INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”
Publicado em 10 de junho de 2014 (originalmente via ‘emeio’).
Subido pra página em março de 2015, acrescido de atualizações posteriores; re-ordenado em setembro de 2022.
Maioria das imagens puxadas da internet, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas. As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’.
O tempo passa, não? Nosso canal retrô relembra como era a vida no fim do século 20, dos refrigerantes aos chicletes. Mas com ênfase especial nos ônibus, evidente.
Dos anos 70 aos 90, a Caio batizava seus modelos com nome de mulher, como todos os busólogos sabem. Seu carro-chefe, ou melhor seu ônibus-chefe, era o Gabriela.
Só que aqui o tema não é o ônibus de tamanho normal, mas o micro, chamado Carolina, tão comum em nossas cidades então. Já retorno a esse ponto.
Já escrevi sobre a ascensão e queda dos ônibus azuis em Curitiba.
Hoje vamos falar sobre o fim dos ônibus brancos. comecemos do começo.
Na mesma época Curitiba revolucionou o transporte coletivo, em escala mundial.
Implantou o sistema de ônibus “Expressos“, que hoje chamam pela sigla em inglês ‘BRT‘.
A frota foi pintada conforme a categoria de linha, modelo que também foi adotado em Belo Horizonte-MG, Recife-PE, Fortaleza-CE, entre as capitais.
E mais Sorocaba e Piracicaba-SP, Londrina e Ponta Grossa-PR, Joinville, Blumenau e Criciúma-SC, e até em Los Angeles-EUA, entre outras cidades.
No caso de Curitiba inteira de forma unicolor: Expressos em vermelho, Interbairros verde, Convencionais e Alimentadores em amarelo, Estudantes em azul;
Opcional laranja, e Circular-Centro e Vizinhança eram branco (as últimas 3 categorias feitas por micro-ônibus).
Essa foi a configuração inicial, adotada na virada dos anos 70 pros 80.
Os Convencionais e Alimentadores só traziam na lataria o ‘Cidade de Curitiba’ e a numeração e empresa, no início sem nome da categoria.
Os Expressos vinham com o eixo que atendiam pintado: ‘Leste’, ‘Norte’, ‘Oeste’, ‘Sul’, ‘Boqueirão‘.
(Nota: há dois eixos na Zona Sul, por ela ser a maior de Curitiba.
Como não dava pra colocar ‘Sul-2’ inseriram ‘Boqueirão’, que na época era o bairro mais populoso de Curitiba.)
As demais linhas tinham o nome da categoria escrita na lataria: inter-bairros, Circular-Centro, etc. .
De lá pra cá muita coisa mudou, obviamente. Em 1991 surgem os Ligeirinhos, que são cinzas.
Afora isso, já tentaram mudar 3 vezes a cor dos Expressos:
Laranja (1987), cinza (1992) e azul (2011). Todas malograram. Eles sempre voltam a ser vermelhos.
Por quase 10 anos Convencionais e Alimentadores compartilharam o amarelo, como dito.
Em 1988 os Alimentadores herdam a cor laranja, que não deu certo implantar nos Expressos.
Por 30 anos Convencionais e Alimentadores usaram pinturas diferentes, amarelo e laranja respectivamente.
Até que a partir de 2018 os Convencionais se tornam igualmente laranjas, voltando a ter serem pintados iguais aos Alimentadores.
Na virada pros anos 90 todos os ônibus passam a ter a categoria escrita:
No ‘Inter-Bairros’ e ‘Circular-Centro’ não muda nada, já havia esse detalhe. ‘Seletivo’ (depois chamado ‘Opcional’) e Vizinhança haviam sido extintos.
Agora ‘Convencionais’ e ‘Alimentadores’ também são identificados assim.
E nos ‘vermelhões’ não há mais o nome da região, todos agora veem assinados como ‘Expresso’.
Fizemos toda essa introdução pra falar dos ônibus brancos, como o título indica.
No início da padronização 2 categorias ficaram inteira alvas: Circular-Centro e Vizinhança, repetindo.
Em 1982 é criada a linha Zoológico, que saía do Terminal Boqueirão até o referido zoo, no vizinho Alto Boqueirão.
E o Zoológico no início também é operado por veículos brancos, no caso decorado com desenho dos bichos.
Então temos 3 categorias de ônibus brancos em Curitiba. Não por muito tempo, entretanto.
O ‘Vizinhança’ não pegou, e deixou de existir ainda na 1ª metade da década de 80 (tanto que nem fotos deles se acha na internet).
A linha Zoológico, passado o furor inicial, passou a ser feitos por Alimentadores na cor normal da categoria (amarelo até 1988, laranja desde então).
Só restou o Circular-Centro. Até que em 1994 é criada a Linha Turismo, que também usa o branco.
A princípio operados por ‘carros’ de segunda mão, oriundos de outras categorias e adaptados pra nova função.
A linha ‘pegou’. Virou uma coqueluche na cidade, e com isso perto da virada do milênio passou a ser feita com veículos trazidos 0km, ainda brancos.
Em 1997 é criada a linha Inter-Hospitais, igualmente nessa mesma cor.
Portanto Curitiba vota a ter 3 categorias usando o branco. Por 11 anos.
Em 2008 a Linha Turismo passa a contar com ônibus 2-andares, quando chega a nova pintura:
Bege com um arco vermelho (usada também nos veículos de somente 1 andar).
Em 2015 foi a vez da Inter-Hospitais mudar de cor. Resta o Circular Centro.
Porém em 2020 tanto o Circular-Centro quanto o Inter-Hospitais – que a 5 anos já tinha outra pintura – são extintos.
Decretando, dizendo de novo, o fim dos ônibus brancos na cidade.
De todos os busões curitibanos que utilizaram a cor, a Circular-Centro foi a mais longínqua. Foram quase 40 anos, de 1981 a 2020.
Tinha 2 sentidos, horário e anti-horário. O primeiro ficou a cargo da viação Nossa Srª. da Luz, o outro da Cristo Rei.
Ambas as empresas usavam o modelo Carolina ‘1’, da Caio – aquele cuja frente era igual a do caminhão 608D o popular ‘Mercedinho’.
O detalhe curioso é que o veículo não tinha bancos, apenas um encosto estofado, chamado pelos ‘piás’ de “banco de vina” (‘piá’ é ‘menino’ e ‘vina’ é ‘salsicha’ no ‘curitibês, pra quem não é daqui).
A tarifa era metade das demais linhas. Quando foi instituída a ficha de vale-transporte o Circular Centro a aceitava.
O motorista que também fazia a função de cobrador dava o troco.
Nos anos 80 o trajeto do horário e anti-horário era igual, apenas em sentidos inversos evidente.
Na década seguinte houveram mudanças. Ambas as empresas operadoras continuaram usando Caio.
Dessa vez o modelo Carolina ‘2’ (esse não tinha o mesmo desenho do simpático caminhão ‘Mercedinho’).
Na década de 90 os trajetos foram diferenciados. O sentido horário continuou com o seu roteiro original.
Entretanto, o anti-horário foi estendido, dos dois lados.
Passando a abranger o começo do Batel a oeste do Centro, e a leste dele a ter um ponto na Rodoferroviária e mais um no Viaduto do Capanema, atendendo portanto o começo do Cristo Rei.
Deus certo. A mudança agregou público a linha. No auge, em 2011, o Circular Centro tinha 5 ‘carros’ no sentido anti-horário, e 3 no horário. A fonte é a própria prefeitura:
“ Segundo dados da Urbs, no sentido horário o movimento mensal de usuários é de aproximadamente 11,5 mil passageiros nessa linha, nas 87 viagens diárias.
Já no sentido anti-horário, são aproximadamente 35 mil pessoas que mensalmente utilizam os micro-ônibus que diariamente realizam 113 viagens. ”
Depois da virada do milênio a Luz se manteve fiel a Caio, dessa vez do modelo Piccolo.
A Cristo Rei não comprou mais da montadora paulista, optando por Marcopolo e Neobus.
Os ônibus passaram a ter bancos normais, e a tarifa, embora menor que a das demais linhas, deixou de ser somente metade da aplicada nas outras categorias.
A Luz acabou soçobrando na “licitação” de 2010.
A linha foi pra Marechal (que posteriormente igualmente também foi absorvia por uma viação maior, a Glória).
O Caio Picollo de placa ALJ-8231, por exemplo, pertenceu a essas 3 viações diferentes.
Tendo ao todo 4 numerações. Foi comprado 0km pela Luz em 2003. Numerado CN010.
Pras quem não conhece como os ônibus de Curitiba são catalogados, a 1ª letra indica a viação, ‘C’ é a Luz. A 2ª letra mostra a categoria, ‘N’ é micro.
Em 2010 foi incorporado a Marechal, onde a princípio usou o mesmo número CN010.
Pela mesmo dono foi renumerado AN999. ‘A’ é o código da Marechal, e os busos cujo número começa por 900 foram remanejados, de viação e/ou categoria.
Quando a Marechal veio a pique e foi assumida pela Glória, o businho virou o BN999 – vocês já pegaram o jeito, ‘A’ é a letra da Glória, atualmente a maior viação da capital.
Seja como for, na segunda metade da segunda década do novo século o público começou a declinar, e em 2020 a linha deixou de existir.
Já o Inter-Hospitais era operado pela extinta viação Nossa Sra. da Luz, que usava Caios Alfa e depois Neobus, sempre micrões.
A linha durou 23 anos (1997-2020). No começo fez sucesso.
Eram 2 ‘carros’ na linha, e como o trajeto era menor na ocasião o intervalo entre as viagens era de perto de 40 minutos.
Como o nome indica, foi criado pra ligar os principais centros de atendimento a saúde da cidade.
No entanto, a maior parte dos passageiros era saudável.
Não utilizavam a linha pra ir a hospitais, e sim pra se deslocar normalmente entre a Zona Central.
Eu mesmo cheguei a pegar o Inter-Hospitais quando era novinho em folha, pra ir do Batel ao Cristo Rei – do trabalho pra casa, sem ver o médico.
Na época tinha um bom movimento. Em 1999 a média era de 517 pessoas transportadas por dia.
Porém o tempo foi passando e a linha foi ficando redundante. Em 2015 foram apenas 82 passageiros diários, queda de 84%.
No meio da década de 10 do séc. 21 reduziram a Inter-Hospitais pra apenas um veículo.
Com isso fazendo com que o intervalo entre uma viagem e outra fosse de impressionantes 1 hora e 40 minutos.
Além disso deixaram de usar ônibus brancos com pintura própria (na época a Luz já havia sido extinta, a Marechal e depois a Glória assumiram, repito).
O ‘carro’ que puxava a Inter-Hospitais passou a ser amarelo, como os outros Convencionais.
Ou seja, era mantida de uma forma praticamente simbólica.
Totalmente descaracterizada, na decoração e número de viagens diárias. Até que em 2020 acabou extinta.
Com isso acabaram os ônibus brancos na capital do Paraná, feito que durou 39 anos, enquanto o Circular Centro existiu de 1981 a 2020.
No decorrer da história a cor foi usada por 4 categorias, sendo que no começo dos anos 80 em 3 simultaneamente: Circ. Centro, Vizinhança e Zoológico.
E por quase 20 anos, de 1997 até (aprox.) 2015 por 2 ao mesmo tempo, o Circular Centro e Inter-Hospitais.
A ‘Zoológico’ tinha os animais do parque pintados no veículo de tamanho normal.
No Circular-Centro e Vizinhança os micros eram unicolores em alvo.
Justamente queria passar a mensagem que a linha era curta, percorria só algumas quadras.
A linha Vizinhança do Rebouças (Zona Central), por exemplo, ia do Teatro Paiol ao prédio-sede do DER (Dep. das Estradas) na Avenida Iguaçu.
Enquanto que no micrão do Inter-Hospitais o diferencial era a cruz vermelha que é o símbolo universal desse tipo de estabelecimento.
………..
Todo esse texto acima foi inserido na reformulação de 2022, que foca no fim dos ônibus brancos em Curitiba.
Com isso contamos breve história das categorias que um dia os utilizaram.
Vamos agora a mensagem original. Emendo com emeio publicado em 10 de junho de 2014.
O título é o que originalmente batizou essa mensagem:
“Como diz Sêo Jorge, Caroliiiiiiiiiiiiina” (esse ainda é o endereço eletrônico dela).
Abrindo a página da prefeitura (em 2014) vi uma matéria sobre transporte coletivo.
Ao invés de postar com uma recente, botaram uma imagem de arquivo, antiga.
Que mostra um ônibus que não circula mais pois já saiu do sistema há muito. Está baixado.
E não qualquer ônibus, mas sim um micro Caio Carolina da Viação Cristo Rei.
Houveram os Carolinas ‘1’, ‘2’ e ‘3’. A Luz contou com todos na sua frota, a Cristo Rei só os 2 primeiros.
O Carolina ‘1’ começou a ser produzido no fim dos anos 70 e seguiu pelos 80.
Os que ilustram essa matéria foram clicados ainda na década de 80.
Enquanto que os posteriores Carolinas ‘2’ e ‘3’ foram fabricados nos anos 90.
Abriu o baú… Vendo a foto desse Carol 2 Circular Centro, temos lembrança de um tempo que já se foi:
– Quando a Caio batizava seus modelos com nomes de mulher. “Carolina” era o micro, dizendo mais uma vez.
“Amélia da Tânia de Saia”? E se acontecesse do modelo, viação e pintura serem nomes femininos e ‘coisas de mulher’? Pois aconteceu . . .
– Quando a Cristo Rei comprava Caio, o que já não o faz há muito, muito tempo. Esse Carolina supra-citado é da última leva, depois dele só Marcopolo, Neobus, etc. .
Por fim, recordamos quando a Cristo Rei era uma empresa independente.
Já que em 2010 ela foi absorvida por um conglomerado maior.
Como alias também aconteceu com a Luz, Carmo, Água Verde e Curitiba.
A “licitação” de 2010 foi mesmo “uma beleza”, se é que me entende.
Um dia, já distante, não foi assim. Houve um “tempo bom” em que a Cristo Rei existia como nome próprio (e não como uma sigla, ‘CCD’, como é agora), e comprava Caio, que tinha nome de mulher.
Por isso veem esse micro branco, Carol toda imaculada parecendo uma noiva, acabando de vir do Batel, entrou a esquerda na Avenida Sete de Setembro.
Está pegando essa passageira (como o veículo, também uma mulher toda de branco, tudo se alinhou) em frente ao “shopping” Curitiba e se prepara pra rumar a Rodoferrovária.
Vocês já sabem que em 2020 a linha foi extinta. Vou manter aqui o texto original, de 2014:
Como o nome indica o ‘Circular Centro’ circunda o Centrão da cidade.
Essa linha é a única de todo o sistema que é mais barata exatamente por seu curto trajeto ao redor do núcleo da urbe.
Deixemos a linguística e voltemos ao busão. Ou melhor, ao businho, pois é micro.
Na Colômbia esse tipo de veículo se chama ‘buceta’. Calma, não é nada a ver com o que você pensou.
Nesse vizinho país que visitei em 2011, ‘bus’ é ônibus. Pronuncia-se como se lê, com ‘u’, e não ‘bâs’ do inglês.
Se ‘bus’ é ônibus, ‘buseta’ – pronuncia-se ‘buceta’ – é micro-ônibus.
Pensando bem . . . voltamos a linguística, né? Risos . . . Agora é sério: nos foquemos de volta no micro, a ‘buseta’ da foto:
Viação Cristo Rei, nome e sobre-nome e ainda por cima com CNPJ próprio, operando Caio Carolina.
Esse é do teu tempo, hein nego? Fala sério pombas!!!!!!!! Segue o baile.
……………….
Nas fotos mostramos um pouco do que aconteceu com outras categorias de micro-ônibus em outras cidades que também foram implantadas no mesmo momento, o início dos anos 80 ou um pouco antes.
Abordo no decorrer da matéria Brasília, o Recife, o Rio e Santos-SP. Vamos ver o mesmo em Porto Alegre-RS.
Em 1977 começa a rodar na capital mais austral do Brasil o sistema de ‘Táxi-Lotação’.
A princípio usarm Kombis!!! A esquerda um dos pioneiros seguindo pro Jardim Ipê – atrás dois ônibus na padronização R.U./EBTU, então recém-implantada.
No México as Kombis operam até hoje (texto de 2014, como explicado muitas vezes) no transporte urbano. Andei nelas, em 2012.
Acontece que essa já é outra história. De volta a ‘Mais Leal e Valorosa Cidade Brasileira’, Porto Alegre é claro, como Dom Pedro definiu.
Acima direita, em tomada preto & branca de maio de 1977, o início desse novo modal.
Repare na Kombi pintada inclusive no plaquinha do ponto. Indo pra Ipanema, também Z/S.
O local exato determinado de parada muito bem sinalizado só é necessário no Centrão, no ponto inicial.
Pois o diferencial do Táxi-Lotação é justamente não ter paradas fixas.
Basta você acenar na rua, ou pedir quando já está dentro, que o motorista encosta onde você quiser.
Na República Dominicana e também no Chile, igualmente há esse modal, mas em ambos é feito com carro de passeio.
De volta a Porto Alegre, Brasil. Logo perceberam que as Kombis eram muito pequenas. Dificultavam embarque e desembarque.
E o propósito do táxi-lotação era exatamente oferecer mais conforto que os ônibus, até porque a passagem é mais cara.
Assim, adotou-se o micro-ônibus, escolha que perdura até hoje.
Nos anos 80 essa era a pintura, herdada das Kombis: vermelha com faixa azul.
Atualmente houve ligeira modificação, azul e vermelho permanecem mas adicionados do branco.
E agora também se escreve a linha na lataria do veículo, como nota ao lado.
Onde o motorista posa orgulhosamente junto a porta um Marcopolo.
No entanto também houveram Caios Carolina. Vemos um pouco mais pro alto um Carol 1.
A esquerda Carol 2 – esse já havia saído do sistema, mas ainda conservava a pintura.
E na gravura de próprio punho um Táxi-Lotação Carolina 1 que igualmente serve o bairro/balneário de Ipanema.
………
Vou aproveitar a deixa e enxertar outro emeio, publicado em 8 de agosto de 2013.
Que mostra um micro Carolina brasileiro no Chile. Já desativado, entretanto.
E servindo a outro propósito bem diferente, esse é o ponto da questão.
A MORTE DE UM GIGANTE DE METAL:
VIROU VARAL –
Andava eu por uma das favelas de Valparaíso/Chile (nesse caso via Visão de Rua do ‘Google’ Mapas).
São muitas, em morro. O Chile tem enorme contraste entre suas duas capitais:
No litoral próximo a Stgo. está o maior porto e 2ª maior cidade chilena:
A metrópole costeira de Valparaíso (‘Valpo’)/Vinha do Mar (em ‘Valpo’ fica o Congresso).
Sua periferia, inversamente, tem muitas favelas, e são em morro.
No subúrbio, Valparaíso parece as periferias do Rio, SP, Salvador-BA, BH-MG, ou então Durbã-África do Sul.
Voltamos a busologia. Eu serpenteava (virtualmente, como explicado) pelas vias sinuosas das encostas de Valpo.
E no pátio de uma casa achei dois busões apodrecendo.
O processo está bem avançado, estão se decompondo.
Só sobrou a carcaça. Um deles já está no esqueleto, alias.
Porém ainda dá pra reconhecer que são do modelo Carolina ‘1’.
Fabricação brasileira pela Caio, exportados pra nação trans-andina.
O Chile sempre teve, e ainda tem, vários ônibus brasileiros.
E igualmente várias características da busologia brasileira.
Alias atualmente (por isso me refiro ao meio da década de 10 dp séc. 21) todos os busos de Santiago são brasileiros.
Isso entre os articulados e de tamanho normal – nos micros não todos mas boa parte (veja um Neobus operando como alimentador em Santiago).
Voltemos aos micros flagrados em Valparaíso pelo ‘Google’ Mapas.
Não andam mais. Agora, eles servem somente de varal.
Triste final, morte indigna pra um gigante de metal, que um dia rasgou as vielas dos muitos e muitos morros e favelas de Valparaíso/Vinha do Mar.
Nada contra os varais, é claro. Todos nós usamos roupas – e elas precisam secar após serem lavadas.
Assim, repito, os varais são um instrumento muito útil e necessário.
Que dói o coração de um busólogo ver um ônibus reduzido a uma apoio pra segurar uma corda, isso dói mesmo.
O micro foi fabricado nos anos 80 (ou final dos 70), e em 2012 já estava aposentado.
Entretanto, veja você, os tróleibus de Valparaíso são muito mais antigos.
Bem mais mesmo. E eles ainda não pensam em parar. Já o micro não teve a mesma sorte.
Agora está apenas servindo de estaca pra algumas calças e camisetas secarem.
Um triste final. Fazer o que, né? São as provas da vida….
Valparaíso, Chile, América, 2012. A vida continua. Tem que continuar.
CAROLINA EMTU?????
Atualização de novembro.16: acima a esquerda Carolina no interior de Minas Gerais pintado no padrão EMTU das regiões metropolitanas do estado de SP.
Esse buso nunca fez linha regular urbana intermunicipal nas metrópoles paulistas.
Foi pintado assim numa homenagem a um modal que ele não participou, apenas admirou.
Nada mais natural. Já disse antes, Energia nunca morre, apenas se transforma.
É comum uma pintura se repetir em outros modais, em outros estados (veja outro exemplo também azul, e igualmente iniciado em SP).
No entanto como é sabido, também no interior mineiro, mais especificamente em Uberaba, por um bom tempo os busos circularam de fato no padrão de pintura da EMTU (esq.), mesmo sem ser no estado de SP.
Caso flagrante de “Tabela Trocada”, tema que eu abordo com detalhes nessa outra postagem.
Deus proverá
Vou sentir saudades em ver os circulares no centro de Curitiba
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Tanta coisa esta mudando…’Saudades’ é a palavra exata….
Usamos o Circular-Centro tantas vezes pra chegar em casa, no Cristo Rei.
Deus abençoe.
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