“Vamos a Praia”: é dia de domingo em Belém do Pará

praia Outeiro ZN

Próximas 3: Ilha do Outeiro, Zona Norte.

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 2 de julho de 2013

Quase todas as imagens de minha autoria. As que forem puxadas da internet identifico com um ‘(r)’, de ‘rede’ – créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas

Essa mensagem finaliza a série sobre o Pará. Pra encerrar com chave de ouro, guardamos o melhor pro fim: a praia, claro, e o que mais seria?

Nota antes de começarmos: poucos meses depois, escrevi outra mensagem chamada “Vamos a Praia, é dia de domingo”. praia Outeiro ZN1

Porém dessa vez em Santo Domingo. A situação é similar. A capital dominicana é no litoral, mas quase não tem praias.

E as poucas praias urbanas estão inutilizáveis por tanto lixo (confira a matéria, documentei a exaustão com muitas fotos).

Então o que a galera do subúrbio faz?

rio que parece mar1No fim-de-semana se espreme em precários ônibus para ir curtir uma merecida folga na praia, que é distante da metrópole.

Tudo se repete exatamente igual no Pará. Só que nesse caso praia de rio, de água doce. 

Mas olhe, nem parece. Vejam o mapa com escala ao lado.

Baia do Guajara

Município de Belém em vermelho.

O Delta do Tocantins (Baía do Guajará) é colossal. São mais de 30 km de água até a outra margem, que desse modo não pode ser avistada.

Tive que provar a água, pra me certificar que não estava em mar aberto, porque é o que aparenta.

Só que as aparências enganam. De fato ainda está no rio, e por isso praticamente não há ondas.

…………..

Praias fluviais são a realidade do Norte e Centro-Oeste.

rio que parece mar

No Mosqueiro o ‘Rio parece Mar’. São 30 km até a outra margem, que você não enxerga. Pertence ao município de Belém, mas não há acesso por terra dentro de Belém.

As regiões do Brasil menos em contato com o Oceano. Bem, o Centro-Oeste sem nenhum contato.

No Norte, Amapá e o próprio Pará tem costa marítima, mas em muitos pontos do litoral não há praias com faixas de areia.

Mas há rios imensos cortando toda Amazônia, é a ‘Civilização Fluvial’, não por outro motivo nomeei a Abertura e toda Série sobre Belém como ‘A Filha das Águas’.

A falta de mar não impede sequer a prática do surfe, se quer saber. Não é o caso de onde estive em Belém, que já é a foz do rio.

litoral de Belem

Pra ir de carro ou ônibus, os pontos inicial e final são no município de Belém. Mas via outros 4 municípios: Ananindeua, Marituba, Benevides e Sta. Bárbara do Pará por 2 rodovias, uma federal e outra estadual. Atenção: na figura escrevi errado, “Santa Isabel”. Não passa por ela, e sim por Santa Bárbara.

Mas bem rio acima, há locais que a correnteza é muito forte, chegando a formar ondas.

Aí a moçada sobe numa prancha e surfa ali, na ‘Pororoca’.

Não vi esse esporte pessoalmente, só por fotos e TV. Onde estive, em Belém, não há surfe, nem de água doce nem salgada.

Pois o Rio já se abriu muito para se integrar ao Oceano. Resultando que não há correnteza nem ondas fortes.

……….

Meu tipo de turismo é absolutamente peculiar. Quando vou a uma cidade, faço muitíssimo diferente da imensa maioria dos turistas.

ando a pé e de transporte coletivo, dispensando táxi, por exemplo.

praias da Ilha de Outeiro ZN

Algumas praias do Outeiro.

Fico muitas vezes em hotéis populares – pra vocês terem uma ideia, muitos lugares onde me hospedo os quartos ainda são trancados com chave de metal.

Que deixo na portaria de manhã e pego novamente a noite. Até aí, há muitos ‘mochileiros’ que fazem o mesmo:

Viajam de forma barata hospedando-se em pensões e usando ônibus urbano. 

Só que, ao contrário da maioria mesmo dos mochileiros, meu foco é conhecer a periferia das cidades.

Outeiro ZN2

Proxs. 5: partes urbanas da Ilha do Outeiro, um dos bairros com menos infra-estrutura de Belém, no extremo da Zona Norte.

As vilas do subúrbio (inclusive e principalmente na região metropolitana), cohabs, favelas – algumas delas pavorosas.

Não frequento centros comerciais, nem museus, cinemas, nada disso.

Fico andando pela cidade o tempo inteiro, Centro, e claro que vou na parte rica e classe média para ver o todo, mas principalmente no subúrbio.

Por alguns dias, eu me imiscuo entre o povão, e sou um deles. Imersão total. Sou sempre Um com a cidade que me acolhe.

Em Belém não foi diferente.

Outeiro ZN1Assim, no domingo eu fiz o que os belenenses fazem: peguei o ônibus urbano e fui a Praia.

………..

Foi uma saga. São duas horas e meia de viagem pra ir, o mesmo pra voltar, em ônibus urbano, de pé, até a Ilha do Mosqueiro, que dista 70 km do Centro. 

Ilha do Outeiro ZN

Outeiro. No Pará – e também Mato Grosso – os relógios de luz são no alto dos postes.

O busão sai do bairro do São Braz, no terminal metropolitano não-integrado já descrito antes.

Mosqueiro fica no município de Belém. Mas não há acesso por terra intra-municipal.

A viagem precisa ser inter-municipal. Veja o mapa um pouco mais pra cima a direita (de preto, as divisas municipais, e em vermelho o trajeto percorrido):

Você está no município de Belém, pega o ônibus, ele percorre a BR-316, via municípios de Ananindeua, Marituba e Benevides.

Onde faz a curva esquerda num trevo, entra na PA-391 que passa por Santa Bárbara do Pará.

Av. Principal Outeiro ZN

Av. Principal do Outeiro.

E, ao cruzar uma ponte de mais de um km, entra numa ilha, justamente Mosqueiro, e então você retorna ao município de Belém.

No dia que fui a Mosqueiro, eu não levei câmera, pois ia entrar na água. As fotos aqui são da Ilha do Outeiro, que é vizinha.

É novamente no extremo norte do município de Belém, mas nessa há acesso por terra sem precisar passar por outros municípios. 

Outeiro ZN

Ainda no Outeiro.

O Outeiro é distante mas conectado fisicamente a área urbana de Belém, portanto configura-se em seu bairro mais longínquo.

Há muita gente que mora no Outeiro e trabalha no Centro.

Já o Mosqueiro não é conectado fisicamente nem ao município de Belém, ao qual pertence, e nem mesmo a área urbana da Grande Belém.

É preciso passar por grande área rural pra se chegar a Mosqueiro. Logo, quem reside na região não trabalha em Belém, tem que se virar por ali mesmo.

chegada de Outeiro mais de 1 km de ponte

Ponte que liga a Ilha do Outeiro ao continente.

Por conta disso, Mosqueiro, embora politicamente pertencente a Belém, na prática é uma vila típica do interior da Amazônia:

A avenida principal com seus muitos comércios e igrejas, as casas de madeira suspensas sobre estacas nas barrancas do rio.

A frente ancorados pequenos barquinhos, uma população que vive da pesca e de agricultura de subsistência.

Jd. Europa ZN

Voltamos ao continente. Próximas 3: Jardim Europa, também Zona Norte de Belém. Aqui o ponto final dos busos, imagem já mostrada em escala maior em outra mensagem.

Gente simples, que vive sem luxos, em contato com a Natureza. Tudo isso vi ali, enquanto caminhava por Mosqueiro.

De forma que a Grande Vida me permitiu ter contato com uma realidade mais ampla da Amazônia.

Muito além da Zona Central de uma grande capital, que é o que a maioria das pessoas vê, somente, quando vai a Belém.

…………

No Paraguai já havia ocorrido o mesmo. O aeroporto internacional fica no município de Luque, Zona Norte da Grande Assunção.

Alguns bairros de Luque, de classe mais elevada, são na prática bairros de Assunção, pois estão totalmente unidos a capital, física e economicamente.

Zona Norte

Jd. Europa de Belém. Detalhe: também estive no Jardim Europa de Belo Horizonte, que igualmente é na Z/ Norte.

Mas o Centro de Luque é bem distante, e não está conurbado a Assunção, novamente é preciso passar por área rural.

E eu, como estava com tempo, desci no ponto final do ônibus, bem a frente do Centro de Luque, em meio a plantações e criações de bois e porcos.

Já lhes disse antes que toda a periferia de Assunção é uma transição entre o rural e urbano, e assim é.

Porém ali, nos bairros mais afastados de Luque, não é nem transição, eu já estava na parte rural mesmo.

Jd. Europa ZN1

Ainda Jd. Europa, mas cenas parecidas com o Outeiro. Em destaque os relógios no poste.

Fui a pé até o Centro de Luque, que é uma cidade típica do interior do Paraguai. É como se eu estivesse no meio do Chaco, a 200 km da capital.

De volta ao Brasil. Então, em Belém foi igual. No Mosqueiro, eu estava nos fundões da Amazônia, fisicamente próximo a Belém e mesmo politicamente dentro desse município.

Mas na prática, era um mundo a parte. Se eu estivesse numa vila a mil km de Belém, a paisagem a meu redor seria muito parecida.

……..

Julia Seffer Ananindeua ZL

BR-316 em Ananindeua, bairro Júlia Seffer.

Fui tanto no Outeiro quanto no Mosqueiro. No fim de semana, dezenas de milhares de pessoas humildes da periferia da Grande Belém fazem o mesmo, de carro e de ônibus. 

O ônibus pra ambas sai do São Braz. Mas, lembrem-se, embora distante o Outeiro está conectado fisicamente tanto ao município quanto a área urbana de Belém.

Logo, prali vão ônibus municipais, com a mesma tarifa dos outros bairros, R$ 2,20 (valor de julho de 2013)Roxo Z/S litoral buso belém pará branco faixa caio apache eletrônico ilha mosqueiro praia suburbano munic tabela trocada reforço praça terminal são braz z/c parada ponto final linha adesivada vidro para brisa

Pra Mosqueiro, é preciso pegar a BR, e cruzar outros 4 municípios. Assim, a tarifa é mais cara, R$ 3,60. 

Que nem de longe cobre os custos da viagem, é um subsídio do governo, pra que o povo belenense, no geral tão pobre e tão sofrido, tenha uma opção de lazer que possa arcar.

Maracangalha ZN1

Próximas 3: Maracangalha, também na Zona Norte da cidade.

Veja a imagem a direita. Trata-se de um ônibus roxo, que de 2ª a 6ª serve a Zona Sul belenense, indo pro bairro do Guamá, onde também estive.

Mas nos fins de semana ele reforça a frota que segue pra praia, pois aí é que está a demanda agora.

Há também ônibus de viagem, que saem da rodoviária, que na verdade é em frente a praça onde saem os ônibus urbanos.

Esses tem bancos estofados, e custam o dobro, R$ 7,50 ou perto disso, não lembro exato. Maracangalha ZN

Mas só vem sentado quem embarca antes. Depois, os passageiros seguem de pé, mesmo pagando o valor mais elevado.

Foi meu caso, para regressar a Belém quando saí da água, vim caminhando pela Avenida Beira-Rio do Mosqueiro.

Vendo o fervo, as pessoas ouvindo música, dançando, se banhando e se bronzeando, praticando esportes, namorando, petiscando nos barzinhos.

Maracangalha ZN2Quando a Avenida Costeira acabou, segui pela estrada que vai pra Belém, me afastando da costa. No total, andei umas duas horas, mais ou menos.

Quando peguei a condução já estava no meio da ilha, longe do rio.

O primeiro ônibus que passou foi de viagem, no qual embarquei, mas tive que vir em pé até quase o fim do trajeto. Isso no Mosqueiro.

Julia Seffer Ananindeua ZL1

2 de Júlia Seffer, Ananindeua, Zona Leste.

Agora falemos do Outeiro, dizendo ainda mais uma vez, você não sai da área urbana. Vai pela Rodovia Augusto Montenegro.

Apesar do nome, não mais “rodovia”, e sim uma avenida urbana. Segue-se até o fim da mesma, no bairro do Icoroaci, que é o último da área continental de Belém.

Ali acaba a parte urbana, cruzamos o Distrito Industrial, e após passar por pequena região rural, entra na ilha, onde a zona urbana retorna.

É uma região muito pobre, o Outeiro é uma das partes mais depauperadas e miseráveis da Grande Belém.

Júlia SefferAs fotos mostram. Novamente desci no ponto final da linha e voltei a pé, ora pela Avenida Beira-Rio, que nesse primeiro trecho não há praia, só barranca.

Então ela é calma, não há restaurantes, comércio, nada, nem sequer trânsito;

E ora por sua paralela, a estrada principal, que aí sim é o epicentro econômico/social da ilha.

belem anos 80[1]

Histórico: comparemos Belém 3 décadas atrás e hoje, pra ver como a cidade mudou. O número de prédios altos pra classe média-alta explodiu, como mostrado ao nível do solo em outra mensagem. Aqui  cartão-postal da Praça da República nos anos 80 (r).

Um detalhe: entre Icoaraci e Outeiro, está sendo erguido o mega-condomínio fechado Alphaville de Belém.

Em região de mananciais, em meio a mangues e bosques que estão sendo cimentados pra que ele venha a existir.

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Fazer o quê, né? Melhor focar nos pontos positivos. Foi uma Experiência Mística, quase um Auto-Batismo, ter entrado nos rios da Amazônia.

E o fiz pela segunda vez. Em 2010, já havia entrado no mítico Rio Amazonas, em Manaus.

Naquele trecho ainda chamado Rio Negro, mas é o Grande Amazonas, um dos Rios Sagrados da Humanidade, ao lado do Ganges e Nilo.

‘Manaus’ significa a ‘Mãe de Deus’, ou se preferir o que dá no mesmo, ‘Deus-Mãe’, a metade feminina do Criador Mãe e Pai de todos nós.

praca da republica

Praça da República, hoje (r).

Estar imerso no Amazonas – e nas Águas da Amazônia em geral – é estar dentro Dela/Dele, o Retorno a Origem, senão na matéria ao menos em Espírito.

É Ser Um com o Pai-Mãe. Nada pode ser maior.

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Mais algumas curiosidades sobre a cidade:

– O hotel que fiquei não tinha chuveiro elétrico, e olhe que nem foi tão barato, R$ 70 por dia (repito, valor de julho.13).

praca da republica1

Outra atual da Pça. da República. Amplie e  verá que a maioria dos edifícios é nova (r).

Nas regiões mais tórridas do Norte e Centro-Oeste, só hotéis de luxo tem chuveiro aquecido, o resto é na água gelada mesmo. Esse é o padrão também em Manaus-AM e Cuiabá-MT, entre outras.

– O processo de alteração no clima da Terra está sendo cruel com Belém, onde já amanhece muito quente.

Em condições normais, perto das 3 da tarde começa a nublar, e aí entre o meio da tarde e começo da noite chove forte.

Todo dia, de janeiro a janeiro sem falhar nenhum. Resultando que o fim da tarde e a noite são mais amenas, pois a umidade refrescou o calor intenso.

belem anos 80

Outro postal dos anos 80: dessa vez o Ver-o-Peso, com poucos prédios ao fundo (r).

Ou deveria ser assim. Porque de uns tempos pra cá começaram a assolar a periferia da cidade secas prolongadas, algo até então desconhecido.

Ainda assim, tem ocorrido de regiões como a Cidade Nova, Ananindeua, ficarem até 3 meses sem chuva, o que ademais gera racionamento de água.

Termômetro lá em cima, seca, poluição e as vezes sem água na torneira.

ver-o-peso

Aqui e a esq.: Ver-o-Peso agora. Um bolsão de prosperidade emergiu nas imediações (r). Claro que na periferia ainda há muito por fazer, como retratei acima e é notório.

A vida na Cidade Nova já é difícil em condições normais. Com seca, se transforma no próprio “Inferno na Torre”.

Eis a cidade de Belém (e subúrbios) – “Nascida pra Lutar”. O mais forte sobrevive.

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Algumas partes do Centro Velho de Belém estão precisavam de melhores cuidados.

Você certamente já viu imagens do Centro Velho de Havana-Cubaé bem parecido.

Alias, Fortaleza tem umas partes assim também, já tinha tido essa exata impressão lá. Na verdade é o seguinte:

A linha de prédios (r): de elevado padrão, a maioria recém-erguidos (texto de 2013).

As cidades mais beneficiadas pelo capitalismo (Europa do Oeste/América do Norte) tiveram dinheiro pra deixar o Centro de suas cidades ‘um brinco’, um cartão-postal.

Nota: mesmo lá as diferenças sociais são agudas.

Nessa mensagem sobre Los Angeles, eu inseri muitas fotos que mostram a Cracolândia que há no Centrão da 2ª metrópole ianque.

É um problema social seríssimo. Ainda assim, não se altera a verdade que o Centro de Los Angeles foi restaurado. No geral os prédios estão em bom estado.

Porto de Belem

Atracadouro do Porto de Belém.

Em menor medida, as cidades centrais dos países periféricos (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Buenos Aires-Argentina, Bogotá-Colômbia, Cidade do México) passaram pelo mesmo processo.

Então, em algumas metrópoles brasileiras e latino-americanas (Havana, Assunção, Santo Domingo, etc), isso não foi possível.

Porque não há esses recursos. Então ‘vai como dá’.

Barco de passageiros, no detalhe observe os bancos de acrílico, iguais aos dos ônibus.

O que resulta nisso, o Centro Histórico dilapidado, esperando a volta de seus melhores dias.

Onde a cidade começou hoje é sua área menos frequentada pela classe média e pelos turistas.

Felizmente surge o dia que a sociedade desperta pra realidade óbvia que isso não pode ser, e começa a olhar pro Centrão com mais carinho.

Um dia, chega a vez de Belém, Fortaleza, Assunção, Havana e outras. Não há mal que sempre dure.

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Comentemos um pouco as imagens. Você sabe, nem sempre o texto corresponde a foto que está a seu lado. Busque pelas legendas que estão corretas. Vemos espalhados pela página:

Sao Braz ZC3

5 do São Braz.

Nessas 3 imagens acima em que aparece o Rio não estamos mais na ilha.

Bem ao contrário, bem no Centro de Belém, no Ver-o-Peso, ao lado do porto pra navios grandes.

Veja o que já lhes contei, alguns barcos tem bancos iguais aos dos ônibus, de acrílico e enfileirados, pra caber mais gente.

Sao Braz ZC2É porque na civilização fluvial amazônica, os barcos são os ônibus, carros e caminhões, os rios são as estradas, e os portos, as rodoviárias, daí o nome do arquivo.

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Próximas 5 fotos a partir dessa logo acima: bairro do São Braz, Zona Central, típico de classe média.

mais um cond. fechado SB ZCÉ o ponto de partida pros ônibus litorâneos e metropolitanos.

Algumas cenas comuns de Belém: os relógios de luz são no alto dos postes, condomínios fechados.

Bairro Júlia Seffer, município de Ananindeua, Zona Leste metropolitana.

Mais relances dessa Belém que luta, e que vem se transformando. S. Braz ZC

Mesmo com vários problemas na periferia, modernos arranha-céus de classe média que brotam mesmo no distante e até pouco tempo esquecido subúrbio.

…………

Sao Braz ZC1Um pouco mais abaixo: as ‘kit-nets’, imensamente comuns na periferia belenense.

Trata-se de residências pequenas, quarto-e-cozinha, com um banheiro, mas sem salas tampouco área de serviço.

Aqui, nessa casa, são 4 kit-nets.

O dono de um imóvel subdivide uma construção dessa forma, e aluga cada moradia a uma família.

Sao Braz ZC

Nessa encerra o São Braz.

Essa é térrea. Muitas outras são em lajes, formando verdadeiros prédios artesanais:

Quando junta dinheiro o dono enche outra laje e inaugura mais algumas ‘kit-nets’ no andar recém-construído.

Está longe do ideal, mas quem não tem outra opção, fazer o quê?

Se serve de consolo, nas periferias das cidades do Centro-Sul são frequentes também.

aluga-se kit-nets

Kit-net na periferia de Belém.

Já fotografei nas Zonas Leste, Sul e Oeste de Curitiba, e também na Grande Florianópolis-SC.

………

PÉ-GRANDE, O MAIS AMAZÔNIDA DOS ÔNIBUS

Agora mais cenas baixadas da internet. Alias a empresa Eucatur nem opera no Pará.

Pe-Grande, o onibus amazonidaServe boa parte da Amazônia, nos estados do Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. Mas no Pará e Amapá ela não chega.

Não importa. Coloquei só pra ilustrar. Mesmo de outras viações, os busos Pé-Grande são comuns em Belém.

Observem a altura do chassi em relação ao solo.

Pra subir nele não basta um degrau, é preciso uma escada retrátil, também retratada, recolhida na foto a direita e estendida na esquerda.

nao e degrau, e escadaA Amazônia, como já dito muitas vezes, não se integrou de todo a civilização ariana terrestre.

Muitos lugares do interiorzão só se chega de barco. Se você insiste em ir por terra, tem que ser de Pé-Grande.

Porque aí há alguma chance de chegar. Eu disse ‘chance’, e não ‘garantia’.

Na época das chuvas, é tanto barro que mesmo esse bichão encalha.estradas na amazonia Ao lado a prova.

O leste do Pará é servido por vias pavimentadas, que portanto são conectadas a capital por veículos normais, de piso baixo.

Mas no oeste do estado, esse ainda não é caso. Ali, só por rio ou com esse ônibus adaptado.

Belem amanheceEu vi alguns Pé-Grandes, pertencentes a prefeituras do interior que levavam seus habitantes pra fazer tratamento de saúde em Belém. Mas não consegui fotografar.

Por isso ‘emprestei’ os da Eucatur, pra ilustrarmos essa transgenia busófila (ônibus adaptados, operando em condições distintas das que foram fabricados). Belenense

Pra fecharmos esse tópico,  o ‘Pé-Grande’ Brasileiro é só um filhote perto dos que operam no Ártico. Veja como são os Pé-Grandes da Rússia e Canadá….

Se a última impressão é a que fica, a esquerda de novo de minha autoria um belo amanhecer no Centro Velho de Belém.

de belém até belém, via belém
sempre fui belenense

Ônibus 475-Canal Belém, que percorre a divisa entre Zonas Sul e Leste de Curitiba (r).

E pra fechar: eu moro no Belém.

Não no Pará, mas no Canal Belém (uma invasão parcialmente urbanizada, mas ainda não legalizada), as margens do Rio Belém, na Zona Sul de Curitiba.

Acima sou eu a frente da minha vila aqui no Boqueirão, e o Rio que a nomeia.

A esquerda o busão, que até 2010 era da finada Viação Marechal.

escala em SP

Metrô Belém, Zona Leste de SP (r).

Ainda tem mais: pra ir a Belém do Pará, os voos saíram e chegaram de São Paulo, e passando por lá eu fotografei o Anhagabaú florido.

No retorno, pernoitei na casa de um parente. Que mora no bairro do Belém, na Zona Leste, onde mais ???

Tudo se alinhou. Diante de tanta ‘coincidência’, consideramos a série sobre Belém fechada em Glória e Louvor.

“Deus proverá”

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