diferente. Escrevi que em Curitiba mesmo os ônibus em teste têm que que estar pintados no padrão daqui. Pelo menos foi assim nos anos 80, 90 e 2000. Na 2ª metade da década de 10 houve um abrandamento da regra, mas quando fiz o texto, em 2014, funcionava como expliquei, mesmo pra ser testado em Curitiba tinha que estar pintado no padrão daqui. Em outras partes do país a legislação já não era tão rigorosa mesmo antigamente. Então é comum operarem em período de testes ônibus já pintados com padrão de outras cidades. Pois já estão vendidos pra lá, mas antes de serem entregues são oferecidos experimentalmente por uns poucos dias a uma empresa de outro local. Tudo somado, antes era impensável ver ônibus em teste em Curitiba com a pintura de Fortaleza ou de São Paulo. Mas a recíproca não é verdadeira. Vimos um Interbairros aqui de Ctba. como amostra grátis em Fortaleza antes, só pra deixar um gostinho na boca do povo do Ceará. E agora essa: articulado já pintado na mesma cor verde de Interbairros daqui em testes em São Paulo. Hoje (texto de 2014) faz parte da frota curitibana. O vi várias vezes cumprindo as linhas Interbairros 2 e 3. Com a placa ‘DBC’ mesmo, pois o primeiro licenciamento foi no ABC Paulista. Mas antes, por uns dias como testes, pela Santa Brígida, indo pro distante bairro de Perus, na Zona Norte de Sampa (quase divisa com Caieras)

Escrevi em 2018: “mesmo com esses entraves, a CPTM promete ampliar as opões de horários, vamos aguardar.

Um paliativo, certamente. Melhor que nada”. A promessa foi cumprida.

Porém bom mesmo vai ficar quando a linha 13 for ampliada.

E aí se integrar a outras linhas de metrô por ela mesma, sem depender do empréstimo de trilhos de outras linhas da CPTM. Vamos aguardar.

………..

Resumo da ópera: no fim dos anos 70 e começo dos 80 São Paulo passou por grande modernização da rede de transportes. 

Nessa época surgiram os primeiros corredores (o pioneiro foi o da Avenida Paes de Barros, na Zona Leste, pronto em 1980), os primeiros terminais, articulados, tróleibus-articulados.

O metrô veio em 1974 (6 décadas depois do de Buenos Aires/Argentina, não era sem tempo!), gradualmente ampliado desde então.

A primeira padronização de pintura e adequação das linhas é de 78, o ‘Saia-&-Blusa’ como já dissemos muitas vezes.

Só que aí vêm os anos 90 com seu famoso ‘neo-liberalismo’.

Os investimentos no transporte púbico estancam, e tudo entra em caos.

Não por outro motivo foi nessa década que o transporte pirata toma conta da cidade.

São Paulo teve dezenas de 2-andares em linhas regulares. Chegaram inteiro rubros, como os originais de Londres/ Inglaterra. Alguns foram repintados de ‘Municpalizado‘. Hoje 2-andares só em Linha Turismo.

A CMTC é privatizada e pouco se investe em novos projetos.

A obra do ‘Fura-Fila’, por exemplo, após anos de testes é abandonada sem ser concluída.

Nos anos 2000 novos desdobramentos. Alguns negativos: a rede elétrica foi bem desmantelada.

Hoje não há mais tróleibus na Zona Oeste nem na Norte, só na Leste e um pedacinho da Sul (a região do Ipiranga, que é vizinha a Z/L).

Me refiro ao sistema municipal. Paralelo e integrado a ele há uma rede metropolitana de tróleibus que corta o ABC.

Já que logo acima estávamos nesse intercâmbio São Paulo/Curitiba, segura mais essa: ônibus sueco Scana a álcool em teste nos anos 90 na mesma Santa Brígida, em S. Paulo.

…………

Felizmente por outro lado a cidade reage, e passa a investir na rede de ônibus novamente.

Na primeira década do novo milênio a cidade praticamente dobrou o número de terminais.

E ainda implantou a integração no cartão, que Curitiba também deveria adotar.

Desde então 100% das linhas de São Paulo são integradas.

O mesmo veículo agora sendo testado em Curitiba, atrás os famosos tubos (note que as placas são originais europeias).

Pois com uma passagem você pode pegar até 4 ônibus em 2 horas (posteriormente ampliado pra 3 horas).

O Bilhete Único também dá direito a 3 ônibus e um desconto na passagem de trem e metrô, se você precisar usar tanto o modal sobre pneus quanto trilhos.

Na mesma ocasião o transporte clandestino foi integrado e regularizado o ao sistema.

Agora os perueiros formam cooperativas, e as cooperativas atuam como se fossem uma empresa.

1980: tróleibus Mercedes-Benz alemão em testes em SP pela CMTC, foto na Praça da Sé. Esse foi emplacado no Brasil, alias em São Bernardo do Campo, no ABC/Grande SP, onde é a sede da Mercedes (o articulado verde que vimos pouco mais pro alto indo pra Perus também teve sua 1ª chapa em S.B.C.).

Assim precisam cumprir horário e itinerário, fazer conservação e limpeza dos veículos.

Em outras cidades cidades como Belo Horizonte ocorreu o mesmo.

Voltando a descrever SP, no primórdios, os primeiros ônibus alternativos legalizados eram inteiro brancos com detalhes em azul.

Atualmente são pintados iguais aos que são das viações oficiais.

A princípio havia um pequeno detalhamento diferenciado entre veículos de empresas oficias e cooperativas:

O mesmo trólei alemão na garagem em SPesse não pode vir pra Ctba., aqui nunca teve tróleibus nem mesmo em testes.

A frente e o fundo dos busos cooperados era meio-a-meio, metade branca e metade na cor da faixa do ‘Inter-Ligado’.

No fim da década de 10 mesmo isso acabou, agora a pintura é a mesma pra toda frota independente do dono do veículo.

Também após a virada do milênio foram implantadas portas na esquerda nos ônibus.

Na mesma esteira veio a inauguração do sistema Interligado.

Trólei Monobloco operando pela CMTC com pintura de fábrica (‘visite o Museu CMTC’ no letreiro; mas embaixo diz ‘Pça. da Bandeira’, mostra que ele fez linhas regulares).

Como vê, nosso colega que não mora mais lá não sabia, mas São Paulo tem até hoje pintura de acordo com a região.

(Nota: essa série sobre o transporte paulistano começou porque recebi um emeio falando sobre isso, como expliquei na outra postagem.)

Seja como for, é fato, pelo Inter-Ligado os busos paulistanos são na cor da região que operam.

O mesmo acontece em Porto Alegre-RS, Brasília-DF, Belém-PA, Salvador-BA, e Santiago do Chile.

Além do Rio de Janeiro (digo melhor, o Rio padronizou, mas aí acharam uma brecha pra despadronizar: primeiro os busos com ar-condicionado voltaram pra pintura livre, a seguir toda frota. A crise carioca é grave e atinge também o setor de transportes, evidente).

O mesmo veículo (ou então outro mas mesmo modelo e pintura) agora a serviço da CTA em Araraquara-SP – com calotas dessa vez.

Nosso foco é SP. Em 2007 a obra do ‘Fura-Fila’ é enfim inaugurada, rebatizada ‘Expresso Tiradentes’. E ficou muito bom.

Primeiro começou o trecho Centro/Sacomã, na Zona Sul; em 2009 um ramal pra Vila Prudente na Zona Leste fica pronto.

De volta aos anos 80. A CMTC (estatal municipal privatizada logo a seguir, nos anos 90) operava na cidade inteira.

Exatamente por ser estatal não se circunscrevia uma faixa específica. Logo tinha sua própria pintura.

(Escrevi a princípio: “em Porto Alegre é assim até hoje” – agora digo melhor: a Carris Porto-Alegrense tem sua própria cor.

Entretanto desde os anos 80 ela tem sim que usar as padronizações de pintura, exatamente como as particulares.)

A CMTC então não era o mesmo caso. Em outras palavras, estava liberada do ‘saia-e-blusa’, vestia seus ônibus como bem entendesse.

Alias, não apenas a CMTC tinha sua própria pintura, no singular. Ela tinha suas próprias pinturas, no plural. Pois cada prefeito mudava pra deixar sua marca.

Nessa e na imagem seguinte, busos de 2 faixas do Inter-Lligado, ambas na Zona Sul: vemos Apache azul-claro da Faixa 6. Notam as portas também na esquerda. Não, a foto não está invertida pelo computador. Isso é normal em SP, pra quem não conhece a cidade.

Ademais, só a CMTC tinha tróleibus, o que gerava um novo padrão de pintura:  o Amarelinho EBTU, que também vigorou nos tróleibus outras 3 cidades brasileiras.

Como já dito anteriormente, trata-se do Recife, Ribeirão Preto e Santos.

E.B.T.U. era a finada ‘Empresa Brasileira de Transportes Urbanos’.

Estatal que existiu de 1975 a 1991, e deu grande impulso a modernização dos transportes em nossa pátria.

Ela financiou a compra e reforma de troleibus, e criou uma pintura própria pra eles.

Aqui e a direita: Alfa Articulados da Zona Sul. Primeiro um roxo da Faixa 7 (do Inter-Ligado, como está evidente). Alias o conglomerado das empresas se chama ‘Consórcio 7’. A Faixa 7 é a maior de todas em população, por isso concentra o maior número de articulados e bi-articulados. Pois pega alguns dos subúrbios mais povoados da cidade, como Capão Redondo, Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Valo Velho e imediações. Apesar de pertencer o Consórcio 7 e estar na cor da Faixa 7, ele está com prefixo 6, da faixa anterior – abaixo veremos mais casos assim, de numeração trocada entre as Faixas do Inter-Ligado.

Que portanto existiu nas 4 cidades, mas somente neles, os tróleis.

(Digo, dizendo de novo, o Recife é exceção, ali a decoração ‘Amarelinho’ foi usada majoritariamente nesse modal.

Porém  eventualmente também em alguns a dísel, em todos os casos sempre pela estatal CTU.)

A história dos ônibus elétricos no Brasil está melhor dechavada numa mensagem a parte.

Voltando a nosso tema de hoje que é a Cidade de São Paulo.

O fato é que a CMTC era liberada do padrão saia-e-blusa, e teve diversas pinturas.

A que eu mais gostava é que ficou conhecida como “Trovão Azul”.

E não apenas nessa viação mas é a pintura de ônibus que eu mais gosto em todas as cidades, em todos os tempos.

Próximas 6: SP nunca teve padrão de pintura inteiro branco. Ainda assim, em diversos momentos circularam ‘ovelhas brancas‘ (parece buso em teste, não?). Abrimos com mais um Alfa articulado da Z/S.

Foi implantada por Olavo Setúbal em 1978 (junto com o saia-e-blusa que as particulares foram obrigadas a adotar).

A ‘Trovão Azul’ foi mantida nas duas gestões que vieram a seguir.

Portanto vigorou por mais ou menos uma década, até o fim dos anos 80.

Veja um pouco mais pro alto na página a miniatura que eu fiz de papel.

É exatamente um Monobloco 1 Trovão Azul CMTC, uma homenagem.

Neobus ‘ovelha branca’: tróleibus inteiro alvo no Corredor Santo Amaro, começo dos anos 2000. Foto duplamente raríssima: 1º) os ônibus brancos são esporádicos, surgem muito de vez em quando, e, 2º) não há mais rede elétrica na Avenida Santo Amaro.

Não fui só eu que gostei da pintura. Ela foi copiada de Manaus a Grande Porto Alegre.

Veja o Trovão Azul de Sul a Norte do Brasil, o Sudeste foi só sua Gênese.

Esse desenho é um Lázaro, uma verdadeira Fênix, se assim posso dizer.

Como é óbvio, a CMTC adorava os redondões, teve centenas de Monos na frota.

Falo mais desse modelo com muitas fotos aqui, aqui e aqui.

3 Monoblocos ‘Ovelhas Brancas’ em sequência, os dois primeiros CMTC, esse com 3 portas, contorno negro nas janelas e calotas.

  ……….

Nos anos 80 não houve mudanças no padrão dos ônibus particulares.

Ou seja a decoração ‘Saia-e-Blusa’ permaneceu vigente.

Entretanto a viação estatal CMTC ficou colorida inteira de vermelho.

Ficou assim os veículos da frota inteira, todos o modais.

Só que o buso vermelho mais famoso dessa época certamente foi o 2-Andares.

Novidade que foi importada diretamente da Inglaterra. 

Depois de SP Capital, Osasco (na Zona Oeste da própria Gde. São Paulo), Goiânia-GO, Recife e Uberlândia-MG também tiveram 2-andares no transporte urbano regular.

Também com calotas, um de viação particular (a Santo Estevam, da Z/L).

Repetindo, atualmente esse modal com escada dentro só em ‘Linha Turismo‘ (mesmo assim os de Sampa ainda são vermelhos).

Nos anos 80 e 90, os pioneiros 2-andares brasileiros eram sempre do modelo ‘Fofão’.

Fabricados pela Thamco – que faliu logo depois alias.

…….

Caio Apache3 (quase) todinho sem cor já no Inter-Ligado, clicado em abril de 2010. Em linha no Metrô Belém (Z/L). ‘Ovelhas Brancas existiram até na década de 10 do século 21.

Estória curiosa: vimos mais pro alto na página (busque pelas legendas) uma leva de Mafersas que viria pra Curitiba.

E já estavam pintados com as cores daqui. Um amarelo e um verde.

Se acha que são parecidos com Convencionais e Inter-Bairros de Curitiba, saiba que não é por acaso.

Houveram também laranjas e vermelhos que seriam alimentadores e expressos curitibanos.

Digo melhor, nunca houve pintura inteira branca pras viações oficiais. Pois quando os busos clandestinos foram legalizados, a princípio eles ficaram todo alvos. Com detalhes em azul pra demonstrar a regularização.

(A Mafersa tinha sua fábrica na Grande Belo Horizonte-MG. A seguir ela também faliu, os anos 90 foram cruéis na economia brasileira.)

Pro que nos importa aqui, a venda gorou e pararam na CMTC, que operou os bichões sem repintar. Nunca pisaram em terras paranaenses, acabaram na viação estatal de Sampa, como notamos.

Nessa outra matéria eu aponto um caso diferente: ônibus que rodaram muito tempo em Curitiba, mas depois foram repintados e vendidos pra outras cidades.

Seguindo na mesma frequência da foto a direita, vamos ver 3 Gabrielas, produzidos nos anos 70 em ação nos anos 90.

Os 5 primeiros articulados antigos, operando nos anos 80 e 90, e a última imagem no presente.

Consórcio Tânia/Gatusa: Condor da Tânia, pois detalhes (rodas e para-choques) sem pintar.

Feito o apanhado geral, voltamos as viações particulares, com sua clássica padronização Saia-&-Blusa.

A saia era compulsória conforma a região, como sabem.

Logo, diversas viações compartilhavam a mesma saia.

Consórcio Tânia/Gatusa: Mono2 da Gatusa, detalhes como roda e para-choques pintados.

Uma retificação: escrevi acima que “era raro duas viações dividirem a mesma blusa, mas ocorreram alguns casos”.

Sendo mais específico, era raro no meio e fim da década de 80. Na virada pra e início dos anos 80 era comum.

Pelo seguinte: em 1978 eram 39 empresas particulares. Das quais 32 se agruparam em duplas de consórcios.

Bela Vista com capelinha do Consórcio Leste-Oeste: viações Leste-Oeste e São José acima da janela do motorista, logo dessa última, iniciais entrelaçadas. Faixa 2, saia amarela, Zona Lesteprefixo 105 enquanto durou a união, nesse caso está como ’05’ porque a foto é de 1982 ou 83, o consórcio já havia sido desfeito, ainda não tiraram o nome ‘Leste-Oeste’ da lataria mas breve o farão.

Portanto 16 consórcios. As outras 7 permaneceram operando sozinhas suas linhas.

Os consórcios duraram de 1978 a 1982. Alguns tinham nome próprio.

E aí vinha grafado isso na lataria, o nome do consórcio e não o das viações.

Em outros casos o consórcio não recebeu denominação específica.

Simplesmente pintavam o nome de ambas na lataria, podia estar escrito ‘Consórcio’ ou não.

Vimos pouco acima o “Consórcio Tânia/Gatusa”, faixa 6 saia vermelha da Zona Sul.

Nesse caso dizia expressamente “Consórcio“, e o prefixo era 117.

Na faixa 3 – originalmente saia rosa – da Zona Leste foram vários consórcios; aqui Veneza do consórcio Pompeia/Tabú, prefixo 106.

Vamos a partir do ‘latão’ amarelo e branco na esquerda registrar mais casos.

Seja como for, o que não mudava é que a viação mais forte era a ‘cabeça’ do consórcio.

Como se fosse o ‘chefe da família’ num casal, fazendo uma comparação.

Quando acontecia o consórcio, as duas viações compartilhavam as linhas e também a pintura dos busos.

Monos1 do Consórcio Aricanduva (viações Santo Estevam e Vila Carrão), prefixo 107.

Portanto, nesse caso ficavam idênticas sem tirar nem pôr, evidente.

Variava apenas um detalhe: muitas vezes uma das empresas pintava também as rodas e para-choques.

Enquanto a outra deixava esses detalhes no cinza original – acima já mostramos essa diferença.

Vide as fotos do Condor da Tânia e Mono2 da Gatusa na abertura dessa seção um pouco mais pro alto.

Encerrando as fotos da faixa 3 de saia rosa, vamos ver 2 Caios do Consórcio Sudeste, prefixo 108, formado pelas viações Auxiliar e TransLeste. Aqui um Gabriela – curiosamente com ‘tudo que tem direito’, nome do consórcio sobre a janela, e das 2 viações participantes sob. E a esq. um Bela Vista, mais antigo.

Como saber qual era a ‘cabeça’ do consórcio? É bem simples:

Depois de 82 as uniões terminaram, foram todas dissolvidas.

E com isso no geral uma das viações mudou a pintura, outra manteve.

A que manteve a mesma pintura usada no consórcio era a cabeça dele.

A que mudou era a que ficava mais na retaguarda, portanto.

Nota: eu não presenciei essa fase, tinha apenas 5 anos quando os consórcios acabaram.

Meu estudo é pela internet, onde as vezes as fontes são contraditórias.

Então eventualmente eu posso grafar uma informação inexata abaixo.

Constatando esse fato, escreva retificando que terei o maior prazer em acertar a matéria.

Próximas 2: consórcio das viações Mar Paulista e Canaã, faixa 5, saia azul-clara, Zona Sul, prefixo 113. Aqui um Monobloco ‘2’.

Isto posto, vamos aos 16 Consórcios (quando ele tiver nome próprio informo, do contrário vinha apenas o nome das 2 viações).

Você já sabe, de 1978 a 1982 os prefixos iam de 101 a 123. Depois disso de 01 a 23.

Resultando que se você quiser saber o prefixo de uma viação pós-consórcio, só elimine o ‘1’ da frente.

Faixa 1, Zona Norte, saia marrom: acredito que as viações Nações Unidas e Parada Inglesa tiveram consórcio no período 78-82, prefixo 102.

Gabriela com ‘Máscara Negra’. A ‘Rodoviária’ do letreiro não é a do Tietê, mas a que havia na Luz, no Centrão – depois da inauguração da nova rodoviária (1982, ano dessa foto) a linha passou a se chamar “Estação da Luz”.

Após este desfeito, separaram as pinturas, a Nações adotou blusa branca, a Parada bege.

Faixa 2, Zona Leste, saia amarela: Consórcio Leste-Oeste, prefixo 105, entre as viações São José e Leste-Oeste.

A Leste-Oeste encerrou as atividades em 1982, não seguiu operando após o fim da união.

Vamos pra Faixa 3, Zona Leste, saia rosa na era dos consórcios, laranja-vermelhado depois disso.

Na Pça. da Bandeira, Veneza com capelinha do consórcio Bola Branca/N. Sra. do Socorro (abaixo ainda veremos mais 3 imagens dessa união), Faixa 6, saia vermelha, Zona Sul. O buso é da Bola Branca, sabemos, bem, pelas bolas brancas escoltando o letreiro. Ao fundo, de saia azul, um do consórcio Mar Paulista/Canaã que vimos na foto anterior.

Aqui bateu o recorde, foram nada menos que 4 consórcios. Não perca a conta:

Consórcio Pompéia/Tabu, prefixo 106. A Pompéia deixou de operar pouco a seguir do término do consórcio;

Consórcio Aricanduva, prefixo 107, entre as viações Santo Estevam e Vila Carrão.

Igualmente a V. Carrão encerraria as atividades na 1ª metade da década de 80;

Consórcio Sudeste, prefixo 108, formado pelas viações Auxiliar e TransLeste.

Ainda mais uma vez, a Cia. Auxiliar fecha suas portas ao término da união;

sb7 inclinado Caio capelinha consórcio Bandeirante Santa Cecília Z/O z/s laranja branco

Aqui e próxima imagem: consórcio Bandeirante/Santa Cecília, prefixo 118. Chegamos a Zona Oeste, Faixa 7, saia laranja. Primeiro um Ciferal Paulista com capelinha.

Consórcio CooperNove, prefixo 109 (daí o nome), das viações Vila Ema e Empresa Paulista.

Desfeita a CooperNove, ambas mantiveram pintura idêntica, com blusa branca;

Faixa 4, Zona Sul, saia azul-escura: consórcio entre as viações Taboão e São João Clímaco, prefixo 110.

Acabado o consórcio, as duas mantiveram idêntica pintura, com blusa bege-escura.

A Faixa 5, também Zona Sul, saia azul-clara, teve 2 consórcios:

Também de capelinha, um Gabriela do modelo antigo, inclinado. No canto direito um…Fusca! E que carro você acha que dominava as ruas nos anos 80?

Consórcio Jabaquara, prefixo 112, entre as viações ParaTodos e Tupi.

Após o fim do mesmo, separaram a pintura, a Tupi adotou blusa bege-clara, a ParaTodos bege-escura.

Consórcio Mar Paulista/Canaã, prefixo 113. Quando unidas, a blusa era acizentada.

Após terminado esse ciclo separaram as pinturas; Aparentemente a Mar Paulista adotou blusa bege-clara, enquanto a Canaã manteve a decoração da época do consórcio.

Mas as fontes divergem, são contraditórias. Fotos e desenhos confundem mais que esclarecem nesse caso, quem ficou de acizentado, e quem ficou de bege. O fato é que houve o consórcio, depois desfeito.

Ainda na Faixa 8 de saia laranja. Mono1, alguém escreveu que “pertenceu a 2 empresas ao mesmo tempo”. Na verdade as viações Castro e Santa Madalena tinham consórcio, prefixo 119 (foto de 79, transição: atrás 2 busos ainda na pintura livre).

Na segunda metade da década de 80, ambas as viações desapareceram. Deram lugar a Viação Urbana Zona Sul, que também tinha blusa bege-clara.

Na Faixa 6, ainda na Z/S e saia vermelha, foram mais 2 uniões:

Consórcio Bola Branca/Nossa Senhora do Socorro, prefixo 114.

Após o término da parceria a Bola Branca manteve a pintura que usavam juntas, blusa bege-escuro. A N. Sra. do Socorro adotou blusa branca;

Mais 3 busos do consórcio B. Branca/N. Sra. do Socorro.

Próximas 2: Faixa 8, saia verde-escura, Zona Oeste. Aqui, foto de 1982. Mono1 do consórcio Gato Preto/Gato Branco. Na verdade o consórcio – que tinha prefixo 120 – acabou de acabar. Ainda com nome das 2 viações, mas o nº do buso já mudou pra 20 mil. A Gato Preto punha nomes estranhos em cada um de seus veículos. Esse é o “La Ciotat Jongkind”.

Consórcio Tânia/Gatusa, prefixo 117 – já vimos 2 busões na abertura da seção.

Mesmo depois dele finalizado as duas viações permaneceram com pintura igual:

Blusa azul-escura. Mais abaixo falo especificamente desse caso, com várias fotos.

Enquanto que a Faixa 8, Zona Oeste, saia laranja, teve outros 2 consórcios:

Consórcio Bandeirantes/Santa Cecília, prefixo 118.

Quando ele acabou, seguiram com a decoração idêntica, blusa branca.

Clicado no mesmo local do Centrão que a foto anterior, Monobloco 2 do consórcio Santa Brígida/Pirituba, prefixo 121.

Consórcio Castro/Santa Madalena, prefixo 119.

Após o fim da parceria, a Castro manteve a pintura usada nela, blusa marrom intercalada por uma fita laranja na cor da saia.

A Santa Madalena foi quem mudou, adotou uma blusa bege-clara.

A Faixa 8, saia verde-escura, da mesma forma pertence a Zona Oeste.

Desenho mostra o consórcio Gato Preto/Ipojuca, prefixo também 120.

A situação não está clara. A Gato Preto fez pelo menos 2, e pode ter feito até 3 consórcios diferentes.

É certo que a Gato Preto fez Consórcio com a viação Gato Branco.

Há fotos que comprovam sem sombra de dúvidas, postei uma delas um pouco mais pro alto na matéria.

Uma fonte confiável assegura que houve também consórcio da Gato Preto com a Viação Ipojuca, confira a esquerda.

O texto continua falando dos consórcios. A CMTC não participou deles, voltamos a ver a viação estatal. Outro CMTC Caio Scania dos tempos pioneiros. Aqui Amélia, já com 3 portas, mesma configuração do eixo sob o motorista, como fez sucesso a época (especialmente no R. Gde. do Sul).

E há chances de ter ocorrido uma terceira parceria, consórcio da Gato Preto com a Santa Madalena.

Já damos os detalhes do imbróglio. Antes, vamos pra Zona Norte, Faixa 9, saia verde-clara.

– Ali existiu o consórcio entre as viações Brasília/Santa Amélia, prefixo 123.

Durou pouco, porque a S. Amélia deixou de circular ainda na 1ª metade dos anos 80.

Logo a seguir, perto do meio dessa mesma década, foi a vez da Brasília fechar.

Suas linhas foram rateadas por outras empresas, provavelmente a Tusa, Santa Brígida e CMTC.

Mesmo buso da foto a dir. . Teve pintura especial só pra ele, ficou numa garagem da Zona Leste. Na outra imagem (ainda sem chapas) fazendo a linha Penha/Lapa, e aqui (de chapas azuis, portanto ainda em testes) a São Miguel Pta./Anhagabaú.

……….

Agora retomemos a Faixa 8, ainda na Z/O, onde como acabei de dizer a Gato Preto pode ter feito até 3 consórcios diferentes:

Com as viações Gato Branco, Ipojuca e Sta. Madalena. O primeiro aconteceu, não há controvérsias.

As dúvidas se referem as outras duas associações. Vamos por partes.

Houve o consórcio Gato Preto/Gato Branco, prefixo 120.

3 Monoblocos do inícios dos consórcios, 2 deles com capelinha. Da esq. pra dir: Consórcio Aricanduva, Faixa 3, saia rosa (mesma imagem já mostrada acima, agora com a câmera aberta); Consórcio Leste/Oeste, Faixa 2, saia amarela – os dois 1ºs da Zona Leste; e o ‘latão’ da direita é da Zona Norte, Faixa 1 com saia marrom.

Se isso te parece um trocadilho sua impressão é exata.

O dono da Gato Preto tem mesmo incrível senso de humor.

Tanto que na época do Saia-&-Blusa cada um de seus busos tinha um nome específico, e o pior, geralmente impronunciável.

Então é uma brincadeira um Consórcio entre Gato Preto e Gato Branco? É.

A questão é que é uma brincadeira que existiu de fato, as fotos mostram que realmente aconteceu.

Antes: CMTC nos anos 50 ou começo dos 60. Vinha escrito ‘Cidade’ no sentido Centro, característica que foi usada na época também em outras cidades do Sudeste como o Rio, Campinas, Sorocaba (ambas no interior paulista, óbvio) e, no Sul, Foz do Iguaçu-PR. Em São José dos Campos-SP o costume se manteve em pleno século 21, até 2010. E na África do Sul é assim até hoje. A foto tem que ser antes da década de 70, pois a chapa só tem nºs, sem letras. As placas com 2 letras começaram exatamente no ano de 1970 – quando houve o tri-campeonato da Seleção no México.

Além desse, o sítio GuaruBus (especialista em retratar o transporte na Gde. SP nos tempos idos) retrata ter existido o consórcio Gato Preto/Ipojuca, usando o mesmo prefixo.

Nunca vi fotos, não posso assinar embaixo. No entanto, há grandes chances.

Pois o autor é grande entendido do transporte paulistano dos tempos idos.

Seu trabalho não é ficcional, e sim documental. Então é provável que sim.

E especula-se que tenha havido também o consórcio Gato Preto/Santa Madalena – caso seja verdade, também compartilhando o prefixo 120.

Nesse caso não há provas, nem mesmo provas circunstanciais.

O que indica que houve essa união são duas coisas, a decoração das frotas e a numeração delas.

Agora: moderno articulado Caio Mondego (com piso baixo) da Faixa 8, laranja, do Inter-Ligado.

É que as duas viações tinham pintura idêntica – blusa bege-escura – e usavam na era pós-consórcio o mesmo prefixo 20.

Diz a história que esse alinhamento é forte indício de consórcio num ciclo anterior. Só que é somente uma hipótese.

Até porque a mesma viação ter formado 3 consórcios é imponderável. Mas dois, com a Gato Branco e Ipojuca, é mais provável.

Indo pro bairro do Pacaembu, Zona Oeste, onde há o estádio obviamente.

“GATO PRETO EM NEVE BRANCA”:

É SÓ MAIS UMA DAS LOUCURAS DA GATO –

Disse acima que o dono da Gato Preto e da Santa Madalena dava nomes estranhos a cada um de seus busos.

A esquerda o ‘SnowMass’, se traduz Massa de Neve’ do inglês. Confira outros exemplares dessa curiosa característica do transporte paulistanos nos anos 80.

Dando um salto no tempo, vamos pra padronização ‘Inter-Ligado’, implantada em 2003 e ainda vigente (escrevo em 2019). Mais precisamente, veremos os guinchos das viações na pintura ‘Inter-Ligada’.

AMÉLIA DA TÂNIA DE SAIA VERMELHA E BLUSA AZUL. CURIOSO, NÃO?

TUDO REMETE A NOMES E VESTUÁRIO FEMININOS:

O MODELO, A VIAÇÃO E PINTURA –

Ao lado uma menina de ‘Saia-&-Blusa, desenho de meu próprio punho.

No entanto aqui, ao contrário do que o título poderia dar a entender, o tema dessa postagem não tem nada a ver as roupas das mulheres.

Exatamente ao contrário disso, nosso foco de hoje é bem mais masculino:

Na Busologia, ‘Saia-&-Blusa’ é isso aqui: vemos puxando a fila 3 Gabrielas, e os 3 estão de ‘saia’ vermelha (e capelinha). O da frente, da Tânia, usa ‘blusa’ azul, enquanto os 2 a seguir da São Luiz ostentam blusas amarelas.

A “Arqueo-Busologia”, a ciência que estuda pinturas e modais de ônibus já extintos.

Saia-&-Blusa” foi como ficou conhecida a pintura dos ônibus em São Paulo no período 1978-1991, como sabem.

Assim a blusa era de escolha da viação, sua assinatura que a caracterizava.

Foi raro duas viações dividirem a mesma blusa, ainda assim ocorreram alguns casos, como é de domínio público.

Recapitulando apenas as empresas que sobreviveram até pelo menos a segunda metade dos anos 80:

Monobloco da Tânia, ainda da era dos consórcios (daí o prefixo ser 117).

Na Faixa 2, saia marrom, na Zona Norte, foram registrados 2 casos.

Brasil Luxo e Nações Unidas, saia marrom e blusa branca, essas eram xerox uma da outra.

Pintura idêntica e mesmo prefixo, provavelmente houve um consórcio;

Parada Inglesa e Alto do Pari tinham blusas beges, a da P. Inglesa era talvez num tom um pouquinho mais escuro.

Ficaram muito parecidas, de qualquer forma. Mas não houve consórcio, os prefixos são distintos;

Saia vermelha (Z/S) e blusa azul-clara, fila de Gabrielas da Jurema (prov.) no ponto final na região do Jardim Ângela, note a rua de terra. O 1º tem capelinha, os demais dispensaram.

Na Faixa 3, Zona Leste, que após o fim dos consórcios adotou saia alaranjada-escura, tivemos mais 2 casos, um deles com 4 viações de mesma pintura:

Viação São Paulo, São Mateus, Vila Ema e Empresa Paulista, blusa branca.

As duas últimas formaram consórcio entre si, que as V. S. Paulo e S. Mateus não participaram obviamente pois era restrito a uma dupla.

– Santo Estevem e TransLeste, blusa bege, não foram consorciadas uma com a outra;

Saia laranja, Zona Oeste. O consórcio com a Castro já acabou, mas esse Amélia da Santa Madalena ainda está na pintura da época da união – depois disso a S. Madalena adotou blusa bege, a Castro se manteve assim.

– Na Faixa 4, Zona Sul, saia azul-escura, Taboão e São João Clímaco tiveram consórcio;

Após o fim deste mantiveram a blusa bege-escura igual uma da outra.

Seguimos na Z/S, Faixa 5, saia azul-clara.

Tupi e por um tempo a Mar Paulista tiveram pinturas idênticas, blusa bege-clara, mesmo sem ter consórcio entre si.

Depois a M. Paulista foi embora e veio a Viação Zona Sul, com a mesma blusa bege-clara, seguindo igual a Tupi portanto;

Vocês já sabem, a CMTC estava dispensada do ‘Saia-&-Blusa’, podia escolher sua pintura. Mais um Mono2 na decoração ‘Trovão Azul‘.

Na Faixa 6, saia vermelha fechando a Z/Sul, temos o caso de Tânia e Gatusa (já falamos mais disso), blusa azul-escura, formaram consórcio anteriormente;

– Chegando a Zona Oeste, Faixa 7, saia laranja. Bandeirante e Santa Cecília tiveram consórcio.

Este desfeito, seguiram ambas com blusa branca, mesma pintura.

– E ainda na Z/O, Faixa 8, saia verde-escura. Gato Preto e Santa Madalena compartilhavam mesmo prefixo e blusa, bege-escura.

Na época do ‘Saia-&-Blusa’ quase todos os articulados eram CMTC. Repito, a Bola Branca (saia vermelha, blusa bege) foi a única viação particular a ter sanfonados nessa pintura.

Se a Gato e a Santa um dia tiveram consórcio juntas não está claro, como discutimos mais por alto na matéria.

…….

Como diferenciar duas viações com pintura igual? O povão não sabia, é trabalho pra especialista.

Pra entrarmos nessa questão, detalho melhor a região 6 desse modelo que vigorava na minha infância.  

Pois minha base sempre foi a Zona Sul por ser a que conheço melhor.

Veículo de apoio – auto-escola pra treinamento dos motoristas – das viações Urubupunga (metropolitana) e S. Brígida (municipal), que eram do mesmo grupo.

Abaixo eu enxerto um outro texto, escrito em 2014, em que trato especificamente de um caso desses.

AGORA QUE A ONÇA BEBE ÁGUA: TÂNIA X GATUSA; MESMA SAIA, MESMA BLUSA, MESMO PREFIXO; COMO DIFERENCIAR ???

Publicado em 28 de agosto de 2014

Num momento de meados dos anos 80, eram perto de 30 viações em SP.

Vamos falar exatamente das Viações Tânia e Gatusa.

Amélia da Gatusa.

Ambas eram vermelhas na saia, azul escuro na blusa, como as cores dessa parte do texto.

Em outras palavras, eram idênticas, na ‘saia’ e na ‘blusa’. Como saber qual é qual dessa forma?

Simples: a Gatusa pintava também as rodas e para-choques de vermelho.

E ostentava propaganda na lataria. Vide exemplo a esquerda.

Amélia da Tânia.

Na Tânia, essas peças eram cinzas, originais de fábrica, e não havia publicidade lateral. Observe a direita.

Em ambas havia ainda, pra dar um charme, uma fitinha vermelha abaixo da janela.

Seguindo o paralelo com o vestuário feminino, era um cinto da cor da saia pra contratar e realçar a blusa.

De novo Gatusa.

Veja os Amélias de ambas emparelhados, que ficará claro tudo que foi dito.

(Observo que nos anos 70 a 90 a Caio batizava seus modelos com nomes de mulher, como é sabido).

Um ponto importante: não nos deixemos enganar pelo bairro que consta na razão social da empresa.

Gatusa significa Garagem Americanópolis de Transportes S.A. .

E mais um Tânia, até aqui só Amélias.

Apesar do “Americanópolis” em sua razão social, a Gatusa não passava nem perto dessa região.

A área de atuação da Gatusa era na época o Brooklin, Santo Amaro e imediações, na faixa 6-vermelha.

Americanópolis também é na Zona Sul mas ficava na região 5, da saia azul-clara, que abrangia os seguintes bairros:

Monobloco da Tânia.

Cidade Ademar, Jardim Míriam, Divisa de Diadema, Vila Joaniza, Aeroporto de Congonhas, Vila Santa Catarina, esses lados.

A Tânia, e também a Gatusa, iam a outra parte da Z/S, a Faixa 6.

Onde fica o Brooklin, Vila Olímpia, Alto da Boa Vista e Santo Amaro, dizendo de novo.

2 Vitórias da Gatusa. Esse modelo só tinha 1 ‘folha’ em cada porta (exceto busos alongados).

Ambas dividiam também o prefixo 17. Os carros da Gatusa eram de 17.001 a 17.499.

Enquanto a Tânia pegava os números de 17.500 a 17.999.

A causa é que falamos acima, no início elas formaram consórcio.

Era comum as empresas compartilharem prefixos, quando foram consorciadas.

Os dois últimos estão provisoriamente sem propaganda, mas se aparecer interessado…

Ainda assim, compartilharem a pintura, depois de desfeito a união, é bem mais raro.

No caso da Tânia e Gatusa, diferenciamos pela pintura ou não dessas detalhes.

AEnciclopédia do Transporte Urbano Brasileiroacaba de ter mais um capítulo publicado.

Hibribus’ em testes em São Paulo, se dirigindo a USP, na Zona Oeste.

..……..

Encerra-se o enxerto de 2014, ampliando pros demais casos de pinturas idênticas:

Ainda na Zona Sul mas na Faixa 5 de saia azul-clara: Tupi e Mar Paulista não tiveram consórcio entre si.

Ainda assim, compartilharam a mesma pintura por um tempo, blusa bege-clara.

Entre essas duas ocorreu o mesmo que com Tânia/Gatusa:

Você diferenciava as viações nos detalhes da decoração.

A Mar Paulista também pintava rodas e para-choques na cor da saia.

Ficavam azul-claros nesse caso. Inversamente, a Tupi não fazia isso, deixava no cinza original de fábrica.

Busscar com pintura de testes, também indo pra Zona Oeste de Sampa, no caso pro Ceasa.

Como já dito e é notório, na 2ª metade dos anos 80 a Mar Paulista (e também a Canaã) se foram.

A Viação Zona Sul assumiu o lugar delas, e a Zona Sul igualmente teve blusa bege-clara.

Pois bem. A Zona Sul da mesma maneira pintava as rodas e para-choques na imensa maioria de seus busos. Assim continuou diferenciada da Tupi.

Chegamos as viações Paulista, São Paulo e Vila Ema na Zona Leste

Faixa 8 do Inter-Ligado: Caio Alfa igualmente puxa linha pra Cidade Universitária/USP.

Da Viação São Paulo só achamos uma imagem no Saia-&-Blusa, um Gabriela. Rodas e para-choques estão pintados.

Enquanto que Empresa Paulista e Vila Ema não decoravam essas partes do busão.

Na Zona Norte, as 4 viações da Faixa 1 (saia marrom) pintavam sim, também em marrom, o rodado e para-choques.

Creio que as 4 eram do mesmo grupo, ‘Sambaíba’, depois foram unificadas com esse nome, oficializando.

Meio-a-Meio‘: Caio da Via Sul (atual ‘Via Sudeste’), que deveria operar na Faixa 5, verde-escura, do ‘Inter-Luigado’. Mas está fazendo linha na Faixa 7, roxa. A frente é verde, a lateral roxa, uma pintura de transição que também existe no Rio Grande do Sul e Piauí.

Enquanto que na Faixa 4 (Zona Sul) e 8 (Zona Oeste), nenhuma das empresas – Taboão/S. J. Clímaco na 4 e G. Preto/S. Madalena na 8 – se preocupava em pintar essas partes, deixavam o cinza original.

……..

Voltemos ao texto de 2011. Vamos comparar as padronizações ‘Saia-&-Blusa’ e ‘Inter-Ligado‘.

Há notórias semelhanças, a cidade foi dividida primeiro em 9 e agora em 8 faixas, e os ônibus têm a cor da faixa.

E o que era diferente? No ‘Saia’ notamos que a Zona Norte pegava as regiões 1 e 9, o início e fim da contagem.

Mesmo caso, outro ‘meio-a-meio‘, mas nesse caso é um buso da Sambaíba (Faixa 2, azul-escura, Zona Norte) em linha na Faixa 4, vermelha, Zona Leste.

Indicando que o marco-zero da medida era bem no meio da Z/N.

E não na divisa entre Z/O e Z/N, como seria o mais lógico.

Bem, o erro foi corrigido, no atual padrão a Z/N tem as faixas 1 e 2, a Z/O fecha a contagem com a 8.

Olhando o mapa dos dois sistemas, vemos que algumas cores coincidem com atualmente:

Verde-claro era Z/N, amarelo era Z/L, azul-claro era Z/S, laranja era Z/O.

Outro Apache da Sambaíba também emprestado a Zona Leste (mesmo modelo, mesma linha), mas esse na pintura correta da Z/L, inteiro vermelho.

Todas essas cores do Interligado estão exatamente onde estavam no Saia-&-Blusa’.

Porém outras não. Vermelho era Zona Sul e agora é Leste, verde-escuro era Z/O agora é Leste e Sul, azul-escuro era Z/S, passou pra Z/N. As cores rosa e marrom foram eliminadas. E entrou pro sistema a cor roxa.

……..

Vimos nas 3 imagens acima busos emprestados, com numeração e/ou pintura de uma faixa do Inter-Ligado mas operando em outra. Seguem mais 4 casos, todos na Zona Leste.

Tróleibus antigos da Garagem Tatuapé da CMTC, o 4º já depois da privatização, do modelo Marcopolo Torino1  – eu sei, oficialmente ‘São Remo2’, mas o desenho é muito mais Torino que S. Remo.

Linha 2002, o ‘Circular-Centro‘, no letreiro vem ‘Term. Bandeira/Term. Pq. Dom Pedro‘.

Agora tróleibus do modelo Torino3 (‘Torino G.V.’). Esses todos já comprados depois da privatização, por isso das empresas EletroBus e Himalaia.

A Himalaia operava transporte metropolitano na Zona Oeste, e foi convidada pra migrar pro municipal na Zona Leste. Essas trocas são comuns em SP.

Ao lado um em pintura especial, os ícones do Centrão de SP adesivados na lataria. Abaixo mais Torinos3 rasgando a Zona Leste.

Ainda mais alguns tróleibus. A direita um Ciferal, Garagem Tatuapé (G.T.A.) da CMTC, que ainda exisitia.

1ª fase do Municipalizado, linha pro clube Ceret, que fica entre o Tatuapé, Vila Formosa e Vila Carrão.

Mafersas na sequência horizontal abaixo, antes (1º caso) e depois da privatização da CMTC (os dois a seguir).

Agora busos (elétricos e a dísel) da 4ª fase do ‘Municipalizado‘, quando as linhas troncais receberam faixa verde, sem faixinha menor na frente indicando a região da cidade.

Imagem rara: Caio Amélia da CMTC – na pintura ‘Saia-Branca’ da virada dos anos 80 pra 90 – com nº ‘501’, somente. Desde os anos 70 pelo menos, os ônibus em SP têm no mínimo 5 dígitos na numeração (como no ‘Saia-&-Blusa’ e atualmente no ‘Inter-Ligado’), nas transições do ‘Municipalizado tiveram 6 e mesmo 7 dígitos. Esse é uma exceção, que merece registro, talvez esse buso tenha sido encampado de alguma outra empresa (Viação Bandeirante na Z/O ou Brasília na Z/N, por ex.), e por isso tenha sido registrado assim. Seja como for, me lembrei de Joinville-SC. Na terra da Busscar (que alias em 2018 foi comprada pela Caio) é assim, os ônibus joinvillenses até hoje podem ter 3, 4 ou 5 dígitos, sendo que somente 3 dá e sobra, a frota da cidade é de cerca de 500 busos.

Falei acima das cidades que padronizaram a pintura dos ônibus seguindo o modelo de SP, pintando os busos por região em que operam.

Muitas outras cidades que padronizam os ônibus, entretanto, adotaram o modelo de Curitiba.

Ou seja, a pintura não é por região mas por tipo de serviço: Expresso, Interbairros, Alimentador, etc.

Cidades que ainda utilizam essa padronização, além de Curitiba:

Recife no sistema SEI, Los Angeles-EUA, Ponta Grossa-PR.

Agora abaixo listo as que já utilizaram essa mesma padronização de pintar os busos conforme a categoria de linha, mas já abandonaram ou estão abandonando:

Exemplos, entre muitos outros, são Joinville e Blumenau (as 2 maiores cidades do interior de SC), Vitória-ES, Belo Horizonte, Londrina e Paranaguá, (ambas no PR), etc.

Londrina dispensou qualquer padronização, voltou a pintura livre.

As demais citadas permanecem ainda com pintura padronizada. No entanto, agora é pintura única pra toda frota, todas as linhas.

Monobloco Trovão Azul fazendo ‘Paese’. Como já expliquei acima e é notório, esse termo indica ‘Tabela Trocada‘ em SP: no letreiro de lona está escrito ‘V. Sabrina’, linha da Zona Norte. Mas num papel colado a mão no vidro informa que verdade está puxando linha pro Belém, na Zona Leste. Hoje com o letreiro eletrônico essas trocas são imperceptíveis.

Digo, BH tem uma pintura pro sistema Move e outra pras linhas convencionais que não fazem parte dele.

Isso atualmente. Voltando um pouco no tempo, na verdade a primeira padronização de BH indicava tanto a categoria quanto a região da cidade.

É isso mesmo, foi 2-em-1. Como eles conseguiram isso? Foi a revolução do sistema MetroBel.

Voltemos a falar das cidade que padronizaram a pintura conforme a categoria da linha: até Los Angeles (EUA) entrou no rol.

Primeiro caso da história que um país do eixo euro-estadunidense adota uma padronização no transporte criada no Sul do planeta.

Amélia da 2ª fase do ‘Municipalizado’ com pequeno erro de pintura: o vão entre os traços da letra ‘M’ está vermelho, quando deveria estar branco – ou seja, a faixa vermelha deveria ser interrompida na letra, e não a letra sobreposta a faixa. Não repararam.

Nota escrita em 2015: assim como BH tem duas pinturas, o Grande Recife tem dois sistemas de transporte, que operam paralelamente.

Um deles é o bastante moderno SEI – Sistema Estrutual Integrado:

Com corredores, linhas expressas e terminais, de onde saem os alimentadores pro subúrbio.

No SEI os ônibus são padronizados no modelo de Curitiba, desde os anos 90.

Entretanto quanto as linhas que não fazem parte do SEI a pintura era livre até 2015.

Condor em linha pro Jd. Marília na Z/Leste.

Era. Agora foi padronizada no modelo paulistano, os ônibus são pintados não conforme o tipo de serviço mas sim de acordo com a região.

Ou seja Recife terá dois modelos paralelos, um inspirado no modelo de Curitiba, e outro no de São Paulo.

………

Fechamos com imagens dos ônibus antigos paulistanos.

Daqui pra baixo sempre na 1ª fase do ‘Municipalizado‘, que, como sabem bem, tinha um ‘M’ que indicava a região que a linha serve.

A esquerda Busscar Urbanus de uma viação particular. ‘M’ amarelo, Zona Leste, não custa repetir.

CMTC’s com letras ‘M‘. Trinca de Monoblocos ‘3”; depois Marcopolo e Caio alongados da Zona Leste.

Deus proverá”

Um comentário sobre “SP: a Revolução no Transporte

  1. omensageiro77 disse:

    Há uma foto no começo da matéria com um Caio Amélia da Santo Estevão. Com certeza foi tirada na segunda metade dos anos 80, mas a princípio divulguei uma informação incorreta, já corrigida.

    Puxei a foto da internet, e estava datada como ‘1983’. Assim eu publiquei, ‘vendi o peixe como comprei’, digamos.

    No entanto um leitor, que tem mais conhecimento dos fatos, retificou. Ele comentou na foto que estava errada, e que por isso já foi apagada, excluindo junto a retificação dele. De forma que sou eu, O Mensageiro, quem assino esse comentário. Mas reproduzo textualmente suas palavras, que foram:

    ” Olá. Está imagem não é de 1983 e sim de 1985 em diante. Me recordo o início da linha 3771 passava na Av. Itaquera e Aricanduva com O364. Os ‘big bus’ demoram a operar nessa linha. A estação metrô Carrão iniciou sua operação em 1986. ”
    …………..

    Na linha pontilhada se encerram os apontamentos do leitor que presenciou a chegada dos Amélias a essa linha. Agora minha tréplica a ele:

    Só pra esclarecer, não fui eu quem escreveu ‘1983’ na imagem. Achei essa tomada na internet, e ela já estava assim. No entanto analisando vi que você está certo. Há pelo menos 3 provas que sua retificação é exata.

    Fui muito a SP quando era criança mas não ia as Zonas Leste nem Norte, ficava na Zona Sul e Centro, eventualmente a Zona Oeste na parte mais próxima da Z/S. Assim naturalmente eu não pude presenciar ‘in loco’ a chegada dos Caio Amélias a essa linha, substituindo os Monoblocos. Lembrava que o metrô chegou a Z/L na segunda metade dos anos 80 (na época se chamava Linha Leste/Oeste, atual Linha 3/Vermelha). Mas tampouco sabia que a Estação Carrão é de 1986, alias sendo sincero nem havia reparado no letreiro do buso. Então essas duas provas que você deu eu não tive como vivenciar pessoalmente.

    Mas há uma terceira prova que essa foto não pode ser de 1983, e essa eu presenciei. No letreiro de lona o código da linha é somente 3771. No entanto no vidro do ônibus há uma placa em que o código da linha é ‘3771-10’. Oras, essa mudança realmente só aconteceu na segunda metade dos anos 80.

    De 1978 a mais ou menos 1985 os códigos das linhas paulistanas tinham ou 4 dígitos (ex. a própria 3771) ou 3 dígitos mais uma letra (ex. 775-T, Pinheiros/Metrô Santa Cruz, ligando as Zonas Oeste e Sul, que era operada por tróleibus da CMTC; hoje a CMTC foi privatizada e não há mais ‘troleis’ exceto na Z/L e Ipiranga, que é divisa com Z/L).

    Só a partir de 1986 (aprox.) em diante que as linhas ganharam um sufixo adicional. Por exemplo, a 3771 virou 3771-10. E só aí surgiram essas placas padronizadas no para-brisas, em que o código original (3771 no caso) vinha sobre fundo branco e o sufixo (por ex. 10) sobre fundo negro. Até 1985 essas placas não existiam, tampouco códigos com 6 dígitos e sufixo.

    Logo, a foto realmente precisa ser de 1986 pra frente. Inclusive me dei ao trabalho de mudar a data da foto. Escrevi ‘1987’. É uma estimativa; o que é certeza é que a tomada foi entre 1986 e o começo dos anos 90.

    Está corrigido. Agradeço ao Edson que apontou o erro.

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