‘Saia-&-Blusa’: os ônibus paulistanos (1978-1991)

AMPLIANDO A VISÃO: O TRANSPORTE COLETIVO EM SÃO PAULO, 1970-ATUALIDADE (abordando todos os modais, pneus e trilhos)

Até 78 os busos em SP tinham pintura livre. Gatusa (B. Vista com capelinha). No Pacaembu  posando pra foto, tradição paulista.

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado (originalmente em emeios) em 2011 e 2014.

Maciças ampliações da matéria feitas em 2015 e 2019.

A maioria das fotos foi baixada da internet. Os créditos foram mantidos sempre que impressos nas mesmas. As imagens de minha autoria identificarei com um asterisco ‘(*)’.

Assim foi a primeira padronização da cidade (1978-1991): a faixa de baixo (a ‘saia’) indicava a região, e era imposta pela prefeitura. A faixa de cima (‘blusa’) era de escolha da viação. O sistema ficou conhecido como ‘Saia-&-Blusa’, só valia pras viações particulares (mapa a seguir). Na imagem Viação Bola Branca, Caio Bela Vista – mesmo modelo da foto anterior, portanto foi repintado.

Até 1978 a pintura dos ônibus municipais de São Paulo era livre (como a legenda já informou, e é notório).

Aí veio a primeira padronização, que ficou conhecida como “Saia-&-Blusa”. Vigorou de 1978 até 1991.

Portanto aqui, ao contrário do que o título eventualmente poderia dar a entender, não tem nada a ver as roupas das mulheres.

A faixa de baixo (a ‘saia’) indicava a região, e era imposta pela prefeitura.

A faixa de cima (‘blusa’) era de escolha da viação, sua assinatura personalizada.

Guia de ruas de 1986 (aprox.) trazia o mapa e explicação de como as linhas eram numeradas – a definição não é das mais altas, e quem escaneou cortou as extremidades do município da imagem, mas dá pra ter uma ideia.

Confira o mapa ao lado, a parte inferior do busão tinha que ter a cor conforme esse esquema, já damos mais detalhes sobre como funcionava.

A padronização valia exclusivamente pras empresas particulares.

A viação estatal CMTC não a adotou, e podia pintar sua frota como quisesse.

A direita 0-364, vulgo Monobloco “2“. Na pintura ‘Trovão Azul’, que vigorou nos anos 80.

Da Cia. Municipal de Transporte Coletivo, cujas iniciais formam a sigla C.M.T.C. (em outras matérias explico o que esse nº 2 quer dizer).

A CMTC não participou do ‘Saia-&-Blusa’.

Voltando a pintura das viações particulares que é nosso foco.

O Saia-&-Blusa foi adotado em 1978, e vigorou por pouco mais de uma década.

Padronizações de ônibus em São Paulo.

Falando mais especificamente, ela durou até o ano de 1991.

Quando foi criada, em 1978, era época da padronização de pintura nos ônibus em boa parte do Brasil:

A padronização ‘Municipalizado’ veio a seguir, e teve 4 fases. Na 2ª fase, havia letra ‘M’ na lateral. Buso da Viação TransLeste, apesar do nome operou também na Zona Sul.

Curitiba, Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, Belo Horizonte-MG, Campinas-SP, Goiânia-GO e Brasília-DF padronizaram suas pinturas na mesma época ou logo a seguir.

Sendo que as capitais de Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina padronizaram simultaneamente municipal e metropolitano na mesma tacada, aproveitando o embalo.

Tem mais: a Capital Federal mais as capitais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina adotaram o mesmo padrão de pintura:

A CMTC escapou da padronização “Saia-&-Blusa”, mas participou da padronização “Municipalizado” (buso da Zona Oeste).

Branco com uma faixa colorida, com a cor desta indicando a parte da cidade que a linha serve.

É a padronização “EBTU”, porque foi corrdenada pela Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, estatal federal extrinta nos anos 90.

Campinas, maior cidade do interior paulista, padronizou seus ônibus em 1985 num esquema parecido.

(Em Maceió-AL algumas viações pintaram sua frota no modelo criado pela EBTU de forma voluntária.)

Mapa da padronização ‘Municipalizado‘: a cor da letra ‘M’ indicava a região da cidade.

(Sem que houvesse padronização na cidade na ocasião, que na capital alagoana veio no século 21.)

Essa já é outra história. Voltando a capital paulista, vamos aproveitando o embalo.

E mostrar também como eram os busões antes da padronização saia-e-blusa ser adotada.

Além disso, veremos igualmente as 3 padronizações de pintura que foram implantadas depois disso:

Municipalizada, 1991-2003 (nessa década e pouco teve 4 sub-fases, igualmente detalhamos melhor mais a frente);

A direita a pintura “das Estrelas” (nesse caso Busscar da Sambaíba, Z/N), a mais breve da história da cidade.

Só durou alguns meses em 2003 devido a ser o emblema de um grupo político.

Mapa do Interligado, que foi implantado em 2003, e ainda permanece em vigor.

O que gerou péssima repercussão por motivos óbvios, sendo abandonada;

E por fim o Interligado, implantado em 2003 e ainda vigente na atualidade (atualizo em 2019).

O Interligado foi obviamente inspirado no ‘Saia-&-Blusa’. Há semelhanças mas também diferenças.

Adaptações no estilo, o mesmo espírito se mantém, de pintar os ônibus conforme a região da cidade que eles operam.

A seguir detalharemos as divisões do Inter-Ligado. Mas já podemos tirar a seguinte conclusão:

Nos anos 80 e por todo o século 21 (pelo menos suas duas primeiras décadas, que foi o que já vivemos) São Paulo teve duas pinturas similares:

Padronização ‘Inter-Ligado’: buso branco no meio, a frente e atrás a cor da região que circula. Aqui um Apache na Zona Leste.

Saia-&-Blusa e Interligado. Ambas compartilham a característica principal:

A cidade é dividida em muitas faixas (9 e 8, respectivamente) e o veículo é pintado conforme a faixa que opera.

Entre o ‘Saia’ e o Interligado houve a padronização ‘Municipalizado‘.

Onde todos os busos eram brancos com faixas vermelhas.

Tróleibus dos anos 50 rodando nos anos 90, na pintura que a CMTC instituiu nos anos 60 – atrás um da mesma idade usando o estilo ‘Municipalizado’. A dir. dupla de Monoblocos a dísel, mesma decoração azul (foto de 1982, veja logo da viação, a chapa e a sigla ‘GLE’: o veículo recolhe na ‘Garagem Leopoldina’).

Houve 4 sub-fases do municipalizado como já falado e é notório.

Já me aterei as variações particulares de cada uma delas.

………..

Logo abaixo vamos ver exemplos de cada uma das 9 faixas do Sistema Saia-&-Blusa (aqui só um buso por faixa, dois no máximo).

(Porém mais abaixo, no pé da página, inseri galerias com mais de uma centena de imagens, aí sim, de todas as viações que há registro na internet).

Vide o mapa no começo da matéria. A cidade foi dividida em 9 faixas.

Complemento com informações enviadas por um leitor (vide a seção de ‘comentários’ pra ler os apontamentos dele):

Até 1977 era pintura livre e a numeração das linhas tinha 3 dígitos. Já nesse ano começou a mudança pro novo modelo ‘Saia-&-Blusa’.

Consórcio Tânia/Gatusa.

Na ocasião a cidade é dividia em 9 faixas. A partir de então as linhas que ficassem dentro da mesma faixa passariam a ter 4 dígitos.

Por exemplo, a 6500 era a Pça. da Bandeira (atual ‘Terminal Bandeira’)/Terminal Santo Amaro.

As linhas que cruzassem as divisas de faixa passaram a ter 3 dígitos e uma letra no final

Consórcio Bola Branca/N. Sra. do Socorro.

Exemplificando pela 669-A que era na época Socorro/Bairro do Limão.

A numeração dos busos também mudou em 77, as viações recebendo os prefixos de 101 a 123.

As pinturas mudaram quando o sistema foi oficialmente implantado em 1978.

Eram 39 empresas, e delas 32 fizeram dupla de consórcio.

As 9 faixas do ‘Saia-&-Blusa‘: Faixa 1, Zona Norte, saia marrom (Viação Nações Unidas, Gabriela 1, aquele que tinha a traseira inclinada). Note que em várias viações o nome vem acima da janela.

Então foram 16 consórcios, e sete ficaram sozinhas. Algumas nomearam o consórcio com um nome próprio.

Como a união entre TUPI/Paratodos se chamava ‘Consórcio Jabaquara’.

Outros consórcios não tinham nome próprio, ostentavam apenas o nome de ambas as viações na lataria.

Tudo isso posto, sigamos. A cor da blusa era livre, a empresa escolhia. Mas a ‘saia’, a parte de baixo tinha que ser seguindo essa divisão.

Faixa 1: Zona Norte, saia marrom;

Faixa 2, Z/Leste, saia amarela – Veneza da viação Penha-São Miguel, com mapa do Brasil.

2: Zona Leste, saia amarela;

3: também Zona Leste, saia rosa – pelo menos assim deveria ser.

Entretanto a partir de 1982 os empresários se recusaram a pintar os ônibus de rosa, e adotam um laranja avermelhado (mesma cor do Jacaré Scania, na sequência exemplificaremos tudo isso com fotos);

4: Zona Sul, saia azul-escura;

Faixa 3, Z/Leste, a saia deveria ser rosa. Até 1982 foiB. Vista do Cons. Sudeste (os 3 busos acima têm nome da viação sobre a janela).

5: novamente Zona Sul, saia azul-clara;

6: ainda Zona Sul, saia vermelha;

7: Zona Oeste, saia laranja;  

8 Zona Oeste, saia verde-escura;

9: Zona Norte, saia verde-clara.

Como você notou, o sistema começa e termina na Zona Norte, ali estão as faixas 1 e 9 do Saia-&-Blusa.

Ainda a Faixa 3, Z/Leste. Em 82 as viações trocaram o rosa por esse laranja avermelhado (Thamco Padrão [alongado] da Vila Ema).

Outra coisa, como a Z/O é bem pequena, algumas linhas laranjas ‘transbordavam’ pra vizinha Zona Sul.

Enquanto outras em verde-escuro ‘invadiam’ o começo da Zona Norte.

No começo, de 78 a 82, a numeração dos ‘carros’ é acima de 100 mil.

Faixa 4, Z/Sul, saia azul-escura. Monobloco da Bristol, o nome volta pra cima da janela.

Em 1982 cortam o ‘1’ da frente, e passa a ser de 01 mil a 23 mil.

Agora vamos as viações (entre parênteses o prefixo que a numeração dos veículos começava) e principais bairros de cada faixa.

1 (Zona Norte), marrom: viações Brasil Luxo (01), Nações Unidas (02), Parada Inglesa (02) e Alto do Pari (03).

Faixa 5, Z/Sul, saia azul-clara. Condorcom capelinhaViação Paratodos (operou também em Vitória-ES, alguns busos nessa pintura).

Várias delas – senão todas – eram do grupo Sambaíba, razão-social que depois foi unificada como nome-fantasia pras empresas do conglomerado.

Por compartilharem a numeração, N. Unidas e P. Inglesa devem ter formado consórcio com prefixo 102 de 78 a 82.

Bairros e linhas: Santana, Imirim, Lauzane Paulista, Cachoeirinha, Horto, Mandaqui, Tremembé, Tucuruvi, Jaçanã, Vila Maria, Vila Guilherme e Pari;

Faixa 6, ainda Zona Sul, saia vermelha. Monobloco ‘2’ Mercedes-Benz da Tânia.

2 (Z/L), amarela: viações Penha-São Miguel (04) e São José (05).

Anteriormente também Viação Leste-Oeste. Essa viação e a São José formaram o Consórcio Leste-Oeste (numeração 105).

Bairros: Penha, São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo e Cangaíba;

3 (Z/L), rosa de 78 a 82, laranja avermelhado (‘salmão’) de 82 a 91:

Faixa 7, laranja: belo Monobloco ‘1’ da Castro na época do consórcio com a Santa Madalena, daí o nome de ambas na lataria (atrás alguns veículos ainda na pintura livre).

3 empreas vieram de outras partes da cidade, convidadas a assumirem essa faixa da Zona Leste:

As viações São Paulo e Tabu são oriundas da Zona Norte, e a Pompéia – como o nome indica – da Zona Oeste.

Viações Vila Ema (09), Tabu (06), Santo Estevam (07), Paulista (09), São Paulo (06) e TransLeste (numeração prefixada com 08, essa fez o movimento inverso, posteriormente chegou a operar também na Zona Sul).

Ainda faixa 7, Z/Oeste, saia laranja. Gabriela da Castro (chapa mais alta [na grade ou mesmo abaixo do vidro], típico do Sudeste na época) após fim da união com S. Madalena.

Anteriormente também Viação São Mateus (07), Vila Carrão (07), Cia. Auxiliar (08) e Pompéia (todas logo saíram do sistema).

Aqui foram vários consórcios: um entre Tabu e Pompéia, sem nome próprio.

(Os busos receberam prefixo 106, desfeita a parceria mantiveram idêntica pintura.)

(Em breve como acabo de dizer a Pompeia encerrou as operações);

Faixa 8, Zona Oeste, saia verde-escura. A frota da viação Gato Preto nos anos 80 era composta basicamente de Monoblocos.

Outro quando Santo Estevam e Vila Carrão se uniram no Consórcio Aricanduva (nº dos ‘carros’ com prefixo 107);

Também Cia. Auxliar e Viação TransLeste no Consórcio Sudeste (prefixo 108);

Por fim, Empresa Paulista e Vila Ema formaram o ‘CooperNove‘, nome era evidentemente inspirado no prefixo 109 que compartilhavam.

Na faixa 9, saia verde-clara, chegamos de novo a Zona Norte. Monobloco ‘2’ da Tusa.

Bairros abrangidos pela faixa 3 do ‘Saia-&-Blusa’: Tatuapé, Mooca, Vila Prudente, Sapopemba, São Mateus, Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaquera e Vila Carrão;

4 (Z/S), azul-escura: viações Taboão e São João Clímaco (pertencentes ao mesmo dono, formaram consórcio, este desfeito mantiveram ambas numeração com prefixo 10 e idêntica pintura) e viação Bristol (11).

Essa foto do Corredor Santo Amaro, de 1989, exemplifica bem: de frente primeiro um Monobloco da Tânia e a seguir Amélia da Bola Branca; como as duas viações atendiam a mesma região da Zona Sul, ambas tinham que ter a ‘saia’ vermelha, a cor de cima cada empresa escolhia; depois deles vem um ”ODA” (‘Ônibus Dois Andares’), indo em sentido contrário um Torino ‘1’ na pintura ‘Trovão Azul’, ambos da CMTC  – a viação estatal estava dispensada da padronização, então usava suas pinturas livres, no plural. SP foi a 1ª cidade brasileira com 2-andares – isso no fim do século 20, sem contar os que circularam no Rio quase cem anos atrás. Como notam, pela CMTC (existiram também em Osasco – igualmente Grande SP -, Recife e Goiânia). Os originais eram vermelhos, exatamente iguais aos de Londres/Inglaterra. Hoje eles voltaram, mas somente na Linha Turismo, transporte de massa não mais.

Bairros e linhas: Ipiranga, Sacomã, Zoológico, Aclimação, Saúde, Heliópolis, Parque Bristol, Jardim Clímax e Vila Arapuá;

5 (Z/S), azul-clara: viações Paratodos e Tupi, numeração individual das duas prefixada 12 após 1982 (no início formavam o Consórcio Jabaquara, que usava o prefixo 112).

E mais as viações Mar Paulista e Canaã (mais um consórcio, depois dele desfeito mantiveram ambas numeração 13). Eram do mesmo dono.

A Cia. Auxiliar, da Zona Leste, faliu em 1984. Assim a Canaã e a Mar Paulista chegaram a operar também na Z/L, no lugar dela.

Por 2 anos, até 1986, quando a CMTC assumiu essas linhas.

Posteriormente saíram de cena ambas, Mar Paulista e Canaã, chegou a Viação Zona Sul (numeração igualmente começada em 13).

Por fim, essa também deixou de existir e veio da Z/L a Viação TransLeste (que na Zona Sul da mesma forma operou com numeração 13).

Bairros e linhas: Aeroporto, Vila Mariana, Jabaquara, Americanópolis, Cidade Ademar, Pedreira, Divisa de Diadema, Vila Santa Catarina e Cupecê;

Dois-andares e outro daqueles tróleibus antigos – ambos se dirigem a Praça da Sé.

6 (Z/S), vermelha: viações Bola Branca e Nossa Senhora do Socorro, ambas numeram a frota com o prefixo 14 (no início formavam consórcio, depois desfeito, que usava o 114).

E também viações Jurema (15), São Luiz (16) e Tânia e Gatusa, as duas últimas tinham idêntica pintura e compartilhavam o prefixo 17 (pois no começo do ‘Saia’ se uniram em consórcio, que usava o prefixo 117).

Outro mapa do ‘Saia-&-Blusa’.

Bairros: Morumbi, Brooklin, Capão Redondo, Jardim Ângela, Parelheiros, Grajaú, Interlagos, Santo Amaro, Itaim Bibi, Jardins, Ibirapuera, Moema e Campo Belo, Paraisópolis, Jardim São Luiz, Valo Velho e Parque Santo Antônio;

7: Zona Oeste, saia laranja: viações Bandeirantes e Santa Cecília tinham em comum o numeração começada com 18 e mesma pintura (a causa, mais uma vez, é que no início formaram consórcio, que tinha prefixo 118).

E Castro e Santa Madalena (igualmente consorciadas no princípio sob prefixo 119, após desfeita a união mantiveram numeração iniciada em 19 mas diferenciaram suas pinturas).

Bairros e linhas: Butantã, Jaguaré, Rio Pequeno, Vila Sônia, Pinheiros, Educandário, Alto de Pinheiros, Jardim Jaqueline, Jardim Bonfingnoli, Jardim João 23, Jardim Arpoador.

Início dos anos 90: transição do saia-e-blusa pra municipalizado. Vemos 2 Monoblocos na garagem da Brasil Luxo (Zona Norte). A esquerda no padrão vigente desde 1978 até 91, a direita no que foi usado daí até 2002. Mesmo na pintura nova a numeração ainda não havia mudado, segue o prefixo ’01’.

Também Campo Limpo (embora esse último pertença a Zona Sul, na divisão do Saia-&-Blusa ficou com as empresas da Z/O);

8 Zona Oeste, saia verde-escura: viações Gato Preto, Santa Madalena (ambas com prefixo 20) e Santa Brígida (cuja frota começava com número 21, a princípio formou consórcio com a viação Pirituba usando prefixo 121).

No início também viações Ipojuca e Pirituba, mas essas logo saíram do sistema, não chegaram a operar com prefixo abaixo de 100 mil.

A Gato Preto participou de nada menos que 3 consórcios: com as viações Ipojuca, Gato Branco e Santa Madalena.

Papa-Fila CMTC em frente ao Mappin da Praça Ramos no Centrão, em tomada provavelmente dos anos 60é um Fenemê!!

Gato Preto e S. Madalena são pertencentes ao mesmo dono, formaram consórcio de prefixo 120, este desfeito mantiveram ambas numeração 20 mil e idêntica pintura.

Além disso, no início existia a viação Gato Branco, que igualmente de mesmo dono, e que da mesma forma chegou a formar consórcio com a Viação Gato Preto, o prefixo também era 120.

A Gato Branco logo foi extinta em SP, hoje há uma Viação Gato Branco – mais uma vez do mesmo proprietário – em Foz do Iguaçu-PR).

CMTC mas com pintura e numeração da Viação Bandeirante? Sim. Nos anos 80 a viação estatal precisou encampar a Bandeirante, assumindo sua frota e linhas (o mesmo ocorreu na época no Rio, em Santos e Campinas [ambas no Estado de SP, evidente], e Porto Alegre; posteriormente em Brasília). Essa foto foi logo após o ato de estatização, por isso o busão ainda conserva a pintura da faixa 7 do ‘Saia-&-Blusa‘, no qual a Bandeirante atuava. Posteriormente a CMTC pintou os ‘latões’ com sua própria decoração.

Bairros e linhas: Lapa, Barra Funda, Perdizes, Pompéia, Pacaembu, Água Branca, Vila Leopoldina.

Também Pirituba, Jardim Pan-Americano e Cidade d’Abril (embora esses 4 últimos pertençam a Zona Norte, na divisão do Saia-&-Blusa ficaram com as empresas da Z/O);

9: Zona Norte, saia verde-clara: viação Tusa (22), e Viação Brasília (numeração iniciada em 23, empresa extinta no meio da década de 80).

No princípio havia também Viação Santa Amélia, que formou consórcio com Brasília, prefixo 123, mas essa encerrou as atividades antes ainda que sua parceira no consórcio

Bairros: Freguesia do Ó, Limão, Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha, Brasilândia, Jaraguá e Parada de Taipas.

Abaixo listo as viações que operaram nos anos 70 e encerraram as atividades em 1978 por não terem sido escolhidas pra participar do Saia-&-Blusa, entre parênteses a área de atuação (a fonte é o sítio GuaruBus – Desenhos):

Pela faixa laranja e pelo modelo, esse Condor deve ser ex-Bandeirante. A CMTC já reitrou a saia laranja, mas ainda não teve tempo de implantar na sua pintura específica nem de mudar o letreiro de lona. Por enquanto roda em branco e com a linha indicada por um papel colado no para-brisas.

Zona Sul: ABC T.C. (Itaim-Bibi, Brooklin), V. Campo Belo (C. Belo, Brooklin, Cid. Monções) – não confundir com a Campo Belo atual, que foi criada no Municipalizado, A.V. Caribe (Itaim-Bibi, Brooklin);

Ainda Z/S: V. Jardim Míriam (Jd. Míriam, Jabaquara, Americanópolis), V. Moema (Moema), V. Monções (Cidade Monções), V. Rio Bonito (S. Amaro, Interlagos, Grajaú), V. Santa Cruz (Ipiranga);

Encerrando a Zona Sul: V. São Benedito (Jabaquara, Planalto Paulista), ÚTIL – União Transp. Interm. Ltda. (Praça da Árvore, Saúde), V. Tupinambá (Jabaquara)

Zona Leste: E.O. Alto da Mooca (Mooca), V.A.O. Itaquera (Itaquera, S. Miguel Pta., Guaianazes), V.U. Penha (Penha) – não confundir com a Penha/São Miguel, V. São Lucas (Pq. S. Lucas);

Gasolixo”: projeto da CMTC (anos 80), o busão movido a gás de lixo; ilustrado pelo Cascão – faltou a Magali, Cebolinha e Mônica…

Zona Oeste: E.A.O. Anastácio (Lapa, V. Mangalot), A.V. Braspol (Butantã, Pq. São Domingos), V. Centro-Oeste (Butantã), Transcolapa S.A. (Lapa);

Zona Norte: V. Brasilusa (Santana, Pq. Edu Chaves), V. N. Sra. da Consolata (Santana, Imirim, Casa Verde);

Concluindo a Z/N: V. Estrela D’Alva (Santana, Imirim, Lauzane Paulista), V. Moinho Velho (Freguesia do Ó, Bairro do Limão), V. Néfer (Tremembé, Jaçanã),

Portanto foram perto de 24 empresas barradas no início da padronização.

Tróleibus dos anos 50 ainda circula perto da virada do milênio (pintura da 3ª fase do ‘Municipalizado‘, verde é Zona Oeste’).

Enquanto que mais de 40 viações operaram o ‘saia-&-blusa’, por períodos de tempo variados.

Apenas 3 continuam ativas (2019):  Gatusa (Zona Sul), Gato Preto (Zona Oeste) e a Santa Brígida (Zona Norte, mas divisa com Oeste).

De resto, todas as outras mudaram suas razões sociais.

Até 2018 a Tupi da Zona Sul ainda existia, fazia companhia a Gatusa, Gato e S. Brígida. Mas na virada pra 19 a Transporte Urbano Piratininga (‘Tupi’) veio a pique.

A mesma CMTC, agora começo da década de 90. Eis a primeira pintura da primeira fase do ‘Municipalizado‘, buso branco com faixa vermelha, todas as linhas, todas as viações (agora a CMTC aderiu, não escapou mais).

Já seguimos com a linha do tempo, do ‘Saia-&-Blusa’ pro Municipalizado e daí pro ‘Inter-Ligado’.

Antes uma nota sobre como a numeração dos veículos evoluiu nessas 3 fases.

Acabo de falar acima de como era no ‘Saia’, os prefixos usados eram do 1 mil ao 23 mil. Isso de 1982 a 1991.

No primeiro ciclo, de 1978 a 1982, acrescente mais um dígito ‘1’ a frente.

Ou seja, por ex. a Tânia (Z/S) era 117 mil, a Brasília (Z/N) 123.

As viações particulares adotaram idêntica decoração (aqui um Veneza da Tabu, da Z/L).

A partir de 82 excluíram esse dígito, a Tânia passou a ser 17 mil.

A  Brasília adotou 23 mil, pra ficarmos no mesmo exemplo.

E assim vai até o finalzinho do ‘Saia-&-Blusa’, começa com o prefixo 01 na Z/N.

Dá toda a volta no sentido horário, termina com o prefixo 23 também na Z/N.

A pintura do ‘Municipalizado’ era a mostrada acima, buso branco com faixa vermelha. No início alguns veículos foram pintados errado, com a faixa muito grossa, que chegou até o vidro (aqui um Amélia da N. Unidas, Z/N, e a direita mesmo modelo da Bola Branca, Z/S).

Enquanto isso, nos anos 80 a numeração dos ônibus da CMTC ia a princípio de 1 mil a 9 mil.

no fim dos anos 80 a CMTC começou a ter ‘carros’ numerados com prefixo 10 e 11 mil.

Na padronização ‘Municipalizado’, o prefixo das particulares mudou.

Por exemplo, a Castro foi de 19 pra 34 mil. Por enquanto, se manteve em 5 dígitos.

A CMTC, pouco antes de ser privatizada, ganhou um prefixo de mais dois dígitos.

Por causa disso, alguns dizem que “houve uma pintura nas empresas particulares com saia branca e blusa vermelha“. Nas viações privadas não é o caso, não é mais ‘Saia-&-Blusa’, e sim branco com faixa vermelha, mas erraram a mão na faixa (na CMTC sim houve ‘saia branca, blusa vermelha’).

Pra dividir a frota em lotes que seriam vendidos separadamente.

Assim a viação pública teve seus carros numerados com 6 e 7 dígitos.  

Voltando as particulares, elas chegaram também a ter numerações com 6 e 7 dígitos no início do ‘Municipalizado’.

(Uma nota: tracemos um paralelo com outras capitais desse país-continente.

Manaus-AM e Brasília também contam ou contaram com números muito altos, na casa de 6 e mesmo 7 dígitos.

2ª fase do ‘Municipalizado’, cuja inicial ‘M’ vem pintada na lateral. A cor dessa letra (e de uma faixinha menor a frente e na traseira) indica qual região da cidade a linha serve, azul é Zona Sul  – como nesse Vitória.

Já que tocamos nesse ponto, de amplitude de numeração de ônibus, ninguém supera Joinville.

Nessa cidade do Norte Catarinense, sede da finada – e parcialmente renascida – Busscar, existem ônibus numerados com 3, 4 e 5 dígitos

Sendo que somente 3 bastariam, a frota total joinvillense gira em torno de 500 busões. Mas retornemos pra Sampa.)

Depois no Municpalizado a numeração dos busos de SP se estabilizou em 5 dígitos:

Kombi, início da regularização do transporte clandestino (essa vai pro Itaim Paulista, Z/L).

A viação tinha um prefixo de 2 dígitos e depois mais 3 pro nº do ‘carro’.  

Atualmente, no Inter-Ligado, são novamente 5 dígitos, mas de um modo diferente:

Agora existe um prefixo de um dígito pra faixa, que pode variar de 1 a 8.

Afinal são 8 faixas. E depois 4 dígitos pra numeração do ‘carro’.

Ônibus de viação oficial, a Zona Sul (sucedeu a Canaã e Mar Paulista e foi sucedida pela TransLeste na faixa 5 do ‘Saia-&-Blusa). A linha ‘Peg-Pag’ (rede de mercados famosa nos anos 70 e 80, hoje extinta) tinha ponto final perto do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul como o nome da empresa indica – antes foi da Viação São Luiz, vide foto mais abaixo.

……..

Isto esclarecido, seguimos. Na última década do milênio passado, quando foi implantado o ‘Municipalizado’, o transporte em São Paulo entra em caos.

Os ônibus piratas acabaram se espalhando por toda cidade.

Digo, a princípio haviam também muitas Kombis piratas, eu mesmo cheguei a andar nelas.

Então era assim: Kombis, vans, ao lado de ônibus usados rodando clandestinamente.

Ônibus ex-Zona Norte roda clandestinamente na Zona Sul (na mesma linha ‘Peg-Pag’).

Oriundos de SP mesmo ou de outras cidades. Circulando sem serem repintados, claro.

Resultando que as vezes você via um ônibus ainda com a pintura ‘Saia-&-Blusa’.

Só que operando fora de sua região original, com pintura errada.

Outro B. Vista em transporte pirata. Esse anteriormente era da Viação Bola Branca.

E sem numeração ou nome da viação. O exemplo está a direita:

Antigo Caio Bela Vista, pintado com saia marrom e blusa bege.

Logo, quando ele era do sistema oficial, pertencia a Zona Norte, a faixa 1 do ‘Saia‘.

No entanto, qual linha ele está fazendo: ‘Peg-Pag’, que como vemos na foto acima a esquerda pertence a Zona Sul.

Quando os ônibus do transporte alternativo foram regularizados, receberam essa pintura branca com detalhes em azul – o n º da linha foi escrito a mão (nada menos que 8 dígitos na numeração, tá bom pra ti?).

Note que não tem nome da viação, número do ‘carro’ nem nº da linha – tem capelinha mas desativada.

Outro exemplo. Acima um Bela Vista de saia vermelha e blusa bege

Você percebeu bem: anteriormente pertenceu a viação Bola Branca.

Bem, eu abri a matéria com um Bela Vista da Bola Branca.

Voltamos a ver ônibus de viações oficiais. Nas próximas 10, vamos relembrar algumas pinturas livres antes da padronização. Começamos por esse Monobloco1 da Viação Pompéia (foto prov. de 1972, na época ela operava na Zona Oeste, no bairro de mesmo nome – alias o buso não pode fazer outra linha, porque a capelinha está pintada com nº da linha. Depois do ‘saia-&-blusa’ ela migrou pra Zona Leste, e a seguir encerrou as atividades).

Volte na segunda imagem da matéria, no topo da página.

Na tomada de viação oficial o veículo tem nº de 5 dígitos, é o ‘14.222’.

Está bem grande assinado a empresa ‘V. Bola Branca Ltda.’.

A linha também tem seu código bem demarcado,  ‘6074’, que vai pra Vila São José.

Agora compare com o ônibus que fazia linha pirata, a esquerda um pouco acima.

Não há nome da viação, o nº do ‘carro’ agora é ’86’, somente 2 dígitos.

E o nome e nº da linha foram escritos a mão, tanto que o letreiro está na configuração invertida, letras pretas sobre fundo branco.

Viação Util (acabou em 78, com o Saia-&- Blusa) ligando a Z/S a Z/O, itinerário no vidro – um leitor mandou mais detalhes sobre a empresa, vide a seção de ‘comentários’.

Já que falamos nisso, ele vai pro ‘Pq. Res. Cocaia’. Não muito longe de onde o ônibus operava quando pertencia a B. Branca, pois esta serviu a região do Grajaú.

As Kombis e vans igualmente eram de qualquer cor, sem qualquer regulamentação

O cara comprava um veículo velho, e trabalhava sozinho, só contratava um cobrador, que geralmente era um parente mesmo.

Zona Leste, Viação Alto da Mooca (também saiu de cena antes do ‘saia-&-blusa’).

Tudo isso também ocorreu em todas as metrópoles do Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil. Apenas o Sul escapou dessa manifestação.

No início do milênio, ainda no período ‘Municipalizado’ começou a regularização do transporte alternativo.

Os ônibus clandestinos são legalizados. A princípio recebem pintura branca com detalhes em azul pra mostrar que estão regulares.

Ainda na Z/L, Empresa Paulista de Ônibus.

As Kombis também receberam faixas azuis. Nessa primeira etapa podem continuar a circular

Apenas tanto Kombis quanto ônibus e vans agora precisam cumprir linhas com trajeto oficial, regulado pela prefeitura.

Porém a regulamentação completa só vem após ser implantado o ‘Inter-Ligado’. Só nesse momento se integrou o transporte clandestino ao sistema.

Mesma pintura, cores diferentes: Z/Sul, Viação Bola Branca – com suas bolinhas alvas.

O perueiros formam cooperativas e são formalmente inseridos na rede de transporte.

A partir de agora eles não são mais tolerados pelas empresas oficiais, e sim parceiros delas.

Pois as cooperativas atuam como se fossem uma empresa.

Assim precisam cumprir horário e itinerário, fazer conservação e limpeza dos veículos.

Tupi, também Z/S: participou do ‘S-&-B’, ‘Municipalizado’, ‘Inter-Ligado’, fechou as portas em 2018. Linha: Fonte São Bento.

Além disso, agora precisam estar integradas, ter catraca eletrônica que permita ao passageiro usar mais de uma condução com a mesma tarifa.

Em outras cidades cidades como Belo Horizonte ocorreu o mesmo.

Focando em SP novamente, são proibidas Kombis e vans, só permitidos micro-ônibus e ônibus de tamanho normal.

Além disso, foi feita a divisão da cidade pra que os modais – viações oficiais e cooperativas – atuassem de forma complementar, saudável, e não mais concorrente, daninha.

Nações Unidas, da Zona Norte. O nome da viação vem escrito no teto, tradição a época (tanto que a Cometa assinou sua frota assim por décadas).

As viações oficiais mantém, e agora asseguram a exclusividade, das linhas mais carregadas.

Que são as troncais que vão por corredores até os terminais, ou as que servem a Região Central.

As cooperativas ficam com as linhas alimentadoras, de menor demanda.

Geralmente os alimentadores que vão pras vilas mais distantes do subúrbio, e também as que servem algumas favelas centrais.

Também Z/N, e também com nome no teto: viação Alto do Pari (buso com capelinha)

Só que essa passa a ser  sua incursão máxima no Anel Central.

As cooperativas não podem mais entrar no Centro,  e mesmo nos bairros não operam as linhas de maior demanda.

Em compensação, têm assegurado seu direito de trabalhar.

Quando há planejamento, mostrou-se que há espaço pra todos.

Viação Leste-Oeste, mesma pintura em cores diferentes. O nome se deve porque ela fazia a mítica linha ‘Penha-Lapa’. A sede era na Z/L.

Nos primórdios, os primeiros ônibus alternativos tinham qualquer cor, a que desse na telha. 

Uma vez iniciada a legalização eram inteiro brancos com detalhes em azul.

Isso já dissemos. Concluída a transição da inserção completa na rede de transportes são pintados iguais aos que são das viações oficiais.

Apenas com um pequeno detalhamento que diferencia os modais.

Viação Penha-São Miguel (como o nome indica, Zona Leste), a que sempre pegava o 1º exemplar de cada novo modelo da Caio.

Bem, no fim da década de 10 houve novo desdobramento, agora alguns ônibus de cooperativa são pintados exatamente iguais mesmo aos das viações.

Em alguns casos excluiu-se o detalhamento que os diferenciava. Abaixo nos estendemos melhor sobre o que  isso significa.

……

Já seguimos com o texto. Antes vamos ver mais pinturas livres.

Fotos tiradas antes de 1978, quando começou a padronização ‘Saia-&-Blusa (digo, algumas imagens são de 78 e 79, na transição). 

A esquerda Viação Paratodos, na Z/Sul. Fila de Caios Bela Vistas, com capelinha e eixo a frente da porta.

Ao lado ainda mais outro Bela Vista. Dessa vez da Santa Madalena. A linha ia pro Rio Pequeno, Z/Oeste.

Ainda está só com 3 dígitos. Portanto a foto foi tirada no máximo até 1977.

Pois nessa data esses códigos passaram a ter ou 4 dígitos, ou 3 dígitos e uma letra.

Abaixo garagem da Gato Preto, nome escrito no teto – G.Preto e S. Madalena eram do mesmo dono.

Vários Mercedes Monoblocos da leva que eu batizei de ‘Jurássico’.

Trata-se daquele produzido nos anos 50, começo dos 60 no máximo (vimos logo acima o mesmo modelo na Nações Unidas e Leste-Oeste).

Seguem mais dezenas de busões na pintura livre, em todas as regiões de SP:

Proxs. 3: o ‘Municipalizado’ em sua primeira pintura. Aqui um CMTC Amélia ‘padrão‘ (alongado) com placa antiga nos anos 90 – quando a entrada foi invertida pra frente.

A prefeitura, no começo da década de 90, implantou a pintura do sistema Municipalizado.

Tem esse nome porque mudou-se a forma que as empresas recebiam.

Antes elas ficavam com as passagens, a partir desse novo modelo a prefeitura arrecada tudo que passa pela catraca e paga as empresas por quilômetro rodado.

Em Curitiba é assim que ainda funciona, desde o fim dos anos 80.

Amélia da Viação Castro, Z/Oeste. Repito, na 1ª fase todos os busos, todas as linhas, ficaram brancos com faixa vermelha, e só (a roda laranja é lembrança da pintura livre, quando a ‘saia’ da Castro era nessa cor).

Em SP não mais. Depois foi revertido de volta ao modelo antigo.

Em 1993 a gestão financeira deixou de ser ‘municipalizada‘.  Mais duradoura foi a pintura chamada ‘municipalizada‘.

Portanto as administrações posteriores reverteram o modo de lidar com o dinheiro. No entanto mantiveram a padronização de pintura.

Ela criou novo padrão pros ônibus, branco com uma faixa vermelha, inclusive pra CMTC.

Thamco da viação Penha-São Miguel, Zona Leste.

E, dizendo de novo, assim permaneceu por toda a década de 90, e primeira metade da década de 2000. Digo, não é tão simples assim. O ‘municipalizado’ teve 4 fases:

1) No começo, branco com faixa vermelha pra todos os veículos. Vejamos vários exemplos:

Abaixo um ‘Monobloco 3’ da Empresa Paulista, Zona Leste.

O motorista não mudou a lona direito, o destino do Centro ficou visível quando o busão se dirige pro bairro.

Com propaganda na lataria, mas discreta, sem comprometer a padronização.

(Nota: na capital paulista e várias outras metrópoles o letreiro é um na ida e outro na volta.

Curitiba e muitas outras cidades adotam o modelo oposto, só existe o nome da linha, sem indicar o sentido no letreiro).

Seguem mais 9 ônibus padronizados na 1ª fase do ‘Municipalizado’ (toda frota branca com faixa vermelha):

2 Amélias da Castro, a transição. O da frente ainda no ‘Saia-&-Blusa‘, com prefixo 19 mil. O de trás já na 2ª fase do ‘Municipalizado’, re-numerado com prefixo 34 mil. Ambos com placa bem no alto, quase no vidro.

Como viram, uniforme pra todas as empresas – privadas e a estatal – sem diferenciação por região.

A primeira e única vez na história de São Paulo em que os ônibus foram iguais pra cidade inteira.

Claro, haviam pequenas variações na frente do ônibus. O normal era a faixa continuar na frente, vide o Amélia da Castro acima a direita.

Portanto não eram exatamente idênticos, as vezes mudava, a frente era toca branca, ou só a grade ou o para-choques ficavam vermelhos.

No Thamco da Penha-São Miguel e no Amélia da CMTC (ambos a esquerda um pouco acima) era esse o caso, frente branca, grade vermelha, sem faixa.

Próximas 4: 2ª fase do ‘Municipalizado’; Marrom era Zona Norte (Urbanus da Brasil Luxo, ainda com n º original – prefixo 1 mil – e película negra ao redor das janelas).

Num primeiro momento a numeração da frota não se altera.

Por isso, voltando as 3 primeiras fotos dessa seção, o Penha-São Miguel usa prefixo 4 mil, o CMTC 5 mil e o Castro 19 mil.

2) Logo houveram algumas mudanças. A pintura permanece a mesma (branco com faixa vermelha).

Porém agora com um ‘M’ e uma faixinha menor na frente e atrás indicando a região que a linha servia:

Amarelo Zona Leste, Vitória da São José (igualmente prefixo 8 mil sem alteração).

a Zona Sul azul;

Zona Leste amarela;

Zona Oeste verde;

– e Zona Norte marrom.

Na frente e atrás existia um pedaço da faixa era da mesma cor.

Nessa e na seguinte mais 2 Caios Vitória, as viações com novos nºs em relação ao ‘Saia’. Azul ficou com a Zona Sul – não há nome da empresa, vemos que é Bola Branca pelo símbolo (usado desde a pintura livre): uma bola branca.

As numerações mudam, a princípio mantendo-se em 5 dígitos.

Porém as viações particulares recebem novo prefixo. Exemplos:

Anteriormente a Bola Branca era 14 mil, a Santa Brígida 21 mil.

Olhe ao lado e abaixo. Após a mudança a Brígida passou pra 38 mil, a Bola Branca herdou o 21 mil.

Em 1994 a prefeitura acaba privatizando a CMTC.

Perceberam, o buso continua branco com faixa principal vermelha, mas ganhou faixas menores e letra ‘M’ que indicavam a região. Verde significa Zona Oeste, aqui Viação Santa Brígida (que ainda existe).

Desde então toda a frota de SP está nas mãos de empresas privadas.

Poucos meses antes da Cia. ser vendida, seus busos também mudam a numeração.

Pra serem divididos em lotes. Já falamos disso mais pra cima.

Recapitulando, vemos que no fim da segunda e nessa 3ª fase do ‘municipalizado’ a frota da CMTC exibe um novo prefixo.

Acrescentam 2 dígitos a frente da numeração normal dos ‘carros’.

Aqui e a direita, CMTC’s na 2ª fase do ‘Municipalizado‘, com a letra ‘M’.

São os lotes já fracionando a companhia pro leilão, como já dito várias vezes.

Veja ao lado, Mafersa CMTC da 2ª fase do ‘Municipalizado’.

Azul porque atende a Zona Sul. O nº do ônibus originalmente é 5600.

Aí adicionaram o ’57’ (adesivado no vidro também) pra indicar que esse veículo pertence ao lote 57 da privatização.

A direita um articulado Caio Vitória. A mesma letra azul, o mesmo lote 57, pois é da mesma garagem da Zona Sul.

3) Surge a terceira caracterização do ‘Municipalizado’.

3ª fase do ‘Municipalizado’, sem o ‘M’, no lugar o logo da viação – esse ainda é CMTC.

O ‘M’ se vai, no lugar entra o logotipo de cada viação na lateral.

A frente e atrás se mantém a faixa com a cor da região.

No lugar do ‘M’ na lateral se abre um espaço pro logotipo da viação.

A CMTC ainda participa desse ciclo, é seu último pois breve ela seria vendida.

Vejamos ônibus particulares nessa terceira etapa da pintura ‘Municipalizada’.

Na 4ª etapa do ‘Municipalizado’ surge essa faixa verde, que era exclusiva pra veículos maiores: articulados e ‘padrão’ alongados (aqui um Ciferal ‘padrão’, na lateral a faixa é mais curta).

 As 1ª, 2ª e 3ª etapas do Municipalizado (só faixa vermelha pra toda frota, ‘M’ na lateral e sub-faixa na frente, e mantém sub-faixa mas tira o ‘M’, respectivamente) valiam pra toda frota.

Isso quer dizer que independente de tamanho ou modal de combustível todos os ônibus eram pintados da mesma forma (na 2ª e 3ª etapas o cor da sub-faixa e/ou letra indicavam a região).

Tudo isso vocês já sabem. Recapitulei aqui pra acrescentar que numa 4ª etapa toda a frota ainda permanece branca com uma faixa colorida.

Porém não mais vermelha pra todos. As linhas de menor demanda não se alteraram.

Ou seja os veículos de tamanho normal (sejam a dísel ou elétricos) ainda ficam com faixa vermelha principal e uma pequena faixa na frente e atrás mostrando a região.

No entanto as linhas ‘troncais’ (que ligam o Centro aos terminais) passam a ter cor diferenciada, de verde.

Portanto os articulados, bi-articulados e também os ônibus ‘padrão’ (novamente, sejam tróleibus ou não) são pintados assim:

Com faixa verde como dito, e sem a faixa menor a frente e atrás indicando a região.

Próximas 8: paralelamente, na mesma época surge essa padronização, articulados, bi-articulados e ônibus ‘Padrão’ (alongados) ficam amarelos, com logotipo específico.

Exemplos nas 3 fotos ao lado e acima. Primeiro um Ciferal ‘padrão’, acima um articulado Caio Alfa (também com a faixa mais curta na lateral).

A esquerda um tróleibus Mafersa (esse com a faixa ocupando toda lateral).

Duas notas: 1) tróleibus na Avenida Santo Amaro agora só por fotos.

2) O ônibus ‘padrão’ é um veículo maior, que tem um padrão melhor pros passageiros (chamados ‘padron’ no estrangeirismo, traduzo tudo pro português sempre que possível).

O anterior 0km, daí ‘Marcopolo’ no letreiro (eletrônico). Esse articulado – 1 sanfona – ainda na lona, em ação na Zona Sul.

Além de um pouco mais compridos são mais largos e altos, contam com 3 portas e motor central ou traseiro.

Os veículos convencionais, sem dúvida, são mais baratos pro frotista adquirir.

Em compensação são bem mais desconfortáveis pra passageiros e operadores do sistema.

Pois têm o motor ao lado do motorista, o que atrapalha o embarque e circulação no salão do veículo.

Já os ônibus curtos ficam em azul-claro. Os a Gás Natural vem ressaltado esse detalhe. Esse Caio Alfa vai também pra Zona Sul.

Esses se mantém como descrito na etapa anterior. Brancos, faixa vermelha, com detalhe da região.

Já os especiais (com sanfona ou então alongados quando não-articulados) agora são brancos com faixa, igualmente. Mas faixa verde, e sem indicar a região.

As mudanças na pintura do Municipalizado não pararam pelas já ciadas acima:

Exclusão do ‘M’ e inserção do logo da empresa, e posteriormente adoção da faixa verde nas linhas troncais.

Já esse Neobus – também a Gás Natural – serve a Zona Leste. A pintura é idêntica.

Paralelamente, cria-se uma nova padronização, em que é ressaltado o modelo do veículo:

Articulados, bi-articulados e ônibus alongados ‘padrão’ adotam o amarelo.

Já veículos curtos passam a ser inteiros azul-claros, sejam a dísel ou gás natural.

Ou seja, não é ressaltada a região da cidade o ônibus vai nem que tipo de linha (troncal, alimentadora, etc) ele cumpre.

Os alongados (‘padron’) também se tornam amarelos, esse um Apache da Zona Norte.

Os busos ficam unicoloroes, a cidade inteira todas as linhas.

Vimos acima a prova, 2 azul-clarinhos, ambos a gás natural.

O Caio Alfa pra Zona Sul, e o Neobus pra Zona Leste. A pintura é exatamente idêntica pra ambos.

Pois nessa padronização a frota se diferencia em azul ou amarelo conforme o modelo de fabricação, digo de novo.

Os ônibus curtos a dísel ficariam também em azul-claro com a inscrição ‘Básico’ – mas essa ideia não saiu do protótipo.

E todos passam a contar com esse logotipo característico que veem nas imagens, e a inscrição na frente e nas laterais indicando o que são:

Bi-articulados, articulados e ‘padron’ (esses amarelos), e ‘Gás Natural’ e ‘Básico’ pros de tamanho normal (‘Básico’ é o ônibus a dísel ‘pitoco’).

Na verdade a princípio queriam pintar todos os ônibus curtos de azul claro.

A foto a esquerda comprova esse flagrante, notamos que está pintado ‘Básico’ na lataria.

Mais um bi-articulado, esse Caio da Zona Sul. Note que retomaram o nome ‘Papa-Fila’ – em Florianópolis-SC ocorreu o mesmo.

Ou seja, não é alongado (padrão), não é gás natural, é busão tamanho normal a dísel, sem qualquer diferencial.

A questão, amigos, é que isso não pegou. Nunca vi um ônibus azul escrito ‘Básico’. Nunca vi.

‘Gás natural’ azul e sanfonados e bi-sanfonados amarelos cansei de ver, muitas e muitas vezes.

Então lhes afirmo: a ideia de que os ônibus a dísel tamanho normais fossem azuis nunca foi aplicada em larga escala na prática.

Alongado, também Caio, e também amarelado.

Foi só um protótipo, um piloto, que foi usado em pouquíssimos veículos, por pouquíssimo tempo.

Uma ideia. Que foi testada, mas não vingou, logo foi abandonada.

Achei agora na internet essa imagem, e publico como registro histórico.

Reitero: foram pouquíssimos veículos que chegaram a ser pintados no modelo ‘Básico’.

Próximas 3: quando a padronização vista acima se encerrou (tiraram logo e inscrição ‘Padron’) alguns busos mantiveram a cor, por motivos de economia. Nessa amarelo da Santa Brígida, em linha que liga a divisa das Zonas Norte e Oeste com a Zona Sul.

Tem mais. Se toda frota receberia essa pintura, os tróleibus também teriam que ser pintados assim.

E nunca vi tróleibus com esse padrão de pintura, nem mesmo em fotos.

Já os gás Natural foram mantidos diferenciados, em azul-claro.

Presenciei pessoalmente em diversas oportunidades os da Gatusa, por exemplo.

Quanto aos sanfonados, alguns bi-articulados (2 sanfonas) foram mantidos em amarelo.

Alfa da Gatusa na Zona Sul (a maior parte dos a Gás Natural eram desse modelo e viação).

Ressalte-se que a maioria dos articulados (com 1 só sanfona) retomou a pintura ‘Municipalizado‘, branco com faixa, agora faixa verde .

Tudo somado, façamos um balanço da experiência: os a Gás Natural e vários bi-articulados foram mantidos nessa nova padronização.

Por isso ficaram um tempo unicolores, azul-claros e amarelos respectivamente.

Transição: Comil da Gato Preto (Z/O) na padronização anterior, já com as ‘Estrelas‘.

Os articulados e ônibus curtos a dísel continuaram quase todos na pintura ‘Municipalizado‘.

Repetindo, seguiram brancos com faixa vermelha (ou verde). E os tróleibus nem chegaram a mudar

No geral, a ideia não pegou e logo acabou sendo abandonada.

Ainda assim os a Gás Natural e Bi-Articulados mantiveram o legado da mudança.

A direita um Comil na transição, da padronização anterior (unicolor amarelo) pra seguinte (a que trazia vários bonequinhos estilizados como estrelas’).

Vamos agora então ver mais exemplos de busos nessa pintura, a ‘das Estrela’.

Começo ao lado uma tróleibus Mafersa em linha servindo as Zona Oeste e Sul.

Próximas 3: na pintura do ‘Municipalizado’, mas já portando a faixinha menor do ‘Inter-Ligado’. Esse buso (faixa verde, linha troncal) não tinha faixinha menor da região no ‘Muni’. Já adicionaram uma, vermelha, região 4 do ‘Inter’ (Z/L).

  A TRANSIÇÃO: DO ‘MUNICIPALIZADO’ PRO ‘INTER-LIGADO‘ –

Vimos acima a mudança da pintura especial (aquela que os busos eram unicolor em azul ou amarelo) do ‘Municipalizado’ pra pintura ‘das Estrela’.

Só que as duas decorações foram brevíssimas, pelos motivos que explicamos acima. ‘Não pegaram’, na linguagem popular, se quiser colocar assim.

Pois bem. Vamos ver agora outra troca, essa sim de duas padronizações efetivas, ambas envolveram toda a frota.

No ‘Municipalizado’ a faixa menor era verde-escura (Z/O), agora é laranja pois região 8 do ‘Inter-Ligado’.

Trata-se, evidente, da passagem do ‘Municipalizado’ pro ‘Interligado’.

Como a legenda já relatou: os busos ainda estão na pintura do ‘Muni’, mas nas faixinhas secundárias já ostentam as cores do ‘Inter’ .

Relembrando, no ‘Municipalizado’ as linhas troncais tinham faixa principal verde, sem faixinha secundária indicando a região.

No buso acima a direita, pintaram uma faixa secundária vermelha na frente e traseira do veículo, pra mostrar que ele foi assignado a região 4 (vermelha, Z/L) do ‘Inter-Ligado’.

Caio Vitória do então recém-formado Consórcio 7, faixa menor roxano ‘Municipalizado’ era azul-clara (Z/S).

E as demais linhas do ‘Municipalizado’ tinham faixa principal vermelha e faixa secundária indicando a ‘zona’ somente: azul-claro (Z/S), amarelo (Z/L), marrom (Z/N) e verde-escuro (Z/O).

Assim vejamos 2 Vitórias na transição: acima antes tinha faixa secundária verde-escura (Z/O), agora é laranja (região 8 do ‘Inter’).

E a direita era faixinha menor azul-clara (Z/S) no ‘Municipalizado’. Virou roxa, região 7 do ‘Inter-Ligado’.

Fura-Fila‘: corredor exclusivo e suspenso que seria operado por tróleibus bi-articulados.

DO ‘FURA-FILA’ AO ‘EXPRESSO TIRADENTES’: MESMO SEM TRÓLEIBUS, O CORREDOR SUSPENSO SAIU –

Acima já estávamos nos anos 2000. Vamos voltar um pouco no tempo, então.

Nos anos 90 a prefeitura paulistana anunciou um ambicioso projeto:

Fazer vários corredores exclusivos suspensos, que portanto não precisariam parar em sinais. 

Troleibus bi-articulado Marcopolo fabricado especialmente pros testes do projeto. O bichão tinha um visual futurista…

Melhor ainda, seriam operados por tróleibus-articulados/bi-articulados.

O projeto foi batizado de ‘Fura-Fila‘, de certa forma homenageando os ‘Papa-Filas’ que circularam na cidade nos anos 60 (já vimos acima, carretas que puxavam uma carroceria de ônibus).

O primeiro corredor ligaria o Centro ao bairro de Cidade Tiradentes, na Zona Leste, passando pela região do Ipiranga, na Zona Sul.

Dali entraria na Zona Leste via Vila Prudente e seguiria até Cid. Tiradentes.

Próximas 3: esse trólei/bi-art. feito especialmente pro Fura-Filas em testes. Ficou só nisso, nunca houve operação comercial.

As obras começaram em 1997. Foram encomendados alguns tróleibus-bi-articulados especialmente pro projeto.

Além disso, 2 tróleibus-articulados que já eram parte do sistema foram adaptados.

Em todos, nos novos e nos reformados, vinha estampado na lataria a sigla ‘VLP’.

Que significa ‘Veículo Leve sobre Pneus’. (Assim como ‘VLT’ quer dizer ‘Veículo Leve sobre Trilhos‘).

No entanto houveram diversos problemas, e na virada do milênio pensaram em cancelar tudo.

As obras foram retomadas, e em 2007 foi inaugurado o primeiro trecho:

Ele liga o Centro ao Terminal Sacomã. No entanto, não foi feita fiação pra tróleibus.

O corredor é operado por ônibus a dísel mesmo, ou então elétricos.

Elétricos mas daqueles mais modernos que o motor é elétrico mas que dispensam fiação pra puxar energias.

Em ruínas: o Fura-Fila não foi implantado, o tróleibus/bi-articulado acabou assim (na divisa PR/SC um outro projeto pioneiro terminou da mesma forma).

Mesmo sem tróleibus, o corredor ficou muito, muito bom.

Ele é inteiramente suspenso, por sobre o leito Rio Tamanduateí.

O embarque é em nível e pré-pago, ao chegar a plataforma todos já pagaram a tarifa.

Portanto o articulado abre várias portas e você pode entrar por qualquer uma delas.

Ademais ele não para em sinais, apenas em suas estações.

Aqui e na próxima imagem: 2 tróleibus-articulados que já operavam linhas normais foram reformados e caracterizados pra também participarem dos testes. Quando não deu certo foram repintados de novo e voltaram pras linhas de rua.

Com tudo facilitado, a rapidez era tanta que quando foi inaugurado ele percorria os 8 km que separam o Centro do Sacomã em apenas 12 minutos.

Assim, adicionaram até mais uma ou duas estações, pra atender a mais gente.

Mesmo com essas paradas extras a viagem não leva mais que 15 minutos.

Há também o ônibus parador, que faz exatamente o mesmo trajeto mas ao nível do solo.

Ele leva de 40 minutos a uma hora, dependendo do trânsito. Uma diferença significativa.

O Terminal Sacomã fica na divisa do bairro de mesmo nome com o vizinho Ipiranga

O mais importante é que ele fica na entrada de Heliópolis – que é a maior favela da cidade.

Sim, Heliópolis passou por um processo de urbanização, ainda em andamento. Vocês entenderam o que eu quis dizer.

Corredor suspenso sobre o Rio Tamanduateí.

O que importa é que uma das áreas mais carentes da metrópole ganhou uma opção rápida e barata pra ir ao Centro.

A inauguração do Terminal Sacomã repercutiu até na região metropolitana.

Antigamente os busos pro ABC iam até o Centro da capital, paravam no Parque Dom Pedro.

Por que funciona bem? Porque o ônibus tem pista exclusiva sem cruzamentos, fica acima dos congestionamentos – literalmente!

Oras, esse é o exato trajeto percorrido pelo Expresso Tiradentes.

Assim as linhas inter-municipais agora têm ponto final no Terminal Sacomã, ao lado dos alimentadores municipais.

No modal municipal a integração do Expresso com os alimentadores é gratuita (de forma digital, no cartão).

Enquanto que nos inter-municipais há integração no cartão mas é preciso desembolsar um pouco mais pra seguir viagem.

Quem usa o inter-municipal e depois municipal da capital não paga 2 passagens, mas 1 e meia.

Bi-articulado do “Expresso Tiradentes” – a linha vem adesivada no vidro.

Do Centro ao Sacomã é tudo via plataforma elevada, com estações com embarque pré-pago e em nível. Logo essa linha sequer tem cobrador.

Em 2009 inauguraram uma bifurcação de 3 km. O grosso do trajeto sobre o rio é o mesmo.

Porém agora há duas opções: uma linha segue pro Sacomã, a outra no finalzinho os busos pegam a esquerda pra ir pro Terminal Vila Prudente.

Próximas 2: Tribus invertidos (trucado na frente) que também puxam a linha, são elétricos mas não tróleibus.

Esses últimos 3 km, já na Z/L entre a bifurcação e o Term. V. Prudente são ao nível do solo, e há uma parada que não tem embarque pré-pago.

Por isso os ônibus que fazem a linha Vila Prudente/Terminal Mercado (Pq. Dom Pedro, no Centro) têm cobrador, pra servir quem embarcar nesse primeiro ponto após o terminal.

A partir da segunda estação o trajeto é o mesmo do buso pro Sacomã, portanto a partir dali é sempre com embarque pago antecipadamente.

O 1º Tribus invertido teve decoração especial (era toda cinza, veremos abaixo). Os demais adotaram a pintura regular do inter-ligado.

A linha Sacomã/Mercado não tem cobrador, todas as paradas são em estações fechadas.

Da Vila Prudente o corredor de ônibus deveria seguir até a Cidade Tiradentes, como já dito.

Mudaram de ideia, não sairá mais. Apenas o nome ‘Expresso Tiradentes’ ficou como herança.

Em compensação, estão fazendo uma linha de metrô (via monotrilho) que cumprirá exatamente esse trajeto.

Terminal Sacomã: o Expresso para em cima, os alimentadores embaixo.

O projeto de fazer as demais linhas do ‘Fura-Fila’ também foi cancelado.

No fim ficou só uma linha, e sem tróleibus. Mas ficou muito bom.

O ‘Expresso Tiradentes’ é quase como se fosse mesmo um metrô sob pneus.

Claro, a capacidade não é tão grande em termos de passageiros por minuto. 

Multi-modal: os ônibus azuis e cinzas são metropolitanos, pro ABC. Os verdes e brancos são municipais da capital.

É fato. Mas não fica tão atrás. Com os ônibus sem paradas e sem gargalos no embarque/desembarque, o sistema de ônibus Expressos fica praticamente um ‘metrô leve‘.

E com o custo de implantação muito menor. Espero que em breve a prefeitura decida fazer mais corredores como esse, com os busos com prioridade total sobre o tráfego de automóveis.

Quando querem fazer bem feito, é possível.

……………..              

Já seguimos com a cronologia. Vamos ver a evolução do transporte Executivo em São Paulo, aquele que são usados ônibus de viagem.

Veículos só com uma porta, equipados com ar-condicionado (numa época que a frota convencional não contavam com essa amenidade).

E mais, bancos estofados reclináveis, música ambiente, etc. . Só se podia viajar sentado. Por isso a tarifa é mais cara, obviamente.

Acima um Monobloco 1 nos anos 80. E ao lado um Thamco amarelo, nos anos 90.

Enquanto a CMTC existiu, o modal ‘Executivo’ era privilégio dela. Depois da privatização as particulares assumiram.

Hoje creio que as linhas ‘Executivas’ acabaram. Aqui em Curitiba aconteceu o mesmo. Então vamos relembrar o tempo que elas existiam:

Monobloco 3 da Zona Oeste coberto de propaganda. A identificação do veículo (nome da viação, nº do ‘carro’, logo da SPTrans) vem naquele retângulo branco.

Aberração! Na virada do milênio, final do ‘Municipalizado’, houveram ônibus inteiro ‘envelopados’.

Descaracterizando o padrão municipal. Felizmente hoje isso é proibido.

Pelo menos em São Paulo a frota atualmente não ostenta propaganda.

Sim, em outros lugares do mundo (por ex. México, Chile, EUA, Canadá, Índia e África do Sul) ainda existe esse absurdo. Nosso foco aqui é a capital paulista. Sigamos nossa cronologia.

Vamos ver, uma a uma, as 8 faixas do sistema Inter-Ligado. Esse Caio Alfa da Santa Brígida circulou na faixa 1 (verde-clara), da Zona Norte – prefixo ‘1’ antes do nº do ‘carro’.

Tudo vai e volta. Do fim da década de 70 ao começo da de 90 São Paulo teve uma padronização de pintura em que a cidade fora dividida em 9 faixas.

E os busos eram pintados conforme a parte da cidade que a linha ia.

A seguir passamos pro Municipalizado. Nesse longo ciclo, por vezes os busos indicavam somente pra qual das 4 ‘zonas’ (Leste, Sul, etc.) a linha ia.

Oras, a Zona Leste e a Zona Sul de Sampa têm mais de 3 milhões de habitantes cada uma.

Busscar da Sambaíba, faixa 2 (azul-escura), da Zona Norteesse e o anterior têm as ‘Estrelinhas‘ , em tamanho reduzido.

Cada uma delas, se fosse um município independente, seria a 3ª maior cidade do Brasil.

Sendo assim, indicar com uma faixinha amarela que a linha vai pra Z/L não esclarece tanto assim, verdade?

Outras vezes nem isso. Em duas oportunidades os ônibus não informavam sequer pra que ‘zona’ se dirigiam.

1) na 1ª fase do ‘Municipalizado’, quando todos os busos ficaram brancos com faixas vermelas;

Apache na faixa 3, amarela, da Zona Leste.

E 2) na oportunidade que tentaram (não vingou, ficou só no projeto) de pintar o veículo conforme seu tipo (articulado, ‘padrão’ alongado, a gás natural, etc).

Mas, eu disse acima, tudo vai e volta. A seguir, em 2003, veio a padronização ‘Inter-Ligado’.

A ‘Inter-Ligado’ foi claramente inspirada na ‘Saia-&-Blusa‘.

Outro Busscar: a faixa 4 (vermelha), na Zona Leste, é a única que ainda tem tróleibusos elétricos operam também no Ipiranga, Zona Sul, que faz parte da faixa 5.

Mais uma vez, a cidade foi dividida em várias faixas.

E os veículos do transporte coletivo pintados de acordo com a faixa atendida.

Apenas antes eram 9 faixas, que foram agora reduzidas pra 8.

Primeiro explicando como toda essa discussão começou:

Escrevi uma mensagem sobre os ônibus na Costa Norte brasileira (de Fortaleza-CE a Manaus-AM).

Apache2 na faixa 5, verde-escura, que é compartilhada pelas Zonas Leste e Sul.

Um colega que morou em São Paulo me respondeu o seguinte:

”   Você me fez lembrar de quando as cores dos ônibus identificavam claramente as regiões para as quais eles se dirigiam na cidade de São Paulo.

Dessa maneira facilitando a vida de pessoas que não sabiam ler…”

O que se segue é minha tréplica (escrita em 2011, quando mandei o emeio, e revisada e ampliada em 2015, quando levanto pra rede e depois em 2019 quando reformulo a postagem.)

Tribus (com portas dos 2 lados) servindo a faixa 6 (azul-clara) da Zona Sul.

Ele se mudou de Sampa, quando me escreveu isso vivia em Curitiba.

De maneira que ele não pôde reparar que o seu desejo já está atendido.

Antes de detalharmos conto uma curiosidade que foge um pouco a nosso escopo.

O faço porque é interessante pra compararmos com outras metrópoles.

Nosso colega falou que os ônibus padronizados por região auxiliam os analfabetos, como acabam de ler.

De costas, outro Apache2, também Tribus, esse do Consórcio 7 – como o nº indica, faixa 7 (roxa), igualmente na Zona Sul.

Porque pela cor ele já sabe se vai pra perto de sua casa. Pois bem.

Os metrôs do Recife-PE, Cidade do México, Medelím/Colômbia (entre outros) vão além nesse conceito:

Têm mapas que são acessíveis aos analfabetos. Cada estação tem um símbolo. 

A que é perto da Catedral tem uma igreja, a perto do estádio tem um pé chutando uma bola, e por aí vai.

Bem esclarecido, podemos voltar a falar de nosso tema de hoje:

São Paulo ainda usa um esquema em que os ônibus são pintados por região, dizendo mais uma vez.

Caio na Zona Oeste, a faixa 8 – laranja – do Inter-Ligado: Butantã, jan. de 2016 (*).

Já vimos no começo da matéria o mapa do sistema Interligado.

Que foi adotado logo após a virada de século (mais precisamente no ano de 2003, como é notório).

As regiões são essas:

Faixa 1, Zona Norte: verde-claro;

Faixa 2, Zona Norte: azul-escuro;

Ao lado continuamos falando do Inter-Ligado. Solto outras imagens da história do transporte paulistano. Praça da Bandeira, em imagem anterior a padronização ‘Saia-&-Blusa’: vemos a pintura livre de 3 empresas que operaram na Zona Sul. Em 1º plano um Monobloco da Jurema (verde e amarelo). A seguir viação São Luiz, e na fileira logo após (o buso que está mais a esquerda na imagem) viação Bola Branca.

Faixa 3, Zona Leste: amarelo;

Faixa 4, Zona Leste: vermelho;

Faixa 5, dividida entre as Zonas Leste Sul: verde-escuro;

Faixa 6, Zona Sul: azul-claro;

Faixa 7, Zona Sul: roxo;

Faixa 8, Zona Oeste: laranja;

A Zonas Leste e Sul são as maiores em área e população de Sampa, como todos sabem.

Além de concentrarem a imensa maioria das vilas mais pobres do subúrbio distante.

Por isso nelas o uso de ônibus é o mais carregado e complexo da cidade.

Agora 2 ônibus metropolitanos – que portanto fogem ao escopo da matéria, mas como são Grande São Paulo da mesma época enxerto aqui. Osasco, Zona Oeste da Região Metropolitana de SP, início da década de 90. Ônibus 2-andares (O.D.A.) operado pela viação estatal municipal CMTO (Companhia Municipal de Transportes de Osasco), que foi extinta nos anos 2000. A CMTO teve 4 exemplares de 2-andares.

Assim têm 5 faixas pra dividir entre si, duas exclusivas pra cada e mais uma que repartem meio-a-meio.

Já a Zona Oeste, inversamente, é a menor e mais rica.

Portanto, onde menos gente depende de transporte coletivo.

Logo pra Z/O basta uma faixa só. A Zona Norte ficou com 2.

Claro, os limites não são exatos, especialmente na Zona Oeste.

Ali, tanto na divisa dela com a Zona Sul quanto com a Zona Norte as vezes há transbordamentos, o buso de uma cor mas o bairro já está em outra região.

Acontece. Mas o esquema geral é esse que delineei. Comparemos agora as duas padronizações.

Esse ‘carro’ é da Auto Viação São Luiz que operava inter-municipal no ABC, e não da Empresa São Luiz Viação que atuava no municipal de SP (como escrevi a princípio).

3 faixas têm hoje no Inter-Ligado as exatas mesmas cores que possuíam no ‘Saia-&-Blusa’:

Na Zona Norte, a faixa 9 do ‘Saia’ e a 1 do ‘Inter’ são em verde-claro.

Já na Zona Leste a 2 do ‘Saia’ e a 3 do ‘Inter’ são amarelas.

Nesses dois casos apesar da diferença de numeração, a área abrangida é basicamente a mesma.

Ônibus decorado pro Natal. Iluminar os veículos (com neon ou outras formas) é tradição antiga na América e Ásia, chegou nesse milênio ao Brasil, onde se tornou muito forte na Grande São Paulo, sistemas municipal (nesse caso, um da Viação Gato Preto) e metropolitano.

E na Zona Sul a 5 do ‘Saia’ e 6 do ‘Inter’ são em azul-claro, antes e agora.

Aqui houve uma pequena alteração: a faixa 5 do ‘Saia’ era somente a região do Aeroporto de Congonhas, Cidade Ademar, Jabaquara, Americanópolis, Vila Santa Catarina, Divisa de Diadema, etc.

A região de Grajaú, Interlagos e Parelheiros, antigamente atendida pela Viação Bola Branca, no ‘Saia’ era faixa 6, vermelha.

A maior parte da antiga faixa 6 do ‘Saia’ agora é a faixa 7 do ‘Inter-Ligado’.

Com uma exceção notável: a região do Grajaú e imediações passou pra faixa 6 na nova padronização.

Zona Leste de SP, jan. de 18 (*). Um buso grande de empresa oficial entre dois micros de cooperativas, todos da faixa 4 do Interligado. Note a diferença de pintura: na viação oficial a traseira e dianteira são unicolores no tom da região, e há uma pequena faixa horizontal na lateral; inversamente nos cooperados na frente e atrás é metade branco, e não há essa uma faixinha horizontal na lateral.

Ainda assim, a parte original da faixa 5 do ‘Saia’, Cidade Ademar e entorno, era azul-clara, e permanece.

Isto posto, sigamos. A cor marrom (faixa 1 do ‘Saia’) acabou.

Em compensação entrou pro sistema a cor roxa (faixa 7 do ‘Inter’), que não existia.

As cores azul-escuro, vermelho e verde-escuro existem nos dois sistemas, mas em partes diferentes da cidade antes e depois.

Foto histórica: ônibus grande de viação oficial (um Busscar da Sambaíba) com a pintura que acabou destinada somente as cooperativas – fato raríssimo. No texto eu explico o porque.

COOPERATIVAS INCORPORADAS AO SISTEMA:

PINTURAS DO INTERLIGADO, INÍCIO, MEIO E ATUALMENTE –

As cooperativas foram integradas ao sistema de ônibus. Isso desde as fases finais do Municipalizado.

Acontece que quando o Inter-Ligado foi implementado, o processo de inclusão das cooperativas se tornou pleno.

Como já dito, a partir daí cooperativas e empresas regulares passaram a atuar de forma complementar, e não mais rival.

Próximas 2: micros de viações oficiais usando pintura das cooperativas, isso já era mais comum. Aqui do Consórcio 7, faixa de mesmo nº, na Zona Sul. E a esquerda da ‘Via Sul’, na faixa 5 (Zona Leste e Sul).

No Municipalizado, os ônibus de cooperativas eram pintados de forma distinta: 

Inteiro brancos com detalhes em azul (já vimos uma foto mais pro alto na página).

No ‘Inter-Ligado’ isso mudou: a frota das cooperativas passou a receber idêntica decoração das empresas oficiais.

Digo, quase idêntica, pois havia uma pequena diferença (como a legenda das fotos já informou e é domínio público): 

Nas viações oficiais a frente e a traseira era unicolor na cor da faixa do ‘Inter-Ligado’.

E havia uma pequena faixa horizontal na lateral no mesmo tom (vide acima a direita).

Por outro lado, os veículos de cooperativas na parte frontal e posterior é meio-a-meio:

Nas 3 tomadas acima vimos a exceção, agora vamos ver a regra: relembrando a pintura das empresas oficiais na 1ª fase do ‘Inter-Ligado’: frente e traseira unicolores, faixa horizontal lateral na mesma cor (aqui Caio tribus na Z/L).

Uma metade ficava em branco e a outra metade na cor da região;

E a faixinha horizontal está ausente (ao lado e na sequência abaixo).

Foi assim por toda primeira década e pouco do ‘Inter’ (de 2003 até perto da metade da década de 10).

Depois apareceram novas pinturas que seguem esse padrão básico, mas têm algumas variantes, já falaremos da fase atual. 

E assim as cooperativas: frente e traseira bi-color (metade branca), sem faixa lateral. 2 micros da Z/S na Estação de Trem Berrini, na Marginal Pinheiros, jan. de 14 (*).

Por hora, de volta a descrever primeira fase do ‘Inter-Ligado’.

Como acabo de dizer, as viações oficiais tinham frente e traseira unicolor, e faixinha horizontal lateral.

Nas cooperativas era frente e traseira bi-colores (alternando com o branco) e sem faixa do lado.

Até aqui todos têm pleno conhecimento, é domínio público.

Agora sim vou falar de um fato pouco divulgado, uma experiência que não deu certo:

Próximas 8: exemplos de busos (micrinhos, micrões, e de tamanho normal) das cooperativas nas 8 faixas do ‘Inter-Ligado’. Um Caio na Faixa 1, verde-clara, Zona Norte.

No princípio não era pra ter essa divisão de pintura entre viações oficiais e cooperativas.

A ideia inicial era ter as duas pinturas sim, mas a divisão ser entre linhas ‘troncais’ e ‘locais’.

Exatamente como foi naquele último ciclo do ‘Municipalizado’, já falamos acima.

Você se lembra, quando os articulados, bi-articulados e veículos ‘padrão’ alongados eram pintados diferenciados, com faixa verde.

E os veículos de tamanho normal e micros tinham faixa vermelha.

Outro Caio da Zona Norte, esse da faixa 2 (azul-escura): Bom Retiro, jan. de 14 (*).

Então, era pra ter uma distinção semelhante mais uma vez.

As linhas ‘troncais’ seriam com frente e traseira unicolor e com faixinha.

(Como vocês sabem, ‘troncal’ é a linha de maior demanda:

A que liga o Centro aos terminais ou terminais entre si, de preferência via corredores exclusivos.)

Enquanto que as linhas de bairro, que não passam por terminais, seriam  diferentes:

Vamos pra Zona Leste: faixa 3, amarela, com um Caio mais antigo indo pro Itaim Paulista.

Com ‘popa’ e ‘proa’ bi-color e sem nenhuma faixa horizontal.

Ou seja, as empresas oficiais também pintariam alguns de seus carros dessa forma. E chegou a acontecer:

Veja mais pra cima a esquerda a prova (busque pela legenda):

O Busscar azul e branco da Sambaíba. Trata-se de um carro grande (não é micro).

Micrinho Busscar (com rodo-ar) na faixa 4, vermelha, também na Zona Leste da cidade.

Ainda assim está pintado com a frente bicolor (alternando com o alvo), e sem a faixa lateral.

Então sim, o plano era esse. Só que aumentaria os custos, por motivos óbvios.

Afinal os empresários teriam que dividir a frota, com uma pintura um tipo de linha, pintura distinta outro tipo de linha.

Assim a ideia foi descartada. As viações oficiais decoraram sua frota toda da mesma maneira, independente da linha.

Faixa 5, verde-escura: compartilhada pelas Zonas Leste e Sul. Micrão p/ Metrô Belém, Z/L.

E essa pintura alternativa ficou reservada as cooperativas.

Embora eventualmente você visse algum micro de empresa oficial pintado assim, isso era mais comum.

Verdade. Porém ‘carro’ grande não mais há muito. Foram raríssimos.

Ainda bem que alguém registrou enquanto ocorreu, entrou pra história do transporte da cidade.

Os próximos 3 são micrinhos: começo com Busscar da Zona Sul, faixa 6 (azul-clara).

………

Então na primeira década e pouco do Inter-Ligado funcionou assim:

Toda a frota na mesma pintura, independente do tamanho (micrinho, micrão, normal, articulado ou bi-articulado) ou do combustível (dísel, gás natural, tróleibus ou elétrico sem fios).

A única distinção era a que acabamos de mostras, cooperados com frente e traseira meio-a-meio, e sem faixinha lateral.

Faixa 7, roxa, igualmente na Zona Sul.

Fora isso todos os ônibus com fundo branco e a parte frontal da lataria na cor da faixa do ‘Inter’.

Só que a marcha do tempo continua implacável, e tudo muda.

Com o tempo, começam a surgir pinturas especiais pra tróleibus, elétricos sem fio, super-articulados e demais veículos que tenham alguma caracterização diferenciada.

A Zona Oeste é coberta pela faixa 8, laranja. A linha é “Mandioquinha” !! Esse micro era digno de circular no Recife, não era?

Veja a foto abaixo a direita: Viaduto do Chá, Centrão da cidade, janeiro de 2018.

Cliquei pessoalmente um troleibus em uma pintura especial pora troleibus.

Usa o vermelho pra mostrar que é da faixa 4 do Inter-Ligado.

Com um detalhe, o desenho é exclusivo pra esse modal não-poluente (daí o selo da ‘Eco-Frota’, que indica exatamente isso igualmente).

Por conta do que acabo de falar: foram sendo criadas pinturas alternativas ao padrão Inter-Ligado.

Note que a princípio só usada em casos especiais, não na frota inteira.

Outro exemplo ao lado. Esse Marcopolo já está no Interligado.

Fato comprovado pelos logos desse sistema e do Consórcio 7, que surgiu com ele.

É um veículo atípico, sem dúvdas – está trucado  só que ao contrário!

E ele foi um dos quue inaugurou essa pintura diferenciada, toda prateada.

Quando fiz o texto escrevi que era ‘exclusiva’ dele, pois foi a 1ª vez que vi;

No final da década de 10, surge essa pintura exclusiva pra articulados: é híbrida, combina o tom cinza dominante mas há na frente e atrás a cor da faixa do Inter-Ligado (em desenho diferente do anterior).

No entanto depois percebi que outros busos, quando diferenciados [por ex. articulados Tribus] agora também são prateados.

Mato a cobra e mostro o pau. Veja a tomada acima a direita.

(Também de minha própria autoria em janeiro de 2018):

Avenida 9 de Julho, região do Bixiga e Bela Vista, Zona Central.

“Super-Articulado” Tribus unicolor todo cinza. Exclusiva portanto pra ‘carros’ especiais, que tenham algum extra.

Próximas 2: bi-articulados ainda na pintura tradicional do Inter-Ligado. Servem a faixa 7, Zona Sul. Av. 9 de Julho, 2018 (*).

Atrás dele vemos um buso ‘pitoco’ (tamanho normal) também na pintura normal da faixa 7 do ‘Inter’.

Logo a seguir, repetindo as informações da legenda, surge uma pintura ‘híbrida’: o fundo predominante é cinza, como na pintura especial.

Só que há na dianteira e traseira do veículo a cor da faixa do ‘Inter-Ligado’. Num desenho diferente, entretanto: Na frente a porção colorida agora é inclinada, em diagonal. Não mais reta, vertical.

Pontos a esquerda, daí portas dos 2 lados (*).

E nos fundos do veículo também há uma faixa diagonal da mesma cor, o que antes não existia. Em compensação, a faixa menor horizontal deixou de exisitir.

Já que falamos disso, nos anos 80 e começo dos 90, só as Zonas Sul e Leste – que são as maiores e mais populosas – tinham articulados (mais pra baixo mostraremos tudo com fotos).

Nesse milênio eles chegaram a cidade toda. Primeiro na pintura tradicional do ‘Inter-Ligado’.

E agora os “super-articulados (novamente, todos Caio e do mesmo modelo) na pintura ‘híbrida’, fundo cinza mas com as cores do ‘Inter-Ligado na frente e atrás – mas deseno diferente, diagonal.

Articulado em SP na época da pintura ‘Municipalizado‘: o bichão foi usado daqui de Curitiba, ainda tem a linha ‘Santa Cândida/ Capão Raso‘ no letreiro.

Voltamos a uma vibração similar dos anos 80, porém uma escala acima. Explico.

Como dito, na década de 80 só as Zonas Sul e Leste tinham articulados.

Hoje estão pela cidade inteira. No entanto, nesse milênio chegaram os bi-articulados.

E por enquanto só as Zonas Leste e Sul que contam com veículos com 2 articulações. Então vamos ao bi-sanfonados paulistanos na pintura ‘Inter-Ligado’. Fogo no pavio.

Caio de viação oficial (Sambaíba) na nova pintura: igual a anterior mas fundo cinza, não mais branco (faixa 2 do Inter-Ligado, Z/N).

Falávamos das mudanças de pintura do ‘Inter-Ligado’. No começo os busos tinham sempre fundo branco e a cor de uma das 8 faixas.

Houveram exceções mas no geral viações oficiais e cooperativas tinham aquela pequena diferenciação.

Aí começaram a surgir variantes. Vamos fazer a recapitulação?

Havia uma decoração especial pra tróleibus, outra unicolor cinza no tribus invertido e nos super-articulados,

Na mesma faixa 2 do ‘Inter’ da Zona Norte, buso de cooperativa na exata mesma pintura.

Depois veio uma fusão do fundo cinza com a cor da faixa do ‘Inter’.

Mesmo assim, empresas oficiais e cooperados ainda tinham pintura diferente.

Não teve jeito, a ‘Onda Cinza’ avançou mesmo, e agora vemos os veículos das viações pré-estabelecidas e das cooperativas exatamente iguais:

Usando a mesma pintura do ‘Inter-Ligado’ anteriormente reservado somente as empresas oficiais.

Viação oficial, faixa 3, Zona Leste.

Cor da faixa na dianteira e traseira do veículo, na posição vertical (e não diagonal portanto) na frente, e com a faixa menor horizontal.

Entretanto, o fundo é cinza, não é mais branco. Enfatizando mais uma vez, agora vale pra qualquer modal.

Ônibus de cooperativas e viações pré-estabelecidas, micrinhos, micrões e de tamanho normal, todos uniformizados.

Cooperativa, mesma faixa 3.

Estamos vendo tudo isso nas imagens. Acima em azul, na Faixa 2 do Inter-Ligado – Zona Norte.

E na sequência em amarelo na Zona Leste, faixa 3, amarela, e fundo cinza.

A direita também de viação oficial, Caio do mesmo modelo (igualmente Mercedes e piso baixo).

Fundo branco na lateral, cinza na frente.

A esquerda permanecemos na faixa 3, veículo de cooperativa.

Chegou-se a cogitar que a cor cinza indicaria a presença de ar-condicionado.

Acontece que não é o caso. O Caio amarelo, de viação oficial, é sem ar (abaixo vemos mais casos).

Seja como for, houve uma pintura intermediária, de transição, observada a direita.

De volta a faixa 2 na Z/N, 2 micros registram os tempos de câmbio: a frente na pintura nova, igual pra cooperativa e viações oficiais; e no fundo na decoração antiga das cooperativas, mas a frente cinza como semente da mudança.

Clicado na mesma Zona Leste, mas dessa vez na faixa 4, vermelha.

Esse micro de cooperativa mistura as decorações nova e antiga:

Nas laterais o fundo é branco, e não há a faixinha menor horizontal vermelha.

E na frente a faixa vermelha só ocupa metade do espaço. Tudo isso é da pintura velha.

No entanto, na frente a outra metade é cinza, e não mais alva, indicando que a nova está chegando.

Exemplos da nova pintura em todas as faixas do Inter-Ligado, micrinhos, micrões e tamanho normal:

Enfim, amigos, está aí, a história resumida do transporte por ônibus em Sampa.

Passo agora a ligação pras matérias que já estão no ar sobre o transporte paulistano:

SP: a Revolução nos Transportes.

Continuação da matéria que acabam de ler, onde mostro diversas facetas, algumas delas pouco conhecidas, dessa trajetória.

Av. Cruzeiro do Sul, 1957: a linha férrea que ia pro Jaçanã, eternizada na música “Trem das 11”ao fundo 2 busões da CMTC.

Como aquecimento, observem acima a CMTC operando – emergencialmente – em Campinas.

O intercâmbio busólogo entre a capital do Estado de SP e sua maior cidade do interior é apenas um dos pontos que desenvolvo melhor nessa outra postagem.

Voltando a Sampa, retratamos mais detalhadamente a recusa das viações da Z/L de pintar os busos de rosa. Também os Consórcios que se formaram nos primeiros 4 anos do ‘Saia-&-Blusa’.

Abordo como a Cidade de São Paulo passou a ter uma das maiores de rede sobre trilhos (metrô + trem) do mundo, igualando Nova Iorque/EUA. Tudo isso e muito mais na matéria, ricamente ilustrado com dezenas de fotos.

1º tróleibus-articulado do Brasil, começou com carroceria Caio, virou Marcopolo.

 – ‘Camaleão’ 8000 da CMTC: o 1° tróleibus-articulado do Brasil teve 2 carrocerias, 6 proprietários, 7 (ou 9?) pinturas e 7 numerações.

Operou de 1985 a 2012 (a esq. em seus 1ºs. dias na pista), sobrevivendo a tantas mudanças se tornou ícone.

Um museu-vivo da história do transporte em São Paulo. Tanto que foi restaurado  (dir.) e agora preservado pra eternidade.

A “Fênix Trovão Azul”: de Norte a Sul, Energia jamais se perde, apenas se transforma.

O mesmo bichão mais de 3 décadas depois, recebendo de novo a padronização dos anos 90 – voltando a origem.

A pintura mais famosa da CMTC recebeu homenagens em forma de clones por todo Brasil.

Encerramos com mais imagens dos busões na saudosa padronização ‘Saia-&-Blusa‘ – todas as viações mostradas nas galerias abaixo já encerraram as atividades, exceto a Gatusa, Gato Preto e Santa Brígida.

– Faixa 1, saia marrom, Zona Norte. São 4 viações, mas apenas 2 pinturas, pois 2 têm blusa branca e 2 bege.

Auto Viação Brasil Luxo, prefixo 01, blusa branca (igual a N. Unidas).

“Moro em Jaçanã”… Na época da foto já não existia mais o famosoTrem das 11‘.

Auto Viação Nações Unidas, prefixo 02, blusa branca (como a B. Luxo), nº dos ‘carros’ até 02 499.

Na verdade a blusa era um verdinho beeeeem clarinho. Nas fotos dá a impressão que é branco, mas era verde!– um colega enviou a retificação acima (vide a seção de ‘comentários’).

OK, amigo, corrigido. Como o verdinho era beeeeem clarinho mesmo e ‘parecia ser branco’, mantenho o texto original.

Empresa Auto Ônibus Parada Inglesa, prefixo 02, blusa bege (igual a A. do Pari), nº dos ‘carros’ acima de  02 500.

No Pq. Dom Pedro, Centro da cidade.

Empresa Auto Ônibus Alto do Pari, prefixo 03, blusa bege (como a P. Inglesa). A esquerda Monobloco 1.

O nome da viação vem grafado no teto, tradição nos ônibus (tanto rodoviários quanto urbanos) brasileiros nos anos 60 e 70.

Vejamos mais exemplares da frota da Alto do Pari, dessa vez com o nome escrito ou sobre a janela (porta, do lado direito) ou sob ela, mas não mais no teto do veículo.

– Faixa 2, saia amarela, Zona Leste.

Empresa Auto Ônibus Penha/São Miguel, prefixo 04, blusa verde.

Ficando portanto verde-&-amarela, e por isso ela punha um mapa do Brasil na lataria.

Na pintura livre era a Jurema da Zona Sul quem fazia isso, as duas viações são do mesmo grupo.

Com capelinha.

Empresa de Ônibus Viação São José, prefixo 05 depois de 1982 (‘105’ de 1978 a 82), blusa branca.

A princípio formou consórcio com a Viação Leste-Oeste  Ao lado Mono1 do Consórcio, (há o nome de ambas as viações, mas o busão pértence a São José pois o logo é o dela, suas iniciais entrelaçadas).

Por isso o prefixo 105. Nº 105 121, enquanto perurou a união com a outra empresa (1978-1982, repito). Depois virou somente 05 121.

– A Faixa 3, na Zona Leste, deveria ter ‘saia’ rosa. E a princípio teve.

Ao lado um Veneza da época dos consórcios (78-82), esse era da Pompéia/Tabú (daí ambas as viações grafadas – detalhe).

Numeração acima de 100 mil, nesse caso o prefixo é 106.

2 cenas da Tabu na periferia da Z/L, anos 80.

Quando os consórcios acabaram acabou também a saia rosa.

Os empresários mudaram pra um laranja-avermelhado (‘salmão’, segundo alguns dizem).

Falaremos disso melhor na continuação dessa matéria. Vamos então ver as viações no laranja/vermelho.

Os quatro da Tabu têm o teto azul, a frente. Os dois majoritariamente brancos atrás são da CMTC.

Em 1982 Tabú e Pompéia desfizeram o consórcio e adotaram nova cor pra metade inferior da lataria. Isso acabei de dizer.

Elas mudaram também a ‘blusa’, pra um tom, me ajudem aí, cinza-azulado?

Mesmo sem o consórcio seguiram usando pinturas idênticas, com uma pequena diferença:

A Tabú tinha uma pequena faixinha sob as janelas da mesma cor da ‘saia’, já a Pompéia dispensava o adereço. A numeração de ambas também era igual, nº dos ‘carros’ até 06 499.

Abaixo: Auto Viação Tabu, prefixo 06, blusa correta na mesma cor da Pompeia (pois até pouco tempo estavam unidas em consórcio). Porém foi flagrado um de blusa amarela.

A linha é a 3407-Inácio Monteiro/Pq. D. Pedro.

A esquerda Veneza ‘2’ da Tabu. Tem uma faixa menor laranja/vermelha abaixo das janelas.

A direita o mesmo modelo (inclusive com ângulo da tomada bem parecido), porém é da viação Pompéia. Só com a ‘Saia & Blusa’ mesmo, sem essa fitinha na mesma cor da ‘saia’.

Vamos a mais raras imagens da Pompéia no Saia-&-Blusa pós-consórcio. Ou seja, a frota só dessa viação, sem compartilhar com a Tabu.

Indo pra Penha, o código é (prov.) 342-X.

A princípio eu escrevi que “a Pompeia só usou prefixo 106, a empresa acabou antes de mudar pra 06”.

Essa informação é incorreta, retifico agora. Ao lado, repetindo, um Veneza dessa viação numerado ‘06.267’.

A galeria da Pompéia, xerocando a pintura (com exceção dessa pequena diferença que acabamos de ressaltar) e numeração da Tabu , de 06.001 a 06.499:

Viação São Paulo, prefixo 06, blusa branca (igual a da Empresa Paulista, S. Mateus e Vila Ema), nº dos ‘carros’ acima de 06 500.

Ao lado um Gabriela da S. Paulo, parado no ponto final. Está esperando a hora de puxar a viagem de volta pro Metrô Carrão.

Abaixo: Viação Santo Estevam, prefixo 07, blusa num amarelo puxando pro bege (pintura idêntica a da TransLeste). Nº dos carros até 07 499.

A Sto. Estevam tinha uma águia de logotipo, mantido na padronização ‘Municipalizado.’

A dir. Monobloco ‘3’. Confira mais pro alto na página, há outro Mono na decoração ‘Municipalizado’, a ave ainda está presente. Seguem mais busões da empresa.

Bela Vista (motor traseiro) da Vila Carrão, atrás vemos Monobloco ‘2’ da CMTC, na pintura livre ‘Trovão Azul‘.

Viação Vila Carrão, prefixo 07, blusa aparentemente na cor  bege (dir.).

……….

A esquerda já vemos outra empresa: Ciferal da Auto Ônibus São Mateus, blusa branca (como as viações Vila Ema, Paulista e São Paulo).

Prefixo 07, a frota da S. Mateus era numerada acima de 07 500.

Antigo Ciferal da São Mateus numa estação de metrô, de partida pra “3ª Divisão”.

Ambas as viações, tanto a Vila Carrão quanto a São Mateus, descontinuaram as atividades no início da década de 80.

Talvez tenham sido encampadas pela Santo Estevam ou mesmo outra empresa.

Por esse motivo são bastante raros os registros de seus busos.

Foto provavelmente no Parque Dom Pedro.

A Cia. Auxiliar e a TransLeste a princípio formaram consórcio, de prefixo 108.

Ao lado um Gabriela dessa época, o consórcio sobre a janela, o nome de ambas as viações sob ela (destaque).

Quando separaram cada uma delas ficou com uma pintura.

Transição: não há mais o nome do Consórcio, apenas o ‘Auxiliar’ (sobre a janela); e o nº já foi mudado pra ‘08.007’ – mas na frente ainda diz ‘108.007‘, do tempo do Consórcio.

A Companhia Auxiliar de Transporte Coletivo, prefixo 08, manteve a blusa do consórcio:

Roxa intercalada com uma fita menor rosa, mesma cor da saia (ao lado outro Gabriela, clicado em julho de 1982).

A Auxiliar pertencia a viação Cometa, que por mais de 6 décadas operou também transporte urbano no Estado de SP, de 1937 a 1989.

Pra isso a Cometa tinha filiais em 3 das principais cidades paulistas: a Capital, Campinas e Ribeirão Preto.

Nos detalhes ressaltei a chapa (no sistema de emplacamento de 2 letras os busos em SP sempre iniciavam com ‘H’) e a tarifa, Cr$ 25.

Falando especificamente da Cidade de SP, na década de 60 o grupo muda a denominação da viação urbana de ‘Cometa’ pra Cia. Auxiliar.

E com esse nome-fantasia ela operou até 1984, quando encerrou as atividades.

Foi substituída pelas viações Mar Paulista e Canaã da Zona Sul até 1986, depois a CMTC assumiu as linhas.

Acima frota de  Caios – que já eram velhos quando a foto foi feita no fim dos anos 70, esse modelo foi produzido no início dos anos 60.

A esq. fila de vários Bela Vistas, também Caio, fabricados no fim dos anos 60 (imagem colorizada por computador, como várias outras da matéria)..

A definição nem sempre é a ideal, lidamos com um material muito antigo.

Na próxima sequência horizontal: Viação Urbana TransLeste, prefixo 08, mudou a saia pra laranja-escuro e a blusa se tornou amarelada meio bege – mesma decoração da Santo Estevam, repetindo.

Fazendo a linha que nomeia a viação.

Vila Ema e Paulista formaram o consórcio CooperNove. Blusa branca, prefixo 109 – daí o nome.

Desfeito esse, mantiveram idêntica pintura e prefixo 09 (nota: as Viações São Paulo e São Mateus, que não participaram desse consórcio, tinham idêntica decoração).

Primeiro a Empresa de Ônibus Vila Ema, prefixo 09 (nº dos ‘carros’ até 09 499), parte de cima branca como dito. A direita um São Remo, mais busos na galeria abaixo.

Empresa Paulista de Ônibus, prefixo 09, numeração da frota acima de 09 500, blusa igualmente alva.

– Faixa 4, saia azul-escura, Zona Sul.

Auto Viação São João Clímaco, prefixo 10, blusa bege-escura.

Eles punham a sigla da empresa dentro de uma bola, imitando o RJ.

Tudo isso se repete de forma exata na viação Taboão, que é do mesmo dono.

Ao fundo as logomarcas antigas da Brahma e Bradesco (não é propaganda dessas corporações, apenas curiosa recordação).

No início ambas formaram um consórcio, usando o prefixo 110.

Acima um Amélia, e ao lado um Monobloco ‘1‘ – nesse último caso tem capelinha, e a propaganda encobriu a bola com a sigla.

………

Abaixo: Empresa Auto Viação Taboão, prefixo 10, blusa bege-escura. Sigla da viação numa bola, tudo idêntico a São João Clímaco, como dito.

Viação Bristol, prefixo 11, blusa branca.

– Faixa 5, saia azul-clara, Zona Sul.

Viação Paratodos, prefixo 12, blusa bege-escura, nº dos ‘carros’ até 12 499 (teve filial em Vitória-ES).

Tupi – Transporte Urbano Piratininga, prefixo 12, blusa bege. Nº dos ‘carros’ acima de 12 500 (operou até 2018).

Esse modelo, chamado Monobloco ‘3’, foi o último de carroceria Mercedes no Brasil. Foi produzido por uma década, de 1987 a 1997. Teve 2 versões: aqui o 0-371 (1987-1994). A seguir veio o 0-400 (1994-1997), que tinha a mesma carroceria mas apenas 1 farol redondo de cada lado.

Ao .lado um Monobloco ‘3‘ (0-371), com contorno negro ao redor dos vidros.

Um leitor com conhecimento dos fatos informou o seguinte:

Esse ônibus foi um dos dois primeiros adquiridos pela Tupi em 1987 (outubro/novembro).

Esse era o ônibus de escala fixa do finado Sr. Antonio (Toninho Boca d’Agua). O outro 0371 era o de prefixo 12 687, do finado motorista Marcilio.

Ambos os ônibus rodavam na linha Aeroporto/Perdizes em carro chamado direto, de segunda a sexta. Aos sábados rodavam na linha Aeroporto/ Pça. Princesa Isabel.

Viação Canaã prefixo 13, blusa cinza em alguns carros, bege em outros, seus ‘carros’ eram numerados até 13 499.

Linha pro Jd. S. Eduardo, em Sapopemba.

Como dito, era do mesmo dono da Mar Paulista. Assim mesmo depois de desfeito o consórcio mantiveram a mesma pintura em parte da frota.

A Canaã e a Mar Paulista fizeram linhas também na Zona Leste de 1984 a 1986. 

A esqerda Gabriela da Canaã dessa fase. Abaixo mais Canaãs, de blusas bege e cinza.

Viação e Garagem Mar Paulista, blusa bege (parecida com a da Tupi). Prefixo 13, sua frota recebeu a numeração acima de 13 500.

Ao lado dois Caios da Mar Paulista ainda na pintura do consórcio, primeiro um Amélia e aos fundos um Gabriela.

E a esquerda em foto mais recente um Condor já com sua pintura prórpia.

O tom do bege é mais claro e não há o contorno azul nas janelas. Em todos os casos sempre com propaganda na lateral.

A Mar Paulista e a Canaã fecharam as portas no meio da década de 80.

Pra substitiur ambas chegou a Viação Urbana Zona Sul – galeria horizontal abaixo. Ela usou sozinha o prefixo 13, blusa também bege.

– Faixa 6, saia vermelha, Zona Sul.

Havia uma leva de articulados Caio Amélias (esse) e outra de Condor, sempre Volvos.

Viação Bola Branca, prefixo 14, blusa bege, sua frota tinha nºs até 14 499.

Na década de 80 a Bola era a única empresa particular que tinha articuladosQuase todos os articulados eram da estatal CMTC, que tinha pintura livre.

Portanto os únicos sanfonados do sistema ‘Saia-&-Blusa’ eram os da Bola Branca.

Viação Nossa Senhora do Socorro, prefixo 14, blusa branca, numeração de seus busos acima de 14 500.

Auto Viação Jurema, prefixo 15, blusa azul-clara.

Empresa São Luiz Viação, prefixo 16, blusa amarela.

Gatusa, prefixo 17, blusa azul-escura (compartilhava prefixo e idêntica pintura da Tânia, no começo ambas formaram consórcio com prefixo 117), numeração da frota até 17 499 – ainda está ativa, escrevo em 2019.

Viação Tânia Transportes, prefixo 17, blusa azul-escura (como dito, mesmo prefixo e pintura da Gatusa, pelo consórcio que ambas tiveram), numeração da frota acima de 17 500.

– Faixa 7, saia laranja, Zona Oeste.

Viação Auto Ônibus Santa Cecília, prefixo 18, blusa branca.

Ela tinha idêntico prefixo e pintura da viação Bandeirante, no início ambas formaram consórcio com prefixo 118.

A S. Cecília tinha ‘carros’ tanto acima quanto abaixo de 18 500. O Monobloco ao lado é o 18 523. Na galeria horizontal a seguir todos com nº menor que 18 499.

Indo pra Jardim Macedônia, Zona Oeste.

Viação Bandeirante, tudo igual a S. Cecília com quem teve consórcio: prefixo 18, blusa branca.

Uma época a Bandeirante foi encampada pela CMTC, mostro as imagens história na continuação da matéria, confira.

Antes disso, os busões da Bandeirante em ação. A esquerda um Gabriela do modelo mais antigo, inclinado. E mais bichões na galeria:

Viação Castro, prefixo 19, blusa (bem curtinha) marrom, numera a frota até 19 499.

Buso da Santa Madalena, mas com pintura da Castro (mesmo com consórcio desfeito).

A Viação Santa Madalena operava nas duas faixas da Zona Oeste:

Na faixa 7 com saia laranja e prefixo 19 (nº dos ônibus acima de 19 500), e na faixa 8 com prefixo 20 e saia verde-escura, blusa sempre bege em ambos os casos.

A S. Madalena é do mesmo grupo que a Gato Preto. E como a Gato a Santa também punha apelidos curiosos em seus ‘carros’.

S. Remo da S. Madalena, atrás Mono da Castro.

No começo do ‘Saia’, a S. Madalena fez consórcio com a Castro, usando prefixo 119.

A esquerda: o consórcio já foi desfeito, o prefixo do Gabriela é só 19, e não 119.

E há apenas o nome da Santa Madalena. Mas está usando a pintura da Castro, viação vista logo acima.

A direita aí sim a pintura da S. Madalena, atrás vem um Castro, união desfeita, cada um com seus ônibus.

– Faixa 8, saia verde-escura, Zona Oeste.

Viação Gato Preto – ainda opera em 2019: prefixo 20, blusa bege, numerava frota até 20 499 (como dito, do mesmo grupo da Santa Madalena, frotas decoradas iguais).

Nesse e a dir. linha pro Parque Continental, na divisa com o município de Osasco.

A Viação Santa Madalena tinha um pequeno lote de linhas na faixa 8.

Blusa bege, pintura idêntica a Gato Preto (do mesmo dono, repetindo mais uma vez), prefixo 20, nº dos ‘carros’ acima de 20 500.

Curiosamente, na saia verde ela não usava tantos Monoblocos, se o fizesse o xerox da Gato seria exato.

Acima um Caio Amélia, ao lado no ponto final Ciferal Alvorada. Ambos com motor traseiro, e ambos os busos têm nome próprio (não dá pra ler qual é).

Abaixo: Viação Santa Brígida, busa verde-claro, prefixo 21. A empresa continua rodando em 2019.

(Na época do ‘Saia’, algumas de suas linhas já entravam na Zona Norte, mas na divisão esses bairros ficaram na faixa 8.)

A Santa Brígida tinha como traço indelével escrever ‘Boa Viagem’ sobre a porta de entrada (então a traseira).

Não consegui achar uma foto em boa definição que registrasse esse detalhe, então anexo um desenho fidedigno. Segue a galeria da empresa.

– Faixa 9, saia verde-clara, Zona Norte.

TUSA Transportes Urbanos, prefixo 22, blusa bege-escura.

Viação Brasília, prefixo 23, blusa branca essa empresa faliu no meio dos anos 80, linhas encampadas pela Tusa, e quem sabe algumas pela CMTC e Santa Brígida.

 Continua

“Deus proverá”

14 comentários sobre “‘Saia-&-Blusa’: os ônibus paulistanos (1978-1991)

  1. omensageiro77 disse:

    Um leitor com mais conhecimentos dos fatos comentou sobre a viação Útil. Como ele o fez diretamente na seção de comentários da foto específica (e não aqui, na matéria principal) sou eu, O Mensageiro, quem assina essa intervenção. Mas reproduzo as palavras exatas dele, que foram:

    ” A UTIL tinha uma garagem na rua Carneiro da Cunha, no bairro da Saúde aqui em São Paulo junto com a antiga Viação Campo Belo( que virou Viação São Luiz e que com a nova licitação voltou a ser Viação Campo Belo). Os Ônibus da UTIL eram bonitos e limpos. A UTIL saiu de circulação em 1978 após a Prefeitura readequar o sistema de transportes para o “Saia e Blusa” e a Viação Campo Belo continuou como Viação São Luiz em outra área da cidade(Bairo de Santo Amaro). ”
    ……………

    No pontilhado encerram-se seus apontamentos. Agora minha tréplica a ele:

    Obrigado pelas informações, amigo, atualizei a matéria. Não sabia esses detalhes sobre a Útil, até porque não presenciei a operação dela.

    E sim, a São Luiz de fato se tornou a nova Campo Belo na nova licitação. Agora, em 1978 não é possível que a antiga Campo Belo “virou Viação São Luiz” com a implantação do Saia-&-Blusa, porque a São Luiz já existia a um bom tempo, desde pelo menos os anos 60.

    Inclusive há fotos dela na matéria na pintura livre, e portanto anterior a 1978 (uma delas alias mostra um Grassi tão antigo que eu nem sei o modelo, e na outra vemos um Caio Bela Vista na linha Peg-Pag).

    Não seria mais correto dizer que a Campo Belo foi incorporada a São Luiz em 1978? Da mesma forma que a Bola Branca incorporou a Rio Bonito na mesma ocasião, por exemplo.

    Abraços.

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  2. Valdir Angeli disse:

    Texto muito bom, mas observo algumas correções e observações:
    1) No padrão de oito zonas (que vigora até hoje), a cor “roxa” não existe. As cores padronizadas são: Z1- Verde claro; Z2: Azul escuro; Z3: Amarelo claro (em vez de simplesmente amarelo); Z4: Vermelho claro (idem ao anterior); Z5: Verde escuro; Z6: Azul claro; Z7: Vermelho escuro (da mesma forma); Z8: Amarelo escuro (idem).
    2) A razão de certos empresários se recusarem a utilizar a cor rosa nos seus carros (e aceita pela Prefeitura, ressalte-se) foi um típico caso do que hoje se denomina “homofobia”. A forma que os tempos mudam é de fazer a gente mijar de rir…
    3) A Viação Tania, quando se desligou do consórcio com a GATUSA (esta, para quem não sabe, era a Garagem Americanópolis Transportes Urbanos S.A., uma das subdivisões da antiga Viação São Luiz, uma das grandes operadoras em Santo Amaro na década de sessenta), numa das doidas mudanças no sistema dos ônibus em São Paulo, se associou, inicialmente, num consórcio (bem esquisito, diria eu) com as viações Taboão e Bristol, que acabou resultando no consórcio Via Sul (que atualmente opera como Via Sudeste).
    Quaisquer detalhes a mais, eu envio depois.
    Um abraço

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    • omensageiro77 disse:

      Bem amigo, vamos responder pela mesma ordem.

      1) Quanto as cores é uma questão de nomenclatura. O que você chama de “amarelo claro” e “vermelho claro” na Zona Leste pra mim são simplesmente “vermelho” e ”amarelo”. A cor do Consórcio 7 você optou por dizer “vermelho escuro” e do Consórcio Sudoeste “amarelo escuro”. Creio que a maioria das pessoas diria ‘roxo’, ‘violeta’ ou quem sabe ‘vinho’ pro z7, e pro z8 praticamente todo mundo chama de ‘laranja’. Mas essa visão muitas vezes é subjetiva, então se prefere adotar esses termos, assim seja. Quando me apontam uma falha objetiva no que está escrito faço a retificação, mas quando é um ponto de vista interpretativo, como nesse caso, respeito sua forma de ver e publico seu comentário pra que cada um julgue por si mesmo, mas não vejo correção no que escrevi.

      2) Já na situação da “homofobia”, eu não concordo com muitas das bandeiras mais radiais da esquerda, que infelizmente acabaram sendo adotadas pela mídia, justiça, academia e sociedade como um todo. Sem discriminar ninguém, e sem entrar na discussão da opção sexual de cada um, não vejo mal em os empresários preferirem não pintar a frota de rosa. O mundo mudou bastante, e nem sempre pra melhor. Em muitos casos pra pior, nessa patrulha da esquerda que não aceita dissidência pros seus dogmas certamente foi pra pior. Respeito a opinião de todos, essa é a minha, que seja respeitada também. Por enquanto ainda não é crime escrever isso, então já que tocou no tema é assim que vejo a questão.

      3) Sabia o que significa a sigla ‘Gatusa’, e nessa outra matéria está seu nome completo.

      SP: a Revolução no Transporte

      Até setembro de 2019 essa segunda matéria ligada acima estava inserida na atual postagem, ‘Saia-&-Blusa’. Depois que desmembrei não reparei que aqui só está escrito ‘Gatusa’, sem explicar o ‘Garagem Americanópolis’, mas possuía essa informação tanto que já está publicada em outra mensagem na mesma página.

      Sabia também que a Taboão e Bristol deram origem a Via Sul que por sua vez deu origem a Via Sudeste.

      Agora, eu realmente desconhecia que a Gatusa também era uma divisão da São Luiz. Sei que a Jurema e acho que também a Bola Branca e várias viações da Zona Leste pertenciam ao mesmo conglomerado que controlava a São Luiz, mas que a Gatusa era uma delas descobri agora.

      A discordância não implica animosidade. Abraços e obrigado pelo comentário, tendo mais informações compartilhe aqui com a gente.

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  3. omensageiro77 disse:

    Na galeria horizontal da Viação Santo Estevam há um Amélia com a foto datada de ‘1987’. Originalmente dizia errado ‘1983’, mas não pode ser antes de 1986.

    Com certeza foi tirada na segunda metade dos anos 80, mas a princípio, repito, divulguei uma informação incorreta, já corrigida.

    Puxei a foto da internet, e ali já veio datada como ‘1983’. Assim eu publiquei, ‘vendi o peixe como comprei’, digamos.

    No entanto um leitor, que presenciou as mudanças nessa linha, retificou. Ele comentou na foto que estava errada, e que por isso já foi apagada, excluindo junto a retificação dele. De forma que sou eu, O Mensageiro, quem assino esse comentário. Mas reproduzo textualmente suas palavras, que foram:

    ” Olá. Está imagem não é de 1983 e sim de 1985 em diante. Me recordo o início da linha 3771 passava na Av. Itaquera e Aricanduva com O364. Os ‘big bus’ demoram a operar nessa linha. A estação metrô Carrão iniciou sua operação em 1986. ”
    …………..

    Na linha pontilhada se encerram os apontamentos do leitor que presenciou a chegada dos Amélias a essa linha. Agora minha tréplica a ele:

    Só pra esclarecer, não fui eu quem escreveu ‘1983’ na imagem. Achei essa tomada na internet, e ela já estava assim. No entanto analisando vi que você está certo. Há pelo menos 3 provas que sua retificação é exata.

    Fui muito a SP quando era criança mas não ia as Zonas Leste nem Norte, ficava na Zona Sul e Centro, eventualmente a Zona Oeste na parte mais próxima da Z/S. Assim naturalmente eu não pude presenciar ‘in loco’ a chegada dos Caio Amélias a essa linha, substituindo os Monoblocos. Lembrava que o metrô chegou a Z/L na segunda metade dos anos 80 (na época se chamava Linha Leste/Oeste, atual Linha 3/Vermelha). Mas tampouco sabia que a Estação Carrão é de 1986, alias sendo sincero nem havia reparado no letreiro do buso. Então essas duas provas que você deu eu não tive como vivenciar pessoalmente.

    Mas há uma terceira prova que essa foto não pode ser de 1983, e essa eu presenciei. No letreiro de lona o código da linha é somente 3771. No entanto no vidro do ônibus há uma placa em que o código da linha é ‘3771-10’. Oras, essa mudança realmente só aconteceu na segunda metade dos anos 80.

    De 1978 a mais ou menos 1985 os códigos das linhas paulistanas tinha ou 4 dígitos (ex. a própria 3771) ou 3 dígitos mais uma letra (ex. 775-T, Pinheiros/Metrô Santa Cruz, ligando as Zonas Oeste e Sul, que era operada por tróleibus da CMTC; hoje a CMTC foi privatizada e não há mais ‘troleis’ exceto na Z/L e Ipiranga, que é divisa com Z/L).

    Só a partir de 1986 (aprox.) em diante que as linhas ganharam um sufixo adicional. Por exemplo, a 3771 virou 3771-10. E só aí surgiram essas placas padronizadas no para-brisas, em que o código original (3771 no caso) vinha sobre fundo branco e o sufixo (por ex. 10) sobre fundo negro. Até 1985 essas placas não existiam, tampouco códigos com 6 dígitos e sufixo.

    Logo, a foto realmente precisa ser de 1986 pra frente. Inclusive me dei ao trabalho de mudar a data da foto. Escrevi ‘1987’. É uma estimativa; o que é certeza é que a tomada foi entre 1986 e o começo dos anos 90.

    Está corrigido. Agradeço ao Edson que apontou o erro.

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  4. sergio henrique ferreira disse:

    Boa noite
    Estou me lembrando da linha 6576 – Jardim Jacira – Praça da Bandeira da Auto Viação Jurema
    Até hoje os onibus de SP entram no municipio de Itapecerica da Serra no Terminal do Jardim Jacira….(que terminal que não é terminal) absurdo…. rsrsrsrs

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    • omensageiro77 disse:

      Opa, valeu por compartilhar a lembrança amigo.

      Saudades da Auto Viação Jurema, seus busos eram quase todos Caio. Aqueles Amélias e Gabrielas com saia vermelha e blusa azul-clara….Quando ia no Terminal Santo Amaro, que nos anos 80 era novinho em folha, boa parte dos alimentadores eram da Jurema…tempo bom que não volta nunca mais!!!

      Isso que você comentou dos busos municipais utilizarem um terminal metropolitano ocorre também em outros lugares. Aí em Sampa mesmo me lembro de um caso na Zona Oeste: os ônibus municipais paulistanos entram no Terminal do Parque/’Shopping’ Continental, que já fica em Osasco como todos sabem.

      Recentemente estive em Salvador e presenciei algo similar. Existe o Terminal Aeroporto, que fica exatamente na divisa entre Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana. Pois bem. Por conta disso o terminal abriga tanto linhas municipais soteropolitanas quanto metropolitanas.

      Estou escrevendo uma série de matérias sobre a capital baiana, essa é a abertura.

      Onde Tudo Começou: Salvador da Bahia

      “É Bom Passar uma Tarde em Itapuã”: É dia de Domingo em São Salvador

      Matéria específica sobre transportes, onde abordamos isso e muito mais, com dezenas de fotos.

      2 linhas de metrô, sistema de ônibus renovado, elevadores, e breve corredores, articulados e VLT: o transporte em Salvador

      Essa matéria foi feita antes de eu ir pessoalmente. Falo também sobre os ônibus.

      Soteropolitano

      Abraços.

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  5. omensageiro77 disse:

    Um colega me escreveu retificando a ‘blusa’ da viação Nações Unidas da Zona Norte. Só que ele comentou diretamente na foto, e não aqui na matéria principal. Por isso sou eu, O Mensageiro, quem assina esse comentário. Reproduzo as palavras exatas dele (apenas aportuguesei um termo que ele escreveu em inglês), que foram:

    ” Amigo! Diferente do que está escrito no sítio, a saia e blusa da Brasil Luxo era de fato marrom e branca, porém, a das Nações Unidas era marrom e verde (um verdinho beeeeem clarinho). Nas fotos dá a impressão que é branco, mas na realidade era verde! ”
    ……….

    Agora minha resposta: Valeu pela observação, corrigi a postagem.

    Digo, adicionei na matéria essa informação que você forneceu, por você ter presenciado ao vivo. Só que como o verdinho era beeeeem clarinho mesmo e ‘parecia ser branco’, mantive o texto original.

    Afinal, nós busólogos reparamos nesses sutis nuances. No entanto, se o verde era tão diluído a ponto de parecer branco, caso você perguntasse pros usuários da Zona Norte da época, a maioria deles te diria que as viações são iguais.

    Com isso, não estou te contra-dizendo. Você tem toda a razão, as blusas tinham uma leve diferença de tom – porém, como era tão leve a ponto de quase passar desapercebido mesmo dos especialistas, certamente a distinção era desapercebida do público leigo.

    Não contesto sua retificação, apenas como jornalista aponto que a percepção do público as vezes pesa tanto quanto os detalhes técnicos.

    Obrigado pelo comentário, e grato também pela correção, abraços.
    ………..

    Confira nosso diálogo diretamente nos arquivos que mostram as fotos:

    sb1 Nações Unidas inclinado Gabriela1 frente vidro SP lona marrom z/n caio propag branco buso

    Nações Unidas Monob2 sb1 propag v/p sp lona marrom z/n branco buso

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  6. rogerio pereira disse:

    Em 1977 as emp. foram escolhidas a dedo e já mudaram ainda em 77 as linhas para 4 dígitos e os prefixos para 3 (101 a 123) As pinturas mudaram quando o sis foi oficialmente implantado em 1978. Eram 39 empresas, e delas ,32 fizeram dupla de consórcio , então foram 16, e sete ficaram sozinhas .Algumas nomearam o consórcio como a TUPI/Paratodos (consórcio Jabaquara), outras não. Os consórcios aparentemente serviam como muleta uma para a outra, perceba que havia uma forte e outra mais ou menos geralmente. se uma falhasse a companheira de cons. ou a CMTC assumia as linhas. As companheiras de consórcio eram quase idênticas a não ser pelos para-choques e rodas, uma cinza e a outra com as cores da saia, havia tbm uma faixa abaixo das janelas de algumas, também da cor da saia (ex: Tabú/Pompeia). Eram 9 regiões ,por isso 9 cores de saia (marrom, amarelo, ROSA, azul escuro, azul claro, vermelho, laranja, verde escuro e verde claro.). Em 1982 a Zona leste2 mudou o ROSA por um vermelho alaranjado (SALMÃO), talvez pela cor de gosto duvidoso. Assim como a Tabu/Pompéia, Sto Estevam/Carrão, Transleste/CATC, V.Ema/Paulista tiveram o mesmo tom de rosa entre 78/81, todas essas foram salmão até 1990 (também não entendia pq a zl/2 tinha virado bagunça na saia, foi quando fiz um teste pondo faixa salmão abaixo e faixa azul Tabu, branca São Paulo, V Ema e EPO, e creme Estevam, Carrão, Transleste e CATC, e vi que bate, salvo tempo de foto batida, temperatura, ângulo , qualidade de material que vemos na web, que geram a impressão de cores diferentes . Mesmo as que ficaram no caminho dessas 8 da zl/2 chegaram a ficar com saia salmão. Porém, ainda em 1982 os ditos consórcios acabaram. E ax ex consorciadas (salvo algumas) decidiram desvincular a aparência visual e mudaram de cor as blusas. Continuaram dividindo os prefixos , que em 1983 mudaram de 101 a 123 pra 01 a 23. Em 1991 ainda no sis saia blusa, a saia de todas as regiões virou branca e a blusa vermelha numa alusão a CMTC da época, acho. Mas em 1992 já no novo sis, o Municipalizado assumiriam definitivamente o layout da CMTC, faixa vermelha sobre fundo branco com os prefixos da CMTC sendo mesclados às das empresas particulares. A CMTC acabou em 1994. Valeu.

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    • omensageiro77 disse:

      Firmeza irmão, grato pelos teus apontamentos. Quanto ao sistema Saia-&-Blusa, você entende bem mais que eu (e é natural que seja assim, já vou dizer o porquê), portanto acertou em cheio corrigindo o que não pude colocar com precisão, e agradeço muito pelas retificações que serão muito úteis aos leitores.

      Deixa eu explicar porque houveram essas omissões no relato, que você corrigiu agora. Eu encarnei em 1977 e nunca morei em São Paulo. Apenas visitava a cidade, como visito-a até hoje. E minha família é da Zona Sul, essa região eu conheço melhor. Quando criança, eu não ia as Zonas Leste e Norte da cidade.

      O que escrevi é resultado de minhas observações empíricas. Eu não presenciei a mudança da pintura livre pro Saia-&-Blusa. Sou de 77, como dito acima. Portanto comecei a me dar conta de como tudo isso funcionava mais ou menos no fim de 84, começo de 85, quando eu tinha entre 7 e 8 anos. Lembro-me perfeitamente das obras do corredor e Terminal Santo Amaro, e de sua inauguração.

      Quando comecei a entender um pouco de busologia, nessa ainda tenra idade, já não existiam mais os consórcios e os prefixos já não eram mais acima de 100, e sim do 1 ao 23. Ademais, repito, os ônibus das Zonas Norte e Leste eu só via quando ia ao Centro. Assim, tive muito poucas oportunidades de observar os busões da Zona Leste, não tinha mesmo como saber tantos detalhes. Baseado no que vi e no estudo feito pela internet – que nem sempre é preciso, como você mesmo disse – escrevi o texto.

      Comecei a andar mais por São Paulo entre 85 e 86, repetindo, e os da Z/L só via relances nas minhas voltas entre as Praça da Sé e o Parque Dom Pedro. As saias já não eram mais rosas, embora alguns guias de rua que traziam o mapa da divisão ainda conservassem essa tonalidade. Portanto, embora não tendo 100% de precisão, o que coloquei está correto, em linhas gerais: as empresas da região 3, na Zona Leste, deveriam ser rosas, mas se recusaram, ou o foram por apenas 3 anos nas tuas palavras, o que dá no mesmo. Realmente não sabia com tanto detalhamento todas as datas.

      Agora, você escreveu que “Em 1991 ainda no sis saia blusa, a saia de todas as regiões virou branca e a blusa vermelha numa alusão a CMTC da época, acho”. Aí eu vou ter que te contestar. Nunca vi, nem pessoalmente nem por fotos, viações particulares com essa decoração.

      A CMTC realmente teve essa pintura, alias houve também a invertida, saia vermelha e blusa branca (similar aquela que a Nossa Senhora d o Socorro usou na Zona Sul) em alguns ônibus a gás natural.

      Então, sim, a CMTC usou o esquema que você se referiu, saia branca e blusa vermelha – creio que porque como a gestão anterior havia pintado os busos inteiros de vermelho, essa foi uma forma de descaracterizar a marca de um rival político sem ter que repintar o veículo inteiro.

      Quanto as particulares, por isso te peço, se você (ou outro leitor) tiver alguma foto que comprove, por favor envie que eu publico na página, atualizando a matéria. Aguardo essa confirmação.

      Quanto as retificações que fez sobre a numeração e consórcios, agradeço e assino embaixo. Mas, enfatizando, viação particular com saia branca e blusa vermelha desconheço, realmente nunca vi, nem por fotos.

      O que aconteceu foi o seguinte: quando surgiu o ‘Municipalizado’, assim que começaram a repintar do ‘Saia-&-Blusa’ pra esse novo padrão, no começo o pessoal ainda não tinha pego o jeito, e uns poucos ‘carros’ foram pintados com a faixa vermelha muito grossa, indo até o vidro. Aí pode dar a impressão de ser uma blusa vermelha – mas não é, ao redor das janelas e o teto é branco.

      E isso já depois do ‘Municipalizado’, uma pintura errada de faixa muito grossa que dá a impressão de ser uma blusa vermelha, repetindo. Enquanto vigorou o ‘Saia-&-Blusa’, não houve nas particulares saia branca.

      E logo depois, aí é um fato comprovado, tanto a CMTC (enquanto essa existiu, foi privatizada em 94, somente 2 anos depois) e a empresas privadas adotaram a pintura do ‘Municipalizado’, buso todo branco com faixa vermelha.

      Valeu, abraços.

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  7. omensageiro77 disse:

    Um leitor gentilmente descreveu os principais bairros de cada região do ‘Saia-&-Blusa’. Ele comentou direto na foto (acessando diretamente por aquilo que se chama ‘hotlink’, ou seja, sem abrir a matéria como um todo). Por isso sou eu, O Mensageiro, quem assina esse comentário. Mas você pode conferir nossa conversa em https://omensageiro77.wordpress.com/2015/04/20/saia-blusa-onibus-paulistanos-1978-1991/vila-ema/
    Ele escreveu:
    1 – Zona Norte (Marrom) Santana, Imirim, Lauzane Paulista, Cachoeirinha, Mandaqui, Tremembé, Tucuruvi, Jaçanã, Vilas: Maria e Guilherme e Pari
    2 – Zona Leste (Amarelo) Penha, São Miguel, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo e Cangaíba
    3 – Zona Sudeste “Originalmente Zona Leste” (Rosa) Tatuapé, Mooca, Vila Prudente, Sapopemba, São Mateus, Guaianases e Itaquera
    4 – Zona Sudeste “Originalmente Zona Sul” (Azul-Escuro) Ipiranga, Sacomã, Aclimação e Saúde
    5 – Zona Centro-Sul “Originalmente Zona Sul” (Azul-Claro) Vila Mariana, Jabaquara, Americanópolis, Pedreira e Cupecê
    6 – Zona Sul (Vermelho) Morumbi, Campo Limpo, Parelheiros, Grajaú, Interlagos, Santo Amaro, Itaim Bibi, Jardins, Ibirapuera, Moema e Campo Belo
    7 – Zona Sudoeste “Originalmente Zona Oeste” (Laranja) Butantã, Jaguaré e Pinheiros
    8 – Zona Oeste (Verde-Escuro) Lapa, Barra Funda, Perdizes, Pompeia, Água Branca, Vila Leopoldina e Pirituba
    9 – Zona Noroeste “Originalmente Zona Norte” (Verde-Claro) Freguesia do Ó, Limão Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha e Brasilândia

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    • omensageiro77 disse:

      E eis minha resposta a ele:
      Pois é amigo, eu conheço essa divisão. Embora eu sempre tenha morado em Curitiba, vim muitas vezes pra São Paulo (alias eu estou nesse momento na capital paulista, te respondo aqui de Moema, Z/S), inclusive quando o ‘saia-&-blusa’ vigorava nos anos 80.
      Agradeço por você ter se dado ao trabalho de especificar bairro-a-bairro.
      Só gostaria de colocar duas coisas: na região 6 (saia vermelha) é importante citarmos os bairros Jardim Ângela (Estrada do M’Boi-Mirim), que era atendido pela Viação Jurema (incluindo Riviera e os Jardins Aracati, Nakamura, Jacira, entre outros) e Capão Redondo (Estrada de Itapecerica), a área de atuação da Viação São Luiz (linhas pro Jd. São Luiz que a nomeou, e mais Valo Velho, Pq. Arariba, Pq. Santo Antônio, pra citarmos apenas os principais).
      É claro que não podemos falar todos os bairros, só os principais. Mas Jd. Ângela e Capão Redondo não podem ficar de fora da lista.
      Ademais, acrescento que Campo Limpo estava na divisa entre as regiões 6 e 7. Haviam algumas linhas que iam pra esse bairro que eram feitas por busos laranjas, da Viação Santa Cecília.
      Concordo contigo, Campo Limpo é Zona Sul. Mas a Santa Cecília, que servia a Zona Oeste (Pinheiros, Vila Sônia), tinha pelo menos uma linha pra Campo Limpo.
      Exatamente por isso coloquei que as empresas da Zona Oeste ‘invadiam’ a Zona Sul (precisamente em Campo Limpo, que estamos falando) e a Zona Norte (Jaraguá, Cidade d’Abril).
      A divisa da Z/O com a Z/N eu conheço bem menos. Mas a da Z/O com Z/S conheço melhor, afinal a estrada que vem do Sul do Brasil entra em SP exatamente por ali, a continuação da BR-116 dentro do município de SP é a Av. Francisco Morato – que já fica na Z/O (Vila Sônia) mas é um dos caminhos pra Campo Limpo.
      Assim, havia pelo menos uma linha pra C. Limpo, mas como ela ia pela Francisco Morato, era feita por ônibus laranjas, a 7393-Inocoop Campo Limpo da S. Cecília como disse acima.
      Linha com código da Z/O (começando com 7), pintura da Z/O (saia laranja) mas ponto final na Z/S.
      Está longe de ser o único caso. Ali havia muita ‘promiscuidade’, digamos assim, e por isso disse que a divisa entre Oeste e Sul é tênue, ao menos pra busologia da época.
      A Castro fazia as linhas 6203-João XXIII e 6216-São Domingos, a Santa Madalena a 6228-Jd. d’Abril e a Bandeirantes a 6247-Monte Kemel. A saia de todos era laranja, e o ponto final era na Z/O. Porém os códigos eram 6, que deveria ser Z/S. Por isso. Entre as regiões 6 e 7 a coisa não era tão preto-no-branco, ocorriam transbordamentos.
      Mais uma vez agradeço o comentário.

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