“A Cidade da Fé”: Aparecida (‘do Norte’)-SP

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 1º de agosto de 2016

Nota: eu não sou católico. Vamos mostrar a cidade de Aparecida, sim.

Sem no entanto que isso signifique endossar a doutrina católica.

Passarela que liga a Basílica a Igreja Velha.

A Alma de cada homem é livre para se filiar a Escola Espiritual que achar mais apropriada.

Pois por roteiros e tempos de viagem diferentes todas levam ao mesmo fim, que é o Retorno dos Filhos aos braços do Criador, Deus Pai Todo-Poderoso.

Isto posto, vamos lá. Embora o nome da cidade seja somente ‘Aparecida’, muitas vezes ela é chamada popularmente de ‘Aparecida do Norte’.

Imagem de Nossa Senhora na Basílica.

Pesquisei e fui ver que esse sufixo se deve a ‘Estrada de Ferro do Norte’, atual Estrada de Ferro Central do Brasil.

Ferrovia essa que liga o Rio de Janeiro a SP e Minas, cuja Estação-Terminal no Centro do Rio inspirou o clássico filme de mesmo nome.

…….

Aparecida é conhecida como ‘A Cidade da Fé’, por motivos óbvios. Sedia a Basílica daquela que pros católicos é a Padroeira do Brasil..

A cidade é bastante densa, pois o Centro tem muitos prédios que abrigam hotéis, e é na encosta de um morro.

Assim é uma espécie de Meca dos católicos. Quero dizer com isso o seguinte:

Pessoas dessa religião que moram no Sudeste e estados próximos como o Paraná têm como fato marcante em sua vida fazer pelo menos uma peregrinação a Aparecida.

Muitos vão mais de uma vez e há até aqueles que vão todos os anos.

Evidente, brasileiros de outros estados também vão até Aparecida, quando atravessávamos a Passarela em nossa frente ia uma família gaúcha.

Assim muitas ruas são estreitas.

Mas andando pelo estacionamento reparei que 90% das placas, tanto dos carros quanto ônibus e vans, eram de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

……….

Alias, no caminho eu passei pela Capital Paulista, o que gerou um ensaio mostrando a Marginal Tietê e o começo da Via Dutra (BR-116), pegando também um pouco de Guarulhos.

Voltando a “Cidade da Fé”, Aparecida tem cerca de 35 mil habitantes.

Uma das avenidas principais: fechada de forma permanente, se tornou gigante camelódromo.

É conurbana – as áreas urbanas são emendadas, portanto a cidade é a mesma – com o vizinho município de Potim, que tem mais 22 mil moradores.

E ambas, Aparecida e Potim, são subúrbios de Guaratinguetá, que é bem maior e mais desenvolvida, tem mais de 100 mil habitantes.

Entre Aparecida e Guará há ônibus urbano de 15 em 15 minutos – o intervalo da linha que eu pego em Ctba., o Canal Belém, é de 20 minutos.

E a passagem Aparecida/Guará custa somente R$ 2,90 (julho/16), bem menos que a tarifa municipal de Curitiba que é R$ 3,70.

Centro e passarela no final de tarde.

Portanto é mais rápido e barato se locomover de Aparecida a Guaratinguetá, que são municípios distintos, que ir de alguns bairros ao Centro de Ctba, dentro do mesmo município.

Assim, somente olhando o quadro de horários fica nítido que muitos aparecidenses trabalham em Guará, onde há bem mais empregos.

Por outro lado o  turismo religioso é de longe a principal atividade profissional de Aparecida. O ramo hoteleiro é muito forte, óbvio, podendo acomodar simultaneamente várias vezes a população fixa da cidade.

camelos (2)

2 carros se encontram na esquina. Por causa da feira, 1 terá que voltar de ré.

E há diversas lojas vendendo lembranças (camisetas, chaveiros, fitas) católicas.

Uma das principais avenidas da cidade foi fechada, de forma permanente, para se transformar num camelódromo.

Várias de suas transversais também são ocupadas pelo comércio ambulante, essas de maneira parcial:

Há camelôs dos dois lados da via, no meio das barracas os carros podem passar, se se espremerem bastante. Veja a esquerda.

Por um lado, isso gera empregos. Pessoas de diversas cidades do Vale do Paraíba migram pendularmente para Aparecida diariamente para  trabalharem na feira e no comércio que a circunda, como restaurantes, pensões, depósitos pros produtos, etc.

Centro: densidade e feira de ambulantes.

A questão é que, como dito, o camelódromo interdita completamente uma das principais avenidas e parcialmente as transversais. O que torna o trânsito de Aparecida absolutamente caótico.

Se deslocar de carro pelo Centro definitivamente é confuso e difícil, o ponto mais crítico de se visitar a cidade.

Conforme eu inclusive coloquei na pesquisa do hotel que me perguntou o que achei da viagem.

As 2 fotos ao lado e abaixo deixam claro. Veja: eu estou dentro de um carro.

Estamos tentando sair de ré, e a frente do nosso há um outro automóvel, que vem também dando ré.

Porque a frente dele há ainda mais um veículo vindo no sentido contrário.

E a via embora seja de mão dupla na prática só passa um carro, pois as tendas dos ambulantes tomaram conta dos dois lados.

As imagens mostram como você tem que ir zigue-zagueando. Só que não há uma placa, e nem ninguém avisando essa situação.

Você entra numa rua, e de repente a sua frente surge uma fila de carros dando ré, assim você tem que fazer o mesmo.

Próximas 3: puxadinho no prédio.

Isso em meio a pessoas passando, barracas de comércio ambulantes, esquinas em que outros carros vem entrando atrás de você… o caos é total, resumindo.

………

Embora fisicamente no estado de São Paulo, eu diria que a cultura de Aparecida já é mais carioca que paulista.

Pra começar, ouve-se muito ‘funk’, ouvi tocando direto, nos vendedores de CD’s, e também nos carros.

Além disso, até no próprio urbanismo Aparecida tem um jeitão de subúrbio carioca.

É em morro, e muito densa, um prédio em cima do outro.

Porque há muitos hotéis, para acomodar tantos turistas. Mas o mais impressionante vem agora:

puxadinho no prédio. Aparecida definitivamente faz parte da américa.

O que mais me chamou a atenção na cidade é que é extremamente comum o ‘puxadinho no prédio’.

Quero dizer com isso que o edifício já está pronto e sendo usado.

Mas mesmo assim vão se construindo mais andares por cima.

A primeira vez que vi esse fenômeno foi na República Dominicana. Mas mesmo lá é raro.

Camelódromo e ao fundo a Basílica.

No Chile é mais comum, fiz matéria específica focando nisso.

Nesses 2 países presenciei pessoalmente. Depois, via ‘Google’ Mapas, notei o mesmo em Salvador-BA.

É uma característica da América, o inusitado, o abrandamento das regras.

Santiago do Chile é um contraste, uma cidade bastante europeizada, mas também muito americanizada.

Comércio religioso.

América é um continente não um país, o que vem dos EUA é ‘estadunidense’ ou ‘ianque’.

Vou repetir isso até que as pessoas entendam e desfaçam essa confusão gramatical.

América Querida, cujo traço marcante é essa flexibilidade. O prédio já está pronto e sendo usado.

Mas querem erguer mais andares? Não tem importância, faz assim mesmo.

centro (5)

Resumo de Aparecida: densidade, camelódromo e puxadinhos nos prédios.

O Caribe é América. Santiago, apesar da máscara europeia, também é.

Salvador é a Essência mesmo da América, como o é  Santo Domingo. E Aparecida pulsa na mesma frequência.

……….

Bem, eu disse que Aparecida é mais carioca que paulista, e essa de fato foi a impressão que tive.

Quando fui a Santos, disse que a Baixada Santista misturava em sua cultura elementos paulistas e cariocas.

Era uma mescla, um meio-termo entre as duas maiores cidades do Brasil.

Pois bem. Aparecida já está mais ainda pro lado do Rio de Janeiro.

………..

Indo pra Roseira.

Como notam nas fotos ao lado, os busos metropolitanos que circulam em Aparecida foram pintados com o padrão ‘azulão‘ da EMTU.

(Repare, na tomada acima vemos o teleférico ao fundo).

Isso só pode significar uma coisa: foi criada oficialmente a ‘Região Metropolitana do Vale do Paraíba’.

São José dos Campos é a principal cidade da região, o ‘centro’ da nova região metropolitana.

Não por outro motivo por boa parte do século 20 e até 2010 uma de suas viações de ônibus se chamava a “Capital do Vale”.

Isso no municipal de São José, tema que já falei outro dia com muitas fotos. Voltando aos ônibus metropolitanos, que é nosso tema de hoje:

No estado de São Paulo – como no Rio Grande do Sul – a padronização metropolitana vale pro estado inteiro.

Vitral no interior da Basílica.

Deixemos o Rio Grande pra falarmos outra hora, e centremos fogo em SP.

A princípio apenas os busos metropolitanos da capital, Baixada Santista e Campinas foram pintados nesse padrão.

A única diferença é que no início aquela faixa maior  vertical/diagonal, atualmente branca, era também vermelha.

As demais linhas do transporte intermunicipal permaneceram a cargo da Artesp, outra autarquia diferente da EMTU.

Assim os veículos continuaram a princípio com pintura livre.

Agora vemos que a EMTU expandiu sua área de atuação.

E padronizou em azul também o Vale do Paraíba. Por uma página na internet, constatei que a região de Sorocaba passou pelo mesmo processo.

Bem, não só em azul. Os busos de viagem (mais altos, 1 porta, bancos reclináveis) mas que ligam municípios dentro da mesma região metropolitana também:

Igualmente são pintados no mesmo padrão, apenas inteiros cinzas no lugar do azul.

Como notamos a esquerda acima (sobre o ônibus de novo o teleférico).

A direita a Rodoviária de Aparecida. De onde saem os busos metropolitanos e também os de distância maior.

Pra fecharmos esse tópico: as linhas internas do Vale do Paraíba são operadas pela Pássaro Marrom.

Que também faz a ligação entre o Tatuapé e o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

……………

As imagens mostram e é notório, há uma cadeia de morros circundando a cidade.

No topo de alguns deles mais monumentos e construções religiosas.

Como visto nas duas fotos a esquerda, a acima e essa logo ao lado.

Ligando uma dessas capelas no cume a Basílica central existe um teleférico, que já foi comentado nas fotos dos ônibus, aqui enfatizamos de novo. morro (4)

Assim em várias tomadas do Centro ao fundo aparecem os bondinhos suspensos nos cabos.

Nas encostas desse morro há um bairro mais humilde.

Fotografei de longe, não deu tempo de ir lá pessoalmente.

morro (5)Depois pelo ‘Google’ Mapas confirmei minha impressão, trata-se da periferia da cidade.

Nas tomadas laterais imagens desse bairro.

Em primeiro plano no retrato ao lado mais um hotel.

……

Vemos agora um pouco das flores que adornam Aparecida.

As em cor-de-rosa foram tomadas no pátio da Basílica.

Mas a em vermelho (1ª da sequência horizontal) numa casa próxima ao Centro.

Mais fotos dentro da Basílica e seu entorno.

As ruas próximas ao Centro da cidade.

Mais 4 de ‘puxadinhos’, prédios que já são habitados mas de repente as obras recomeçam, traço muito forte de Aparecida (clique sobre as fotos pra ampliá-las, o mesmo vale pra todas):

Vamos ver algumas colagens com panorâmicas da cidade.

Ao lado os mesmos prédios vistos na 4ª imagem da matéria, no topo da página. Lá era anoitecer, e aqui ainda não.

E essa a direita eu cliquei da Basílica. Vemos o estacionamento dela, ao fundo os prédios do Centro.

Destaquei um edifício bastante alto afastado.

Dizem que é um hotel de luxo que pertence a Igreja Católica, mas não posso confirmar.

O Centro com o teleférico e a flor (esq.) que serão vistos de novo mais abaixo.

As colagens não ficam perfeitas, longe disso, você vê as emendas. É apenas pra termos uma panorâmica mais ampla.

GALERIA DE IMAGENS:

Aparecida é assim. 

Aproveitando o embalo, adiciono alguns desenhos que tratam desse mesmo tema dessa mensagem, a Igreja Católica.

De São Paulo vamos pra Santa Catarinapostagem publicada em 9 de janeiro de 2017.

Primeiro vista por fora a Igreja-Matriz de São Bento do Sul, Norte de SC.

E a seguir a parte interna do templo, com uma devota.

Essa senhora do retrato de hoje já é bisavó. Inclusive também viúva.

Seu amado companheiro já retornou pro ‘outro lado’ há alguns anos.

Ela necessita até de um porretinho (bengala) pra ajudá-la a caminhar.

Cabelos naturalmente brancos. Mas enquanto ainda tem forças ela segue com sua vida ativa, frequentando as missas na catedral.

Que Deus Ilumine a todos.

“Deus proverá”.

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