Transição entre livre e padronizado: unindo o Rio Grande do Sul ao Piauí

Próximas 3 imagens na Grande Porto Alegre: pintura compulsória da Metroplan pros ônibus metropolitanos gaúchos, capital e litoral. Azul-claro unicolor, sem detalhes que caracterizem a viação. Eis a padronização ‘padrão’ (já entenderão o porque do pleonasmo, é que algumas viações “flexibilizaram” a regra).

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 11 de outubro de 2015, reformulada em setembro de 2021.

Imagens oriundas da internet. Os créditos foram mantidos sempre que estavam impressos.

O que os ônibus da Gde. Porto Alegre (e Litoral Gaúcho) têm em comum com os de Teresina?

É simples. Como em muitos lugares, chegou um momento que o poder público determinou a padronização a pintura (dos metropolitanos no RS, e municipal da capital no PI).

Voltando ao tempo da pintura livre: um Torino 3 (‘GV’) da Central, quando a viação podia decorar sua frota como queria: faixa verde-&-amarela sobre fundo branco.

Algumas viações no Piauí e Rio Grande do Sul, entretanto, adotaram uma pintura de transição: meio livre, meio padronizada.

Nem todas. Justamente por não ter sido compulsório esse passo, algumas empresas o fizeram, enquanto que outras dispensaram.

Vendo as imagens é mais fácil de entender o que estou dizendo.

A esquerda acima articulado da Evel na pintura padronizada Metroplan.

A versão ‘customizada’, que “desafia a padronização” se quiser ver assim. Também em linha p/ S. Léo, mais um Torino GV, mesma viação: pintura padronizada Metroplan. Detalhe em verde-&-amarela identificando a Central – ou seja, existe uma faixa vertical indicando a transição, meio livre/meio padronizado.

Que foi adotada pra todos os ônibus metropolitanos do Rio Grande do Sul, da capital e litoral: azul-claro uni-tom.

Sem nenhum detalhe que identifique a viação (exceto o nome da mesma escrito na parte do meio do veículo). Ou assim deveria ser.

Sobre a manchete, e de novo a esquerda, um Torino da Central indo pra São Leopoldo (município do Vale dos Sinos, Zona Norte da Gde. PoA.):

O mesmo azul-clarinho compulsório do governo estadual.

Ops, pense outra vez. Algo é diferente: aquela faixa verde-escuro e amarela vertical.

Daqui pra frente vemos Teresina. Apache 1 da viação Cidade Verde: a lateral ainda com pintura livre; a frente do buso na padronização SITT que se implantava. O detalhe em vermelho também indica a região do SITT. Da mesma forma, uma faixa vertical mostrando uma transição, meio livre/meio padronizado. Os detalhes em vermelho (em vertical na lateral, horizontal sob o para-brisas) informando que a linha pertence a Zona Leste.

Agora veja a direita acima. Mesma viação, modelo e linha. Na pintura livre.

Quando foi adotada a padronização, a Central cumpriu a regra.

Ainda assim deu um jeito de manter sua frota personalizada, com sua cara.

Você vê a faixa auri-verde. Bingo. Só pode ser da Central, é claro.

A Evel (o articulado da 1ª foto da matéria) e várias dispensaram essa caracterização.

Enquanto que após a padronização algumas viações adicionaram uma faixa vertical com sua própria cor de escolha, repetindo.

Outro Apache da C. Verde ainda pintura livre.

Em Teresina ocorreu algo parecido, porém inverso:

Um tempo em que os busos ainda tinham pintura livre mas já com uma faixa vertical colorida indicando que breve seriam padronizados.

DA PINTURA LIVRE A TRANSIÇÃO A IMPLANTAÇÃO COMPLETA DO SITT:

BREVE HISTÓRIA DO TRANSPORTE TERESINENSE –

Aqui e a seguir alguns Mascarellos: esse todo unicolor verde, a 1ª padronização de pintura.

Em setembro de 21 reformulo a postagem, ampliando o texto e adicionando dezenas de fotos. Pra mostrarmos resumidamente a evolução dos ônibus na capital do Piauí

Ao final falaremos de novo do RS. Por hora força total em Teresina. Onde por todo o século 20 ainda vigorava a pintura livre.

Não havia integração de tarifa nem diferenciação entre linhas troncais e alimentadoras.

Na 2ª etapa da padronização inseriram uma faixa vertical indicando que parte da cidade a linha serve – retomando o que havia ocorrido na transição “meio-a-meio“.

Praticamente todas as linhas eram convencionais, saíam dos bairros e iam pro Centro.

Quem quisesse ir de um bairro a outro (exceto aqueles no caminho da linha) precisavam pagar de novo ao adentrar a segunda condução.

Além disso, o Centro e as avenidas principais ficavam congestionados, com o tráfego desnecessário de busões vindo dos bairros, muitos deles se sobrepondo em boa parte do trajeto.

A partir da virada pra 2ª década do século 21 (ou seja, por volta de 2010) as coisas começaram a mudar.

Explicando a padronização de pintura: sobre o fundo verde-claro faixas em verde-escuro, azul, vermelho ou amarelo, conforme a divisão da cidade no mapa da imagem a esq. .

Veio a integração nas estações de transferência e a padronização de pintura, a princípio unicolor em verde.

Foi aí que algumas viações usaram o “meio livre/meio padronizado”.

As faixas coloridas, usadas no início sobre a pintura, eram justamente pra indicar onde aquela linha integra.

Em 2018 e 19 foram inaugurados 8 terminais de integração. No total agora existem 40 estações onde também se faz a troca entre as diferentes linhas.

São 26 linhas que viraram troncais (Centro/terminais), 38 alimentadoras (terminais/vilas na periferia) e 6 inter-terminais.

Nas avenidas principais implantaram corredores exclusivos na pista da esquerda.

Nas estações de integração e terminais o embarque é elevado

Por isso os busões têm portas mais altas na esquerda, na altura da plataforma (como os Ligeirinhos de Curitiba).

Repetindo, a princípio todos os ônibus, de todas as partes da cidade, ficaram inteiro verde-claros.

Depois disso adotou-se sobre o fundo verde-claro uma faixa vertical que indica que parte da cidade aquela linha serve.

Veja o mapa a esquerda. A região Sul ficou amarela, a porção Sudeste da cidade azul, Leste vermelha e Norte verde-escura.

Próximas 2 fotos: os terminais. As linhas Troncais (seriam os ‘Expressos’ aqui em Ctba., que bolou esse sistema) têm embarque elevado, repare que no vidro há uma placa escrito ‘Troncal’.

Os metropolitanos pra Timon no começo também ficaram verde-claro de fundo. Portanto iguais aos municipais teresinenses.

Isso porque a mesma viação, chamada 2 Irmãos, fazia linhas municipais da capital piauiense, e também inter-municipais (e inter-estaduais) pra Timon-MA.

Eles não receberam a faixa vertical, pois esse modal de serviço não foi contemplado pela integração no cartão.

Nota pra quem não conhece a capital piauiense. O Centro de Teresina é as margens do Rio Parnaíba, que divide Piauí e Maranhão.

Os alimentadores não usam os corredores exclusivos pois vão pras vilas, só tem portas a direita, embarque a nível do solo.

Por conta disso, o município de Timon está ao lado do Centro, mas já em outro estado.

Faz parte da mesma cidade que é a Grande Teresina, mas fica não apenas em outro município como também outra unidade da federação.

Por isso o mapa acima não tem Zona Oeste, pois a oeste do Centro é outro estado e o mapa é municipal.

A cidade é a mesma, uma metrópole bi-estadual (como também existem aqui no Sul do Brasil). Timon é umbilicalmente ligada a Teresina. Seria a ‘Zona Oeste’ teresinense.

Estações de baldeação. Nelas a integração é no cartão, já que elas não têm catraca.

No entanto, ao menos por hora, ainda não entrou nesse esquema. Quem sabe um dia.

Posteriormente as linhas Teresina/Timon passaram a ser feitas pela viação Timon ‘City’, que usa uma decoração diferente da padronização municipal teresinense.

De forma que no começo as linhas metropolitanas pra Timon também tinham pintura padronizada. Agora voltou pra pintura livre.

Linha metropolitana (e inter-estadual) Teresina x Timon. Viação Timon ‘City’.

Ainda assim a frota da Timon ‘City’ igualmente tem portas elevadas a esquerda, pra poder usar as plataformas dos corredores da capital (imagem ao lado).

 ……..

Voltamos a falar da padronização teresinese: os busos ganharam faixas verticais, correspondendo ao mapa já mostrado.

Rara imagem de articulado em  Teresina: também na linha metropolitana pra Timon, mas usando padronização municipal. É que a mesma empresa operava ambos os modais. Eram 2 “sanfonados” Busscar, vieram usados de Vitória-ES.

Por isso é que no Piauí, como no Rio Grande do Sul (até onde sei só nesses 2 estados), adotaram-se pinturas intermediárias, meio livre/meio padronizada:

Em Teresina antes da transformação plena a lateral dos ‘carros’ foi mantida na pintura livre.

Acontece que ensaiando pra repintar o ônibus inteiro no novo padrão já se adicionaram elementos dele.

Novamente, vendo as imagens ficará mais fácil de entender.

Próximas 3: viação Teresinense. Ela gostou da pintura promocional de lançamento do Caio Gabriela e adotou como a decoração da empresa (abaixo falo melhor disso).

Ao lado a pintura livre da Teresinense, num São Remo.

Pintura que sobreviveu a virada do milênio e ainda era vigente quando a cidade resolveu padronizar sua frota. O que a Teresinense fez?

Adicionou a faixa verde-escura, vertical – indicando que suas linhas vão pra Zona Norte e já estão integradas no cartão – sobre os busões que a princípio mantiveram a pintura livre.

Houveram variantes desse esquema. Algumas viações pintaram a frente do ônibus de verde-claro, padrão determinado pela prefeitura.

Segue em pintura livre, mas já há as faixas na lateral e na frente indicando a região do SITT.

Num 1º momento ao menos a lateral continuou livre, e inclusive sem as faixas indicando a região.

Teve quem fez ambas as coisas. A lateral seguiu em pintura livre, mas com as faixas indicando a região.

E a frente do busão já ostentava o verde-claro padronizado.

Existiu ainda uma 3ª variação, essa mais sutil. Todo o veículo permanece em pintura livre.

Sem sequer as faixas. Mas as rodas estão adornadas de verde-claro.

Os 2 da frente totalmente na pintura livre. O de trás já ostenta faixa vertical verde, ensaia a transição pra padronização.

Só nelas que vemos que o buso, embora ainda decorados a escolha do dono, dá os passos iniciais rumo a padronização (logo a seguir mostro exemplos de tudo isso).

Um dia, todo o veículo também será inteiro verde. Tudo tem que começar por alguma parte, não é mesmo . . .

……….

Repito, vendo as fotos tudo fica evidente. Então vamos lá.

Primeiro a viação Piauiense, que num caso ao menos padronizou apenas a frente do busão: Na 3ª foto destaquei o prefixo em cor diferente, já explico o porque.

Na pintura livre as rodas são beges.

Agora a viação Dois Irmãos, que que cruzava a ponte indo pra Timon, e também fazia o municipal de Teresina.

A esquerda e também o 1º da sequência abaixo  Apaches na decoração do século 21: buso marrom, a empresa se dava ao capricho de personalizar inclusive as rodas.

Quando começou a transição pro SITT no começo pintou apenas as rodas de verde-claro

Seguimos vendo como as empresas de transporte coletivo fizeram a transição. Viação Asa Branca:

No letreiro a ‘Caio Norte’ na ativa.

Cidade Verde: já vimos 2 Apaches na abertura da matéria. Ao lado imponente Vitória Padrão (alongado, ‘quando Volvo era Volvo‘). Fabricado pela ‘Caio Norte’:

Antiga filial dessa encarroçadora que havia no Grande Recife-PE, agora extinta. Nos anos 90 até a virada do milênio a viação era grande cliente da Caio. Agora o é da Marcopolo.

A 1ª foto da galeria mostra um Marcopolo já no século 21 mas antes da padronização:

Viação Santana:

DE JOINVILLE PRA TERESINA: O QUE É BOM NUNCA ACABA –

Busscar da Viação Santana, Teresina, em pleno século 21. Agora vide a próxima foto.

A direita vemos mais um buso da viação Santana na pintura livre. É um Busscar, fabricado em Joinville-SC.

Não foi só o veículo que veio de Joinville. A inspiração pra decoração também.

A esq.: nos anos 80 a Transtusa joinvillense  exatamente no mesmo esquema, ‘saia’ azul-escura, ‘blusa’ branca e  faixinha menor azul-clara.

Existe na busologia um termo que se chama ‘Tabela Trocada’:

Viação Transtusa, Joinville, anos 80.

Quando um busão opera em outra cidade (ou em outro tipo de linha na mesma cidade) sem ser repintado.

Porém nesse caso é uma homenagem. Alguém gostou do que viu em S. Catarina e fez o mesmo no Piauí.

Ideias são Energia, e portanto Eternas, já que Energia nunca se extingue.

Acabou na Transtusa pra ressurgir na Santana, 3,1 mil km e algumas décadas adiante.

No letreiro menor o logo da viação, parecido com o da Emtracol (também de Teresina), que por sua vez é quase cópia do da TCB-DF.

(Abaixo darei ainda mais alguns exemplos de pinturas que acabaram ‘ressucitadas’, inclusive em Teresina.)

Aproveitando o embalo veremos como diversas viações em Teresina personalizavam suas frotas, séculos 20 e 21.

Iniciando pela viação Transcol. Ao lado um Amélia, ao fundo há um Monobloco ‘1’ (0-362).

Mais Transcol “daquele tempo” no ‘carrossel’ a seguir:

Já vimos acima a Viação Dois Irmãos no século 21. Agora a mesma empresa no século passado.

Outras empresas de Teresina, que também teve Tribus como a 1ª imagem mostra.

Nas próx. 3 imagens, linha “Vamos Ver o Sol” da viação Transcol: um nome curioso de ônibus, traço recifense em Teresina. Aqui Apache na pintura livre. Placas no vidro e lataria indicam a integração. O letreiro é em 2 camadas, com a de cima fazendo um arco sobre a de baixo, típico do Rio de Janeiro a época, também presente em capitais nordestinas, notadamente João Pessoa-PB (“Onde o Sol Nasce”, portanto o melhor lugar pra convidar alguém pra vê-lo) e Teresina.

VAMOS VER O SOL” ???

O ‘ESPÍRITO RECIFENSE’ MANIFESTADO EM TERESINA –

Vou enxertar aqui outra mensagem, publicada em 20 de janeiro de 2015.

O Recife é uma cidade cuja característica do povo é ser sátiro.

Na capital pernambucana o poder público acaba adotando como oficiais as denominações populares das vilas e favelas.

Por exemplo há não apenas um mais dois postos de saúde (U.S.) que se chamam ‘Planeta dos Macacos’.

Nisso como em muitas coisas ela é diametralmente oposta a Curitiba.

Aqui e a esq. pintura padronizada, letreiro eletrônico e Mascarello (montadora de Cascavel-PR que faz sucesso no Piauí). Esse na 1ª fase do SITT, unicolor em verde. Por isso placa é que indica a integração, mais uma vez.

Podes ter certeza que o inferno irá congelar antes da capital do PR ter uma U.S. denominada assim.

Na capital de PE é o normal. E isso se reflete também nos ônibus, como não poderia deixar de ser.

Fiz uma matéria que mostra especificamente diversas linhas com nomes curiosos no Grande Recife.

Depois ampliei a postagem pra mostrar todos os modais – inclusive os já extintos.

Pois bem. Hoje nosso foco é Teresina. As capitais piauiense e pernambucana são duas cidades bem distintas entre si.

Na 2ª – e atualmente vigente – fase do SITT: faixa horizontal indica a região, não precisa mais placas no vidro. Portas a esquerda pra embarque elevado nos terminais e estações de integração. Em compensação o letreiro eletrônico comeu a letra ‘O’, ficou “VAMOS VER SOL”, e não “VAMOS VER O SOL”, que é o correto. Nisso Teresina está igual Curitiba, o letreiro eletrônico aqui também “simplifica” a linguagem, exclui os acentos e preposições. A linha Parigot de Souza, que liga os Terminais Boqueirão e Sítio Cercado na Zona Sul, agora vem grafada “Parigot Souza“. Na Zona Norte é  mesmo. Eu pego o 232-Aliança. Nos busos agora está escrito ‘Alianca’, com ‘c’.

Pra começar, Teresina é a única das 9 capitais nordestinas que é longe do mar.

Na busologia idem, é diferente do Recife, os nomes das linhas teresinenses são ‘normais‘.

Por isso quero dizer que não satíricos nem curiosos, como em Pernambuco.

Só que há uma notável exceção: Vamos Ver o Sol”???

Evidente, as tomadas acima e ao lado não retratam o céu, mas o transporte coletivo.

Agora vemos que esse ‘Espírito Recifense’ chegou ao Piauí. E chegou de ônibus.

“Vamos Ver o Sol”? Vamos, claro. Eu Amo o Sol e a Lua.

Em duas versões de letreiro, no eletrônico e na lona. Digo, no buso a esq. virou “Vamos Ver Sol”, sem o artigo “o”.

Vamos então mostrar mais uma característica que Teresina compartilha com Pernambuco: a pintura promocional, temporária, de lançamento dos modelos da Caio acabou se tornando a escolha algumas viações, em definitivo.

1988: pintura de lançamento do Caio Vitória.

PROVISÓRIO-PERMANENTE”:

PINTURAS PROMOCIONAIS DA CAIO ADOTADAS POR VÁRIAS EMPRESAS, EM TERESINA E TODA PARTE

Conforme já escrevi anteriormente: ”   Um outro exemplo de uma ideia que ‘caiu no gosto do povo’ e seguiu existindo muito tempo após a chama inicial ter se encerrado:

Caruaru-PE, empresa Tabosa: trocando o azul pelo verde, adotaram o desenho da decoração promocional do Vitória. Várias outras viações fizeram o mesmo, do interior da Bahia, do Paraguai e Uruguai.

Não sei como é hoje, mas nos anos 70 e 80 quando um fabricante de carrocerias punha no mercado um novo modelo de ônibus o protótipo vinha com uma ‘pintura de lançamento

Como o nome indica, é só pra marcar a apresentação daquele busão. Apenas o 1º exemplar de cada modelo a utiliza.

Começada a produção em série os veículos seguintes que saem de fábrica não usam mais a pintura de lançamento (por motivos óbvios, já cumpriu seu papel).

E sim vem pintados na decoração de cada viação ou padronização de cada cidade, conforme o caso. Pelo menos assim deveria ser.

Porque em 2 casos nos modelos da Caio as pinturas de lançamento foram mantidas por escolha de diversas viações, em muitos estados e inclusive fora do Brasil!    ”

1977: a Caio lança o Gabriela 2 (com a carroceria reta – o Gabriela 1 tinha a frente igual, daí o nome, mas a traseira era inclinada como o Bela Vista, seu antecessor). Essa era a pintura de lançamento, que deveria ter sido usada só no protótipo.

De Pernambuco já mostramos um caso acima, há outros, inclusive na capital Recife.

Vamos entrão centrar fogo no Piauí, que é o tema dessa matéria.

A esquerda um Gabriela 0km em 1977, com “pintura de fábrica”.

A viação Teresinense adotou como sua essa decoração (dir. abaixo).

Como eu disse um pouco mais pra cima na legenda do São Remo (sim, no original ‘San Remo’. Eu aportugueso sempre a grafia):

A imagem vale por mil palavras. A pintura livre dessa empresa é pintura promocional que a Caio usou pra lançar o Gabriela, em 1977. E não apenas ela. Veja na galeria logo a seguir então quantas empresas de ônibus fizeram pinturas-espelho, em outros modelos e mesmo outros fabricantes:

Enquanto pôde ter pintura livre a Teresinense  fez a homenagem ao Gabriela – o buso é Marcopolo e décadas depois do Gabi sair de circulação. A linha se escreve em 2 camadas (nesse caso retas, sem a de cima fazer arco sobre a outra), tradição em Teresina, mantida no letreiro eletrônico.

É evidente que as encarroçadoras Marcopolo, Busscar, Nimbus, Ciferal e Mercedes-Benz não iriam por sua conta fazer propaganda pra um rival comercial. A decisão foi do dono da viação.

(Nota: dessas 5 acima só a Marcopolo permanece ativa. A Busscar faliu em 2012, em 2018 reabriu comprada pela Caio mas não fabrica mais ônibus urbanos;

Ciferal e Nimbus foram incorporadas pela própria Marcopolo e a Merdeces-Benz ainda produz chassi e motor, mas carroceria não mais desde 1997.)

Vamos a mais exemplos. A primeira foto é Gabriela, porém tróleibus e com 3 portas, operando em Araraquara-SP.

Teresina é ‘Costa Norte‘ – veja o nº do ônibus, no para-choque e atrás da faixa azul: o prefixo que indica a empresa (’03’) em tonalidade distinta da numeração do ‘carro‘ (‘248’).

PREFIXO EM COR DIFERENTE:

TERESINA FAZ PARTE DA “COSTA NORTE” BRASILEIRA

“Costa Norte” é o eixo que vai de Fortaleza a Belém do Pará, que portanto entre essas pontas inclui São Luís do Maranhão e Teresina – podemos também estender o conceito até Manaus-AM.

(Tanto Manaus quanto Belém são metrópoles na Amazônia, compartilhando muitos traços em comum.)

Desde o tempo da pintura livre.

É bastante simples entendermos sobre a origem do termo.

Na maior parte do Brasil o Oceano é majoritariamente a leste.

Por isso na maioria das praias o Sol Nasce dentro do Mar.

Essa é a realidade no Amapá, de Natal-RN a Vitória, e também no Sul do Brasil.

No estilo “Meio Livre/Meio Padronizado“: o prefixo em outra cor, igualmente.

Nos estados de SP e RJ o mar fica no geral ao Sul, por isso a Zona Sul do Rio que tem a orla.

No Ceará, Piauí, Maranhão e Pará, entretanto, o Atlântico é ao norte.

Por isso esse trecho contíguo de nosso litoral forma a ‘Costa Norte Brasileira‘.

Se a origem do nome é a geografia física, ele se reflete também na geografia humana, a que analisa não apenas o terreno mas sim como os Homens e Mulheres vivem.

Na 1ª fase da padronização (implantada a partir de 2010), unicolor verde, se tornou um traço comum de todas as empresas.

Fortaleza e Belém são umbilicalmente ligadas, cidades-irmãs separadas na matéria mas unidas em Espírito.

Assim o território que elas delimitam, que elas guardam uma em cada ponta, teria que ter características próprias.

Uma personalidade sua, algo bem peculiar dessa região. A transição entre o Nordeste e a Amazônia.

Essa é a sua Vibração, que a distingue das demais partes do Brasil e mesmo da Costa Leste do Nordeste (Bahia, Pernambuco e estados vizinhos).

Permanece na atual fase do SITT, onde faixas coloridas indicam a parte da cidade da linha.

Isso é verdade em muitas dimensões, na música, na culinária, resumindo em diversas formas da manifestação humana.

Aqui nosso foco é a busologia. E nesse campo de estudo o mesmo se manifestou.

A Costa Norte tem sua “assinatura”, um ponto que a diferencia de todo o resto do Brasil:

De fato é assim em Fortaleza, Teresina, São Luís, Belém e Manaus.

Mesmo em testes – e por isso todo branco – o busão pinta o prefixo em outra cor pra rodar em Teresina. Por não estar pintado no padrão da cidade não há faixas verticais indicando o corredor onde é possível a integração, então volta a placa no vidro com essa informação.

Todas elas têm (ou tiveram recentemente) o prefixo do ônibus escrito em cor diferente do resto da numeração.

Nelas, e somente nelas, isso acontece. Digo melhor, em Brasília-DF também.

Acontece que existe uma viação, a Taguatur, que opera em São Luís – onde hoje é sua sede -, Teresina e Brasília (logo abaixo falo melhor disso).

Por esse motivo um ponto indelével da ‘Costa Norte’ se faz presente em pleno Centro-Oeste.

Essa ideia do prefixo ficar diferenciado do resto da numeração surgiu em Fortaleza, na virada pros anos 90.

E a seguir se espalhou pelas demais capitais (em Manaus presente até no bi-atticulado):.

Próx. 7 imagens da viação Taguatur em tempo de mudanças: aqui 2 Busscar Ecoss, em azul a decoração escolhida pela viação, em verde a determinada pela prefeitura em 2010.

Nem todas as viações de Teresina utilizaram a “fase de transição” entre as pinturas livre e padronizada.

A Taguatur, por exemplo, partiu direto da sua decoração própria, unicolor em azul, pra primeira fase do SITT, também unicolor mas em verde-claro.

O detalhe é que após a padronização algumas empresas de ônibus deixaram de “assinar” sua frota. A Taguatur entre elas.

Acima, nessa e nas próx. 3 ainda estamos em Teresina. Vamos mostrar do mais novo pro mais velho. Esse Caio como é agora, portas dos 2 lados e faixa vertical.

Algumas viações colocam seu nome sob o para-brisas a frente (como as fotos mais pro alto na página mostram).

Outras empresas, entretanto, dispensam qualquer caracterização.

Nas duas fotos, ao lado e abaixo, outros Apaches da Taguatur.

Em ambos não existe nenhuma indicação do proprietário.

Outro Caio no começo da década de 10 (séc. 21, evidente), inteiro em verde e embarque/ desembarque somente pela direita.

(Respectivamente Apache ‘4’ já com a faixa vertical indicando a região [dir.];

E [a esq.] Apache ‘3’ na 1ª fase da padronização, todo verde sem esse detalhe.)

Apenas pelo número sabemos qual a viação – quem conhece a capital do Piauí pela linha também, é lógico.

Nisso Teresina ficou igual Florianópolis. Após uma longa espera houve a repadronização, ocorrida em 2014.

Busscar Ecoss. Foto em 2011, nos últimos tempos da pintura livre em Teresina.

Desde então na capital de S. Catarina os busos igualmente não trazem mais o nome da viação grafado na lataria.

.TAGUATUR: OPERA EM BRASÍLIA, SÃO LUÍS E TERESINA –

ENQUANTO FOI PERMITIDO COM A MESMA PINTURA NAS TRÊS

3 fotos da mesma viação, modelo e pintura, (Urbanus ‘2’ azul), operando em 3 capitais diferentes. Esse em Teresina. Outro Busscar vem atrás, a Taguatur era grande cliente da montadora joinvillense.

A Taguatur significa ‘Taguatinga Transportes Urbanos‘, foi fundada em 1968.

Como o nome indica a origem foi em Brasiília (Taguatinga, todos sabem disso, é uma ‘cidade-satélite’ dentro do Distrito Federal).

A sede foi transferida pra São Luís do Maranhão, mas continua atuando em Brasília, e em Teresina, enfatizando de novo o que a manchete acima já disse.

Enquanto pôde, a frota era idêntica nas 3, com esse azul unicolor.

(Digo, em Brasília acompanhado de uma pequena faixa branca sob a janela. Fora isso xerox perfeito.)

Em São Luís vários lado-a-lado. Aqui e a seguir destaquei o prefixo em outra cor.

Não mais. Pois em Teresina a pintura do municipal foi padronizada, como é o tema dessa matéria.

Em Sâo Luís houve padronização dupla, no municipal e metropolitano.

(A viação atua em ambos os modais na capital maranhense.

‘Brasília’ no letreiro.

Teve dessa forma que pintar sua frota em 2 estilos distintos, conforme a linha ultrapasse a divisa municipal ou não.)

Por conta disso, hoje só na Capital do Brasil a Taguatur pode usar sua pintura livre, o busão inteiro celeste.

Entretanto um dia foi igual em Brasília, São Luis e Teresina. Nas fotos ao lado e acima relembramos esse tempo, que não volta mais.

Escolar? Não, “Opcional” (viação Transcol).

O SERVIÇO “OPCIONAL”, UMA IDEIA QUE NÃO VINGOU –

Filma o busão a direita. Parece “Escolar” com essa faixa amarela, verdade?

Esse era, entretanto, o modal “Opcional” que existiu em Teresina.

Começou em 1999, os veículos eram pintados de forma distinta em relação aos convencionais.

Aqui e a dir.: o mesmo veículo (03.006 da Cid. Verde, placa LVL-4998) em 2 fases: começou como “Opcional“, com a faixa amarela.

Mais confortáveis, só se viajava sentado, etc. Bem, não é preciso explicar muito.

Por todo o Brasil diversas capitais e cidades maiores do interior contam com esse serviço diferenciado.

Apenas no Centro-Sul essa categoria mais cara muitas vezes é conhecida como “Seletivo” ou “Executivo”.

Mudado o nome, trata-se basicamente da mesma coisa.

Acabou remanejado pras linhas normais, padronizado no SITT em verde (nessa tomada lemos a chapa com mais clareza).

Voltando a Teresina o “Opcional” cumpria exatamente as mesmas linhas que o serviço convencional.

Porém com mais comodidades, visando que as pessoas de renda mais elevada deixassem o carro em casa.

O preço também era mais elevado, e nem teria como ser de outra forma. Afinal o público-alvo é outro.

Na época da pintura livre os “Opcionais” eram os únicos busos da frota teresinense com pintura padronizada.

Transição, agora na Transcol. Vemos um Opcional” no meio da imagem.

Todas as viações tinham que usar essa decoração, azul e amarelo.

(Nisso ainda mais uma vez em comum com Florianópolis.

Onde na tempo da pintura livre somente os “Executivos” eram padronizados, no caso inteiro amarelos.)

Na capital de SC os “Executivos” ainda existem. Porém na capital do Piauí não deu certo.

A ideia do “Opcional” era atrair a classe média pro transporte coletivo.

Porém os usuários no fim acharam que ele não se distinguia tanto assim dos ônibus normais na qualidade dos serviços.

Entretanto no valor da tarifa você sentia muito bem a diferença.

Micro de cooperativa, transporte alternativo. O itinerário vem todo escrito no vidro, como um dia foi tradição em Belém e Salvador-BA.

Em Teresina faz bastante calor, como não é segredo pra ninguém.

Uma das capitais mais quentes do Brasil, ao lado de Manaus, Cuiabá-MT e outras do Nordeste.

Os “Opcionais” cobravam a mais por ter temperatura climatizada.

Ou assim era a proposta. Porém não funcionou como se esperava.

Moderno Caio apenas com 2 portas, a de desembarque no meio. Aparenta ter ar-condicionado mas as janelas estão abertas.

Pois a cada parada a porta abria, desclimatizando o salão de passageiros.

Fora que os aparelhos de ar-condiconado não recebiam manutenção adequada, quebrando com frequência.

Pagar mais caro pra andar num ônibus tão quente quanto o convencional? Melhor gastar menos e ir direto no convencional.

Assim o “Opcional” acabou sendo extinto. Mais ou menos no momento que a cidade começava a padronizar a pintura dos ônibus (2010).

Bela panorâmica mostra a ponte sobre o Rio Poti que é o símbolo da cidade, estilizada na frota de ônibus (detalhe).

Na tomada a esquerda um pouco mais pra cima está registrado esse momento de ‘último suspiro’ dele, de novo na viação Transcol:

São 7 busões: 5 na pintura livre (‘saia’ verde e ‘blusa’ branca), um inteiro verde, já padronizado na 1ª fase do SITT, e um Opcional.

Esse último, o “Opcional”, é (prov.) um Comil, mesmo modelo do visto na abertura desse capítulo, na foto que a legenda pergunta “Escolar?”.

………

Mais alguns busões na atual fase da padronização de Teresina:

Encerramos a seção sobre o Piauí com a foto ao lado, que mostra a garagem da Taguatur.

Tempo de mudanças em Teresina, alguns ônibus ainda na pintura antiga, outros já na nova.

Próx. 3 fotos: Real Rodovias.

Agora vamos de volta ao Rio Grande do Sul e seus ônibus tri-legais.

Afinal foi essa comparação entre PI e RS que motivou a mensagem.

Do outro lado dessa nação-continente vemos a mesma cena:

Tempo de mudanças igualmente na Grande Porto Alegre (dir.).

“Meio livre/meio padronizado Metroplan”.

Alguns ônibus ainda na pintura antiga, outros já na nova.

A viação é a Real Rodovias: na tomada acima dois veículos ostentam pintura livre.

Enquanto que outros 3 estão padronizados mas com a faixinha rubra personalizada.

A esquerda padronizado. Todo azul-clarinho como é obrigatório.

Pintura escolhida pela empresa.

Com o detalhe da faixa vermelha vertical pra você saber que é Real.

A direita quando ela podia descorar sua frota como bem entendesse.

O nome “Real” vinha numa faixa horizontal bi-color, azul/vermelha.

Assim você sabe de onde surgiu a inspiração pra faixa vertical na pintura de transição pra padronização.

Próx. 3: Guaíba. Aqui no padrão Metroplan.

………

Agora soltamos uma atualização de novembro de 2016:

A Guaíba cruza a ponte, serve o município de mesmo nome. Hoje a pintura é padronizada em azul, esse pôde continuar na livre porque entra como ‘transporte executivo‘.

A viação Guaíba foi uma das que não participou da “fase de transição”.

Passou direto da pintura livre pro buso inteiro azul, sem usar faixa vertical que indique a empresa.

Pois bem. A direita um Busscar da Guaíba na pintura livre em 2016!!

Que alias mantém o mesmo desenho e cores que a empresa utiliza desde os anos 80. Por isso fiz a atualização.

Essa viação opera majoritariamente linhas metropolitanas. E algumas rodoviárias.

O buso ao lado é metropolitano, mas como é do ramal “executivo” permanece podendo ser decorado ao gosto do proprietário.

Não precisou adotar o padrão da Metroplan visto acima. Apenas a letra foi mudada, ficando levemente estilizada.

Fora isso toda a decoração do busão ainda é aquela que marcou época também nos metropolitanos, antes deles serem azulados (esq.).

Como o autor muito bem colocou, “na ativa no finalzinho de 16”.

Vamos relembrar a trajetória da Guaíba. Pra matar (de) saudades . . .

No RS a padronização metropolitana é pra capital e litoral. Viação São José, do Litoral Norte Gaúcho:

Voltando a Grande Porto Alegre, a Vimsa (Viação Montenegro S.A.).

O Taxi-lotação começou com Kombis – ao fundo dois ônibus na pintura padronizada, outra inovação do fim dos anos 70.

MEIO ÔNIBUS/MEIO TÁXI:

É O ‘TÁXI-LOTAÇÃO’ –

Em Porto Alegre existe um modal de transporte único no Brasil.

O Táxi-Lotação, uma interessante mistura entre ônibus e táxi.

Feito por micros equipados como ônibus de viagem, só se viaja sentado em bancos estofados e reclináveis.

Até aqui é igual ao modal “Executivo” (também chamado de ‘Seletivo’ ou ‘Opcional’), que existe em diversas cidades.

Logo passaram pros micro-ônibus (com só 1 porta): a pintura se manteve a mesma na década de 80; aqui um Caio Carolina.

O diferencial do Táxi-Lotação porto-alegrense é que não há paradas pré-determinadas.

Você pode embarcar ou desembarcar em qualquer ponto do trajeto.

O trajeto da linha é fixo, exatamente como num ônibus normal.

A referência ao ‘táxi’ se deve precisamente por conta disso:

Agora um Marcopolo.

A facilidade de descer ou subir em qualquer parte que o buso passe.

No Chile e na República Dominicana existe igual, mas é feito por carros de passeio. É o “táxi-coletivo“.

De volta ao Brasil, e a Porto Alegre. Foi em 1977 que passou a rodar na capital mais austral de nossa nação o sistema de ‘Táxi-Lotação’. A princípio com Kombis!!!

Na capital gaúcha Táxi-Lotação pro balneário de Ipanema (no detalhe o 608-D, nome técnico do popular de ‘Mercedinho‘).

O local exato determinado de parada muito bem sinalizado só é necessário no Centrão, no ponto inicial.

Em qualquer outra parte da linha basta acenar na rua, ou pedir quando já está dentro, que o motorista encosta onde você quiser

Pois o diferencial do Táxi-Lotação é justamente não ter paradas fixas, repetindo. 

“ANOITECEU EM PORTO ALEGRE“, como na música. Pôr-do-Sol no Gasômetro, cena clássica. Inverno no Sul do Brasil, mensagem publicada em 8 de julho de 2015.

Não tardou a perceberem que as Kombis eram muito pequenas. Dificultavam embarque e desembarque. E o propósito do táxi-lotação era exatamente oferecer mais conforto que os ônibus.

Assim, adotou-se o micro-ônibus, escolha que perdura até hoje. Nos anos 80 essa era a pintura, herdada das Kombis: vermelha com faixa azul.

Atualmente houve ligeira modificação, azul e vermelho permanecem mas adicionados do branco. Agora também se pinta a linha na lataria do veículo, facilitando a identificação da mesma.

Breve farei uma radiografia completa sobre o transporte na Grande P. Alegre. Por hora serve de aperitivo.

Deus proverá.

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