Ilha da Magia – e Continente também: Grande Florianópolis, SC

sol na beira-mar norte

Sol sobre o Atlântico. Belo céu em Floripa!

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado em 9 de junho de 2015

Essa mensagem é um portal. Ao fim do texto ancoro ligações pra todas as matérias que eu produzir sobre Santa Catarina.

Por hora focamos no tema de hoje, a capital Florianópolis – incluindo região metropolitana.

Vamos comentando as cenas, aí a gente fala um pouco da cidade.

beira-mar norte

Avenida Beira-Mar Norte.

……

Dessa vez não fui a praia, então quase não há imagens  do mar.

Em compensação voltei no verão de 2017, e fui a Canasvieiras, que estava tomada de argentinos.

Além disso, eu fiz um desenho de um casal na praia, mostrando a Ponte Hercílio Luz (mais abaixo).

centro1

Busão da Estrela chega do loteamento Lisboa, bairro Forquilhas (São José, no Continente, portanto ‘via BR-101‘) pro Terminal Central. Ao fundo o Centro de Floripa.

Entretanto fotos da orla são poucas. Na 1ª imagem da matéria uma delas:

O sol refletido no oceano.

Ela e a da direita tiradas na Avenida Jornalista Rubens de Arruda Ramos.

Pros íntimos, Avenida Beira-Mar Norte. A região de elite da cidade.

Ali estão os prédios mais caros de Santa Catarina, ao lado de alguns na orla de Balneário Camboriú.

……………….

centro

Calçadão da Felipe Schmidt, o Centrão, o coração de Florianópolis.

Florianópolis é como se fosse a ‘Rio de Janeiro do Sul’.

Uma cidade lindíssima, espremida entre as montanhas e o mar.

O que lhe dá um visual realmente indescritível, tem que ir lá e ver pra poder quantificar a beleza.

Em compensação, os morros que embelezam por outro lado têm suas encostas tomadas de muitas favelas.

favela bairro trindade beira-marE isso mesmo no Centro e ao lado dos bairros de elite.

O que igualmente gera problemas sociais parecidos com a capital fluminense.

…………

Vimos acima os espigões dos ricos e da classe média-alta na Beira-Mar.

placa centro

Placa de rua no Centro. Abaixo do nome atual estão grafadas todas as denominações que a via teve no passado (tradição em SC).

Tudo muito lindo, né? Agora veja o que há logo atrás dela:

Um complexo de favelas toma conta do Morro da Cruz, no Maciço do Antão.

Bem ao lado dos edifícios de altíssimo luxo e preço.

A esquerda vemos dois deles emoldurando os barracos que se empilham na encosta ao fundo.

figueira - praca 15

A Figueira-símbolo da cidade em seu marco-zero, a Praça 15 de Novembro. É por causa dela que existe o clube ‘Figueirense‘, se alguém não sabia.

Qualquer semelhança com o Rio não é mera coincidência

Ou com Santos-SP. Ou com Acapulco-México, Valparaíso-Chile, Medelím-Colômbia ou Lima-Peru. Isto é América Latina, amigos.

………….

Floripa é como Santos e Vitória-ES. Uma ilha com uma grande montanha no meio.

Em todas essas cidades várias das encostas estão favelizadas. subida do morro da cruz - centro

O que faz com que todos os bairros, mesmo os mais abastados, tenham bolsões de miséria nas imediações.

O Rio de Janeiro não é uma ilha mas igualmente um maciço de morros espreme a cidade contra o mar.

Resultando que sempre há uma ou mais favelas por perto, não importa em qual ponto da cidade você esteja.

beira-mar sul - continente - sj

Tirei essa foto no vizinho município de São José mas me aproximando do município de Florianópolis, retratado ao fundo.

Vejam mais um pouco do complexo de favelas que cerca o Centro e a região mais rica da Beira-Mar, Trindade, Santa Mônica, etc. Começamos a direita:

A subida da encosta. O comecinho da ladeira ainda não é favela. É uma região humilde do Centro, onde predomina a classe média-baixa, mas não é invasão.

A transição entre asfalto e morro. Se você conhece o Rio, ou Belo Horizonte-MG, ou mesmo partes das Zonas Sul e Leste de Porto Alegre-RS, sabe bem como é essa situação.

Aqui estamos em Floripa: fogo no pavio.

morro da caixa - continente - fpolis

Morro da Caixa, outra favela famosa – alguns preferem dizer ‘comunidade’. Essa fica no Continente, mas ao lado da Ilha, o sopé do morro já está na cabeceira da ponte.

Florianópolis começou na ilha. Por isso o Centro, as praias mais famosas e os bairros ricos estão ali.

E todas as fotos acima foram tiradas nessa parte insular.

Aliás ‘Ilha’ (com ‘i’ maior) é sinônimo dessa cidade, quase seu segundo nome.

Seus habitantes, não por outro motivo, são ‘os ilhéus’.

forquilhas - sao jose

Próximas 10: Bairro Forquilhas, São José. Região ainda em formação. Repare na rua de paralelepípedo hexagonal, típica de Florianópolis e entorno.

Uma viação de ônibus (abaixo fotos) chama-se ‘Insular’, pra reforçar ainda mais essa vibração.

Mas a cidade tem também se espraia pelo Continente.

Mesmo o município de Florianópolis tem uma porção continental.

E os municípios-dormitório (São José, Palhoça e Biguaçu são os maiores e mais próximos a capital) são ali.

madeira forquilhasEsse subúrbio (tanto municipal quanto metropolitano), essa parte da cidade ‘da ponte pra lá’, é conhecida como ‘o Continente’, com ‘c’ maior igualmente.

Na Grande Floripa, ‘Ilha’ e ‘Continente’ se escrevem com maiúsculas, em caixa alta.

Pois não são parte apenas da geografia física, mas também da humana.placa forquilhas - sao jose

São o jeito que a metrópole se divide, ‘eu moro no Continente mas trabalho na Ilha’, é como as pessoas falam.

………..

Vamos nesse momento falar então um pouco do Continente.

forquilhas2 - sao jose

Forquilhas – S. José – Continente – Gde. Fpolis..

Eu fiquei no bairro de Forquilhas, no município de São José (placa ao lado).

Ao esq. uma de suas ladeiras. Muitas casas de madeira, sempre.

Vejam os paralelepípedos hexagonais, típicos de Florianópolis e região metropolitana como falei acima.

Aqui em Curitiba esse tipo de pavimentação é praticamente inexistente.

forquilhas - sao jose3

Prédio em fase final de obras.

Há umas 5 ou 6 ruas nesse estilo na Capital paranaense, mas não mais que isso.

No Litoral do Paraná é comum, incluso já fotografei mais de um caso. Quem sabe seja mesmo coisa de praia.

Talvez por isso na capital de S. Catarina (incluindo a reg. metropolitana) é o padrão, nos bairros ricos e pobres.

quitinete1 - forquilhas

Quitinetes acima de um mercado.

Bem mais pra baixo, a frente na matéria, veremos fotos do Santa Mônica.

Porção bastante elitizada e que fica na Ilha, também com suas ruas pavimentadas no mesmo estilo.

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Por hora nos foquemos na Forquilhas. É um subúrbio distante.forquilhas1 - sao jose

Ainda meio fora da cidade, que vem se adensando somente agora (texto de 2015, lembre-se).

É preciso pra chegar lá passar ainda por área rural, observe a foto acima a esquerda.

Entre fazendas em que bois e cavalos pastam despreocupadamente.

forquilhas - sao jose2

Ainda há muitos terrenos por ocupar.

(Alias já registrei a mesma cena nos subúrbios de Curitiba várias vezes, 2 na Zona Sul [Boqueirão e Caximba] e São Miguel, Zona Oeste.)

…….

De volta a Fpolis., esses animais não ficarão aí por muito tempo. O bairro vem crescendo muito.

E como ele ainda concentra amplos terrenos exatamente por estar na borda da cidade vários empreendimentos vem surgindo.

quitinete - forquilhas

Mais quitinetes, também em Forquilhas. Amplie pra ver que puseram um sofá na varanda pra criar uma sala, ao menos nos dias que o tempo está limpo. Como esse conjunto é menor há um espaço onde se guarda o carro e as crianças podem brincar.

Tanto horizontais quanto verticais, pra todas as classes sociais.

Comentemos fotos um pouco mais pro alto na página.  Vimos um conjunto de prédios em fase final de obras.

E também um prédio também novo, mas prum público completamente diferente:

Falo da imagem das quitinetes construídas sobre um super-mercado.

Trata-se de somente duas peças mais banheiro, ou seja o famoso 1 quarto-e-cozinha:

forquilhas - sao jose1

Fechando Forquilhas, uma panorâmica.

Sem sala, sem área de serviço, sem garagem, e muito menos quintal.

Só pra quem mora sozinho, ou no máximo um casal sem filhos.

Não há qualquer privacidade, por motivos óbvios, o espaço é bastante exíguo.

Uma discussão entre marido e mulher e os vizinhos acompanham tudo ao vivo.

santa monica5

Santa Mônica (na Ilha, município de Fpolis.), também com paralelepípedo hexagonal.

Ademais, é somente pra alugar, não há como comprar uma dessas unidades, pois elas não têm escritura independente.

Alias se é que há alvará pra ter subido essas lajes e feito uso residencial, na prefeitura deve estar registrado que no terreno há somente um barracão pra uso comercial.

…………

Tudo somado: um estilo de moradia longe do ideal, evidentemente. 

ao fundo palhoca

Eu estou em São José quando tirei essa foto. Mas os prédios ao fundo pertencem ao vizinho município de Palhoça, também na Grande Florianópolis.

Mas são baratas. Pra quem ganha pouco e não tem outra escolha são muito procuradas.

Por isso estão pipocando na periferia das cidades brasileiras, de Norte a Sul do país.

 …………..

Na sequência em horizontal abaixo mais tomadas de São José.

Essas tomadas não são em Forquilhas, foram clicadas em outros bairros.

De cara vemos uma casa simples de madeira num terreno grande sem muro – é o Sul do Brasil afinal !!!

Cruzamos a ponte. Voltamos a ver a Ilha, município de Florianópolis mesmo.

Começamos por essa bela enseada no comecinho da Baía Sul, ainda bem perto do Centro.

Os barquinhos dos pescadores, e ao fundo a região do Saco dos Limões e da Costeira do Pirajubaé. Abaixo em escala maior.

A encosta ali também está favelizada, lhes disse, o morro ocupa a porção central da ilha.

Em várias de suas ladeiras houveram invasões.

Entre a serra e o mar estenderam a BR-282 pra ligar o Centro ao Aeroporto.

Essa obra é do começo dos anos 2000. Nos anos 80 essa mesma rodovia já havia sido ampliada saida sul - centrodentro da Grande Florianópolis, pois ela é ninguém menos que a “Via Expressa”.

Clique na ligação em vermelho pra ler uma mensagem específica sobre as estradas brasileiras.

Inclusive há alguns mapas de Floripa em que abordo em particular essa cidade.

santa monica1

Santa Mônica.

Na imagem a direita estamos no Centro, mas bem perto de onde fiz as tomadas anteriores dos barquinhos.

Por baixo daquele morro – também favelizado, alias é próximo das fotos de favelas que estão no topo da página – passa um túnel.

Que não existia até os anos 90, foi construído justamente na ampliação da BR-282 pra facilitar o acesso a cidade pra quem chega e sai de avião.

……………..santa monica2

Ali é a Saída Sul da Ilha. Vamos cruzar o Centro, e via Beira-Mar Norte atingir o bairro de Santa Mônica.

É uma região de classe média-alta, logo após o bairro da Trindade, que tem o mesmo perfil.

santa monica3

Eis a avenida principal do S. Mônica (placa a direita). Ao fundo a Trindade, que já fica no sopé e subida do Maciço do Antão.

Com a diferença significativa que a Trindade é no pé do morro, então tem favela por perto.

Já o Santa Mônica, por ser numa planície afastada da montanha, não convive com esse heterogeneidade de classes sociais.

…………

É um bairro que quase não tem prédios. Os que são vistos na foto ao lado já estão no prolongamento da Beira-Mar Norte, na divisa com outros bairros.

santa monica7

Paralelepípedo hexagonal, ruas arborizadas, floridas, e residências de alto padrão: assim é o Santa Mônica, Florianópolis, SC.

Mas no interior do Santa Mônica praticamente não há edifícios, nem mesmo baixos.

A moradia típica do bairro é a que vemos nas fotos, sobrados de alto padrão, alguns deles triplex.

As ruas internas são calmas e arborizadas. Sempre em paralelepípedos hexagonais.

É o padrão em Florianópolis, nos bairros ricos e periferia igualmente.

Na galeria horizontal abaixo mais um pouco do S. Mônica.

Atualização (set.16): Vamos ver como a Grande Florianópolis cresceu nesse milênio.

A esquerda mapa de 2000, mostrando a mancha urbana da cidade em laranja.

A direita foto de satélite da mesma região. Em tomada aérea bem mais recente.

Lado-a-lado, assim podemos comparar bem. Clique pra ampliar e reparar o quanto o subúrbio de São José expandiu sua área urbana:

Antes a cidade ia até a região do Ipiranga e Jd. Cidade de Florianópolis, ao norte.

Resumindo, a Serraria ainda não estava conurbada, e até o Centro de Biguaçu ainda havia mais uma área verde. E ao sul ia até o Forquilhinhas. Portanto Palhoça ainda não era conurbada.

Ou seja, indo pela BR-101 você via claramente quando S. José acabava, passava por uma pequena área verde e só depois começava Palhoça.

Agora a coisa cresceu tanto pros dois lados que emendou tudo.

Palhoça, São José, Florianópolis e Biguaçu são uma e a mesma cidade. 4 municípios diferentes, óbvio, mas 1 só cidade.

O mapa acima também está na matéria sobre os ônibus de Florianópolis, e a foto de satélite é um detalhe de um outro maior.

Numa matéria sobre a Praia de Bombas, em Bombinhas, eu levantei uma foto que mostra o litoral catarina de Piçarras a Imbituba.

mais caro no cartão; e num momento de transição pra PINTURA PADRONIZADA: OS ÔNIBUS EM FLORIANÓPOLIS

Vamos falar brevemente do transporte coletivo da cidade.

Não há metrô, trem ou bonde moderno. O único modal é do ônibus mesmo.

Florianópolis padronizou a pintura de sua frota na virada pros anos 80.

Tanto os municipais quanto os metropolitanos foram pintados da mesmo forma:

municipais

Com o Centro da cidade ao fundo, busos municipais já na pintura padronizada aguardam a hora de partir pra mais um pega.

Fundo branco, com uma faixa horizontal colorida de acordo com a região da cidade que aquela linha serve.

Ao lado de Belo Horizonte e Goiânia-GO foi a primeira capital a padronizar também a pintura dos metropolitanos.

Foram as únicas 3 que o fizeram junto com o municipal.

As outras capitais – incluindo Curitiba – só foram padronizar os metropolitanos da década de 90 em diante, algumas nem sequer o fizeram ainda.

Os metropolitanos seguem em pintura livre.

Porém nos anos 90 Florianópolis regrediu e voltou a ter pintura livre, tanto pro municipal quanto pro metropolitano.

municipal sao jose estrela

Os amarelos e azuis são municipais de São José. Esse é da Viação Estrela.

Foi um caso raro e muito triste, a única cidade a já ter tido pintura padronizada e ter perdido esse avanço.

E por duas décadas ficou assim, cada viação pintando seus ‘carros’ como bem entendesse. Quando até mesmo o Rio de Janeiro já havia adotado a padronização.

(Infelizmente durou pouco, o Rio repetiu o que Fpolis havia feito e teve a padronização mais breve da história, alias muitos avanços foram desmantelados, inclusive no transporte carioca.)

Mesmo dentro da Grande Florianópolis os ônibus municipais de São José já eram padronizados há uma década (como visto a esquerda). Só que os municipais da capital e os metropolitanos permaneciam livres.

mais caro no dinheiro vivo

Em Florianópolis há muitos anos a passagem sai mais barato se você pagar com cartão. Em 2015 Curitiba adotou o mesmo sistema por alguns meses.

Porém agora na década de 10, antes tarde que nunca, a farra acabou:

Florianópolis padronizou mais uma vez a pintura de seus ônibus.

Dessa vez adotou-se o mesmo desenho pra todos os veículos, de todas as regiões, de todos tipos de serviço.

São sempre brancos e azuis como veem nas imagens, não importa se são troncais ou alimentadores, micros, normais ou articulados, nem pra que parte da cidade vão.

É modelo único pra toda a frota, o nome da empresa não vem mais escrito.

artic padronizado favela centro

Transição: articulado já na pintura padronizada cruza a Avenida Mauro Ramos rumo a periferia. Não há o nome da empresa escrito.

……….

Joguei no ar um matéria completa sobre o tema, com muitas fotos puxadas da internet, mostrando a evolução dos ônibus em Floripa desde os anos 70.

Nessa mensagem atual todas as tomadas foram feitas por mim ‘in loco’, e por isso só estamos dando uma pincelada no passado.

O que importa é que a padronização voltou. Todos os busos são brancos com uma faixa azul.

artic canas ainda livre favela centro

No mesmo local, outro articulado da Canasvieiras ainda na pintura livre que caracterizou a viação por décadas, branco e verde-claro.

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Digo, um dia todos serão assim. No momento vivemos uma transição. Convivem lado-a-lado uma maioria já na nova decoração, junto com alguns ainda pintura livre.

……….

Repare nas capturas ao lado, feitas no mesmo local da Av. Mauro Ramos, que contorna o Centrão.

Outro detalhe é o contraste entre os prédios de classe média e a favela, e isso justo no coração da cidade.

Por essa imagem a direita sintetizar Florianópolis é que justamente foi escolhida pra abrir a ponto fpolismatéria.

………….

Os pontos na Grande Florianópolis são assim: de vidro e têm bancos pras pessoas sentarem, mesmo na periferia.

E numerados pela sequência deles naquela via.

Abaixo a direita notamos que os de São José compartilham essas características com a capital.ponto sao jose

Amplie as fotos e poderá ler que acima é 3º ponto da Madre Benvenuta, no Santa Mônica;

Já esse ao lado é a 5ª parada da Vereador Artur Manoel Mariano.

Na verdade serem numerados pela avenida é uma característica de Santa Catarina. Fotografei o mesmo em Joinville.

ponto antigo

Periferia de São José. Amplie pra ver que há uma pichação da T.O.G.A. – Torcida Organizada Gaviões Alvinegros, do Figueirense.

Na Grande Porto Alegre há a mesma situação, mas ainda mais pronunciada.

Lá, o ponto de ônibus nomeia também as vilas suburbanas que o rodeiam.

As pessoas dizem que ‘moram na Parada 36’, por exemplo.

No Paraguai e também na República Dominicana o que nomeia as vilas suburbanas é a quilometragem das estradas que saem da capital e passam por elas rumo ao interior.

Cada povo tem suas peculiaridades.

transicao1

No Ticen (Term. Integrado Central) o velho e o novo convivem: articulado da Canasvieiras ainda na pintura livre. Logo ele será repintado de azul e branco, como o busão atrás já está. Portanto um registro histórico de algo que breve deixará de existir.

……….

Na imagem a esquerda acima nota-se um ponto de concreto, com banco pras pessoas não terem que esperar o ônibus em pé.

Foi o padrão que predominou da Grande Florianópolis nos anos 80, e por terem sido imensamente comuns ainda estão presentes.

Aqui na Grande Curitiba existiu também mas muito menos, somente nas rodovias, na cidade não.

Já em Floripa e entorno foi geral, onde tirei essa foto mesmo não é rodovia, mas uma rua local, de pequena circulação só dentro do bairro mesmo.

transicao…………….

Pra ir fechando, ao lado vemos mais um flagra dessa transição da pintura livre pra padronizada.

O buso da Insular – eu disse que ‘Ilha’ é quase sinônimo de ‘Florianópolis’ – ainda na pintura que caracterizou a viação por 2 décadas, escolhida por ela.alguns repintados, outros ainda nao

Atrás um outro no padrão que caracterizará todas as viações, indistintamente e sem livre-arbítrio, daqui pra frente.

A direita no estacionamento em frente o Ticen a mesma coisa se repete, alguns já estão em azul e branco, outros ainda ostentam a pintura livre.

Veja outros momentos de transição entre livre a padronizada no vizinho Rio Grande do Sul e no distante Piauí.

executivo……………

Esses inteiro amarelos (natural, pois é SC) são os de categoria ‘Executiva’.

Reparem, são veículos de viagem fazendo linhas urbanas:

Ar-condicionado, poltronas estofadas e reclináveis, e não se pode viajar em pé.

Estrela pra V. Aparecida, Continente mas ainda município de Florianópolis. ‘Carro’ nos últimos dias de pintura livre, terá que ser repintado de azul e branco. No detalhe registros tanto municipal (PMF) quanto metropolitano (Deter), até 2015 a viação podia remanejar a frota em todas as linhas. Note, a tarifa no cartão é mais em conta.

Por isso são mais caros, evidentemente.

Os ‘executivos’ têm essa pintura padronizada a décadas, e o detalhe é que tanto os municipais quanto os metropolitanos são iguais, inteiro amarelos.

…………

Voltando a falar das linhas convencionais, que enchem até a capacidade do ônibus ou mesmo a excede:

A padronização de pintura vale só pros municipais de Florianópolis.

Os municipais de São José já são padronizados a mais de uma década (texto de 2015).

metro3

Já esse Torino da mesma Estrela vai do Centro da capital pro conjunto Lisboa, em S. José. Metropolitano, não será repintado, permanecerá verde como a viação escolheu.

Agora, os metropolitanos, ou seja os ônibus que fazem linhas inter-municipais, não foram padronizados.

Continuarão ostentando sua pintura livre, pelo menos por hora.

………..

A Viação Estrela faz roteiros metropolitanos, e também municipais tanto de Florianópolis quanto de São José.

Os municipais de São José ela teve que padronizar de amarelo e azul, como vimos na foto.

metro

Viação Santa Teresinha: esse é metropolitano, também continuará na pintura livre.

Porém até agora os metropolitanos e municipais da capital era pintura livre.

Portanto ela colocava os mesmos veículos pra operar ambos.

Como vemos nas fotos acima. Tanto faz se a linha é interna, municipal, de Florianópolis, ou se ao contrário ia de Florianópolis pra São José.

Ambos os modais eram servidos exatamente pelos mesmos veículos, e todos eles eram nesse tom de verde-musgo, a pintura livre da Estrela, escolhida por ela.

metro1

Viale da Viação Biguaçu. mais um metropolitano, tampouco será repintado.

Na foto um pouco mais acima, da linha pra Vila Aparecida, e podemos ver que o ônibus traz na lateral dois registros:

O da PMF (prefeitura de Floripa) e do Deter (governo do estado).

Exatamente pra ser remanejado livremente e poder cumprir qualquer roteiro atendido pela empresa.

Não custa ressaltar de novo que agora isso acabou.

Sob a antiga ponte Hercílio Luz, inaugurada em 1926, fechada pro tráfego em 1982 e reaberta na virada pra 2020.

Os metropolitanos da Estrela poderão continuar verdes, enquanto a viação quiser que sejam.

Todavia os municipais terão que ser repintados pro padrão que prefeitura determinou.

O mesmo vale pra todas as viações, porém as outras são apenas ou somente municipais, ou somente metropolitanas, só a Estrela têm ambos.

De qualquer forma, todos os municipais de Florianópolis daqui pra frente serão iguais.

Já os que servem os subúrbios metropolitanos manterão a pintura que cada viação escolher.

Aqui e a dir.: Blumenau. As construções alemãs no Centro, aparece o ‘Castelinho’.

Por hora. Quem sabe no futuro Florianópolis repadroniza os metropolitanos também?

Afinal, ela foi (ao lado da capital mineira e da goiana) a 1ª cidade do Brasil a fazê-lo, 3 décadas e meia atrás (em 15, lembre-se).

Depois houve regressão e voltou pra livre. Mas os municipais retornaram novamente a padronização.

Pode ser que os metropolitanos um dia também retornem.

“SANTA & BELA CATARINA” –

Morro da Rua Araranguá.

OUTRAS MATÉRIAS SOBRE O ESTADO:

Blumenau, a “Alemanha Brasileira” (fevereiro de 2022)

A cidade mais alemã do Brasil (certamente entre as grandes e médias, que têm mais de 300 mil habitantes). Agora, toda moeda tem duas faces.

O lado menos conhecido de Blumenau é que de seus 300 e poucos mil moradores cerca de 60 mil vivem em ocupações irregulares nos morros.

O portal, cartão-postal ícone de Joinville.

Joinville, Terra Amada & Querida (março de 2017)

Não é “a maior cidade de SC”, como muitos dizem. A Grande Florianópolis é quem ocupa esse posto, dizendo mais uma vez.

Ainda assim, Joinville é a maior cidade do interior, município mais populoso de todo estado, seu pulmão industrial.

Rio-Mafra: anúncio no Centro de Mafra mostra como a cidade é conhecida.

Por isso o maior PIB catarinense – o dobro da capital Fpolis.!

………

Paraná e Santa Catarina dividem duas “cidades-gêmeas“:

Em ambos os casos um município em cada estado, mas formando uma única cidade.

Se preferir uma região metropolitana bi-estadual. Daí o título das matérias:

Ponte velha que liga Mafra e Rio Negro.

– “Rio-Mafra”: 1 cidade, 2 estados (Paraná/S. Catarina): Rio Negro/PR + Mafra/SC

Outra viagem pra Santa Catarina na mesma época dessa matéria de Fpolis. .

(Começo de 2015, mais especificamente março de 2015.)

Sul do Brasil – “Porto União da Vitória”: 1 cidade, 2 estados (SC/PR): Porto União/SC + União da Vitória/PR

Publicado originalmente apenas com um desenho em dezembro de 2014.

Em julho de 2018 reformulado pra se tornar uma reportagem sobre a cidade.

Ao contrário de Rio-Mafra, em “Porto União da Vitória” não é o rio quem divide os municípios (e os estados).

Assim você pode pisar em SC e PR – simultaneamente (esq.).

Mar a Vista”: o Litoral Norte de SC: Bombinhas e Barra Velha

Publicado em setembro de 2016, com o material sobre Bombinhas. Atualizado em novembro de 2017, mostrando Barra Velha.

Ao lado as famosas baleias num hotel na BR-101, em Barra Velha.

Praia de Canasvieiras, Norte da Ilha, fev./2017.

“¡Bamos a la Playa !”: Canasvieiras e Beira-Mar Norte, Florianópolis (fevereiro de 2017)

Voltamos a capital. Essa matéria que leram acima havia sido feita no inverno, em junho de 2015.

Com o frio não teve então jeito de ir ao mar, como já dito. Um ano e meio depois, voltei a Floripa em pleno verão. Estava quente, bem quente.

Blumenau teve ônibus amarelos até 2016 (pertence ao acervo da página Ônibus Brasil).

Vi uma Praia de Canasvieiras lotada, tanto de brasileiros quanto de argentinos, uruguaios e paraguaios.

Na foto acima a direita note o camelô com a bandeira da Pátria Amada e do Uruguai logo abaixo.

Atualizei a postagem, mostrando as “flores de Florianópolis”, e também o nascer do sol visto do bairro Forquilhas, em São José.

Troncais de Criciúma, no Sul do estado (origem da foto: portal EgonBus).

“FEBRE AMARELA”: O TRANSPORTE EM SANTA CATARINA (junho de 2022)

Contando em detalhes a evolução dos ônibus catarinenses:

Grande Florianópolis, Joinville, Blumenau, Itajaí/Balneário Camboriú, Criciúma, Chapecó, Lages e as “cidades-gêmeas da divisa” (Rio-Mafra e ‘Porto União da Vitória’).

Articulado Busscar na pintura padronizada  – mais uma vez dessa mesma cor – sai do Terminal (prov. o Central) em Joinville.

O título se deve a que as 6 maiores cidades catarinenses têm (ou tiveram recentemente) ônibus inteiros nesse cor.

Tem mais: das 24 maiores, o mesmo aconteceu em nada menos que 16 delas. 2/3. Fora mais algumas cidades menores.

Mais: a Busscar, o “ônibus-trem” (que também é Busscar), a influência curitibana, o ‘bondinho’ (‘papa-filas’), os aviões-restaurantes, a conquista campo-larguense (que também é curitibana e também é amarela).

Também num terminal, Thamco da Transtusa na pintura livre em Jvlle., extinta nos anos 80 (fonte da imagem: sítio SFS Ônibus),

O transporte joinvillense (dos Monoblocos e Amélias a era 100% Busscar, a era pós-Busscar) (outubro de 2018)

Como já falado e todos sabem, a Busscar foi um símbolo da indústria de Joinville, de Stª Catarina e do Brasil.

Por duas décadas, a frota joinvillense foi 100% Busscar, valorizando a marca ‘da casa’.

Com a falência, as viações da cidade precisaram encontrar outras alternativas.

A CIDADE DE FLORIANO NÃO ESTÁ MAIS DESTERRADA (maio de 2014)

Radiografia completa do transporte ‘manezinho‘, com dezenas de fotos:

Da pintura livre a padronizada, a volta a pintura livre, ao novo retorno a padronização.

Ao lado Ponte Hercílio Luz nos anos 70, acaba de atravessá-la Nielson Diplomata da Imperatriz..

Que Deus Ilumine a todos.

“Deus proverá”

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