Abriu o baú: os ônibus metropolitanos de Curitiba antes da padronização

Campo Largo monob buso ctba livre z/o

Monobloco da Campo Largo, Zona Oeste. Nessa postagem outro do mesmo modelo da A.V. São José dos Pinhais.

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado em 3 de julho de 2014.

Quase todas as imagens baixadas da internet, créditos mantidos  sempre que impressos nas fotos.

As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’.

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Colombo buso ctba livre marcop laranja verde

2 da Viação Colombo, Z/Norte. Mais 2 postagens sobre essa viação: mostrando sua garagem na matriz, nos anos 80. E outra retrata uma filial que ela teve em Toledo, no Oeste do estado, na mesma época.

Segue a seção nostalgia busófila. Vamos, como arqueólogos virtuais, continuar desenterrando os fósseis.

Pra compor o quadro de como era o transporte urbano nos tempos idos.

Hoje os ônibus metropolitanos da Grande Curitiba são numa única cor.

Boa parte adota o padrão do sistema municipal (amarelo, laranja, vermelho), os não-integrados são bege.

Com exceção da viação São José que são vermelho-escuro.

Vemos a transição: Condor/Ciferal Paulista da Viação Colombo ainda na pintura livre. Atrás um (provavelmente mesma viação e modelo) roxo, já na padronização.

(Há ainda uns poucos da Castelo que são verde-escuro mas estão sendo pintados de bege, isso em 2014 quando fiz a matéria.)

Ou seja, há variações conforme a viação e tipo de serviço.

No entanto todos os veículos são uniformemente monocromáticos.

Um dia não foi assim. Até o começo dos anos 90 era pintura livre.

É o que vamos relembrar. Nem sempre as fotos estão ao lado da descrição, identifique pela legenda.

Veículo fabricado nos anos 60, em ação nos anos 70 ou começo dos 80. Não cheguei a ver esse ‘carro’ nas ruas, mas essa pintura da Santo Antônio – também de Colombo – eu presenciei ao vivo, no início da déc. de 80 (abaixo nessa mesma matéria há um ônibus ainda mais antigo da mesma viação)..

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Faremos agora mais um série sobre a busologia, mostrando como foram e são os ônibus por esse Brasilzão afora.

Como já falamos muitas vezes, no fim dos anos 70 e início dos 80 o governo federal padronizou as pinturas dos ônibus de diversas cidades:

São Paulo, Brasília-DF, Belo Horizonte-MG, Campinas-SP, Curitiba, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, entre outras.

Em B.H., Floripa e Goiânia tanto os municipais quanto os metropolitanos. Nas demais apenas nos municipais.

Resultando que em minha infância nos anos 80 os ônibus municipais daqui de Curitiba já eram padronizados, todos numa cor só.

Por outro lado os metropolitanos ainda tinham pintura livre.

Cada viação fazia o que queria com sua frota de veículos.

Alguns deles eram azuis, cor que era tabu na rede municipal, como já debatemos em outras mensagens.

Viação do Sul, Zona Norte: Vitória 0km posando no Teatro Paiol. Foto de 1989.

Até que o governo estadual, na primeira metade dos anos 90, pintou os metropolitanos também de uma cor só.

Na foto em que há o veículo da Castelo, repare ao fundo, a esquerda, um já nesse padrão uni-colorido. Eu te ajudo pela legenda.

Pinhais buso ctba livre marcop azul

Exp. Azul de Pinhais, Zona Leste (na época pertencia ao município de Piraquara).

Então vamos abrir o baú e relembrar como era antes disso.

Cada empresa, além da pintura, podia escolher se o embarque era traseiro ou dianteiro.

Na Azul, Castelo Branco, Campo Largo e Colombo, era por trás. Na Piraquara e Santo Antônio pela frente.

Não vou saber te dar esse nível de detalhamento pra outras viações.

Faz muito tempo e eu, por ser criança a época, não ia de ônibus sozinho pra região metropolitana.

araucaria1

Araucária, Zona Sul.

Peguei uma vez um da Viação Colombo e me lembro cristalinamente que entramos por trás.

Os demais vi pelas fotos, quando foi possível. Alguns eu cheguei a tomar, mas não guardei esse detalhe.

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Abaixo a esquerda: Raridade Total!!! Caio Amélia da São Braz que vai pra Campo Magro, Zona Oeste.

campo-magro-entao-distrito-de-tamandare

Viação São Braz vai pra Campo Magro (na ocasião distr. de Tamandaré), Zona Oeste.

Na época, Campo Magro ainda pertencia a Almirante Tamandaré. É dificílimo ver fotos dessa empresa na pintura não-padronizada.

A viação na época tinha poucos ‘carros’, além disso era antes da revolução tecnológica.

Não havia nem câmera digital nem internet pros busólogos se comunicarem.

Logo, alguns pioneiros abriam o caminho na raça, com câmera de filme, tinha que revelar depois.

Proxs. 2 imagens: viação Campo Largo – essa foto é de 1975, pois foi o ano que nevou na Gde. Ctba.; o busão ao fundo (Caio B. Vista) tem uma ‘saia’ verde e ‘blusa’ amarela.

Sou busólogo, e ficar na internet pesquisando isso é o que eu mais faço.

Nunca tinha visto foto de um São Braz multi-colorido, uma grata surpresa.

Alias fiz essa postagem justamente por conta da raridade dessa foto, assim a divulgamos.

Se você também é busólogo, saberá apreciar o complexo alinhamento que se produziu pra estarem lendo isso.

1982: houve uma pequena modificação, mas a pintura segue basicamente a mesma (na época a C. Largo pertencia a A.V. Curitiba).

Em outra homenagem, começamos por aqui e vamos no sentido anti-horário.

Esquerda: Veneza da Campo Largo na pintura do começo dos anos 80.

Atualização: Hoje o grupo Melissatur, dono da viação Campo Largo, encabeça um dos maiores grupos de transporte da Grande Curitiba.

E mesmo de todo o Sul do Brasil, pois tem diversas filiais no interior:

No Paraná (Foz do Iguaçu, Campo Mourão) e Santa Catarina (Itajaí e Grande Blumenau), além das 2 ‘cidades-gêmeas’ da divisa PR/SC, Rio-Mafra e ‘Porto União da Vitória‘.

São Remo da Auto Viação Curitiba (municipal da capital), virada dos 70 pros 80: quando a empresa, repito, era dona da Campo Largo – repare a similaridade das pinturas.

O conglomerado da C. Largo engloba também as Viações Tamandaré, Piedade e Antonina.

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Nem sempre foi assim, entretanto: no começo dos anos 80 a Campo Largo pertencia a outra empresa, a Viação Curitiba.

Ambas tem a mesma área de atuação,  a Zona Oeste da Grande Curitiba.

Suas linhas partem do Centro da capital rumo a parte ocidental da metrópole.

mono sjp

Executivo’ da Viação São José dos Pinhais, Monoblocos de padrão rodoviário (1 porta, sem catraca, banco estofado reclinável). Faziam duas linhas do Centro de Curitiba a S. José: uma pro aeroporto (via Av. das Torres); e outra pro Centro de SJP (via Mal. Floriano). Escrevi erroneamente que “a pintura era exclusiva da linha Aeroporto”, mas havia outra linha que também usava esses ‘Monos’, repito. Seja como for, a linha Executivo Aeroporto surgiu em 1988, por 14 anos feita por busos grandes. Em 2002 foi reformulada, e pelos próximos 18 anos operada por micrinhos e micrões, não mais ônibus de tamanho normal. Em 2020 a linha acabou extinta.

Como alias o nome de ambas indica, as da Campo Largo avançam até o vizinho município de mesmo nome, enquanto que as da Curitiba são municipais.

O ponto final é em municípios distintos, mas boa parte do trajeto é o parecido.

No caso da linha São Braz mostrada na foto acima quase idêntico em 90% do trecho pois ela vai pela BR-277.

Nos anos 80 a Curitiba teve que vender a Campo Largo.

Essa, por sua vez, foi crescendo, comprando outras viações.

Entrou pro sistema municipal de Curitiba através da Viação Tamandaré, inclusive com vários bi-articulados.

Tanto que tem uma garagem pra operar as linhas municipais.

Viação Antonina, pra Alm. Tamandaré (mesmo grupo das viações Tamandaré e Campo Largo); pintura idêntica a usada na mesma época no municipal de C. Largo, na Grande Curitiba, e também Paranaguá, no Litoral.

Por muitos anos localizada no bairro do Boqueirão, Zona Sul.

Agora ela utiliza as instalações da antiga viação Carmo, também compartilhada com a ‘São José Urbana’ (a sucessora da Carmo) e CCD (sucessora da Cristo Rei).

sul

Abriu o baú: Gabriela 1, que era inclinado, da Viação do Sul nos anos 70 ou começo dos 80. A empresa serve Rio Branco do Sul e o vizinho Itaperuçu, que então pertencia a Rio Branco. Nome da viação acima da janela, como era o padrão em S. Paulo (mais abaixo uma sequência com todas as pinturas da empresa).

Enfim, a Campo Largo se tornou gigante. Segundo maior grupo da Grande Curitiba, só atrás dos Gullin.

Já a Curitiba foi no sentido oposto. Acumulando dívidas, primeiro vendeu a C. Largo pra se capitalizar.

Não foi suficiente. Com a licitação de 2010, a Auto Viação Curitiba deixou de existir, sendo comprada por viações maiores.

Resumindo, a Curitiba era a cabeça de um grupo. 1º vendeu a filial, operou um tempo sozinha, e depois faliu.

Já a Campo Largo começou como subsidiária de outra maior, subiu na vida, se tornou independente.

Campo Largo buso ctba livre caio gabi z/o

Campo Largo, começo dos anos 90.

E agora ela é quem é cabeça de um grupo. O mundo dá voltas . . .

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Agora vejamos 1ª pintura da mesma viação C. Largo já como independente da Curitiba.

Na virada da década de 80 pra 90 ela era assim, bege com faixa escura. Glorioso Monobloco Mercedes (1ª imagem da matéria, no alto da página).

Se você gosta desses redondões confira outros Monos em ação pelo Brasilzão afora.

araucaria

De novo Araucária.

A direita, um Gabriela, ambos da Campo Largo, Zona Oeste.

Há muuuuuuuito tempo a viação Campo Largo não compra mais Caio. Registramos uma era que se foi.

(Atualização: a Viação Piedade, que pertence a Campo Largo, quebrou o tabu no começo de 2017, comprando Caio de novo após décadas).

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A esquerda Marcopolo Torino. Mais pro alto da mensagem um Nimbus Haragano (com letreiro inclinado pra frente que é sua marca registradíssima).

Próximas 3: Fazenda Rio Grande, Zona Sul – essa foi a última pintura livre.

Os dois bichõesdescansam antes de zarpar pra Araucária, Zona Sul.

Note que um deles vai pela Avenida das Araucárias, e outro pela BR-476, a Rodovia do Xisto.

A primeira é a linha-tronco, e por isso ainda existe.

Ainda há uma linha ligando o Centro dos municípios de Curitiba e Araucária pela Av. das Araucárias, alias de forma bi-modal:

Há o ônibus Convencional parador e a Linha Direta (Ligeirinho).

Pintura especial pro começo da integração (‘Mafersa’ no letreiro menor, novamente).

Já a que vai pela Rodovia do Xisto foi seccionada, findando agora no Terminal Pinheirinho (Zona Sul), do qual é Alimentadora.

Ainda existe, mas não vai mais ao Centro de Curitiba, é preciso baldear.

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Vemos em sequência três busões de Fazenda Rio Grande, Zona Sul:

Agora 2 Caios Bela Vista (que tinha traseira inclinada). Esse ainda da Faz. Rio Grande, viação Leblon em pintura livre.

Primeiro um Comil na pintura municipal. Hoje mesmo as linhas internas do município são padronizadas no modelo de Curitiba, unicolor inteiro laranja.

Depois um Mafersa metropolitano, que ligava os Terminais da Fazenda e do Pinheirinho, esse último no município de Curitiba.

Alias esse primeiro lote era composto exclusivamente de Mafersas.

Agora da S. José. Faz linha municipal, por isso marrom. Depois o nome da viação também passou a ser escrito em letra de mão.

A direita, numa imagem rara, Bela Vista da Leblon em pintura livre.

Quando foi feita essa tomada Fazenda Rio Grande ainda era distrito do município de Mandirituba.

Vamos pra São José dos Pinhais (‘S.J.P.’), na Zona Leste. Vários da Viação São José.

Que tinha como marca indelével o nome escrito a letra de mão.

Balsa_Nova

Mono 1 da Balsa Nova na pintura livre!!!

O Monobloco (logo abaixo) cumpre a linha-tronco que une os dois municípios pela Av. das Torres, bairro do Uberaba (ou seja, não sai da Zona Leste).

A maioria das linhas da Viação S. José vai pela Av. das Torres.

Há 3 exceções: “Pedro Moro via Boqueirão” (Marechal Floriano, veja foto), “Pedro Moro via Uberaba” (Av. Salgado Filho) e “Independência via BR-277”.

No Term. Guadalupe 2 da Viação Piraquara: a frente Comil, atrás São Remo Marcopolo. Hoje essa linha sai da Pç. Santos Andrade.

Atualização: a linha que se chamava Independência ainda existe, e com o mesmo trajeto. Mas mudou o nome primeiro pra “Ctba/Afonso Pena (via BR-277)”, e agora é a E03-Guadalupe/Afonso Pena.

‘Afonso Pena’ é o nome do terminal. Essa é a única linha da viação S. José pela BR.

Pois essa rodovia é o ‘território’ das outras viações que vão pra SJP, a Graciosa e Marumbi (ambas essas do mesmo grupo).

Proxs. 2: A. V. São José em pintura livre, aqui Veneza na linha ‘Independência via BR-277′ (destaquei o letreiro); a dir. Monobloco ‘3’.

E as linhas do Centro de Curitiba pro bairro Pedro Moro (tanto via Boqueirão quanto Uberaba) acabaram sendo descontinuadas, agora a ligação é via Terminal do Boqueirão.

Ao lado um Veneza, exatamente na linha da 277. Já o Torino (visto mais pro fim da matéria) vai via Zona Sul, passa pelo Boqueirão.

Depois, a esquerda um pouco mais pra baixo, mais um Mono, esse da Viação Graciosa, que serve o Jardim Ipê, também em S.J.P. .

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sao-jose-dos-pinhaisQuando a pintura era livre, a Graciosa adornava seus veículos urbanos (com duas portas e cobrador) exatamente na mesma pintura que os rodoviários.

O princípio do itinerário de ambos os modais é o mesmo, a BR-277, que recomeça no Jardim Botânico (Zona Leste), logo após o cruzamento com a BR-116.

sao-jose-dos-pinhais2

2 da viação Graciosa: aqui outro Mono ‘3’ pra SJP (atrás há um Nielson da Marumbi).

Porém, obviamente, os metropolitanos só utilizam o começo dessa estrada, o seu trecho urbano.

Têm seu ponto final nos diversos bairros e vilas desse município (S. José dos Pinahis) que margeiam a BR, ainda dentro da área urbana da Grande Curitiba.

Já os de viagem cumprem o trajeto da 277 de ponta a ponta, descem por ela a serra rumo ao litoral.

Torino ‘1’ no Guadalupe, Volvo que impunha respeitoa linha é “Curitiba/Roseira“.

Como nota, tanto os busos que vão pra Zona Leste quanto os diametralmente opostos, que servem a Zona Oeste, passam pela BR-277 ainda dentro de Curitiba.

Rodovia que corta a região metropolitana da capital do estado de leste a oeste.

Na verdade ela corta o Paraná inteiro de leste a oeste.

Vemos 2 Graciosas. Acima a esquerda Mono ‘3’ da Graciosa em sua garagem.

E a direita: Torino ‘1’ Marcopolo Sim, eu sei. Oficialmente esse modelo é ‘São Remo 2’.

marumbi em curitiba

Mesma linha ‘Roseira’, agora pela Marumbi, viação que surgiu no fim dos anos 80 – a dir. foto colorida pra apreciarmos a pintura.

Acontece que se parece muito mais com o Torino que com São Remo, então eu o chamo de Torino ‘1’.

Como já dito, atrás do Monobloco da Graciosa há um Nielson (1º nome da finada Busscar) da Viação Marumbi. Ambas são do mesmo dono.

Talvez seja esse da foto a direita: o nº 7 da Marumbi, chegando 0km.

Duas coisas chamam a atenção no registro do ‘carro’ junto ao governo estadual:

Primeiro, a licença foi emitida pelo D.S.T.C. (trata-se da sigla de Divisão do Serviço de Transporte Comercial do DER – Dep. das Estradas de Rodagem).

A Expresso Azul já foi . . . azul!!! Outra coisa, nos anos 80 as linhas no letreiro tinham a letra “L” antes do nº, nesse por ex. é “L.115”.

O DER, através do DSTC, continua até hoje responsável por esse serviço no litoral e interior.

Entretanto o governo do estado resolveu em 92 modernizar o transporte metropolitano da capital.

Transferindo-o pra Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (“R.M.C.”).

O segundo detalhe é que no registro do DSTC a categoria consta como ‘Convencional‘.

Mesmo modelo (Torino), viação Piraquara.

Nos anos 80 havia essa distinção,  DSTC dividia as linhas em ‘Convencional’, ‘Semi-Urbano’ e ‘Metropolitano‘.

Mesmo sendo sempre operadas por ônibus urbanos, com duas portas e catraca.

Como ainda está escrito ‘Nielson’, a foto foi entre 1987 e 1989, pois em 1990 a encarroçardora adotou o nome ‘Busscar‘.

Terminal Guadalupe em 1977: aparecem ônibus das viações Campo Largo e Colombohá dois Fuscas em 1º plano, sendo um táxi.

Em preto-&-branco outro Monobloco 3 da Marumbi, operando aqui na Grande Curitiba.

Tanto o Graciosa acima a direita quanto esse Mono da Marumbi vão pro bairro da Roseira, São José dos Pinhais, Z/Leste da RMC.

É que a linha era da Graciosa, que “repassou” pra Marumbi. Como são do mesmo dono, ficou “tudo em casa”.

Mais pra baixo na matéria há mais uma foto colorida de um Marumbi. Nessa mesma pintura livre que ela usava na Grande Curitiba e ainda usa no Litoral, pra ligar Paranaguá aos balneários.

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A linha pro Terminal Jardim Paulista, em Camp. Gde. do Sul, é a principal da Viação Castelo Branco: em setembro de 2021 até mesmo a que vai pro Centro de Campina Grande foi seccionada e passou a ser alimentadora dessa linha e terminal; por muito tempo foi chamada de ‘Timbú‘ (*). Na pintura livre vinha ‘Ramal Timbú’ em alguns letreiros. Cliquei em 2022 essa placa no Term. Jd. Paulista, mas ela é do começo dos anos 90, quando da inauguração do mesmo. A linha era então conhecida como ‘Troncal Timbú’. Nas próximas 5 fotos a história da linha.

Quem disse que Curitiba não tinha ônibus azuis nos anos 80 e 90? Não apenas os tinha, como num caso nomeavam mesmo a viação.

Dois Torinos contemporâneos dessa empresa, que atende a Pinhais (até 1992, distrito de Piraquara), Zona Leste.

Um um pouco mais pra cima a direita e outro visto no alto da página (busque pela legenda).

Relembre quando o Expresso Azul era … azul. Porque hoje, oh, quanta diferença:

Se você vir um ônibus azul na garagem da Azul, é somente porque ele veio usado do Nordeste.

Ironia da Vida……Deus É mesmo o Cara Gozador!!!

Note que um dos Torinos azuis da Azul ainda tem placa de 2 letras, o outro já de 3.

De fato, ainda ostenta “PR-Piraquara” acima do KS-6745, justamente por ter sido clicado antes da divisão política.

Mais um Torino, da Viação Piraquara (busque pela legenda, um pouco mais pro alto).

Na pintura livre, chamada somente ‘Timbu’.

Essa empresa serve o Centro do município e imediações.

A parte que permaneceu em Piraquara quando Pinhais se foi, em 1992.

Justamente a região que eu visitei e fotografei esses dias (escrito em 2014).

Amplie a foto pra eu reparar um detalhe que vou comentar.

Veja no canto inferior esquerdo do vidro, há um adesivo:

“Tarifa Cr$ 23,00”. Por extenso: vinte e três cruzeiros reais.

Esse país já teve tantas moedas que é preciso consultr uma enciclopédia pra lembrar de todas.

A geração mais nova, que só conhece o Real em toda sua vida, nem sequer faz ideia o que como seja isso.

Ctba/Timbu“: no fim dos anos 90 os busos inter-municipais incluem ‘Ctba’ antes da linha; verde, mas a inscrição ‘Metropolitano’ se foi; nº do ‘carro’ agora com 5 dígitos, no lado esquerdo da parte frontal do mesmo.

Porém não é sobre a economia que quero falar, e sim sobre a busologia.

Nosso foco agora não sobre em qual moeda é a tarifa.

E sim sobre o adesivo mesmo que informa o valor logo na entrada.

Essa não é uma característica orgânica de Curitiba.

Foi importada de São Paulo e outras cidades na ocasião da padronização a pintura dos metropolitanos.

Acabando com as pinturas livres que estamos relembrando aqui.

Atualmente: Guadalupe/Jd. Paulista (*).

De forma que, por esse detalhe sabemos que esse ônibus está em seus últimas dias de decoração muiti-colorida.

Logo ele seria pintado numa única cor (bem como a frota inteira).

Primeiro a Piraquara foi obrigada a adotar o azul.

Depois da virada do milênio optou pelo bege, como todas as outras com exceção da São José dos Pinhais.

Veja nessa postagem um Monobloco da Expresso Azul já na pintura padronizada.

Caio Amélia da S. Antônio na pintura mais antiga indo pra Bocaiúva.

Também azul mas sem a faixa amarela que a caracterizava quando ela podia escolher como adornar sua frota.

Também com adesivo informando a tarifa no vidro. A Expresso Azul e a Viação Piraquara na época atendiam o mesmo município.

Pois Pinhais pertencia a Piraquara, como todos sabem.

Assim seus ônibus foram pintados da mesma forma na padronização.

Outro laranja que ligava Fazenda Rio Grande ao Terminal Pinheirinho, Zona Sul.

Arrematando o que eu dizia sobre o adesivo informando a tarifa:

Não era algo orgânico daqui, trouxeram de fora, e tentaram que pegasse. Não pegou.

Logo esse costume foi abandonado. Hoje, novamente os busos de Curitiba, municipais e metropolitanos, não têm esse aviso na frente.

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Torino da C. Branco, últimos tempos da pintura livre. Já vemos atrás alguns ônibus na pintura padronizada unicolor.

Ao lado  ainda mais um Marcopolo Torino da Viação Castelo Branco.

Que atende Campina Grande do Sul e Quatro Barras, igualmente na Zona Leste.

Vemos que esse modelo foi popular aqui na região de Curitiba, não?

A linha (do Castelo Branco) é Curitiba-Borda do Campo, conhecidíssima dos mochileiros porque tem seu ponto final no pé do Anhangava.

Outra imagem dessa transição: Vitória da Santo Antônio, pintura livre; atrás mesmo modelo e viação mas padronizado em bege.

Ainda existe, mas a exemplo da Araucária via Xisto foi seccionada e passou a ser Alimentadora.

Não vai mais até o Centro de Curitiba, mas só até o Terminal Quatro Barras, onde é preciso baldear.

(Atualização: isso quando fiz a matéria. posteriormente a coisa se reverteu novamente, houve uma fusão de linhas.

A ‘Borda do Campo’ voltou a ir até o Centro de Ctba., via Terminal Quatro Barras.)

sao-jose-dos-pinhais1

Torino da São José dos Pinhais. Vai pra esse município da Zona Leste, essa linha específica – agora extinta – via Boqueirão (Zona Sul).

Note que existe também outra Borda do Campo na Zona Leste, em São José dos Pinhais. Apesar de homônimas, as Bordas do Campo da Z/L ficam bem distantes uma da outra.

Nota: eu sei que não se usa muito dizer que tanto São José dos Pinhais quanto 4 Barras e Capina Grande são ‘Zona Leste’.

Pra SJP não incluem em nenhuma divisão, nem na Z/L nem na Zona Sul, e pras outras duas (Campina e 4 Barras) se diz erroneamente ‘Zona Norte’.

Tamandaré. Escrito ‘Mafersa’ no letreiro menor, antes da linha – no século 20 era comum usarem esse espaço pra mostrar o fabricante, e não o número da linha.

A questão, oras, é que esses 3 municípios estão claramente na porção oriental da Grande Curitiba.

Todos são a leste do Centro da metrópole, por isso os classifico como parte da Zona Leste. Veja o mapa que fiz.

Quanto aos demais municípios, minha classificação confere com a ortodoxia.

Na boca do povo, Colombo é Zona Norte, Campo Largo Zona Oeste, etc, então aqui não há rusgas. Segue o baile.

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Proxs. 4 fotos: viação Santo Antônio, que vai pra Colombo, Zona Norteolha a raridade.

Outra raridade total!!! A pintura mais antiga da Santo Antônio, vista em duas imagens:

A azul a esquerda logo no começo da matéria e depois num Caio, a direita.

Vejas as legendas, onde esse detalhe está sublinhado.

Primeiro falemos do dinossauro que está no alto da página. ‘Não é de meu tempo’.

urbanus

Urbanus com marca ‘Nielson’. A montadora de Joinville-SC só fazia rodoviários até 1987, quando entrou nesse novo nicho. Dois anos depois ela mudou o nome pra ‘Busscar’, que usou até falir em 2012. Se tudo fosse pouco esse bichão da S. Antônio era alongado (‘padrão’) e com o eixo a frente da roda.

Velho demais, fabricado nos anos 60, não o vi circular, de forma que nem sei qual o fabricante.

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Direita: Ainda mais raro!!! Voltamos ainda mais no túnel do tempo:

Monobloco ‘Jurássico’ 0-321, fabricado nos anos 60,

Operando nessa década ou no máximo na de 70. Também da Viação Santo Antônio.

Veja esse mesmo modelo em ação em Brasília, 1967.

buso ctba livre marcop azul veneza colombo z/n s. antonio

Aqui Veneza ‘2’ no Guadalupe, a esq. Cisne.

Quanto a foto que está mais perto. É um Caio Amélia, coloquei isso na legenda pra não ter como confundir.

E como é Caio!!, veja o símbolo dessa montadora na capelinha do itinerário, a esquerda de onde está escrito “Bocaiúva do Sul”.

A Santo Antônio atende basicamente o município de Colombo (Zona Norte), mas uma de suas linhas chega até o distante município de Bocaiúva do Sul.

buso ctba livre incasel azul colombo z/n s. antonioAgora não mais de forma direta até o Centro de Curitiba.

Igualmente foi seccionada é atualmente é Alimentadora do Terminal Guaraituba.

Alias com a inauguração desse terminal e também o do Maracanã, quase todas as linhas da Santo Antônio são alimentadoras.

Nimbus na pintura antiga da Expresso Azul, usada (provavelmente) na década de 70.

Ela opera a Linha Direta e o Troncal do Centro de Curitiba e dos terminais do Cabral e Santa Cândida até os terminais de Colombo.

E dali as vilas desse vizinho município são atingidas mediante baldeação sem custos.

Mais dois Santo Antônio, na última pintura livre da empresa, aquela que eu presenciei mais.

No alto, a esquerda, já vimos um Marcopolo Veneza, abaixo do ‘Jurássico’ da mesma viação.

colombo

De volta a Colombo, 3 da viação de mesmo nome, aqui Torino ‘1‘ chegando 0km, a esquerda Nielson (também 0km) e outro Torino, esse Torino ‘2’ no Guadalupe.

E logo acima um Cisne da Incasel,  Novamente na tonalidade celeste.

Quem disse que Curitiba não tinha ônibus azuis? Quem????????

Chamo-lhes a atenção prum fato: a marca indelével dessa viação era colocar um retângulo branco antes da linha.

Veja, no letreiro a esquerda de onde está escrito “Atuba” e “J. Graças” está inserido esse símbolo.

Reparei nesse detalhe em minha tenra infância, e nunca mais me esqueci.

Coisa de busólogo, evidentemente. As pessoas “normais”, mesmo as que pegaram esse ônibus todos os dias por décadas, nunca perceberam tal sutileza.

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Mais dois Marcopolos, agora da Viação Colombo.

O São Remo, mais antigo e ainda com placa de 2 letras (visto a direita na abertura da matéria)vai pro Jardim Osasco.

Já com 3 letras, o Torino (mais um!), pro Centro do município. Foto a direita.almirante-tamandare1

“Colombo Nova” se deve porque ele vai pela Estrada Nova de Colombo.

Hoje essa linha se chama Ctba/Colombo via Rodovia da Uva, o outro nome dessa via.

Existia, fazendo o contraste, uma linha chamada “Colombo Velha”:

curitiba-posto paris

PINTURAS QUE ACABARAM NA GRANDE CURITIBA COM A PADRONIZAÇÃO MAS PERMANECERAM EM OUTROS LUGARES: aqui e a seguir viação Graciosa, acima na capital do PR nos anos 80 ou começo dos 90.

Ia pela Estrada Velha, que corta o interior do bairro Santa Cândida, ainda no município de Curitiba.

Essas linhas ainda existem mas hoje têm outros nomes.

Chegamos afinal em Almirante Tamandaré (Zona Norte).

Onde havíamos começado, pois no começo dos anos 90 Campo Magro era seu distrito, como já dito.

Em linha ‘suburbana’ no Litoral Paranaense, por volta de 2009; apenas tiraram o laranja.

Bem, agora vamos ver a parte do município que permaneceu em Tamandaré após a cisão.

Espalhados pela matéria na viação de mesmo nome, mais dois Torinos:

O mesmo caso, o mais velho (visto mais pro alto) com placa de 2 letras, o mais novo já com 3, a direita um pouco acima.

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2 da Marumbi, esse como foi usado em Ctba. .

Galera, apertem os cintos que a viagem pela máquina do tempo (e do espaço) da busologia ainda vai longe.

E já que adentramos o túnel do tempo veja postagem específica sobre como era Curitiba nos anos 50.

Lá há um mapa da cidade, em que vários bairros e municípios vizinhos eram diferentes, no nome e na forma.

Perto da praia ela continua assim. Agora com registro no D.E.R., antes era D.S.T.C.; Seja como for, em SP e Rio Grande do Sul não seria possível essa continuidade, a padronização metropolitana é pro estado inteiro.

Bem, no caso do neto do imperador Dom Pedro a mudança foi bastante brusca . . .

E também uma tomada da Praça Rui Barbosa, num Centro de Curitiba ainda quase sem prédios.

Em compensação insiro a foto abaixo, feita na Praça Rui Babosa nos anos 80 ou comecinho dos 90.

ATUALIZAÇÃO SETEMBRO/16:

Reunidas em Ctiba., antes da padronização.

REUNIDAS EM CURITIBA

O Reunidas a esquerda foi clicado recentemente, no interior de Santa Catarina.

Também operou com essa pintura na Grande Curitiba, como informa a legenda.

Ao lado uma foto antiga, tomada no Centro de Curitiba, se preparando pra partir pra Mandirituba ou Quitandinha.

A pintura permaneceu em SC – por um tempo; hoje tanto a Graciosa quanto Reunidas mudaram a decoração de suas frotas.

Ao fundo a Santa Casa de caridade da igreja, 1° hospital de Curitiba.

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ATUALIZAÇÃO (FEV.16):

PRESERVADOS E O MARECHAL METROPOLITANO

Agora vou soltar uma bomba: a direita Viação Marechal na pintura livre.

É um Nimbus Haragano com motor dianteiro, clicado ainda 0km.

Alguém poderia argumentar: “então ele deveria estar na postagem que mostra os municipais de Curitiba antigamente, pois a Marechal é municipal.”

Aí é que está. Sim, hoje a Marechal é somente municipal.

Duas viações da Grande Curitiba têm veículos preservados, com todas as características originais, pra relembrarem o tempo que eram pintura livre. Esse Nimbus TR é o da Viação Colombo. Ano 1975, como vê pela placa. Ele pertencera a empresa, porém havia sido vendido. Um dia um diretor da viação viu esse ônibus a venda em algum lugar, e ao constatar que antes ele já fora patrimônio da firma, convenceu a diretoria da Viação Colombo a readquiri-lo. Assim foi feito, ele foi reformado e repintado nas cores originais, e hoje é a atração nos encontros e sítios de busologia.

O que pouca gente sabe é que a Viação Marechal já fez linha metropolitana. É verdade.

Nos anos 80 o roteiro Curitiba-Tanguá (o ponto inicial é perto do Passeio Público, o ponto final no bairro Tanguá, Almirante Tamandaré) era operado pela Marechal.

E os ‘carros’ que puxavam essa linha era nessa pintura.

Que era a pintura livre da Marechal no sistema municipal, antes da padronização da virada dos anos 70 pros 80.

Quando os convencionais de Curitiba foram pintados de amarelo, os interbairros de verde, etc, a Marechal manteve os ‘carros’ Metropolitanos da linha pro Tanguá nessa configuração multi-colorida cinza, verde e amarela.

2 tomadas do busão preservado da Castelo, que é Gabriela ‘1’ (da traseira inclinada).

E eram desse exato modelo, Nimbus Haragano motor dianteiro.

Nos anos 90 essa linha foi repassada pra Viação do Sul (que na verdade pertence ao mesmo grupo, os Gullin).

Assim a Marechal passou a se concentrar só nos municipais de Curitiba.

Três notas. 1) Em Porto Alegre-RS há um caso similar:castelo-gabriela-preservado

A VAP (Viação Alto Petrópolis) é do sistema municipal da capital.

Acontece que uma de suas linhas, a que vai pro bairro Índio Jari, entra no vizinho município de Viamão, na Zona Leste.

Por isso os veículos que a servem são pintados distintamente do resto da frota;

Viação Castelo Branco, que serve Quatro Barras e Camp. Grande do Sul (Z/ Leste). Esse não é preservado, é uma foto antiga, Monobloco na ativa no Term. Guadalupe.

2) Hoje a Marechal tem uma filial na capital do Brasil.

Essa viação curitibana foi uma das vencedoras do processo licitatório (que está sendo contestado na justiça) de Brasília, e opera algumas linhas por lá.

3) Em junho de 2016 (4 meses depois dessa atualização) a matriz curitibana da Marechal acabou, foi absorvida pela Glória.

A EVOLUÇÃO DA LINHA-TRONCAL CURITIBA/RIO BRANCO DO SUL ATRAVÉS DOS TEMPOS –

Como prometido, assim veremos todas as pinturas da Viação do Sul.

1986: entrega da frota nova da Santo Antônio (5 Comil Cisne e 3 Caio Amélia) numa revenda Mercedes-Benz que ficava no Trevo do Atuba, no bairro homônimo da Zona Norte.

Ligações pra outras matérias:

– Como era o Circular Centro nessa mesma época?

– Agora teremos que deixar Curitiba. Pois aqui nunca teve tróleibus.

Breve cronologia desse modal elétrico já foi publicada nesse canal de comunicação.

– Veja os ônibus de São Paulo de algumas décadas atrás. Ao lado um CMTC em linha pra Z/L de SP.

– Saindo da busologia, mas mantendo-nos na década de 80:

Os chicletes e por fim os refrigerantes “daquele tempo”...

“Deus proverá”

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