Caio Mondego sanfonado PBT da Viação Colombo (ex-BH): quebrando 6 tabus de uma vez só

Quando chegaram, no final de 15, foram pra linha Ctba/Colombo via Rodovia da Uva. Só operavam nos picos da manhã e tarde (aqui e acima da manchete o 23400 com esse letreiro).

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro.

Derradeira postagem de 2015, publicada no último dia do ano.

Maioria das imagens baixadas da internet, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas; as que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)”.

A Viação Colombo comprou usados de Belo Horizonte-MG dois articulados Caio Mondego com piso baixo.

(Obviamente a empresa atende o município homônimo, que fica na Zona Norte da Grande Curitiba.)

A princípio, como diz a legenda, os “sanfonados” foram deslocados pra ajudar no pico da Ctba/ Colombo via Rod. da Uva (‘Estrada Nova’).

Só nos horários de maior movimento, no meio do dia ficavam recolhidos na garagem.

Em junho de 16, o Terminal Roça Grande foi afinal reformulado.

Roça Grande (*): custou mas saiu!!!

Após uma década de espera enfim passou a ser um terminal de verdade:

Com linha-tronco operada por veículos pesados (foto acima).

As demais se tornaram alimentadoras, ao invés de um monte de radiais que se sobrepunham.

Fomos conferir essa mundança, claro. E adivinhe quais foram os ‘carros’ que foram deslocados pra nova linha Roça Grande/Guadalupe?

Na garagem da Viação Colombo, ainda com a pintura que usavam em Minas.

Os articulados, obviamente. Entre eles os dois que vieram de Minas.

E agora eles circulam ininterruptamente de manhã a noite, pois há demanda pra tanto.

Esses dois Caio chegaram com tudo, quebrando 6 tabus de uma vez só:

São os primeiros articulados piso baixo da história da Grande Curitiba, incluindo o sistema municipal da capital;

São os primeiros Caio Mondego da história da Grande Curitiba;

Mato a cobra e mostro o pau: até aqui vimos sempre o mesmo busão (chapa HBZ-2856, ’03’ em MG, ‘23400’ no PR). Nessa tomada operando em M. Gerais. ‘Cid. Administrativa’ é a sede do governo estadual, no extremo norte de BH. Até pouco tempo atrás tinha essa pintura exclusiva, diferente do resto do sistema. Não mais. Com a chegada do ‘Move’, as linhas pra Cid. Administrativa viraram alimentadoras, compartilhando a mesma pintura das demais.

Há muito, mas muito tempo mesmo que a Viação Colombo não comprava Caio;

As empresas de Curitiba e região não têm o costume de comprar veículos usados, só zero km.

Por isso a decisão dessa viação causou grande espanto.

Embora não haja nada demais, os ônibus estão em bom estado e é isso que importa;

Já houve no passado alguns piso baixos convencionais, ou seja não-articulados.

Só que foram raríssimos, contados nos dedos de uma mão.

E há um longuíssimo tempo já haviam sido tirados de circulação.

Portanto a re-introdução desse modal que facilita o embarque dispensando o elevador é mais um tabu que se quebra;

Do Mundo pra Curitiba“: articulados do mesmo modelo (Mondego) agora ex-São Paulo – por isso as portas na esquerda – que também vieram pra Viação Colombo em 2016.

Se tudo fosse pouco, depois de décadas a Grande Curitiba volta a ver ônibus sem o vidro traseiro.

No caso, com esse espaço fechado com material semelhante a lataria.

………….

Atualização (set.16): na verdade é o seguinte: a prefeitura de Curitiba não permite a entrada de ônibus usados no sistema.

Até fev.15, ela controlava – e controlou por 2 décadas – tanto o sistema municipal quanto o metropolitano.

Também na Gde. Curitiba, na garagem da Expresso Azul (cujos busos um dia foram azuis de fato porém não são mais há muito). Mas há sim um nesse tom. Simples. É que esse é ex-Recife-PE, na padronização SEI/Radial – só pode ter vindo ‘via BR-101‘.

Por isso por décadas não houveram ‘carros’ de 2ª mão por aqui.

Todavia, desde então por uma rixa política o transporte metropolitano voltou pro governo estadual.

Desde então, a Grande Curitiba tem recebido vários veículos usados em bom estado.

Especialmente articulados, mas também há casos de veículos pitocos, não-articulados.

Volta o texto original: Curitiba tem fama de ser ‘extremamente inovadora’ no transporte coletivo.

Já foi assim realmente, hoje não é mais o caso, lamento ter que constatar.

Esse Caio a Viação Colombo comprou 0km em 2018, depois de mais de 2 décadas.

Há muito que o sistema daqui deixou de inovar como fazia antes, assim parte pra propaganda pra encobrir esse fato.

Não há integração no cartão – exceto em pouquíssimas linhas, só 1 delas central e de grande demanda.

Não se constroem novos terminais, ou seja não se ampliam as opções de integração.

As obras da Linha Verde Norte/Leste estão paradas há 8 anos, sem previsão de retomada.

Em 2017, a Campo Largo voltou a adquirir Caio, depois de muito tempo sem fazê-lo.

A simples reforma do Terminal Santa Cândida se arrasta há 3 ou 4 anos.

Enquanto isso o Ligeirão Norte não é implantado, mesmo os tubos estando desalinhados.

(Escrevi esse texto em 2015, vamos dar uma rápida passada no que aconteceu depois disso.

O Ligeirão Norte foi implantado em 2018, concluíram a reforma do S. Cândida – ponto positivo;

O Terminal do Tatuquara, na Zona Sul, estava prometido pra 2020 na verdade foi inaugurado somente em 2021, e de forma errada – é preciso reformulá-lo, como foi feito com o Roça Grande; apesar da obra ter saído, é preciso corrigir o funcionamento – aqui há um empate;

Próximas 2: Garagem da Viação Colombo, anos 80 – ainda na pintura livre, na época a viação era forte cliente da Caio.

As obras da Linha Verde Norte/Leste também foram retomadas;

Foi entregue parcialmente também em 2021, mais 3 estações entraram em funcionamento, sendo que 2 são mini-terminais, agregando novas opções de integração; porém ainda faltam 5 estações pra funcionar corretamente;

Então a Linha Verde está como Terminal Tatuquara, ainda é preciso concluir o que foi feito; e quando atualizo essa postagem em 2023 já são 16 anos de espera pra termos a Linha Verde plenamente funcional, pois a obra começou em 2007).

Algumas coisas melhoraram, mas há muito por fazer: como dito, continuamos sem integração no cartão, apesar de repetidas promessas de implantá-la.

(Na década de 2020 enfim mais linhas começam a ser integradas de forma digital, mas ainda é pouco. É preciso interação total no cartão, entre todas as linhas; aqui, como na L. Verde e Terminal Tatuquara, houve pequeno avanço, mas ainda insuficiente.)

Não há nenhum ônibus com ar-condicionado na cidade, nem no municipal tampouco metropolitano. Creio que nenhum com rede de internet (‘wi-fi’) tampouco – e olhe, o passatempo da galera é navegar no busão.

No estado de São Paulo é comum esse serviço mesmo em ônibus urbano. 

E também não há atualmente nenhum veículo com piso baixo. Como dito acima, houveram pouquíssimos no passado, mas já saíram do sistema.

Aqui e nas próximas 2 tomadas, o 23401 da Colombo. Dentro de um, vendo outro: estou vindo pro Centro no 23400 que peguei no Roça Grande (*). Em sentido contrário outro bichão, os dois busões que vieram de Minas Gerais.

Digo, agora há esses 2 articulados ex-BH, a leva que a seguir veio de SP, e quem sabe outros importados usados.

Não sei se são ‘Piso Baixo Total’. Por isso a sigla PBT que pus no título pode estar tecnicamente incorreta.

Porém como todo o vagão dianteiro e mais parte do traseiro são piso baixo, creio que já dá pra dizer que seja ‘total’.

………..

Chegando ao Guadalupe (vazio mas logo vai encher) pra iniciar mais uma jornada.

Fazia muito tempo que não vinham pra cá veículos usados.

Então agora voltaremos novamente a ver placas que não se iniciam com ‘A’ rodando no sistema. Nesse caso específico a inicial é ‘H’.

Nos anos 80 a Colombo foi grande cliente da Caio. Mas há décadas a viação preferia não adquirir mais essa marca.

Os últimos modelos que ela comprou desse fabricante foram os Alfas, nos já distantes anos 90, que já saíram da frota.

Eis o atual 23401 da Colombo: antigo 02 na Estação Vilarinho, em Belo Horizonte.

Depois a Colombo deu preferência a Marcopolo, Comil, e mesmo a finada Busscar.

Na Grande Curitiba poucas viações são clientes da Caio. 

A Redentor municipal, Santo Antônio (essa também de Colombo) e a Leblon/Nobel de Fazenda Rio Grande (Zona Sul metropolitana) são algumas das que são fiéis a marca.

Ainda assim, uma boa parte das empresas opta por não mais adquirir ônibus dessa encarroçadora paulista.

Mais uma do 23400, operando em Colombo, foto (prov.) na Rodovia da Uva. Vidro dos fundos tampado, outra característica que retorna a Gde. Curitiba depois de décadas. E com capelinha eletrônica traseira, que aqui só havíamos visto em testes.

Atualizando (em 2020), até mesmo as empresas da Fazenda Rio Grande que citei acima interromperam a compra de Caio há alguns anos.

A Colombo era outra que resistia, mais um tabu se vai com esses ‘sanfonados’ chegando. 

(Nota: a partir de 2017 várias viações que há muito não compravam Caio na Grande Curitiba voltaram a fazê-lo:

Como as do grupo Campo Largo; a própria Viação Colombo depois adquiriu Caio articulado 0km;

E renovação da frota de 2018/2019 veio por atacado, na Zona Sul por exemplo a Caio veio muito forte nessa leva, inclusive nos articulados e bi-articulados.

Próximas 2: em 2018 Joinville-SC também voltou a apostar na Caio, depois de 3 décadas de jejum (isso porque a Busscar faliu, depois foi comprada pela própria Caio). Aqui no sistema municipal, a seguir no metropolitano.

Me refiro as viações Redentor, Cidade Sorriso e Tamandaré – que também opera linhas municipais da capital, a garagem é no bairro do Boqueirão.)

Mesmo quem compra Caio por aqui nunca havia adquirido nenhum Mondego.

Em São Paulo existem aos milhares, e são infinitamente abundantes também em Santiago do Chile, entre outras metrópoles. Entretanto na Grande Curitiba é inédito.

Ou seja: os Mondegos ‘chegaram chegando’. 6 tabus derrubados.

Meia dúzia de coelhos numa tacada. Superou até o Hibribus.

Isso que é ‘mineirinho come-quieto’ . . . Uai, sô!!!

MAIS BUSOLOGIA: ‘ZEBRINHAS‘ DE BRASÍLIA, ‘SELETIVO’ EM CURITIBA, ‘BÁSICO’ EM SP, ‘TÁXI-LOTAÇÃO’ EM POA-RS, ETC. –

Aproveitando o embalo, atualizei várias postagens com muitas e muitas fotos de ônibus.

Já que falamos do micro Carolina, fiz grande ampliação mostrando as ‘Zebrinhas’ da Capital Federal, os ‘Seletivos’ da capital paranaense e os ‘Táxi-Lotação’ da capital gaúcha.

Na verdade é o mesmo serviço, micro-ônibus com 1 porta, mais confortáveis, em que só se viaja sentado.

Os três surgiram próximos, na virada dos anos 70 pra 80.

Porém em Brasília e Curitiba foram descontinuados, só em Porto Alegre permanece.

Falo também dos ‘Seletivos’ de Santos-SP, e dos ‘Opcionais’ do Recife-PE, esse dois modais igualmente operam até hoje.

……….

Outras atualizações:

Frota Pública de Curitiba, antes de depois. Diversas imagens acrescentadas.

municipalizado azul

Azulzinho “Básico” em São Paulo???? Esse até eu fiquei conhecendo agora!!!

E agora várias mensagens em que pus algumas fotos novas:

– ‘Saia & Blusa’: os ônibus paulistanos.

– Mais Transgenia busófila. Em Rondônia até retro-escaveira anda de ônibus.

E nas 3 sobre Curitiba:

– ‘Leste, Norte, Oeste, Sul e Boqueirão‘: municipais dos anos 80.

Metropolitanos antes da padronização, em pintura livre.roxo colombo lona buso metrop caio vitória padrão scania colombo nova viação z/n ctba guadalupe rodoar anos 90 requião

– E como eles ficaram logo após a 1ª padronização do começo dos anos 90 até hoje.

Por exemplo, por que esses articulados da Viação Colombo são beges?

A princípio os busos pra Colombo eram roxos, como comprova a direita.

“Deus proverá”

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