busos que saíram daqui e foram circular em outras cidades.
INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado originalmente em 3 de julho de 2016.
Ampliado e reordenado como postagem própria em 23 de julho de 2016.
Anteriormente era parte da postagem “Demorou uma década mas o Roça Grande virou terminal de verdade“.
Maioria das tomadas da internet, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas. As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’.
BOMBA!! BOMBA!!! O INTERBAIRROS 2 AGORA VAI ATÉ A AMÉRICA CENTRAL!!!
Atualização de janeiro de 2017: geralmente as atualizações vão no pé da página, ao fim da matéria. Mas essa eu tive que pôr no topo, e há um bom motivo.
Flagrei na internet um Caio Expresso Gabriela ex-Curitiba na Costa Rica. Detalhe: no letreiro ainda está escrito “020-Inter-Bairros 2”. Fui eu quem informei ao dono da página que o buso era daqui, e o ano de fabricação.
(No fim da matéria segue a atualização com articulados ex-Ctba no interior do Paraná. Volta o texto original, em que eu me refiro a foto dos EUA, a 1ª da página):
Acabamos de ver ônibus curitibanos em Nova Iorque. Mas é um caso diferente do que virá daqui pra baixo.
Nos EUA esses Ligeirinhos foram só pra serem exibidos. Lerner queria mostrar ao planeta o sistema que ele estava implantando aqui.
E quer vitrine melhor que a cidade que poderia ser considerada ‘capital do mundo’?
No entanto, foi literalmente “só pra gringo ver”.
Sim, os busos curitibanos fizeram uma curtíssima linha (apenas 2 estações) no Centro de NY, por brevíssimo período de de tempo (4 dias, por aí).
Acabado o espetáculo os Ligeirinhos prateados receberam os aplausos e entraram no navio, voltaram pra casa, onde aí sim operaram por mais de uma década.
O que aconteceu em N. Iorque não foi transporte de massas de fato, e sim uma demonstração pra burguesia, creio que a diferença está clara:
Os busões estavam lá não pro povão mas pros ‘formadores de opinião’, que nem sequer usam ônibus, nem no Brasil nem nos EUA ou parte alguma.
Registramos porque é curioso. Mas a partir de agora vamos ver outro caso:
Os busos que circularam muitos anos em Curitiba, e aí foram vendidos pra outras cidades, onde deram mais muitos pegas, como transporte coletivo de massa.
………..
Segue o texto original: lendo as legendas das fotos captaram como foi a trajetória do articulado Torino. De Curitiba a Feira de Santana, Bahia.
Na verdade foi ‘dose tripla’. A S. Antônio se desfez de 4 articulados de uma vez, e 3 foram pra Bahia: 18R35, 36 e 37.
Vemos abaixo o 18R35 no Cabral; o comboio dos 3 bichões subindo a BR-116 rumo a Feira; e por fim como ficou o ex-18R35 pintado com as cores que veio a operar no Nordeste.
Então vamos sentar o aço aqui.
CONEXÃO CURITIBA/MANAUS: DE SUL A NORTE, CRUZANDO ESSA NAÇÃO-CONTINENTE
Achamos vários oriundos da capital do Paraná rodando na capital do Amazonas.
Ao lado: Torino em Curitiba, verdinho como Interbairros pela Cristo Rei.
‘Madurou’: a direita eis o mesmo veículo em Manaus. Re-encarroçaram o bichão prum modelo mais novo:
Em Ctba era Torino ‘2’ (‘Torino 1989’ na terminologia da Marcopolo), aquele que tinha o letreiro saltado, um pouco saliente em relação ao teto.
E na Amazônia ele recebeu uma carroceria de Torino ‘4’ (‘Torino 1999’ na denominação oficial). Por isso está redondinho – os faróis também mudaram, enfim a carroceria é outra.
Com nova roupagem não deixa de ser o mesmo busão, o DR111, que já era Marcopolo em Curitiba, re-encarroçado em Manaus.
Agora vamos ver três fases de um mesmo ‘carro’.
Acima, começou como Expresso vermelhinho, prefixo DR016. Como o próprio autor da foto nos explicou, em 2000 foi implantado o bi-articulado no Eixo Leste-Oeste.
Assim a Cristo Rei deixou de operar nessa canaleta.
E repassou a maioria dos seus articulados Expressos pra Interbairros.
A direita o que fora DR016 foi pintado de verde e virou DR112. Ainda Caio Alfa.
Fotografado no mesmo lugar e posição do DR111.
E como o DR111, o DR112 também foi re-encarroçado, e também foi pra Manaus.
Só que a mudança foi mais radical.
De Caio ele virou Marcopolo. Filma acima o bichão ‘Azulão’ em pleno Amazonas!!!
Agora um outro veículo, esse nasceu e permaneceu Busscar. Segura o que está por vir:
Nada menos que 6 fases distintas de um mesmo ônibus. 4 cidades. 2 estados. Um busão rodou nada menos que:
CURITIBA/LONDRINA/MARINGÁ/MANAUS: DA CAPITAL PRO NORTE DO PARANÁ, DALI PRO NORTE DO BRASIL
NOTA IMPORTANTE: me baseei numa postagem do sítio IvanBuss pra contar a história do LR008. Acesse:
http://ivanbuss.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html#!
Lá eles informam que o veículo fotografado pela Garcia em Maringá não é exatamente o mesmo mostrado antes em Curitiba.
Provavelmente não há registros dele no interior.
Assim puseram um do mesmo modelo, apenas pra ilustrar. Isto esclarecido, a história está correta.
Em 5 tomadas da sequência acima é o mesmo ‘carro’.
Da 1ª a 4ª,e também a 6ª. Amplie pra ver que é sempre a mesma placa, AHV-0970.
E também o irmão que fotografou em Manaus informa os antecedentes:
Que pertenceu a Viação Curitiba, Grande Londrina e Cidade Canção aqui no Paraná.
Clicado em todas essas fases, 2 vezes em Curitiba.
Aí o sítio Ivanbuss complementa:
Além do municipal em Maringá ele fez também ‘suburbano’ ali pela Garcia.
Mas nesse caso não foi fotografado, substituíram por um de mesmo modelo.
Registrado o adendo, falemos um pouco mais do Busscar que começou como LR008. Um ‘bicudinho’.
Modelo raro, que foi comum em sua cidade-natal (Joinville-SC) mas esparso nas outras cidades.
Curitiba teve um deles, como veem. Pela extinta Viação Curitiba. Começou como Interbairros.
Também verdinho portanto, mas esse ‘madurou’ aqui em Curitiba mesmo, ‘vermelhou’:
Abriram duas portas mais altas (aptos a operar nas plataformas com embarque em nível).
E ele encerrou seus dias na capital paranaense como Expresso.
Quando os eixos de Expresso foram sendo transformados com a implantação dos tubos, no início adaptaram alguns ônibus que já estavam no sistema:
Eles tinham 4 portas pra embarque a nível do solo, e catraca.
Excluíram a roleta e as 3 portas traseiras (mantiveram a dianteira pro motorista entrar, mas os passageiros não a utilizavam).
E no lugar implantaram duas elevadas, no nível da plataforma do tubo. Uma forma de transgenia.
Assim, só havia uma porta pra embarque e outra pro desembarque, obviamente uma solução precária.
Por isso, como disse, esses ‘carros’ adaptados sobreviventes da era pré-tudo operaram por um tempo nos tubos.
No entanto somente nos horários de pico, como reforço pros bi-articulados. Na mensagem original, da qual essa foi desmembrada, há a cena de um buso que passou por adaptação idêntica em ação no terminal, onde vemos as portas.
Até aqui falamos do ‘Antes/Depois’ do LR008 ainda dentro de Curitiba. Mas já viram nas fotos como ele ficou amarelado, azulado, prateado, e por fim novamente esverdeado:
Quando estive no Amazonas lhes relatei, lá recebiam carros do Brasil inteiro, e muitas vezes não era sequer re-emplacados.
Vi em Manaus ônibus com placas de Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e muitas outras cidades.
Veja bem. Não é que o primeiro licenciamento foi em outro lugar, e aí transferiram pra lá. Não.
Nem sequer transferiram. Estava escrito na chapa “PR-Curitiba”, “RJ-Rio de Janeiro”, etc.
Em alguns casos re-emplacaram em Manaus, mas em outros não.
Mas atenção. Minha viagem foi em 2010.
Relatei o que era verdade na ocasião, pois foi o que vi com meus próprios olhos. Na época o transporte coletivo em Manaus era uma zona.
Vários ônibus circulavam quebrados (por vezes até vidros estilhaçados, e passei pessoalmente por essa situação).
Cada empresa pintava como queria, e – o surreal do surreal – em algumas viações se entrava pela frente, em outras por trás.
Só que de lá pra cá o transporte coletivo manauara passou por grande onda de modernização.
Chegaram centenas de ônibus novos, sendo dezenas de articulados.
Padronizou-se a pintura e a entrada pela frente.
Então creio que as tristes cenas que vi não se repetem mais.
Ou certamente foram em muito amenizadas. Que bom, mas quando eu fui lá ainda não era assim.
Seja como for, taí o Torino em pinturas e carrocerias distintas (na Amazônia adaptaram até portas na esquerda pra cumprir linhas do ‘Ligeirão’ local).
Mas o mesmo carro: de Curitiba pra Manaus, Amazonas.
Via Londrina e Maringá (nesse caso municipal e suburbano).
ATUALIZAÇÃO: DE CURITIBA PRA FOZ DO IGUAÇU (E ALGUNS AINDA TIVERAM CICLOS NO ESTADO DE SP)
Essa 1ª atualização se deu no mesmo dia que a postagem foi pro ar (23/07/16). Vários ex-Curitiba em Foz, no Oeste do Paraná.
Começo por um que foi da Redentor, que alternou várias vezes entre o PR e SP. Não há fotos dele em Curitiba. Mas na sequência, não perca a conta, o mesmo veículo em:
1) São José dos Campos, interior de SP, Viação São Bento, em 1995; 2) Foz do Iguaçu, extinta Viação Morena, indo pra Porto Meira, Zona Sul – em 1996, de volta ao PR; 3) Grande SP, Viação Ribeirão Pires, ligava esse município a São Caetano, já na padronização EMTU, outro Volvo Azulão – de novo no Sudeste.
Bem mais pro alto na página já vimos 1 Busscar da Glória que foi pra Expresso Cidade de Foz. Aqui vão mais dois:
A esquerda o BA062 na capital:
linha Alimentadora que também sai do Terminal Boa Vista pro bairro Rio Verde, no vizinho município de Colombo.
Escrito ‘Cidade de Curitiba’ e operado por viação municipal porque até 2015 os sistemas municipal e metropolitano eram o mesmo;
Ao lado o mesmo ônibus, agora 4106 no interior do estado.
……….
Agora em laranja o BA063 na capital;
A direita, um pouco depois, em Foz virou o 4107. O detalhe curioso está no letreiro: “Linha 210”.
Em Foz a maioria das linhas têm nome, mas algumas são numéricas, como notamos.
Na imensa maioria das cidades as linhas são batizadas com o nome dos bairros (e/ou terminais) que elas servem.
Mas em algumas poucas cidades as linhas não têm nome, e sim números. Em Santos-SP foi assim, na Itália também.
Agora com o letreiro eletrônico essa característica se diluiu, mas foi muito forte um dia.
No entanto, a cidade ter algumas linhas com nome e outras numeradas é raríssimo.
Flagramos esse caso em Foz, em Araucária, na Gde. Curitiba, ocorre o mesmo.
Soltamos mais um articulado ex-Curitiba. Foi o BR008 da Glória. Não há registros dele na capital.
Em Foz (esse repintado de branco com faixa azul) o 750 da empresa Irmãos Rafagnin, visto acima.
Também rodou na Grande São Paulo, igualmente no Grande ABC.
Da Viação EOSA, ligando Mauá a São Caetano, fotografado a direita.
ATUALIZAÇÃO SETEMBRO.16: DE CURITIBA P/ FLORIANÓPOLIS
Esquerda: articulado Marcopolo/Mercedes Benz ligando Araucária ao Terminal Capão Raso, tudo na Zona Sul da Grande Curitiba.
Direita: O mesmo bichão ainda fazendo linha metropolitana. Mas agora em Florianópolis-SC.
Detalhe interessante: Aqui no Paraná era ligeirinho.
Portanto do lado esquerdo é que são as 3 portas na configuração urbana.
Com 2 folhas – elevadas em relação ao solo pois usadas em plataformas com embarque em nível.
Do lado direito do ‘carro’ só há 2 portas de emergência. Em condições normais só usadas excepcionalmente, quando o buso quebra ou o tubo está interditado.
Ainda por cima são em configuração de viagem, 1 folha que abre pra fora.
Pois bem. Não adaptaram o veículo, abrindo mais 1 porta a direita.
Está rodando assim mesmo, com embarque e desembarque pelas portas de emergência do lado direito.
Um articulado com apenas 2 portas, e ainda portas estreitas que demoram a abrir.
Em vez de facilitar a vida dos passageiros está dificultando. Vai entender….
REGISTRO HISTÓRICO:
VIAÇÃO COLOMBO EM TOLEDO-PR, ANOS 80
Pensa que acabou? Então segura essa que vem agora:
Garagem da Viação Colombo, ainda com a pintura usada aqui na Grande Curitiba.
Porém ela está operando em Toledo, no Oeste do Estado.
Você sabia que a Colombo havia tido essa filial no interior?
Eu sinceramente não sabia. Mas a imagem é clara.
Veja o nome das linhas nos letreiros: Jd. Porto Alegre, Sadia, Coopagro, V. Industrial, Pioneiros (detalhe). Bairros de Toledo.
Na foto a esquerda destaquei exatamente o “Cidade de Toledo” que foi inserido na lataria de alguns ‘carros‘ (no 1º ônibus, ao lado do furgão branco, que é um Fiat Fiorino) e o “Ciferal Paulista” (no que vem logo a seguir).
A direita os mesmos busões, porém com a tomada em ângulo oposto (o Fiat branco continua lá).
De Curitiba a Toledo. E dessa vez foi a frota toda.
A descoberta dessas fotos gerou nova postagem, ‘Viagem pro Passado: a Garagem da Colombo nos anos 80 (e outras raridades)’.
Há várias fotos da frota dessa viação, dessa vez da matriz aqui na Grande Curitiba.
DE CURITIBA P/ P. GROSSA. E… DE VOLTA PRA CURITIBA
JR106 aqui em Curitiba, finada Viação Água Verde.
Leiloado, arrematado pela Viação Iapó, foi pro interior fazer suburbano na região de Ponta Grossa.
Porém voltou pra Grande Curitiba. Pra Viação Colombo.
A princípio puxava a linha Guadalupe/Roça Grande (que vai pro Centro de Ctba.).
No final de 2017 a linha Santa Cândida/Roça Grande passou a contar com um articulado, e foi esse ‘carro’ que foi deslocado pra ela (ao lado, cliquei no ‘Roça’).
DE CURITIBA PRA BLUMENAU. E … DE VOLTA PRA CURITIBA
Mais um caso similar: Um Caio Volvo foi vendido zero pra Santo Antônio, de Colombo, Grande Curitiba (dir.).
Foi alias um dos primeiros Volvos ‘cabritos’, com motor dianteiro (nessa outra postagem vemos ele ainda sem placas).
A seguir foi pra Blumenau (esq.). E retornou a Grande Curitiba, agora pela Viação do Sul (última imagem da página).
Esses dois últimos busos começaram em Curitiba, saíram e depois voltaram pra cá.
Me refiro, claro, ao Caio Volvo pitoco que passou por Blumenau e o Scania Marcopolo que visitou Ponta Grossa,
Por isso eles também estão na mensagem ‘Do Mundo pra Curitiba’, que mostra a mão oposta.
Alias desse Caio há nada menos que 7 fotos lá, essas 3 e outras 4 não mostradas aqui.
……..
Segue a atualização de janeiro.17. Esquerda: a linha pro Boqueirão foi esticada até a cidade de Realeza, a 542 km da capital???
Claro que não. É que a prefeitura de lá comprou alguns articulados e bi-articulados usados daqui.
A direita abaixo vemos o antigo BR010 operando em Curitiba.
Parado na linha Carlos Gomes, fazendo a linha Boqueirão. Mas no letreiro está escrito “Especial“.
Acima, como dito, puxando linha da ‘Saúde‘ (portanto não é transporte urbano regular) em Realeza. Paradoxo, não? Quando está na linha Boqueirão, isso não vem no letreiro.
Depois saiu do sistema da capital, está perto da fronteira com a Argentina a mais de 500 km daqui.
Aí eles descobrem que havia a palavra ‘Boqueirão’ na lona de itinerários. Coisas da vida….
Te acalma aí que a conexão Curitiba-Realeza está só começando.
Como percebemos ao lado, essa pequena cidade de apenas 16 mil habitantes tem bi-articulados operando em estações-tubo.
Portanto agora sim os vermelhões ex-Ctba. na ativa no interior, em linhas urbanas normais, abertas a todos os passageiros.
Vemos agora (dir.) o bichão de lado. No lugar do “Cidade de Curitiba”, só apagaram no nome da capital e puseram “Realeza” no lugar”, aproveitando inclusive o “Cidade de”!!!
A esquerda quando ainda estava em Curitiba, nos fundos da UFPR.
Aqui ele era o BD122, lá virou BDO122.
Mais casos de “Tabela Trocada”. Alias, atualizei também essa postagem, confira.
……….
Publicado mais um capítulo da “Enciclopédia do Transporte Urbano no Brasil”.
Sempre relatando como é a busologia no Brasil e na América,
Eu Sou O Mensageiro.
“Deus proverá”