2018: como lázaro, a Busscar ressurge do túmulo;
mas no modal urbano a morte prossegue
INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado originalmente (via emeio) em 30 de abril de 2012
Levantado pra página em 23 de julho de 2018, ampliado massivamente com centenas de novas fotos.
Maioria das imagens baixadas da rede, créditos mantidos sempre que estavam impressos nas fotos.
As tomadas que forem de minha autoria identifico com um asterisco (*). Tudo isso esclarecido, vamos lá.
Como as legendas e título e sub-título da matéria já informaram, e é de domínio público:
Em 2012 a Busscar veio e pique, e faliu. Em 2018 voltou sim, com a massa falida comprada por alguns dos sócios da Caio.
Porém o retorno só vale pro modal de ônibus de viagem, que é onde vai ser centrado o foco da nova companhia.
Pros veículos urbanos a Busscar permanece mortinha, inerte.
Ao menos por hora, havendo reviravoltas atualizo novamente a matéria.
Agora podemos iniciar o texto original, escrito em 2012 (eventualmente interrompo pra novas atualizações):
Uma mensagem que vai consternar aos busólogos. É o seguinte:
A Busscar, uma das maiores fabricantes de carroceria de ônibus de nosso país (e mesmo da América pois tem uma fábrica na Colômbia), faliu.
Ela chegou a ter 30% do mercado em nossa pátria, e até hoje é muito forte na Colômbia.
O que comprovei pessoalmente. Essa marca é quase um ícone no país vizinho.
Pra você ter uma ideia, a plaquinha que indica o ponto de embarque e desembarque em Bogotá tem um ônibus desenhado.
Isso é igual no mundo inteiro, sem novidades. A novidade vem agora.
Nessa cidade não é um ônibus genérico, qualquer modelo, como no Brasil e em todas as outras partes.
A plaquinha de ponto de ônibus em Bogotá vem ilustrada com um Urbanuss Pluss, modelo da Busscar.
Logo, Busscar é sinônimo de ônibus naquele lugar, numa simbologia talvez indecifrável pra massa mas cristalinamente óbvia pra nós busólogos.
Mais que isso: no auge a Busscar chegou a ter fábricas em várias partes do mundo:
Além da matriz brasileira em Joinville-SC claro, na Colômbia, México, Cuba, Venezuela aqui na América e mesmo na Noruega na Europa.
Ou seja, a Busscar um dia almejou se tornar uma potência global – o que a Marcopolo conseguiu.
Acontece que a Busscar não conseguiu, e como Ícaro da Mitologia essa tentativa de voar mais alto que podia, muito perto do Sol, foi o que ocasionou sua posterior falência.
…………..
Curiosamente, a matriz brasileira se foi, mas a filial colombiana está muito bem.
Abaixo falo mais disso. Alias, segue o emeio que enviei a um colega que também é adepto da busologia. Vamos nessa.
Cara, não tem mais jeito, a Busscar faliu mesmo (explico: esse texto é do começo de 2012, quando ainda não estava totalmente claro se a Busscar iria fechar ou não.
Ela resistiu, tentou várias liminares judiciais e vários acordos trabalhistas pra se manter na ativa, nesse período de agonia no ano de 12.
A empresa se esforçou.
Eu e esse colega, também busólogo, debatíamos na época se ela iria sobreviver ou não.
Não foi possível. A Busscar acabou mesmo entregando os pontos. Volta o texto original).
Não está mais produzindo ônibus. Estive em Joinville (abril.12), e os novos são Marcopolo e Neobus (sendo que a Marcopolo é uma das donas da Neobus).
Nos últimos 20 anos, 100% da frota de Joinville era Busscar. Se não é mais, definitivamente a Busscar encerrou seu ciclo.
Levei um susto ao ver ônibus joinvillenses não-Busscar pela primeira vez em minha vida, e olhe que já não sou tão novo.
Pois a última vez que isso tinha ocorrido eu ainda era muito criança pra ter na memória (abaixo nessa mesma página falo mais sobre o tema, com fotos).
Na verdade, alguns anos atrás, quando a Busscar ainda estava ativa, circularam alguns Comil em Joinville, e cheguei a vê-los em uma de minhas muitas viagens pra lá.
Ainda assim a frota da cidade era 99% Busscar, ou seja, esses (aprox.) 5 Comil em meio a 500 Busscar eram irrelevantes, a exceção que confirmava a regra.
Agora é diferente. Todos os novos ônibus são não-Busscar, pois a Busscar não produz mais ônibus.
O curioso, digo novamente, é que a filial da Colômbia, ao contrário, está saudável e contratando mais gente.
No emeio eu mandava aqui a ligação (que não está mais ativa) pra uma matéria da mídia colombiana dizendo que a fábrica Busscar naquele país estava a todo vapor em 2012:
Iria naquele ano entregar nada menos que 67 bi-articulados ao moderníssimo sistema Trans-Milênio da capital Bogotá.
Num processo similar ao que aconteceu com a GM (Chevrolet), a matriz estadunidense pediu água.
No entanto as filiais da China e do Brasil estavam bem, e foram seccionadas da empresa-mãe.
(Nota: me refiro ao que ocorreu em 2009, quando estourou a bolha financeira dos EUA.
Levando uma crise a todo Hemisfério Norte, que a partir de 2014 atingiu também o Brasil.
Voltando aos EUA, a matriz da GM veio a bancarrota e solicitou um aporte de muitos bilhões do Tesouro Estadunidense.
E este foi concedido pra essa mega-corporação não fechar as portas.
Porém a condição é que ela fosse desmembrada. E foi.
A GM ianque, a matriz, passou a controlar só as operações da América do Norte [além dos EUA, Canadá e México].
O restante das operações em outros países foi separado e passou a formar uma nova corporação com sede na China.
Num acordo comercial, o nome GM foi mantido mas a matriz ianque não detinha mais o controle acionário.
Na cisão China e Brasil, até então 2º e 3º mercados mais lucrativos da firma a nível global só atrás dos EUA, passaram a fazer parte da nova empresa com sede na China.)
Porém nosso foco aqui são os ônibus Busscar. Então retomo o texto original.
…………….
DE VOLTA AS ORIGENS:
– 1958-1987 – SOMENTE ÔNIBUS RODOVIÁRIOS;
– 1987-2012 – RODOVIÁRIOS E URBANOS;
– 2012-2018 – INATIVIDADE;
– DE 2018 EM DIANTE – SOMENTE ÔNIBUS RODOVIÁRIOS
Vou “pedir ajuda aos universitários”. No caso recorro a Lexicar, a ‘Enciclopédia do Automotor‘.
Irei reproduzir aqui resumidamente algumas informações extraídas de dois capítulos:
Aquele sobre a Nielson e também sobre a Busscar, sua sucessora (várias fotos da matéria também pertencem a mesma fonte).
A Busscar começou como uma marcenaria no ano de 1946.
Digo, como sabem a marca ‘Busscar’ só foi adotada na virada de 1989 pra 90.
O empreendimento foi fundado por dois irmãos que eram filhos de imigrantes suecos.
Família Nielson. Por isso, o nome da empresa era ‘Nielson e Irmão‘.
O galpão de trabalho era improvisado no fundo da casa de um deles, no Centro de Joinville.
Repito, o ramo de trabalho era uma marcenaria, fábrica de móveis de madeira portanto.
E como uma marcenaria se metamorfoseou numa das maiores encarroçadoras de ônibus do Brasil?
(Alias, no seu auge podemos dizer mesmo uma das grandes do planeta.)
Simples: na época as carrocerias de ônibus eram de madeira, e não de metal como hoje.
Em 1948, dois anos após a fundação da firma, os irmãos Nielson receberam um serviço que mudaria o rumo do empreendimento.
Precisariam reformar uma carroceria de ônibus. Foi aí que tudo começou.
No ano seguinte (1949) a Marcenaria Nielson e Irmão constrói sua primeira carroceria de ônibus.
Ainda em madeira. Foi feito sobre o chassi de um caminhão Chevrolet 46.
Do modelo ‘jardineira’ com motor saltado a frente, como era o padrão a época.
Pegam gosto pela coisa, e na década de 50 se especializam no ramo de carrocerias.
Não apenas as de ônibus, que são fechadas obviamente. Também produzem carrocerias de caminhão, muitas delas abertas por cima.
Na época a única coisa que diferenciava um ônibus de um caminhão era que a carroceria de um ônibus era fechada, a de um caminhão aberta.
Ambas as carrocerias eram de madeira, e montadas sobre chassis de caminhões.
A produção era artesanal, e não havia um padrão. Cada exemplar saía numa configuração.
Bem, o mercado era pequeno. Em 1950 Joinville possuía 46 mil habitantes.
(Hoje são mais de meio milhão de pessoas somente no município.
E ainda somamos Araquari, com quem Joinville forma uma região metropolitana.)
Então na época só circulavam 15 ônibus na cidade, eis a frota total.
Logo havia muito pouca demanda pra fabricantes desse produto.
Em 1956 dois acontecimentos importantes mudam o rumo da companhia familiar.
Primeiro, passa a trabalhar na firma Harold Nielson (filho de um dos fundadores, portanto sobrinho do outro).
Segundo, o governo federal implanta uma nova esteira do desenvolvimento industrial (a construção de Brasília iniciara).
Vibrando nessa sintonia, a Mercedes-Benz começa a produzir chassi de ônibus no Brasil.
Portanto a partir de agora havia uma novidade no ramo: a plataforma padronizada.
Sobre a qual os fabricantes de carroceria poderiam padronizar igualmente seu modelos.
Em 1958 a Busscar – ainda com o nome ‘Nielson’, lembre-se – produz sua 1ª carroceria metálica. Por esse motivo marco esse ano como o início da empresa.
Pois foi aí que saiu o primeiro ônibus como hoje se entende esse conceito.
Ressalte-se que a Nielson já fabricava carrocerias de ônibus usando madeira desde 1949.
Mais que isso, começou a reformar carrocerias de madeira em 1947, e existiu como marcenaria a partir de 1946.
Retomando a narrativa, em 1958 surgiu a 1ª carroceria de metal.
Por um tempo as duas técnicas conviveram, eram construídas carrocerias tanto metálicas quanto de madeira.
No entanto breve a linha a partir de matéria-prima vegetal se encerrou.
Em 1961 nova revolução: a a Nielson lança o modelo Diplomata.
Um ônibus de viagem que iria marcar profundamente sua trajetória.
Já há algum tempo não se faziam mais carrocerias de ônibus de madeira.
Porém a Nielson ainda produzia carrocerias de caminhão, abertas, nesse material.
Com o sucesso do Diplomata, esse nicho acabou sendo abandonado da mesma forma.
Resolveram acertadamente focar no que estava dando mais certo.
A razão social foi alterada pra ‘Nielson & Cia.’, refletindo a ampliação de escopo.
Desde o início dos anos 60 a Nielson então se especializou em fazer somente carrocerias de ônibus.
Somente em metal, e somente no segmento rodoviário. Curioso isso, não?
Em suas primeiras praticamente 3 décadas (desde o lançamento do Diplomata, pelo menos), a Nielson não fabricou veículos pro transporte urbano, só de viagem.
A partir de 1987, começa nova revolução na companhia. É enfim lançado o ônibus urbano, chamado Urbanus.
Entre 1989 e 90 o nome é mudado, de Nielson pra Busscar.
Digo, apenas o nome-fantasia, como a marca é conhecida do público. A razão social permanece Nielson & Cia. .
A década de 90 seria o auge da empresa, marcando uma expansão notável.
A Busscar chegou a obter quase um terço do mercado nacional e fábricas em mais 5 países.
Em 1998 enfim a empresa altera seu registro passando a constar em seu CNPJ agora oficialmente como Busscar Ônibus S.A. .
No mesmo ano, no entanto, perde seu mestre e mentor:
Harold Nielson deixa o plano material por causa de um acidente aéreo fatal.
O baque é sentido. Na primeira década depois da virada do milênio a Busscar continua colhendo os frutos de seu período dourado, permanece uma gigante.
Todavia o planejamento já não tem mais a mesma eficiência.
Falta o ‘toque de gênio’ que foi o diferencial no ciclo anterior.
Os problemas financeiros começam a se acumular, a Busscar passa a atrasar a entrega dos produtos aos clientes.
E também o pagamento a funcionários, fornecedores e dos impostos.
Quando mais uma década virou chegou o ato final. Acuada, a Busscar abre em falência.
Desde 2010 a produção já estava prejudicada, situação que se agravou em 2011.
Na ocasião a Caio já tentara, sem sucesso, comprar a Busscar. Durante todo ano de 2012 a agonia cresce.
Em abril desse ano (12) fui a Joinville e constatei que na prática a fábrica quase não produzia mais.
Só pude deduzir assim, porque vi ônibus 0km em Joinville de outras marcas.
O que nunca (com raríssimas exceções de alguns Comil) acontecera por todos os anos 90 e 2000 – foi por isso que essa mensagem surgiu, alias.
A Busscar tentava diversos artifícios pra se manter, negociando com empregados e obtendo liminares judiciais.
(Ela devia nada menos que R$ 115 milhões em um ano e meio de salários atrasados.)
No decorrer de 2012 ainda saíram da unidade fabril de Joinville alguns pouquíssimos últimos exemplares, inclusive urbanos.
Enretanto a produção praticamente havia voltado a um ritmo artesanal:
Apenas alguns poucos funcionários estavam trabalhando, no lugar dos milhares dos bons tempos.
Com muitas idas e vindas, em setembro de 12 a fábrica é lacrada.
3 meses depois a justiça determina oficialmente a falência.
O processo se arrasta por anos no labirinto judiciário, idas e vindas.
Em novembro de 2013 a falência é anulada, apenas pra ser novamente decretada em setembro de 2014.
Houveram 3 tentativas de leilão, todas elas malogradas.
Em 2017 a justiça autoriza a venda da Busscar pra CarBuss, grupo de investidores entre os quais alguns sócios da Caio.
Em maio de 2018 a nova Busscar volta a ativa e entrega seus primeiros veículos após a retomada.
Apenas rodoviários, entretanto, como já dito e é domínio público.
Faz sentido, não? A Caio é forte no segmento urbano, mas praticamente inexistente no rodoviário.
Assim a CarBuss/nova Busscar vem pra suprir esse nicho.
Portanto a Busscar volta as origens. Por três décadas só fez ônibus rodoviários.
Por outras duas décadas a seguir produziu os dois modais, rodoviário e urbano.
Após pouco mais de meia década ausente, volta a produzir somente veículos de viagem.
Tudo vai e volta, é certo. Definitivamente “É Hora de Voltar!”
……….
Agora vamos ver melhor a cidade que deu origem a tudo isso.
Óbvio, falo dessa “Terra Amada & Querida, Joinville, Santa Catarina”:
BUSSCAR É JOINVILLE, JOINVILLE É BUSSCAR:
BREVE HISTÓRIA DO TRANSPORTE JOIVILLENSE (DOS MONOBLOCOS E AMÉLIAS A ERA 100% BUSSCAR, A ERA PÓS-BUSSCAR – QUANDO ATÉ OS CAIOS VOLTARAM)
Anteriormente havia aqui uma ‘matéria dentro da matéria’, cujo foco não é a Busscar, mas a cidade de Joinville.
Acontece que como havia ‘massa crítica’ suficiente, virou uma postagem própria. Confira ela em sua nova casa.
Onde eu mostro um pouco da história do transporte joinvillense.
Acima a esquerda: Thamco da Transtusa ainda na sua pintura livre em azul e branco, dentro do terminal.
Aqui vou dar então apenas uma pequena amostra da situação, como um ‘trailer’ do cinema.
Registro dessa forma em ação em Joinville também ônibus de outras carrocerias.
Seguindo nessa sequência que mostra ônibus de costas, 2 Torinos Marcopolo da Gidion.
Primeiro como era a frota da Gidion por quase todos os anos 80, em marrom e branco.
E acima já na decoração padronizada, a primeira padronização de pintura de Joinville:
Em bege e com a inscrição ‘Cidade de Joinville’ escoltando a porta dianteira – alias logo o embarque foi invertido prali.
Portanto vimos a transição, em ‘carros’ do mesmo modelo.
A direita nessa mesma pintura um Busscar, onde podemos observar melhor esse detalhes.
Começava a ‘Era Busscar’: 1987-2012.
Foi o período que a Busscar (até o fim de 1989 ainda denominada ‘Nielson’) fabricou veículos urbanos.
As duas viações de Joinville (Gidion e Transtusa – ‘Transporte e Turismo Santo Antônio’) padronizaram suas frotas com a montadora sediada na cidade.
Aí, por mais por mais de uma década e meia Joinville foi 100% Busscar (ou pelo menos 99%).
Porém como sabem a partir da virada pra década de 10 a Busscar começou a fraquejar.
Em 2012 fechou as portas, em 2013 teve falência decretada pela Justiça.
Assim outras marcas começaram a aparecer nos ônibus 0km.
Em 2018 Joinville voltou inclusive a ter Caios, (acima a direita, os dois busões amarelos).
Assim em breve voltaremos a mesma situação que vigorou até o fim dos anos 80, não haverão mais Busscar em Joinville.
Pois – pelo menos por hora – a Busscar não fabricará veículos urbanos.
………
É isso aí, bicho. Encerrada essa seção sobre a cidade de Joinville. Acompanhamos a evolução do transporte na terra que gerou a Busscar.
Mas como tudo um dia acaba, a Busscar chegou ao fim, no modal urbano por enquanto sem perspectiva de retorno.
Então aqui vão dezenas de fotos de Busscar operando pelo Brasil, América e Ásia, numa justíssima homenagem póstuma.
……..
Pra começar quente, do 48 pro 86, “Vamos Ver o Sol”? Digo, vamos sentar o aço em Teresina-PI.
Mostramos acima ônibus de Joinville e Teresina com a mesma pintura, aquela de saia azul-escura, blusa branca com faixa azul-clara.
Nesse caso as frotas são decoradas iguais mas não há correlação entre as empresas.
No entanto, veja essa foto ao lado e as duas acima:
Viação Taguatur em Brasília, São Luís do Maranhão e Teresina. E com a mesma pintura nas 3.
Isso enquanto foi permitido. Hoje as capitais do Maranhão e Piauí têm pintura padronizada (já falo mais disso).
Outra coisa: Repare que nas 3 o prefixo (os dois 1ºs dígitos do nº do buso) têm cor diferente.
Ou seja, são 2 dígitos numa cor e 3 em outra, dentro do mesmo número.
É uma característica da ‘Costa Norte’ Brasileira. Surgiu em Fortaleza-Ceará.
E dali se espalhou pra Teresina, São Luís, Belém e Manaus-Amazonas.
Todas essas capitais têm (ou tiveram recentemente, pelo menos) esse ponto em comum.
Nesses casos, de Fortaleza a Manaus, é (ou foi até esses dias) um traço da cidade, aplicado em todas as viações.
E por causa da Taguatur chegou até Brasília.
Só que em Brasília são apenas os ônibus da Taguatur que têm essa peculiaridade, as demais empresas não.
Por isso, porque é um marco da ‘Costa Norte’ que a Taguatur trouxe pro Centro-Oeste.
Pra quem não conhece essa viação, trata-se da “Taguatinga Transporte e Turismo“.
Foi fundada como o nome indica no Distrito Federal, em 1968.
E até hoje faz linhas do Centro da Capital até os municípios de Águas Lindas de Goiás e Santo Antônio do Descoberto (de onde Águas Lindas se emancipou).
Ambos esse municípios ficam já dentro de Goiás, na região do Entorno do DF, nesse caso na Zona Oeste da Grande Brasília.
Depois a sede da Taguatur foi transferida pra São Luís, onde está atualmente.
Além de operar na região metropolitana na capital maranhense, atende linhas municipais em Teresina.
E enquanto foi permitido nas 3 (DF/GO, MA, PI) na mesma pintura azul. A filial do Centro-Oeste ainda é assim.
Acontece que no Piauí e Maranhão a pintura foi padronizada, assim a Taguatur não pode mais exibir seus azulzinhos.
Como vimos nas duas fotos acima, a do articulado inteiro verde e a do buso curto verde com faixa azul:
Assim são todos os ônibus de Teresina agora, a princípio inteiro verde-claros.
Depois a mesma cor de fundo mas com faixas em amarelo, vermelho, azul ou verde-escuro conforme a parte da cidade que vá aquela linha.
E de onde surgiu a ideia de pôr essa faixa?
Em Teresina, como no Rio Grande do Sul, existe uma pintura intermediária entre livre e padronizada.
Que serviu de transição entre ambas, portanto. Confira a direita como foi no Piauí:
Ainda na pintura livre as empresas já colocavam a faixa indicando a cor da região no sistema padronizado.
Já nas linhas metropolitanas da capital e litoral gaúchos foi o contrário:
Depois de já adotada a padronização algumas viações inseriram uma faixa pra lembrar qual era sua cor de escolha na época da pintura livre.
Fiz matéria completa sobre isso, com muitas fotos de ambos os estados, confira.
…………
CONQUISTANDO A AMÉRICA: BUSSCAR DE NORTE A SUL DO CONTINENTE –
Vamos dar um giro pela América, sempre a bordo dos ônibus Busscar.
BUSSCAR & COLÔMBIA: UMA HISTÓRIA DE AMOR –
Como dito acima, se Joinville é a primeira casa da Busscar, a Colômbia é a segunda.
É de domínio público que essa nação vizinha nossa passou por uma guerra civil horrorosa.
Os “problemas” ainda não terminaram (escrevo em 2018), ainda há conflitos.
Porém a situação se amenizou 90%, Louvado seja Deus Pai.
E a melhora no transporte coletivo é parte fundamental no processo.
A Colômbia investiu pesado na segurança pública. E claro que é preciso, sem isso você não vence uma insurgência.
No entanto só com a repressão pura e simples também não resolve.
Ao lado do aparato militar é fundamental também investir na parte social.
Pois é mister integrar as classes desfavorecidas a sociedade, pra drenar o fluxo de jovens rumo as fileiras rebeldes.
A foto a direita resume a situação. O ‘Caveirão’ (que lá e também no Chile é bem maior que o nosso, um tanque de guerra) nas ruas.
E ao fundo os articulados, pelo menos um deles é Busscar .
Foi o que a Colômbia fez com sucesso. Não se descuidam, não baixam a guarda:
Bogotá e as demais cidades são intensamente fortificadas pela polícia, exército e quando é o caso também marinha.
Ao mesmo tempo investiu-se muito pra trazer um pouco de cidadania pras massas que até então só eram pisoteadas.
Claro que o processo longo, há ainda muito por fazer.
Por outro lado, é inegável também que muito já foi feito.
E o transporte coletivo é parte dessa revolução.
Tudo começou com o Trans-Milênio na capital Bogotá e com o metrô de Medelím.
Aqui, como a matéria é sobre a Busscar, o foco são ônibus, e especificamente os dessa marca.
……
Logo as maiores cidades do interior fizeram também suas redes integradas.
Com tudo que têm direito: vias exclusivas pra articulados, terminais, estações em nível.
Mais: na Colômbia a integração do transporte coletivo é multi-modal:
Em Medelím e Cali há o ‘metrô-cabo, onde teleféricos sobem os morros de mais difícil acesso.
Assim, integrando a ‘Cidade Alta’ aos terminais de ônibus em ambas e de metrô no caso de Medelím.
Em Cartagena o projeto era fazer integração com os barcos que levam as ilhas da costa.
Algumas delas densamente habitadas, mas são regiões-dormitório, os empregos estão no continente.
(Nota: assim foi divulgado, não sei se a integração entre os modais terrestre e aquático foi realizado mesmo, e caso sim se funciona como deveria.)
Em toda parte: pela terra, por baixo da terra, pelo ar, pelo mar.
A revolução do transporte na Colômbia é mais que multi-modal, é multi-dimensional.
Não por outro motivo as guerrilhas incendiaram vários ônibus do Trans-Milênio quando ele foi implantado, perto da virada do milênio.
Porque os rebeldes pressentiram o perigo a sua máquina de propaganda.
Sentiram que ao levar um pouco mais cidadania as pessoas o governo conseguiria esvaziar os apelos dos que propõem soluções violentas, viabilizando a paz.
E a Busscar é parte fundamental disso. Busscar e Colômbia estão umbilicalmente ligados.
Viram acima vários veículos da marca catarinense em ação no solo colombiano.
(Nas fotos de Joinville onde abri pra uma perspectiva mais ampla, aí mostro carrocerias de outros fabricantes também.
Porém nas demais cidades todos os ônibus da matéria são Busscar, evidente.)
Inclusive, como dito acima, quando a matriz brasileira da Busscar veio a pique e faliu a filial colombiana estava muito bem, contratando mais gente e recebendo encomendas de dezenas de articulados.
Essa era a situação em 2012, de lá pra cá não acompanhei como se desdobrou. Mas na época era assim, a Busscar era um ícone na Colômbia, motivo de orgulho pra nós brasileiros
Mais uma galeria, com os Busscar em ação na Colômbia.
O Brasil foi o primeiro país da América (e do mundo) que criou o sistema que aqui em Curitiba foi chamado de ‘Expresso’, hoje usam a sigla em inglês ‘BRT’:
– Pintura padronizada (pode ser por tipo de linha ou por região da cidade, ou mesmo uma só pintura pra cidade inteira);
– Corredores exclusivos pros ônibus não terem que brigar com o tráfego – localmente denominados ‘canaletas’;
– Integração, seja antigamente só física (em terminais), ou agora digital (com cartões) – algumas cidades usam modelo híbrido, os modais convivem;
– Hierarquização de linhas: no modelo orgânico, que surge naturalmente, as linhas levam a imensa maioria dos bairros pro Centro, algumas ligam os bairros entre si passando ou não pelo Centro.
Seja como for, nesse sistema antigo, não-planejado, é sempre sem integração.
Desceu de uma condução, paga valor cheio pra usar a próxima.
Assim, as linhas concorrem entre si, o que gera um desarranjo:
Excesso de ônibus na Zona Central, falta deles na periferia.
Você conhece o resultado. Nas grandes avenidas do Centro e dos bairros ricos, onde estão os empregos, uma multidão de ônibus atravancam o trânsito.
E eles circulam vazios fora do pico, pois o trajeto das linhas coincide em boa parte do trajeto.
Porém nos morros, favelas, vilas e loteamentos populares do subúrbio falta condução.
Pois sendo o trajeto não-integrado e muito longo, a viação põe poucos ‘carros’ em cada linha.
As viações ao invés de cooperarem competiam por passageiros nos trechos mais rentáveis.
Assim abandonando as partes mais distantes da cidade a míngua.
Até aqui ainda falei nos parágrafos anteriores do modelo antigo, não-integrado, onde era cada um por si.
No modelo de rede integrada de transportes, há a hierarquização:
Do Centro – ou dos bairros ricos – até o começo dos subúrbios, articulados (ou no mínimo veículos ‘padrão’ mais longos) vão por pistas exclusivas levando o grosso do público, por onde o trajeto é comum.
Por isso os batizamos ‘Expressos’ em Curitiba, porque não precisam brigar com um mar de automóveis particulares.
Como eles formam o tronco do sistema e geralmente vão do Centro aos bairros formando um raio, outras cidades preferem os termos ‘Troncais’, ‘Radiais’ ou ainda diversas denominações.
Mudado o nome, tudo é o mesmo. É o tronco do sistema.
Depois deles há a baldeação pras linhas ‘Alimentadoras’, ‘Locais’, ‘do Bairro’, ‘Sobe-Morro’, ‘Suplementares’.
São ônibus curtos (tamanho normal), micros e micrões.
Novamente mudado o nome é sempre o mesmo, levam as pessoas até seus bairros.
Claro que pra funcionar precisa haver integração tarifária, ou senão o segundo deslocamento tem que ser barato.
Evidente que não precisa se restringir ao ônibus. Onde há metrô, trem ou VLT, esse é o troncal.
Na Colômbia, Bolívia, Venezuela e no Rio de Janeiro há teleféricos pra subir os morros – digo, no caso carioca havia quando escrevi a matéria.
Em 2016 os teleféricos do Rio foram desativados, infelizmente. Nos países vizinhos o modal permanece em operação.
Em Cartagena/Colômbia quem mora nas ilhas a seguir pega o barco.
No Chile e República Dominicana há o ‘Táxi-Coletivo’, são automóveis que cumprem linhas fixas como se fossem ônibus.
Diversas cidades pelo mundo contam com vans e mesmo kombis, no interior do Brasil e mesmo algumas capitais é muito popular o moto-táxi.
Na Ásia, África e em Cali/Colômbia as pessoas viajam em carrocerias cobertas de caminhões e jipes.
No Peru e na Ásia há os Tuk-Tuks (motos que na parte de trás são triciclos cobertos que levam 2 ou apertando 3 passageiros).
No México e na Ásia e África existe esse mesmo modal porém na bicicleta.
Na região metropolitana da Cidade do México, já que estamos por ali, os táxis nos subúrbios mais afastados cumprem o papel de alimentadores:
As pessoas descem nas margens das rodovias, vindas em ônibus que as trouxeram do Centro.
Mas seus bairros ainda são afastados, e não há alimentadores pois na região metropolitana em muitas partes não há rede integrada.
Pagar outro ônibus sai caro, e muitas vezes nem existe a opção. Ir a pé não dá, é distante e muitas vezes subida de encosta.
Pagar individualmente um táxi então é inconcebível, não há orçamento pra isso.
Aí como fica? Simples: vários passageiros que moram na mesma vila racham um táxi.
Aí a viagem sai baratinha, um Real pra cada um digamos, e todo mundo é deixado na porta de casa.
As vezes é preciso esperar um pouco ali, até chegar o próximo ônibus e houverem passageiros suficiente pra fechar o quórum praquela vila.
O conforto e preço compensam os minutinhos de paciência.
Em Brasília existe o mesmo sistema, mas apenas no fim-de-tarde, vejam vocês.
Depois que cumpriram suas jornadas diárias no Pano Piloto, os taxistas vão voltar pra suas casas.
Que ficam nas cidades satélites ou municípios do Entorno. Se voltarem vazios a viagem é longa e sai caro o combustível.
Assim, eles fazem uma promoção e levam passageiros no mesmo esquema do México, rachando a corrida.
Sai barato e confortável pra cada um, bem menos que seria ir sozinho. E o motorista tira o gasto com a gasolina.
Enfim, são tantas as variações quanto são as culturas pelo globo.
O importante é que haja planejamento pra respeitando as características locais integrar os modais.
Seja só no ônibus ou multi-modal em diversas combinações, o ideal é que o usuário faça as viagens pagando 1 passagem, ou pelo menos tenha desconto na 2ª.
Vocês sabem disso que eu disse acima.
Aqui, voltando ao tema de hoje, é que o Brasil foi o 1º país do mundo a adotar a hierarquização, padronização e integração dos ônibus, e certamente o 1º da América.
E – pelo menos pra padronização de pintura – o Chile foi o segundo do continente.
Ainda em 1992 Santiago lança a padronização dos ‘Amarelinhos’, que é a semente do moderno e eficiente Trans-Santiago.
No Trans-Santiago a cidade foi dividida em nove regiões (similar a duas padronizações adotadas em SP, a ‘Saia-&-Blusa’ [78-92] e ‘Inter-Ligado’ [2003-presente]).
Os bichões de metal têm a cor da região, com uma faixa branca diagonal.
Quando começou haviam também ônibus brancos com faixa verde-claro, que eram os troncais pra todas as regiões (muitos deles articulados).
Essa última pintura foi eliminada. Agora os busos todos têm a cor da região, mesmo os troncais, mesmo os articulados.
Busscar na pista, rasgando o asfalto da Grande Santiago.
Hoje diversos países por todo planeta modernizaram suas redes de ônibus, em todos os continentes.
Aqui focaremos somente na América, que é onde há mais Busscar circulando.
Conseguimos fotos dos Busscar em ação em Guaiaquil/Equador e a Cidade da Guatemala.
Duas cidades que têm modernos sistemas de ‘Expresso’/BRT, e contam com veículos da marca joinvillense em seu portfólio.
Tudo isso já foi mostrado acima, os Busscar por boa parte da América e mesmo no Oriente Médio.
Então continuamos agora a ver esses bichões operando por todo Brasil.
Vemos articulados na Grande Vitória-ES, a pintura azul a direita é mais recente.
Acima um outro articulado Pluss na Gde. Vitória, em amarelo (placa MRG-4463).
E a direita o mesmo veículo, agora na Grande Curitiba, pela Viação do Sul, de partida pra Itaperuçu.
Por que esse intercâmbio? É simples o motivo:
Desde 2015 a Grande Curitiba se tornou importadora de ônibus urbanos.
De lá pra cá, 90% dos articulados que chegaram foram usados.
E, embora em menor número, também vieram ‘carros’ curtos.
Oriundos especialmente de Pernambuco, Brasília, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, mas também há ex-Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Já escrevi sobre isso quando chegou o primeiro Caio ex-BH pra Viação Colombo; aproveitando o gancho, há outra matéria chamada ‘do Mundo pra Curitiba’.
Vimos nas tomadas acima um ex-Vitória agora pela Viação do Sul aqui em Ctba. .
Depois um ex-Recife em linha municipal de Campo Largo, região metropolitana da capital do Paraná.
As viações Campo Largo, Tamandaré e Piedade são do mesmo grupo.
Por isso o o que veio de Pernambuco está com a padronização bege metropolitana.
Posto que foi primeiramente assignado pra linhas inter-municipais, depois deslocado pro municipal.
VIA BR-101: DE PERNAMBUCO PRA SANTA CATARINA VIA SERGIPE E PARANÁ –
Soltei ainda mais uma postagem que mostra ônibus usados oriundos de diversos estados rodando na Grande Curitiba.
De diversas marcas, e a maioria articulados mas também alguns curtos.
Tudo isso mostrado em detalhes, com muitas fotos. Aqui de aperitivo vai segurando essa:
Um Busscar que começou no Recife, passou por Aracaju (na mesma pintura azul-escura do padrão SEI).
Dali chegou ao Paraná onde foi enfim repintado de bege.
(E aqui já puxou linha metropolitana e também mais uma vez municipal de C. Largo.)
E depois foi pra Santa Catarina, onde roda com a pintura do Paraná.
4 estados, 5 tipos de serviço, mas tudo com apenas duas pinturas.
Que fôlego, hein?
……….
E agora essa????
Em Apucarana (PR) flagramos um Torino da Busscar (dir).
A Busscar ficou tão chique e famosa que o sonho da Marcopolo é ser Busscar!!!
Alias, assim como o sonho da Coca é ser a Pepsi! Mas voltemos a a busologia:
Aqui na Grande Curitiba eu já flagrei também, e esse eu cliquei pessoalmente, um Torino da Caio.
Torino da Busscar, Torino da Caio.
Parece que todo mundo fabrica Torino, menos a Marcopolo! Coisas da Vida…
……..
Abrimos a matéria, lá no alto da página, com uma tomada interna do Bis-Bus.
Trata-se obviamente do veículo híbrido bi-modal rodo-ferroviário.
A direita vemos ele por fora.
No asfalto era um ônibus normal, com pneus de borracha.
Ao subir sobre os trilhos de trem, o motorista acionava uma alavanca.
E aí o bichão também estava ‘em casa’, podia seguir viagem por ali mesmo.
Circulou, como já dito acima e é notório, na Cidade-Gêmea de ‘Porto União da Vitória’, ou seja, Porto União-SC/União da Vitória-PR, “um pé em cada estado”.
Já que estamos em Santa Catarina, repare a esquerda: Nielson Diplomata, modelo rodoviário, mas nesse caso adaptado (2 portas) pra transporte urbano.
Por décadas a Nielson/Busscar só fez ônibus rodoviários, sua marca registrada era o Diplomata, por isso também abri a postagem com ele.
No entanto a viação Imperatriz da Grande Florianópolis achou por bem pôr um Diplomata no modal urbano, ligando a capital aos vizinhos municípios de Caldas da Imperatriz e Santo Amaro da Imperatriz.
Nesse caso inserindo mais uma porta na traseira (na verdade um modal semi-urbano, já que na época era quase uma viagem ir de Fpolis. a Caldas e Stº Amaro).
Alias nos anos 80 e começo dos 90 essa cena era comum nas 2 capitais mais austrais do Brasil (Porto Alegre-RS e Florianópolis, evidente):
Víamos muitos velhos busões, com mais de 20 anos de uso, fazerem linhas urbanas.
……..
Nas 3 imagens do busão azul: um Busscar em 3 fases em Santa Catarina, 2 em Forianópolis e 1 no interior.
Primeiro em linha municipal na capital da Santa ‘& Bela’ Catarina, pela Emflotur, viação que atende a área continental da cidade.
Depois ainda em Floripa, mas repassado a Biguaçu, fazendo modal metropolitano.
(Nota: Biguaçu e Emflotur são do mesmo grupo, a pintura de ambas [quando municipal ainda era pintura livre] era parecida, uni-color em azul, só varia um pouco o tom.).
Depois mais uma ‘Tabela Trocada’: agora no interior catarinense.
Foi pra cidade mais fria do Brasil, São Joaquim (famosa pela neve).
O busão não foi repintado, até aí tudo bem.
Mas não mudaram nem sequer o letreiro menor (dentro do para-brisas):
Ainda diz ‘Via Expressa‘, o trajeto que ele fazia na capital.
…….
Vimos acima em verde e ao lado em amarelo um veículo em Curitiba, depois ele no interior paulista.
Vamos prum outro caso similar, nesse caso o busão foi até mais longe (Jundiaí dista 445 km de Curitiba, e Foz do Iguaçu 660 km).
Mas não saiu do Paraná. Já entreguei o ouro acima, não foi?
Agora é um Busscar ex-Curitiba que foi pra Foz, que fica no extremo Oeste do PR.
Trata-se da ‘Tríplice Fronteira’ no famoso ‘Encontro das Águas’.
Onde como o nome da cidade indica o Rio Iguaçu (o maior do Paraná e que por isso nomeia o Palácio do Governo) tem sua foz no Rio Paraná, que nomeia o estado.
Tríplice porque esse encontro das águas marca também o encontro de 3 Nações-Irmãs: Brasil, Paraguai e Argentina.
A esquerda em laranja o BA060, no Bairro Alto/Boa vista, portanto ligando as Zonas Leste e Norte da capital do estado.
Acima o mesmo buso em Foz do Iguaçu.
Mostro 3 fases de (como a legenda ao lado informa) um Urbanus trucado (com 3 eixos) na capital de Minas Gerais.
Acima pela Rodap, ainda inteiro verde-escuro, em pintura de testes. Placa AHQ-1597.
(Começa com ‘A’ porque o primeiro emplacamento foi em Curitiba.
Quando oferecido em testes ainda pertencia a Volvo que o fabricou, e a fábrica é aqui, na Cidade Industrial de Ctba.).
Na ocasião (ainda falo da foto a esquerda acima, de lado e com calotas amarelas) servindo a Zona Norte, na Venda Nova.
A direita na padronização “das Flechas”, 2ª padronização da capital mineira. Agora ligando o Centro ao Barreiro, na Zona Oeste belo-horizontina.
E acima, com faixa vermelha sobre fundo bege, ainda na Z/O da Grande B.H. .
Entretanto agora na região metropolitana, padronização do DER-MG.
Conectando Betim ao Metrô da Cidade Industrial, divisa entre a capital e Contagem.
Curioso isso, não? Foi fabricado na Cidade Industrial, Zona Oeste de Curitiba.
E fez linha pra Cidade Industrial, Zona Oeste de Belo Horizonte.
Apenas uma tem metrô de verdade, a outra só no sonho…
…….
Vamos a muitas galerias de fotos. Municipais de São Paulo.
Já veremos mais busos paulistanos. Agora os do Rio de Janeiro.
Ao lado na pintura padronizada, implantada somente já na década de 10.
Ressurgiu a moldura negra ao redor dos vidros, que foi onipresente nos anos 80 e começo dos 90, daí desapareceu por uma década e pouco. Tudo vai e volta!
Como sabem, o Rio foi uma das últimas capitais a padronizar a pintura e a implantar integração via cartão. Escrevi no texto original (2012):
“ Rio de Janeiro com pintura padronizada nos ônibus.
Muitos achavam que isso jamais aconteceria, mas aqui está. ”
Infelizmente, os que apostavam que o Rio não conseguiria padronizar seus ônibus estavam certos.
A padronização veio no ano de 2010, virada pra 2ª década do novo milênio.
Só que durou pouquíssimo, foi a padronização mais breve da história. Ainda em 2018 o Rio voltou novamente a pintura livre.
Relembrando a pintura livre antes da padronização-relâmpago da década de 10.
Interior do Estado do Rio.
Salvador da Bahia. Ao lado na pintura padronizada, ‘Integra Salvador‘. Repito o que disse do Rio:
Transporte soteropolitano com pintura padronizada e integrado no cartão. E com duas linhas de metrô operando.
Muitos achavam que isso jamais aconteceria, mas aqui está. “Após 17 logos anos, eu pude dizer: Até Salvador tem metrô. Definitivamente, é só Curitiba que não tem….”.
Relembremos então a pintura livre (quer dizer, uma época a maioria das viações da cidade usou branco de cor dominante, mesmo não sendo obrigatório).
Do Nordeste por Sul. A “Mais Leal e Valorosa Cidade Brasileira”, que é Porto Alegre, claro. Articulado Volvo ruma ao Belém Novo.
E o bichão só tem 2 portas, traço típico gaúcho que é difícil de entender. Imagine a dificuldade de deslocamento no horário de pico???
Se serve de consolo, a maioria dos ônibus urbanos da África do Sul só tem uma porta.
Ali tudo mundo entra e sai pelo mesmo local. Mesmo os 2-andares só tem 1 porta.
Aí o salão de baixo é pequeno por causa da escada, e criam dois pontos de choque entre fluxo e contra-fluxo: a escada e a porta. As 6 da tarde aquilo é o inferno na Terra!!!
Da África falamos bem melhor alhures. Aqui, de volta a capital rio-grandense.
Ao lado outro Scania padrão da Araguaia, fazendo linha suburbana em Anápolis, no interior.
Mas essa pintura foi usada antes na capital Goiânia, e lá marcou época.
Busscar em ação nas capitais do Centro-Oeste agora.
Ao lado, na padronização SEI – Sistema Estrutural Integrado – escrito ‘Porta Larga’.
Não é que as entradas e saídas do veículo são amplas e confortáveis.
Não. ‘Porta Larga. é uma comunidade na região metropolitana.
E lá eles não se avexam, as linhas têm os nomes populares das comunidades, não importa que soe curioso pra burguesia ou turistas.
A esquerda um Pedrosa em pintura livre.
Falar nisso, até a pouco as linhas metropolitanas que não pertencem ao SEI podiam ser assim:
Grande Curitiba, não-padronizados ou padronizações que não as uni-colores municipal e metropolitana:
Fortaleza, Ceará. Ao lado um metropolitano da Vitória, que vai pra Caucaia, Zona Oeste. No Natal essa viação também ilumina seus ‘carros’, fica um espetáculo.
Fortaleza: a Cidade do Sol, do Mar, das lagoas, do ‘Funk’ e dos Ônibus Azuis – o 1º da sequência abaixo na saudosa padronização “das Flechas” (parecida com a que também existiu em BH) …
Metropolitanos de São Paulo em pintura livre ou padronizações diferentes da EMTU.
Em verde e branco a Stª Terezinha da Grande Florianópolis. O sabem, nos anos 80 e 90 em Floripa (também P. Alegre) era comum velhos ônibus de viagem fazendo linhas urbanas.
Daí ao lado um Diplomata Nielson da S. Teresinha (eixo a frente da roda) indo pro subúrbio metropolitano de São José. Na pintura livre, portanto anos 90.
(Florianópolis foi ao lado de B. Horizonte e Goiânia a 1ª cidade a padronizar os metropolitanos, o fizeram junto com os municipais.
Só que depois Floripa despadronizou ambos, re-padronizou os municipais em 2014, metropolitano permanece pintura livre.)
Os Busscar ‘manezinhos‘:
Sorocaba-SP. Começo por belo articulado Pluss na pintura mais recente (2018).
Foi criada a Região Metropolitana, agora busos inter-munipais são padronizados pela EMTU na pintura que veremos mais pra baixo.
Por hora os ônibus sorocabanos, inter-municipais na pintura livre, municipais padronizados.
Já que estamos no Interior Paulista: Piracicaba.
Sanfonado Volvo Urbanus, na padronização das linhas Troncais (todo cinza).
Puxando a linha do Terminal da Vila Sônia (TVS) ao Terminal Central.
A primeira foto da sequência abaixo é histórica, mostra articulado do mesmo modelo quando começou a padronização, a cor já era cinza mas não haviam as pessoas coloridas sentadinhas, amplie pra ver .
Natal, Rio Grande do Norte.
Um mesmo busão na Grande Curitiba em 3 ciclos diferentes.
Ao lado Uberlândia, a maior metrópole mineira do interior.
Que conta com moderno sistema de transporte com estações com embarque em nível pros expressos, e integração com alimentadores.
Mais busos mineiros, capital e interior.
Ao lado Belém do Pará. Na padronização vigente atualmente. Os amarelos vão pra Zona Norte. Repare numa característica muito forte de Belém:
Nessa padronização os letreiros não tinham lona, a linha vinha adesivada no mesmo. Logo o buso tinha que ficar fixo numa linha.
Em Belo Horizonte, por ela vir pintada na lataria, também. E em toda América Hispânica era igual, mas em todos os casos o letreiro eletrônico eliminou essa peculiaridade.
Agora capitais do Nordeste.
Vamos ver o grupo Sambaíba, na Capital e Interior de São Paulo. Destaco que todos os busos têm o mesmo aquele nó entre 3 cordas amarela, laranja e vermelha. Começo pela Capital (no caso Zona Norte dela, onde o conglomerado atua).
Agora viações do grupo Sambaíba no interior.
Pelo Litoral e Interior Paulistas – apenas os articulados são do Grupo Sambaíba, os demais não.
Articulado em Campinas, cidade cuja maior parte da frota é do Grupo Sambaíba (ao menos foi assim um dia, não sei se a situação permanece).
Também Viação BonaVita. O logo das 3 cordas está presente, embora mais discreto.
Vamos pro Interior do Nordeste, Pernambuco e Ceará.
De volta a Curitiba, metropolitanos nas cores implantadas na 1ª padronização de pintura.
Metropolitanos de Ctba. em cores usadas atualmente.
Litoral do Paraná (Paranaguá, Matinhos, Pontal do Paraná, etc).
São Luís do Maranhão. Destacados os prefixos em cor diferente, característica da ‘Costa Norte’.
Interior do Paraná, a primeira foto é de Ponta Grossa, depois algumas de Maringá e outras cidades.
Interior de Santa Catarina. Ao lado em terminal de Blumenau, repare na pintura amarela. Mais um ‘padrão’ Volvo, bons tempos viveu Blumenau com essas máquinas….
Abaixo articulado Busscar – Chapecó teve o primeiríssimo ‘sanfonado’ de SC, em 1988, mas esse era Marcopolo.
Resgato um pouco da história do transporte no Oeste Catarinense (ampliado pra mostrar um relance até do Oeste do PR). Vamos a galeria:
3 fases do mesmo busão.
EMTU-SP: metropolitanos de todo estado, a princípio todos azuis, agora o desenho é o mesmo mas há várias cores.
Ao lado o modelo verde e branco pros tróleis – incluso tróleis-articulados – do corredor que liga São Mateus a Jabaquara na capital via ABC.
Mais EMTU’s pelo estado, nas legendas desenvolvemos as explicações um pouco.
As duas últimas da sequência acima são no Vale do Paraíba, fotografei pessoalmente em Aparecida como dito.
Então agora outros Busscar da região – confira a história completa do transporte em São José dos Campos.
A esquerda ainda na pintura livre, a antiga viação Capital do Vale. Mais busos são-joseenses abaixo:
Encerrando com chave de ouro, 6 fases de um mesmo articulado Busscar, daquele modelo ‘bicudo’, com frente um pouco saltada, que foi mais comum em Joinville, mais raro nas outras cidades. Mas aqui está um deles (chapa AHV-0970):
Escrevi em 2012:
“Que Deus ilumine a alma da finada Busscar, bem como a toda Humanidade…”
Atualizo em 2018:
“Deus Iluminou de fato Alma da Busscar. Num Milagre, ela voltou do ‘outro lado’, retornou a Vida. Demorou 6 anos, mas a Ressurreição veio.
Então…que Deus Ilumine a todos os homens da Terra.”
“Deus proverá”