“Festa no Morro” ??? Ah, esses ônibus recifenses…

das “áreas” numeradas pela EMTU a ‘via livre’: privatização da ctu, fim dos tróleis, e 2 padronizações metropolitanas paralelas (sei e ‘grande recife’): breve história dos ônibus na capital pernambucana

Esse busão tem que ser do Recife!

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”

Publicado originalmente (via emeio) em 11 de novembro de 2012.

Levantado pra página em 15 de fevereiro de 2015, logo no início da página que começara uns dias antes.

Matéria ampliada maciçamente nos primeiros  dias do ano (e década) de 2020, com a adição de centenas de fotos – antes de eu ir a cidade pessoalmente, somente com material colhido via internet.

Vamos numa volta no transporte recifense, passado e presente. Será uma “Boa Viagem”!

Em novembro de 2020 pude enfim conhecer o Recife de modo real, presencialmente. Assim em janeiro de 2023 atualizo a matéria com o que constatei ‘in loco’.

Maioria das imagens baixadas da rede. Créditos mantidos, sempre que estavam impressos nas mesmas.

As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’ – nesse caso todas clicadas em novembro de 2020.

Articulado do ‘Via-Livre’ cruza ponte no Centro, assinaturas indeléveis da ‘Veneza Brasileira‘  – pena que a linha de BRT Norte (que esse bichão serve) estava com as suas estações desativadas em 2020 (*).

OS ARTICULADOS “VIA-LIVRE”, OS ‘PITOCOS’ NO “GRANDE RECIFE”:

A PINTURA LIVRE E A PADRONIZAÇÃO SEI ESTÃO MINGUANDO –

Feita essa introdução, vamos ao que interessa que é falar como são e foram os ônibus e demais modais de transporte na cidade.

Inicio então pela atualização de 2023. Pra isso farei um breve apanhado, depois abaixo desenvolvemos melhor cada tópico.

Mato a cobra e mostro o pau: estação Santa Casa do BRT Norte abandonada, numa eu diria inexplicável decisão do governo (*).

A parte triste é que em 2020 uma das duas linhas do ‘BRT’ Via Livre estava inutilizada, e teve as estações saqueadas por ladrões.

A partir de 2022 o governo estadual começou a retomada.

Só que será preciso reconstruir o que já estava pronto mas foi dilapidado pelo abandono governamental (no Rio de Janeiro aconteceu exatamente o mesmo).

Essa e a seguir no Terminal Camaragibe (*); na linha Oeste o BRT operava normalmenteAlimentador ainda na pintura SEI (estou dentro do articulado, daí o reflexo do vidro).

Além disso, como o título já indicou, as pinturas livre e da padronização SEI estão desaparecendo – ainda existem mas cada vez mais raras.

Os articulados são quase todos no azul e cinza do Via Livre, e os ônibus curtos (‘pitocos’) na padronização ‘Grande Recife’, implantada em 2015.

Até o meio dos anos 90 todas as linhas, municipais e metropolitanas, eram em pintura livre.

Em ângulo melhor: SEI amarelo, Alimentador, operando corretamente nessa categoria (*).

Foi quando chegou a padronização SEI, gerenciada pelo governo do estado, que padronizou boa parte das linhas.

Tanto as inter-municipais quanto as internas da capital. Nem todas, entretanto. Algumas permaneceram na pintura livre.

Aqui e a dir. o Terminal Jaboatão: Circular também fazendo linha alimentadora; ‘tabela trocada’ dupla, mas ainda na pintura SEI – o capô está aberto pra refrigerar o motor, como é costume no Equador (*)

No SEI os busos foram pintados conforme a categoria de linha.

Em 2014 começa a operar o Via Livre, os sistema de ‘BRT’ recifense.

Com articulados em corredores exclusivos, em alguns trechos com estações com embarque elevado.

São inauguradas duas linhas, uma pra Zona Oeste (Camaragibe) e  outra pra Zona Norte (Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu).

No entanto a maioria dos alimentadores na pintura branca do ‘Grande Recife‘ – achei curioso aquelas plataformas a esquerda, a parte do ‘corpo’ principal do terminal (*).

Em novembro de 2020, quando estive lá, a linha pra Z/O estava funcionando, fui pra Camaragibe de metrô e voltei de Via Livre.

A linha pra Z/N, lamentavelmente, foi desativada no começo desse mesmo ano (20) e teve boa parte das estações destruída por ladrões.

A partir do momento que inexplicavelmente o governo retirou o patrulhamento noturno. Bem triste.

Nas próximas 10 fotos o Centro do Recife, onde praticamente não há mais ônibus na pintura SEI: essa imagem resume a situação, articulados no azul do ‘Via Livre’, veículos curtos no branco do ‘Grande Recife’ (*).

Os articulados com ar-condicionado ainda ligam o Centro aos terminais, mas sem utilizar as estações.

Pois os busões do Via Livre têm portas dos 2 lados, elevadas a esquerda e ao nível do solo na direita – sem as estações são essas que estão sendo utilizadas.

Menos mal que o serviço não está interrompido de todo. Ainda assim, o prejuízo pro usuário é gigantesco.

Nessa e a seguir: tem ar-condicionado, mas com as janelas abertas a climatização não funcionapresenciei idêntica situação no Rio de Janeiro e Salvador na mesma época (*).

Antes, com as estações, o embarque era em nível, pré-pago e por várias portas simultaneamente, o que agiliza em muito a operação, especialmente nos horários de pico. Agora a espera é na rua.

Além de todo mundo ter que passar por uma entrada só, subir escada e girar a catraca, o conforto e segurança dos passageiros foi bastante comprometido.

Sequência de quatro Torinos ‘6‘ (modelo que faz sucesso em Pernambuco) sobre as pontes, em várias cores da nova padronização: inicio pelo amarelo, também com ar-condicionado instalado porém inutilizado  (*).

Nas estações havia ar-condicionado e segurança. As pessoas esperavam sua condução sem se sentirem ameaçadas com a aproximação de estranhos e sem passar por chuva e sol forte.

Creio que não segredo pra ninguém que o Recife é uma cidade bem quente e com sérios problemas de violência urbana.

Então pra quem tem pegar o ônibus embaixo de um sol de 40º, uma estação coberta e climatizada ajudava bastante. Fora as tempestades torrenciais, também frequentes.

Laranja – creio que esse buso seja o que vem atrás do amarelo na tomada a esquerda (*).

E quem tem que ficar no ponto (especialmente a noite) tem receio de sofrer assaltos, compreensivelmente.

Agora vão reconstruir e reativar as estações do BRT Norte. Antes tarde que nunca, né?

Cinza da Borborema (*).

A questão é que será preciso pagar uma segunda vez com dinheiro público pelo que já havia sido pago.

Como dito e é notório, no Rio foi igual. Estive na capital carioca 2 meses antes da pernambucana.

Na ocasião (2º semestre de 2020) o BRT carioca só funcionava bem no trecho da orla (Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes).

Verde cruza a 1ª ponte do Brasil (*).

A parte que ia pro subúrbio das Zonas Oeste e Norte estava em boa parte abandonada.

As estações saqueadas e transformadas em ‘mocós’ pra atividades criminosas. A seguir, em 2021, começaram as reformas pra que voltassem a funcionar.

Obviamente, tanto no Sudeste quanto no Nordeste, há um custo dobrado:

No azul variamos: é CaioApache ‘4‘ – e não está sobre a ponte, e sim em terra firme (*); infelizmente não fotografei ônibus roxos nessa padronização, mas puxei fotos da rede.

O da população que ficou sem transporte eficiente por 2 anos (ou mais), e o valor financeiro de pagar de novo o que já estava pronto.

Ah, Pátria Amada . . . por que o Brasil é assim ???? “Deitado eternamente em berço esplêndido”. . . . Vai vendo!!!!

Seja como for, quase todos os articulados recifenses agora usam o azul do ‘Via Livre‘.

Articulado Via-Livre com ar-condicionado funcionando corretamente – o buso curto na mesma pintura da foto anterior (*).

Pintura que é inspirada na categoria ‘Radial’ do SEI, mas não idêntica.

Há uma faixa horizontal (‘saia’) cinza e retiraram as faixas verticais coloridas das outras categorias.

No começo houveram articulados do ‘Via Livre’ vermelhos e verdes, aludindo as categorias ‘Perimetral’ e ‘Inter-Terminal’ do SEI.

Estação do Via-Livre na Rua do Riachuelo (*).

Não mais. Ao menos não vi nenhum deles nas ruas, creio que foram todos padronizados em azul.

Como exceção, presenciei em ação um articulado na Zona Sul no vermelho ‘Perimetral’ do SEI, até porque na Z/S não há ‘Via Livre’.

Nos ônibus curtos a pintura do SEI ainda existe, mas é da mesma forma bem rara. No Centro e nas Zonas Sul e Norte praticamente foi extinta.

Placas nos pontos de ônibus: na imagem principal na Beira-Rio (ampliei a pra lermos as muitas linhas que passam ali), fechando a sequência do Centro; no detalhe menor foto em Candeias, na Zona Sul – em verde (*)

Bem, meu tempo no Recife foi curto, então não pude visitar os terminais da Zona Norte. Estive duas vezes na parte boreal da cidade:

Fui a Av. Norte, no Alto Zé do Pinho e Morro da Conceição, dali caminhei pelo bairro Casa Amarela e imediações até cruzar o Rio Capibaribe, na Torre.

E outro dia conheci o Centro Histórico de Olinda, desci a ladeira até a Praia do Farol e percorri a parte da orla até Casa Caiada.

Então, é verdade, não tive a oportunidade de conhecer os terminais integrados da Z/N. Ali talvez eu tivesse visto mais busos na pintura SEI.

Proxs. 3 em Jaboatão: micro ‘Complementar‘ municipal, clicado também em Candeias (*).

Feita essa ressalva, relato o que testemunhei: a Zona Oeste é reduto onde essa padronização segue mais visível.

Em Camaragibe haviam alguns Alimentadores do SEI amarelos, na ‘tabela’ correta portanto.

Enquanto que no Centro de Jaboatão e no terminal desse mesmo município achei e fotografei dois Torinos ‘5’ brancos.

Nesse caso então uma ‘tabela trocada’. Pois os busões alvos no SEI seriam os ‘Circulares‘, linhas curtas não-integradas da Zona Central do Recife.

Essa e a seguir no Centro, conhecido como ‘Jaboatão Velho’: outro Torino ‘5’ da Metropolitana na pintura ‘Circular’/SEI (*).

Originalmente só haviam 3 linhas nessa categoria: no Terminal (Central) de Metrô do Recife os Circulares 1 e 2, e no vizinho Joana Bezerra o Circular Centro.

No entanto em 2020 os últimos brancos Circulares do SEI operavam na região metropolitana como Alimentadores, entrando em terminais. ‘Tabela Trocada’ dupla.

Torino ‘6’ da Mirim com pintura livre (*).

Quando a pintura ‘Grande Recife’ foi implantada em 2015, a intenção é que fosse aplicada somente nas linhas não-integradas que ainda operavam com pintura livre.

Ou seja, o Recife teria duas padronizações paralelas:

1 – O SEI (baseado na categoria da linha) nos ônibus que entram nos terminais;

Fui a Jaboatão e Camaragibe (onde foi feita essa imagem) de metrô, voltei de Via-Livre (*).

E 2 – a branca na lateral pros que não entram (baseada na região da cidade que a linha serve).

Na prática a pintura branca do ‘Grande Recife’ acabou suplantando o SEI nos carros de tamanho normal, e a pintura do Via Livre foi adotada nos articulados.

Só vi uns poucos ‘carros’ ainda no SEI, um articulado na Zona Sul, os demais todos na Zona Oeste, repetindo.

A outra ponta da linha: Estação Joana Bezerra na Zona Central, onde iniciei a jornada rumo a Zona Oeste – ali param todas as linhas, por isso a placa ‘Destino: Recife’ é branca (*).

A pintura livre também está nos seus últimos dias. Registrei um Globo no Centro e um Mirim em Jaboatão.

Fora esses os veículos curtos são na nova decoração, a lateral branca e a cor da região no teto e na frente e traseira – mesmo os alimentadores dos terminais.

Facilita a logística das viações, que assim podem pintar sua frota inteira de não-articulados de uma cor só.

Adicionado o que constatei em campo, segue agora o texto original. Essa matéria começou porque fui documentar a característica mais típica dos ônibus do Recife:

A vaca vai pro Brejo??? O busão vai!!!.

Os nomes curiosos de suas linhas, traço típico da cultura local.

Eu moro em Curitiba. Aqui, na capital do Paraná, seria impensável isso. 

Nunca os ônibus ostentariam no letreiro qualquer coisa remotamente parecida com o “Festa do Morro”.

Década de 60 (ou início da de 70): tróleibus da CTU, logo característico da época.

No Recife é absolutamente normal, não apenas essa linha que é sazonal (abaixo falamos melhor disso).

Como também outras que são permanentes e ostentam os nomes populares das vilas a que servem.

Num emeio (modal pioneiro desse canal de comunicação antes da página subir ao ar) de 2012 retratei alguns desses casos, já falaremos deles.

A mensagem continha poucas imagens. Entre o final de 2019 e comecinho de 2020 numa atualização maciça foram adicionadas centenas de fotos.

O foco ampliado pra darmos um panorama geral do transporte recifense, desde os anos 80 a atualidade.

Então vamos nessa. Primeiro um apanhado geral, aí desenvolvo melhor cada tópico.

Recife conta com metrô; e lá é um metrô de verdade (já esclareço o porque dessa observação).

São 3 linhas, 2 delas pra Zona Oeste – coincidentes até um certo ponto – e a outra pra Zona Sul.

A cidade conta com metrô, 1º do Nordeste.

Vamos pros ônibus, traçando um paralelo com a maior metrópole brasileira pra a seguir voltarmos ao Nordeste.

Em 1946, a Cidade de São Paulo funda a viação estatal Cia. Municipal de Transportes Coletivos, a popular CMTC.

Essa inciativa gera reflexos em boa parte do Brasil. Por exemplo:

A mesma leva de tróleis fabricados nos anos 50 (ou começo dos 60) chegou até 2001, já privatizados e na padronização SEI.

Em 1951 Santos (no Litoral Paulista, sede do maior porto do Brasil) cria a viação estatal Serviço Municipal de Transp. Coletivo – SMTC, posteriormente CSTC.

Nosso tema aqui é o Recife. Pois bem. 1957 marca o início das operações da igualmente viação estatal municipal da cidade.

Trata-se, evidentemente, da Cia. de Transportes Urbanos, a CTU-Recife.

Recife não tem mais tróleibus. Porém chegaram os modernos articulados do sistema ‘Via Livre‘ (parte do SEI).

Logo em 1949 começa a operar em SP o sistema de tróleibus, o primeiro do gênero inaugurado no Brasil.

Alias o sistema da capital paulista nos anos 90 chegou a ser o maior do mundo fora da China e países da ex-URSS.

O Recife mais uma vez segue o exemplo, e em 1960 inaugura seu sistema de ônibus elétricos.

Nos anos 80 as linhas foram divididas em áreas com nºs. A Nápoles atendia a Área 16 (várias imagens estão em baixa definição).

O segundo do Nordeste, um ano após Salvador (1959, portanto).

Só que na capital baiana os tróleibus duraram pouco, menos de uma década. Em 1968 já foram desativados.

Fortaleza também contou com esse modal não-poluente.

Maria Farinha“?? Só no Recife linha assim!!!

Entretanto por menos tempo ainda. Na capital do Ceará começou em 1967, rodou apenas por 5 anos, até 1972.

No Nordeste somente essas 3 maiores capitais tiveram tróleibus.

Ressalte-se que nas outras duas por pouco tempo, repetindo.

Na Bahia foi quase uma década, e no Ceará meia.

Perigo! Surfe rodoviário na lateral do busão, tradição recifense (aqui num tróleibus antigo da CTU, esse com pintura nacional da EBTU – veja entre as portas o logo de ambas as empresas estatais, federal e municipal).

No Recife, por outro lado, o modal foi longevo: os troleis circularam até 2001.

Completando portanto 41 anos de serviço ininterrupto.

O Recife foi a última cidade brasileira a eliminar os tróleis.

Na Grande São Paulo e em Santos eles ainda rodam (atualizado em 2020).

E Araraquara-SP desativou junto com o Recife, também no ano de 2001.

Século 21: a tradição continua!

Já escrevi matérias sobre ônibus elétricos no Brasil e na América.

(Argentina, Chile, México e Equador também contam com eles entre os latinos.

Até pouco tempo atrás também a Venezuela, porém não mais.)

No Recife, São Paulo/Capital, Araraquara e Santos velhos ônibus elétricos produzidos nos anos 50 e começo dos 60 rodaram por décadas:

Mais de 30 anos e em alguns casos quase 40. Esse modal é notoriamente longevo:

2-andares no Nordeste só teve lá.

No Chile alguns veículos chegaram aos 70 anos!!

E mesmo hoje (década de 10) na Grande SP e em Santos temos novamente tróleis de mais de 30 anos ainda rodando.

Voltemos ao Recife. A cidade é conhecida como ‘Veneza Brasileira’, por seus muitos canais.

Pois bem. Aproveitando melhor esse potencial, nos anos 70 a CTU teve até barcos.

Isso que é ônibus “sanfonado“!!!

Sim, era uma linha feita por lanchas, que virou inclusive cartão-postal (já vimos a imagem mais pro alto na matéria).

Pena que a inciativa não vingou e foi abandonada.

Próximas 5: metrô do Recife. Essas composições mais modernas fazem as linhas principais que vão ao Centro.

Logo a seguir, entretanto, o transporte no Recife passou por uma massiva reformulação.

Como já escrevi muitas vezes, quando o regime militar se aproximava do final houve grande investimento no transporte coletivo e habitação popular no Brasil.

Em 1974 enfim começou a operar o metrô de São Paulo.

As linhas de metrô mesmo estão em laranja, vermelho e azul. Em verde e cinza linhas secundárias, suburbanas.

O primeiro de nossa nação (o de Buenos Aires, na Argentina, é de 1913).

Também em 74 Curitiba inaugura, na mesma época que Lima no Peru, o primeiro sistema de ônibus ‘Expressos‘ do mundo.

(Por isso me refiro corredores exclusivos sendo de preferência operados por articulados.

Em Lima o corredor exclusivo já começou sendo operado por articulados.

Alias os primeiros ‘sanfonados’ peruanos chegaram em 1973, oriundos do Leste Europeu – eram da marca Icarus lá sediada.

As linhas secundárias até pouco tempo atrás eram operadas por velhos trens a dísel.

Antes do corredor portanto. Foram assim os primeiros articulados de toda América Latina, Brasil incluído.

Os primeiros articulados brasileiros, inclusive os de Curitiba, só foram produzidos entre 1980 e 81.

Resultando que em Ctba. nos primeiros 6 anos as ‘canaletas’ exclusivas do Expresso foram operadas somente por veículos ‘pitocos‘ [tamanho normal].

Agora modernos VLT’s, parte da rede de metrô, puxam os ramais no subúrbio, complementando as linhas-tronco (feitas por trens maiores). Mas o intervalo entre viagens é grande nesses linhas suburbanasa seguir desenho do metrô do Recife

Seja como for, sabem que hoje o modal ‘Expresso’ é conhecido pela sigla em inglês ‘BRT’.)

Em 1978 São Paulo padroniza a pintura dos ônibus, adotando a decoração ‘Saia-&-Blusa‘.

Em 1980 a capital paulista ganha seu primeiro corredor de ônibus ‘Expressos’ (o da Av. Paes de Barros na Zona Leste) já com tróleibus.

Citei aqui os exemplos de São Paulo e Curitiba.

Pela primeira ser a maior metrópole brasileira, e a segunda ter se destacado bastante num ciclo anterior pelas inovações nesse campo.

No entanto boa parte do país entrou nesse mesmo movimento nos anos 80, de modernizar a rede de transportes.

O Recife também se mobilizou. Foi criada a EMTU.

Próximas 15: linhas de ônibus curiosas recifenses. Já vimos acima a ‘Maria Farinha‘. Agora a ‘Bola na Rede‘.

Sigla da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, pra gerenciar as linhas intermunicipais da capital e entorno.

Sim, é o mesmo nome da EMTU que existe até hoje em SP.

Não confunda, são apenas xarás, mas autarquias diferentes evidente.

Até porque são dos respectivos governos estaduais pernambucano e paulista.

‘Chã de Alegria’, mas parece “Chá de Alegria“.

Seja como for, os paralelos entre as capitais não se restringem ao mesmo nome ‘EMTU‘.

Quando veio o ‘Saia-&-Blusa’ paulistano, houve um re-ordenamento das viações na cidade.

Várias viações menores deixaram de operar, foram selecionadas as consideradas mais aptas, as demais foram descontinuadas

“Carnaval”.

Nesse caso paulistano me refiro ao sistema municipal.

No metropolitano do Recife o mesmo se deu. A EMTU tornou o sistema mais enxuto, várias pequenas viações encerraram suas atividades.

E a EMTU dividiu o Grande Recife em várias ‘Áreas’ numeradas.

Há 2 vilas chamadas “Porta Larga” no Grande Recife. Essa é a de Jaboatão (próx. foto idem).

Por todos os anos 80 e começo dos 90 os busos na cidade circularam assim:

Na lateral, quase na traseira do veículo, estava escrito ‘Área’ e logo abaixo o respectivo número dela

Por exemplos: a Borborema operava na Área 01 (talvez na 07 também).

Rio das Velhas” – no vidro ‘Rio das Velha’.

Enquanto que a estatal CTU atuava na Área 08.

Quando estive no Recife em 1989 esse detalhe me chamou a atenção.

As ‘áreas numeradas’ da EMTU foram implantadas no começo da década de 80, como dito.

Totó” – é o futebol-de-mesa, em outros estados chamado ‘Pebolim‘, ‘Fla x Flu’, etc.

O 2-ANDARES E OS ARTICULADOS INVADEM O RECIFE –

No fim dos anos 80 e virada pros 90 surgiram novidades:

Recife foi a única cidade do Nordeste que teve ônibus 2-andares.

No Brasil, eles começaram na Cidade de São Paulo, na metade da década de 80.

Chão de Estrelas” – esse e o abaixo a direita na nova padronização pras linhas que não fazem parte do SEI.

Fiz uma matéria só sobre esse tema, no Brasil e no mundo.

Pra mantermos nosso foco, vamos resumindo o principal da questão:

A CMTC paulistana contou dezenas de 2-andares, pelo menos 30 e talvez perto de 40.

Foram copiados evidentemente de Londres/Inglaterra.

Roda de Fogo” – pintura normal da CRT.

Tanto que como no original britânico os da CMTC também eram inteiro vermelhos.

Além da capital paulista, houveram 2-andares também em Osasco (que também fica na Grande São Paulo) e em Goiânia.

Osasco e a capital de Goiás tiveram 4 e 3 exemplares desse modal, respectivamente.

Sítio dos Pintos“?? Em Curitiba houve uma briga pra um lugar que chamavam ‘Vila Pinto’ mudar de nome.

A CTU do Recife contou com um solitário veículo desse tipo, que recebeu o nº 090.

Ele rodou nas ruas recifenses em 2 pinturas, inteiro azul e inteiro amarelo.

Nessa época, todos os 2-andares brasileiros eram da marca Thamco, do modelo ‘Fofão‘.

Montadora sediada em Guarulhos, na Grande SP, e que viria a falir nos anos 90.

“Linha do Tiro”.

Hoje o Brasil não tem mais 2-andares no transporte urbano regular.

Só em linhas-turismo – e agora eles são Marcopolo e Busscar.

Muitos outros países, no entanto, ainda contam com eles em linhas urbanas de transporte de massa.

Cor da Areia“? É só olhar na praia pra saber! – na verdade é o ‘Córrego da Areia’.

Em 2017, andei num ônibus 2-andares em Joanesburgo, na África do Sul.

Igualmente Marcopolo, assim de fabricação brasileira.

Retornando a narrativa a capital pernambucana, também perto da virada dos anos 80 pra 90 começaram a chegar os ônibus articulados.

Muitos deles, senão quase todos, da marca Scania.

Cor do Abacaxi” (idem, é ‘Córrego do Abacaxi’, mas abreviado parece mesmo cor).

Ainda me lembro da matéria que saiu na revista ‘Rei da Estrada‘ (publicada pela Scania mesmo, pra fazer sua própria propaganda):

Os Scania Conquistam o Recife”, eis a manchete.

Os ‘sanfonados’ foram pra duas viações, a estatal CTU e a particular Borborema.

Na CTU receberam a pintura inteiro em azul, vigente a época.

Lagoa Encantada” – ‘Área 04’ da EMTU.

Já na Borborema os bichões tiveram 2 decorações:

Uma, a tradicional da empresa, ‘saia’ cinza e ‘blusa’ branca.

E outra alternativa, o buso inteiro branco, só o logotipo dentro de um retângulo vermelho.

Alto do Capitão“: esse Vitória da viação São Paulo ainda tinha o nº 12 da área da EMTU.

Vários dos primeiros articulados recifenses eram da marca Thamco.

A mesma que produziu o ‘Fofão’, o 1º ônibus 2-andares brasileiro da era moderna.

(Me refiro ao fim do século 20. Pois em 1928 o Brasil já tinha ônibus 2-andares, no Rio de Janeiro).

Rua do Sol“, um Volvo e Azulão. Na mesma cor ao lado um 11-13 Mercedes.

Voltando ao Recife: além disso, curiosamente essa primeira leva de articulados tinha o eixo a frente da porta dianteira, ou seja, sob o motorista.

Essa configuração era comum nos anos 70, não apenas pra articulados, pra ‘carros’ de tamanho normal da mesma forma.

E fez muito sucesso especialmente no Rio Grande do Sul. Como vimos, em Pernambuco idem.

“Vamos Ver o Sol”? Ainda estamos girando em torno do astro-rei (em múltiplas dimensões), mas essa foto é em Teresina, também no Nordeste. O ‘Espírito Recifense’ chegou ao Piauí, e chegou de ônibus.

ANOS 90: COMEÇA O ‘SEI’ – SISTEMA ESTRUTURAL INTEGRADO –

Como dito acima, uma grande reestruturação aconteceu na virada dos anos 70 pra 80.

Manteve-se a pintura livre, mas reordenaram as viações, algumas delas saíram do sistema.

E implantaram as áreas numerada da EMTU, os busões traziam no fundo a qual número de área aquela linha pertencia.

Isso perdurou por todos anos 80 e começo dos 90.

Recife, mapa da rede SEI – ônibus e metrô.

A seguir foi abandonado esse modelo, os busos pararam de trazer esse número atrás. 

E desde o fim dos anos 80 já rodavam os articulados, a princípio na CTU e Borborema.

No fim da década de 90, entretanto, chega o momento do transporte recifense dar um ‘salto quântico’.

No metrô recifense cada estação tem um símbolo, pros analfabetos entenderem.

É implantado o ‘Sistema Estrutural Integrado’, conhecido pela sua sigla ‘SEI‘.

Curitiba foi quem criou esse modelo, ainda nos anos 70, com consolidação nos anos 80.

Aqui na capital do PR o nome é ‘RIT’, ‘Rede Integrada de Transportes’.

Como é notório, funciona assim: antes da implantação da RIT, ou do SEI, ou tenha o nome que for, o transporte funciona de forma orgânica.

Em ‘preto-&-branco‘: nas próximas 3 imagens relembrar os ônibus recifenses dos anos 60 e começo dos 70. Aqui um Caio Bela Vista da CTU, note que o logo da viação estatal vinha grafado em metal na frente do ‘carro’.

Cada bairro precisa ter suas próprias linhas pro Centro, e diversas linhas unem os bairros entre si.

Não há integração nem qualquer planejamento.

Portanto no meio do dia, fora do horário de pico, vários ônibus ficam rodando vazios, cumprindo trajetos similares.

Com isso gastando recursos como combustível e mão-de-obra e gerando congestionamentos e poluição.

Aqui e nas próx. 2: Borborema dessa época, primeiro um Bela Vista – mesmo modelo do CTU que acabamos de ver, depois Monoblocos – veja nas tomadas abaixo o nome da viação escrito (parcialmente) na porta, quando o buso para no ponto não podíamos ler.

Além disso, pra quem quer ir de um bairro a outro (e não ir pro Centro, é o que quero dizer) a coisa não funciona. 

Pois há, claro, algumas linhas que ligam diferentes bairros sem passar pelo Centro.

Ressalte-se que são poucas. Evidente. Não pode haver linhas convencionais (não-integradas) entre todos os bairros.

Quando não há integração ou planejamento, as linhas orgânicas são regidas por uma forma centrípeta, tendem a converter pro Centro.

Uma ou outra linha perimetral/transversal (sem passar pelo Centro) existe entre os bairros mais populosos.

No entanto, se você necessita de outras opções precisa pagar duas passagens pra ir e duas pra voltar.

O modelo que Curitiba implantou nos anos 70/80, e que o Recife adotou na década de 90, racionaliza tudo isso.

Rodoviário (foto de 1973), vai pra Vitória-ES. O modelo, viação e pintura são os mesmos.

Pois as linhas então são re-organizadas e hierarquizadas.

Criam-se os terminais de integração, onde o usuário pode baldear de um ônibus a outro sem custos.

(Hoje na maioria das cidades a integração é digital, pelo cartão.

Dispensando um espaço físico isolado do terminal.

A CTU aderiu a integração do SEI mas não adotou sua pintura, como vemos nesse Vitória (nº em cima da janela).

Não importa. Importante é os passageiros poderem trocar de ônibus sem pagar novamente.)

Assim, as linhas troncais mais carregadas, que ligam o Centro aos terminais são feitas por articulados.

De preferência em vias exclusivas, segregadas dos carros.

Linhas alimentadoras conectam as vilas aos terminais, e outras linhas ligam os terminais um ao outro sem passar pelo Centro.

Em Paulista, no Grande Recife, o transporte complementar ainda é feito por Kombis.

Assim, você pode ir de qualquer ponto da cidade a praticamente qualquer outro ponto, pagando uma tarifa só.

E como em Curitiba o SEI do Recife pintou os ônibus conforme a categoria de linha que eles cumprem.

Há duas formas de se padronizar a pintura do transporte coletivo:

Próximas 12: ‘Áreas’ numeradas da EMTU. Vitória da Borborema serve a Área 01.

Uma é essa, adotada no Recife, Curitiba e mesmo Los Angeles-EUA.

Também (atualmente ou num passado recente) em Belo Horizonte-MG, Fortaleza, JoinvilleBlumenau e Criciúma-SC, Londrina e Ponta GrossaPR, Piracicaba e Sorocaba-SP, entre outras.

A outra é pintar os ônibus conforme a região que eles operam.

Vera Cruz (outro Vitória), atendia a Área 02. A seguir Busscar da S. Judas Tadeu na 03.

É assim em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília-DF, Salvador, Porto Alegre-RS. Bem como em Belém-PA, Campinas-SP, Santiago do Chile, citando apenas alguns exemplos.

(Isso quando escrevi e publiquei, em 2012 e 15, respec. . No Rio a padronização durou pouco.

A princípio com a desculpa que “ônibus com ar-condicionado não precisa seguir a regra” em 2016 despadronizaram os veículos climatizados, em 2018 a frota inteira.)

Bem, o Recife que é nosso foco nessa reportagem.

Ali hoje são dezenas de articulados, em diversas empresas.

Foi implantada a padronização ‘SEI’, como todos sabem.

Parece que a Borborema também tinha linhas na Área 07 (Caio Vitória). Na próxima tomada vemos que a estatal CTU (um Thamco) se encarregava da Área 08.

Nela, as linhas Radiais são azuis. As Perimetrais são vermelhas.

Essas duas categorias concentram o grosso dos ônibus “sanfonados.

As linhas Inter-Terminais são verdes, elas também contam com alguns articulados.

E as Alimentadoras são em amarelo, as Circulares brancas.

Essas são feitas só por ‘carros’ de tamanho normal e eventualmente micro-ônibus.

FIM DA CTU E DOS TRÓLEIBUS –

Curiosamente, a viação estatal CTU não adota a padronização SEI.

Sua frota insere o logo da SEI, indicando que aderiu ao novo sistema.

Gabriela em imagem em baixa definição (reportagem de jornal) na Área 09, prov. viação Metropolitana. A seguir viação Pedrosa na Área 11.

No entanto os ônibus permanecem na sua decoração tradicional, azul-claro.

Só a CTU tinha tróleis, ainda aqueles antigos ônibus produzidos ainda nos anos 50.

No máximo começo dos 60; Seja como for, muitos desses ônibus elétricos são de fabricação estadunidense.

E nessa pintura unicolor azul esses velhos tróleis chegaram a participar do SEI, recém-implantado.

Além de uma leva mais nova de ônibus elétricos, que veio nos anos 80.

Comprada 0km – com financiamento federal da EBTU

Trata-se da ‘Empresa Brasileira de Transportes Urbanos’.

Amélia da Viação São Paulo, Área 12: pessoas viajando penduradas. A dir. Amapá a gás natural na Área 13.

Atenção aqui: não confunda a EBTU com a CBTU;

Sim, são ambos órgãos federais ligados ao transporte, e as siglas são parecidas.

Esse segunda é a Cia. Brasileira de Trens Urbanos.

A CBTU ainda existe, é ela quem opera os metrôs do próprio Recife (já falo melhor dele) e de Belo Horizonte.

Além de ser responsável pelos sistemas de trens/VLT’s de João Pessoa-PB, Natal-RN e Maceió-AL.

Já a EBTU, por sua vez, foi extinta no começo da década de 90.

Antes disso, nos anos 70 e 80, ela deu grande impulso a modernização do transporte em nosso país.

Ciferal da Oliveira na Área 14.

Entre muitos outros projetos, ela financiou a compra e reforma de troleibus em várias cidades.

E os troleibus comprados ou reformados por ela tinham uma pintura específica:

Fundo amarelo com duas faixas marrom e bege escuro na parte inferior.

Era exclusiva pra tróleibus, mas de aplicação nacional.

Itamaracá: um belo Busscar ‘padrão’ (alongado) na Área 15 da EMTU.

Foi usada em São Paulo/Capital e também Santos e Ribeirão Preto, todas no estado de SP, e da mesma forma no Recife.

Digo, nas cidades paulistas só em tróleibus mesmo.

No Recife, aplicada em tróleibus como nas cidades paulistas.

Todavia, a CTU gostou tanto dessa pintura que a utilizou em ônibus a dísel igualmente.

Engerauto da Nápoles em linha na Área 16.

Retomemos o fio da meada. A CTU tinha o monopólio dos tróleis.

A viação participou do SEI, inclusive com seus velhos ônibus elétricos.

Entretanto sem repintar a frota no padrão SEI, inserindo apenas o logotipo do novo modal.

“Noite Feliz”: outro ‘sanfonado’ da Itamaracá em decoração especial, Iluminado pro Natal.

Em 2000, no entanto, a CTU é por fim privatizada.

Encerrando sua saga de 43 anos de serviços prestados, pois fora fundada em 1957.

Os tróleibus recém-privatizados são então pintados no padrão SEI.

Receberam a cor azul-escura, pois cumprem linhas Radiais.

OS TRÓLEIBUS DO RECIFE“: relembrando o modal elétrico. Nas próximas 10 imagens a 1ª leva, produzida nos anos 50 nos EUA. Vimos no alto da matéria em vermelho. Aqui em azul-claro, dos anos 60nome da viação escrito no teto.

Inclusive aquela antiquíssima leva de troleis dos anos 50 ou 60 ainda está na ativa, e recebe essa nova pintura.

Em 1999 a cidade de Ribeirão Preto desativa seus sistema de tróleibus.

Alguns tróleis modernos (Caio Amélia ‘padrão’ alongados, com 3 portas) que ali operavam são levados pro Recife.

Portanto a partir de 2000 o Recife recebe um reforço no sistema de ônibus elétricos.

Só que não dura muito. O fim desse tipo especial de ônibus se aproximava.

Agora uma pintura amarela, das décadas de 60 ou 70. Repare que no Recife os tróleis não tinham placa – em SP/Capital idem.

Em 2001 a rede elétrica é desmantelada, infelizmente.

É o fim de mais uma saga, a dos tróleibus em Pernambuco, que durara 41 anos pois iniciara em 1960.

ATÉ O MEIO DA DÉCADA PASSADA: ALGUMAS LINHAS PADRONIZADAS; OUTRAS AINDA NA PINTURA LIVRE –

Então o Grande Recife ficou com com duas categorias de linhas:

Não confunda essa pintura com a da foto anterior. Essa aqui é bem mais nova, da déc. de 80 (os farois foram reformados, notam), era exclusiva pra tróleis e foi usada também em S. Paulo, Santos e Ribeirão Preto.

1) Algumas delas fazendo parte do Sistema Estrutural Integrado, o ‘SEI‘.

Essas têm que ter a pintura padronizada, o buso unicolor na cor da categoria da linha.

Com faixas verticais com os tons das outras categorias do SEI.

E 2), as linhas que não fazem parte do SEI permaneceram pintura livre.

Tanto as metropolitanas quanto, creio, as municipais do Recife também.

Volvo Torino ‘padrão’ alongado a dísel e velho tróleibus, na mesma decoração da EBTU.

Isso gerou uma situação curiosa. É comum as linhas municipais e metropolitanas de uma cidade terem a mesma pintura.

Todavia, geralmente o que acontece é que a pintura municipal é expandida pras linhas inter-municipais.

Ou seja, todos os ônibus municipais têm pintura padronizada.

E os metropolitanos acabam adotando a mesma decoração.

Branco unicolor, depois o amarelo com contorno negro sobre os vidros.

No Recife – e também em Vitória-ES – é diferente, que curioso.

Nessas duas capitais há uma padronização metropolitana, o Transcol-GV no Esp. Santo e obviamente o SEI em PE.

Só que algumas linhas municipais das capitais não entram na padronização.

Vocês já vão entender porque enfatizo novamente. 

É um modelo único, porque nas demais cidades sempre que há alinhamento entre os sistemas municipal e metropolitano, todas as linhas municipais têm a pintura padronizada.

Nos anos 90 a frota foi caracterizada de novo em azul-claroúltima pintura da CTU.

Exemplos são Goiânia e Belém. E até recentemente também Belo Horizonte e Curitiba.

Nas 2 primeiras os busões municipais e inter-municipais têm a mesma padronização.

Goiânia foi a pioneira, desde a virada dos anos 70 pra 80.

CTU aderiu ao SEI, mas não a sua pintura, inseriu somente o logo do sistema – repito,  farois agora são quadrados e 2 de cada lado

Enquanto que em Belo Horizonte isso ocorreu na saudosa época do revolucionário sistema Metrobel, mas não mais.      

E em Curitiba até 2015 a prefeitura gerenciava também as linhas metropolitanas.

Então boa parte dessas tinham idêntica pintura dos municipais.

Agora estamos num período de transição (escrevo em 2020).

Curiosa variação com detalhes em branco.

Aqui em Ctba. algumas linhas metropolitanas ainda usam a padronização municipal (ônibus amarelos ou laranjas).

No entanto, a frota metropolitana está sendo toda repintada num bege-clarinho.

Que é uma pintura parecida mas diferente dos municipais da capital.

2001: em seu último ano, já privatizados, aí sim os tróleis foram pintados a moda SEI.

Digo, na única linha de Expresso metropolitana (que liga Pinhais, na Zona Leste, ao Centro), os bi-articulados permanecerão vermelhos.

E os Ligeirinhos metropolitanos alguns são beges também, mas a imensa maioria permanece cinza.

As linhas convencionais, troncais e alimentadoras inter-municipais por outro lado estão todas sendo reconfiguradas em bege.

Nos anos 80 chegou uma nova leva de tróleis 0km Ciferal, com a mesma pintura da EBTU – repare nos Táxi-Fuscas.

Abandonando o amarelo e laranja da capital como todos sabem.

Me alonguei um pouquinho sobre Curitiba, então retomemos o foco.

Goiânia e Belém, e no passado também B.H. e Ctba. tiveram a mesma pintura pra linhas municipais e metropolitanas.

Sempre nesses casos toda a frota municipal na pintura padronizada idêntica a metropolitana.

Em 2000 vieram tróleis usados (fabricados nos anos 80) ex-Ribeirão Preto-SP.

No Recife e Vitória é diferente, estamos falando tudo isso pra marcar bem esse ponto.

A capital pernambucana manteve pintura livre pra linhas que não eram do SEI.

a capital capixaba tem sua própria padronização municipal, distinta da Transcol-GV.

………

Próximas 3: na virada dos anos 80 pra 90 começam os articulados. Aqui da estatal CTU.

Digo, em Vitória ainda é assim. Mas no Recife a situação mudou a partir de 2015.

‘NÃO-SEI’? DEU BRANCO!

Nesse ano de 2015 foi implantada a padronização ‘Grande Recife’, pras linhas que não fazem parte do SEI.

Os ônibus ficaram brancos, com a cor da região que a linha serve na frente e no teto.

Aqui e a esq. da viação particular Borborema. Essa na pintura tradicional com ‘saia‘ cinza, e o próx. inteiro branco.

Um estilo parecido com a padronização adotada no Rio de Janeiro um pouco antes (que lamentavelmente está sendo abandonada). 

Ou seja, agora o Grande Recife tem duas padronizações de pintura paralelas:

Uma é o SEI, que adota o mesmo modelo criado em Curitiba.

Ou seja, onde os busões são pintados conforme o tipo de linha que cumprem.

As linhas não-SEI, a partir do meio da década de 10, ficaram em branco.

(Nota: não confunda o que estou dizendo no texto com a foto ao lado.

A imagem a esquerda é do começo da década de 90.

No meio dos anos 90 veio o sistema SEI. Aqui um buso em transição, ainda na pintura livre mas já adesivado anunciando a mudança.

No texto descrevo o que aconteceu mais de 20 anos depois).

Isto bem esclarecido, sigamos. Em 2015 os busões ficam alvos, com um detalhe colorido indicando a região da cidade que servem.

Padronização adotada em muitas capitais, São Paulo sendo a maior delas.

Acredito que apenas na capital pernambucana ocorre isso, o mesmo sistema metropolitano ter 2 padronizações paralelas.

2 Thamcos Volvos, a dir. na 1ª pintura do SEI, o outro na que ainda vigora (nºs sobre a janela).

VIA-LIVRE”: AGORA SIM, O SISTEMA ‘EXPRESSO’ (“BRT”) NO RECIFE –

Também na década de 10 foi implantado o ‘Via-Livre‘.

Trata-se, obviamente, do que Curitiba que criou esse modal chama de ‘Ônibus Expresso‘.

Então vamos a padronização SEI. Em vermelho as linhas Perimetrais (articulado com 3 portas, sendo 2 no vagão traseiro).

Atualmente como sabem preferem usar a sigla ‘BRT’.       

O conceito é simples: as linhas mais carregadas são feitas por articulados em vias exclusivas.

Que são segregadas do tráfego de veículos e portanto livre do congestionamento desses.

E de preferência com o embarque e desembarque em modernas estações com nível elevado e pré-pago.

Em azul a categoria Radial, que concentra a maior parte dos articulados – esse busão hoje circula na Grande Curitiba.

Dispensando os passageiros de escadas e catracas ao adentrar o veículo.

Assim permitindo o acesso por várias portas simultaneamente.

Ou seja, os modernos sistemas de Expressos/BRT’s são quase como ‘metrôs sobre pneus‘.

Melhor ainda se as vias que eles trafeguem tiverem poucos cruzamentos.

As linhas Inter-Terminais, em verde, também contam com esses veículos maiores.

Quanto menos esquinas mais rápido o ônibus chega a seu destino, evidente.

Exemplo perfeito é o ‘Expresso Tiradentes’ de SP.

Que vai do Centro ao Sacomã, na Zona Sul totalmente por via exclusiva, sobre o Rio Tamanduateí.

O ponto final é no Terminal Sacomã, perto do Ipiranga e em frente a ‘comunidade’ Heliópolis, a maior da cidade.

Os Circulares são todos em branco.

A viagem é feita em cerca de 15 minutos. E a causa é essa, o ônibus tem a via livre mesmo, do começo ao fim do trajeto.

Então, agora o Recife também conta com esse modal, que foi por isso justamente batizado ‘Via Livre‘. 

Os articulados do ‘Via Livre’ têm sua própria pintura, mas que faz alusão ao SEI.

Rara imagem de um micro na padronização SEI, linha Alimentadora, por isso amarela.

O fundo do bichão é cinza, mas há uma grande faixa horizontal em uma das seguintes cores: azul, vermelho ou verde.

Que identificam respectivamente as linhas Radiais, Diametrais e Inter-Terminais do sistema.

Há o logo do SEI, e nos casos dos articulados vermelhos e verdes também está presente a faixinha vertical com a cor das outras categorias do Sist. Estrutural Integrado.

SEI, nova pintura: faixa vertical com outras cores do sistema ficou menor e foi pro fundo; e há uma película negra ao redor dos vidros.

O projeto inicial é que as linhas do Via-Livre contassem com bi-articulados.

Caso isso se realizasse, o Recife seria a 5ª cidade brasileira a ter ônibus com 2 sanfonas.

Posto que só há bi-articulados no Brasil em Curitiba, São Paulo/Capital e Campinas no estado de SP, e em Goiânia – Rio Branco-AC deve ser a próxima a entrar na lista.

(Duas notas: 1) Na década de 10 o Rio de Janeiro e Manaus-AM também contaram com esse modal, mas não mais.

Ainda na pintura antiga, moderno articulado Caio nas cores do SEI (esse e os próximos 3 do ‘Via-Livre’ são do mesmo modelo, Milênio/Expresso).

E 2) Bordô-França (‘Bordeaux’ no original) foi onde rodaram os primeiros bi-articulados em definitivo – sem ser em testes. Mas foi Curitiba quem consagrou esse modal, aqui em 1992 eles foram adotados pela primeira vez em larga escala.

Antes escrevi erroneamente que foi ‘Curitiba quem inventou o bi-articulado’. Essa informação é incorreta, já retificada.)

Confira uma reportagem específica só sobre esse modal. Por hora, voltemos a Pernambuco.

Ficou só no sonho. Os bi-articulados não chegaram a rodar em solo recifense, o projeto foi abandonado. O Via-Livre acabou mesmo sendo servido por articulados, com uma só sanfona.

Pintura exclusiva do ‘Via-Livre‘, saia cinza e blusa azul pra linhas Radiais; logo do SEI presente, mas ausente a faixa vertical multi-colorida.

E no fim da década de 10 algumas linhas do Via-Livre passaram mesmo a operar com ônibus pitocos.

De tamanho normal, sem qualquer articulação.

Segundo a empresa concessionária, estava havendo excesso de oferta pra pouca demanda.

Assim as linhas menos movimentadas deixaram de ter articulados.

Linhas Perimetrais (vermelho, esse) e Inter-Terminais (verde, a esq.) têm pintura híbrida SEI/Via Livre: saia cinza, com a faixa vertical.

No entanto, apesar de serem menores, os ônibus não-articulados do Via-Livre contam com os demais melhoramentos do sistema:

São dotados de portas na esquerda elevadas pra embarque nas estações, ar-condicionado.

Além disso mantém a pintura diferenciada do ‘Via-Livre’.

Vemos numa sequência de 3 imagens os busões articulados do Via-Livre.

Repetindo o que as legendas já informaram:

Acima a esquerda a pintura clássica do modal, com saia cinza e faixa azul.

Logo do SEI inserido, mas não há a faixa vertical colorida.

Note as estações elevadas com embarque pré-pago.

Nas duas tomadas logo acima, articulados numa pintura híbrida Via-Livre e SEI.

Com saia cinza e blusa na cor da categoria da linha, mais faixa vertical colorida.

Vermelho Diametral e verde Inter-Terminal, respectivamente.

A direita um veículo articulado operando na ‘Via-Livre’ (tem ar-condicionado e portas elevadas a esquerda). Entretanto sem adotar sua padronização de pintura.

Obviamente da viação Globo, que têm essa decoração unicolor em branco em sua frota.

Ao lado o contrário: um ônibus curto, não-articulado, mas na padronização Via-Livre.

Galeria mostrando a nova pintura do SEI, todas as categorias:

Apache ‘3’ da CRT na nova pintura.

Como já dissemos acima e é de domínio público, a partir de 2015 o Grande Recife ganhou uma 2ª padronização de pintura, paralela ao SEI.

Os busos ficaram majoritariamente brancos, com faixas coloridas na frente, no teto e atrás indicando a região da cidade que a linha vai.

As cores são roxo, laranja, cinza, amarelo, verde-claro e azul-claro.

A categoria ‘Opcional’ (mais caros pois  caracterísitca de viagem: 1 porta, ar-condicionado, cortinas, bancos reclináveis estofados) também foi padronizada.

O transporte complementar inter-municipal (antes clandestino, agora legalizado e inserido no sistema) também foi padronizado no mesmo esquema de pintura.

Já que estamos falando disso, eis o sistema municipal complementar do Recife:

Municipal de Jaboatão dos Guararapes.

Complementar municipal do Cabo de Santo Agostinho (onde fica o Porto de Suape).

Já vimos mais pro alto da página que o município de Paulista ainda conta com Kombis pro transporte complementar. Então vamos a mais cenas pelo Grande Recife.

Aqui e a direita: decoração promocional de lançamento do Monobloco 0-371 (‘Monobloco 3’) no fim dos anos 80. Em outras palavras, a ‘pintura de fábrica’ da Mercedes-Benz.

“TABELA TROCADA”: ÔNIBUS OPERANDO EM PERNAMBUCO COM OUTRAS PINTURAS – INCLUSIVE ORIGINAL DE FÁBRICA;

E, INVERSAMENTE, “DO RECIFE PRO MUNDO“: BUSOS RECIFENSES (OU PINTADOS TAL QUAL) POR ESSE BRASILZÃO AFORA, DE FORTALEZA A JOINVILLE –

Vamos agora falar – e ilustrar – uma característica muito curiosa do transporte pernambucano.

Em verde logo acima era o tróleibus, e em marrom os veículos a dísel.

Observe as duas imagens, acima e ao lado (a mesma em 2 versões).

Como a legenda explicou e está óbvio, trata-se da ‘pintura de fábrica’ da Mercedes-Benz.

Ou seja, o respectivo fabricante do veículoa MBB no casodecorou os bichões assim apenas como propaganda.

Pra fins publicitários, pro modelo impressionar positivamente os frotistas.

Recife: Monobloco da viação Oliveira rodando com decoração de fábrica, sem ser repintado.

Não eram pros busos rodarem dessa forma nas ruas, como saíram da linha de produção.

Assim que fossem devidamente adquiridos, cada viação o pintava como queria.

Ou como a prefeitura determinasse, nas cidades com pintura padronizada.

Seja como for, não era pra eles irem pras ruas pintados como estão.

Padron Oliveira“? Que curioso padrão de pintura poderia ser esse??? É simples: a Oliveira criou uma nova decoração especialmente pra esse modelo alongado, usando sua ‘saia’ amarela e ‘blusa’ branca tradicionais, mas ressaltando que o ‘carro’ específico tem um algo a mais.

No entanto, em Pernambuco temos casos de viações que puseram em ação os ônibus ainda ostentando a pintura de fábrica.

Não apenas um, mas dois casos, como se um fosse pouco.

Vai além disso: uma viação de Caruaru (maior cidade do interior) mesmo chegou a adotar como sua a pintura de fábrica da Caio, do lançamento do modelo Vitória.

No que foi alias copiada em outros 2 países, no Paraguai e Uruguai.

Esse também é ‘padrão‘ (‘padron’, é que eu traduzo tudo pro português), mas com a pintura própria da empresa – ainda na era das ‘Áreas’ da EMTU, no caso ‘Área 14‘.

É isso que vamos ver a partir de agora. Apertem seus cintos, vamos dar uma volta na América do Sul.

Do Agreste (quase semi-árido) Nordestino aos férteis Pampas e Chaco do Cone Sul.

Veja as 3 primeiras imagens dessa seção, logo acima.

Pintura de lançamento do Caio Vitória.

Mostram primeiro a pintura de fábrica do Monobloco, como já explicitado a exaustão.

E a seguir vemos que a viação Oliveira, da Zona Norte do Grande Recife, lascou na pista um bichão assim mesmo.

Vitória da Tabosa, de Caruaru-PE. Trocado azul pelo verde, mantiveram o desenho como veio na decoração promocional.

Sem repintar. Apenas assinou sua propriedade com um discreto ‘Oliveira’.

Não é o único caso. No começo dos anos 80 a CSTC de Santos-SP recebeu um tróleibus ‘padrão‘ (alongado).

Era Marcopolo, modelo híbrido, meio São Remo meio Haragano.

(Fácil entender a razão: a Marcopolo havia acabado de comprar a Nimbus, que fabricava o Haragano.)

Mas num Busscar? Ou seja, não é mais a pintura promocional da Caio. A Tabosa a adotou como a sua própria decoração.

Seja como for, a princípio a C.S.T.C. igualmente pôs o bichão pra trabalhar, sem repintar.

Depois ele foi pintado e reformado, tiraram uma porta e mudaram a frente.

No fim ele teve 3 pinturas, 2 da CSTC e uma da Piracicabana.

Pois foi privatizado, começou com 3 portas e acabou com 2.

E agora essa??? Montevidéu, Uruguai. Vitória (também alongado) ainda na mesma pintura de lançamento do modelo.

Já nasceu como híbrido entre 2 modelos da Marcopolo.

No fim ficou mais peculiar ainda, pois ganhou frente de Torino.

Resultando que ficou híbrido entre 3 modelos da Marcopolo.

Um verdadeiro ‘Frankstein’ da busologia, não concordam?

Próximas 3, Assunção, Paraguai: nesse Vitória rodando na pintura de lançamento.

Do busão paulista eu falo e mostro bastante em 2 matérias:

Uma específica sobre o transporte na Baixada Santista.

E também na reportagem sobre os tróleibus no Brasil.

Aqui o foco é Pernambuco. Citei apenas pra mostrar que há precedentes pro que a Oliveira fez.

No entanto, veja: busão Mascarello e novo, ainda 0km, da mesma empresa, que também adotou essa pintura como sua.

Não para por aí. Observe a sequeência de imagens, as 4 acima e as 2 a seguir.

O modelo Vitória também teve sua pintura de lançamento, como não poderia deixar de ser.

A produção se iniciou em 1988. Pra marcar a ocasião, a Caio criou essa decoração especial:

A linha de prédios de uma metrópole estilizada com o Sol Nascendo ao fundo.

Segura essa: uma viação da Grande Assunção copiou a comunicação visual da nova padronização pernambucana metropolitana (no detalhe). É o mesmo logo, só no Paraguai o ‘Grande Recife’ virou ‘Grande Capiatá‘.

Pois bem. A Viação Tabosa, de Caruaru, gostou tanto que escolheu essa como sendo a sua pintura de escolha.

Apenas cambiou o azul pelo verde. As imagens deixam claro.

Vemos um antigo Vitória, até aí alguém até poderia pensar que ele veio assim de fábrica (com a variação do tom, pro verde) e foi mantido.

Não é o caso. Depois há a imagem de um Busscar.

Aqui e na próx., Caruaru também tem ‘Jipe-Nei‘. O transporte pras algumas cidades próximas, que já ficam entre o Agreste e Sertão Pernambucano (estradas em condições ruins muitas vezes), é feito por Jipes alongados, vários deles da marca Toyota. Esse modal é muito popular na Ásia, alias o termo ‘Jipe-Nei’ é filipino. E também existe em Cali, na Colômbia.

E esse obviamente não saiu da fábrica fazendo propaganda pra sua rival Caio.

(Nota: a Busscar faliu em 2012, e foi comprada pela Caio em 2018.

Só que agora ela não fabrica mais veículos urbanos, apenas rodoviários.

Então sim, hoje a Caio é a controladora da Busscar.

Entretanto, no começo do milênio não era, elas eram concorrentes.)

De maneira que só resta mesmo uma opção:

A Tabosa adotou o desenho de lançamento do Vitória

Leva tanta gente como uma van, mas é 4×4.

E passou a decorar toda sua frota com ele, ônibus de todas as marcas.

Tem mais: uma viação de Montevidéu/Uruguai e outra de Assunção/Paraguai fizeram exatamente o mesmo.

Nesse caso em azul mesmo. Sim, no Uruguai e um no Paraguai são do modelo Vitória.

O Grande Recife também faz parte do ‘Inter-Ligado’ paulistano?? Ônibus de viagem com a pintura padronizada do sistema municipal de SP. Se fosse modal de transporte urbano seria uma “Tabela Trocada”, que é quando um buso com a pintura específica pra fazer um tipo de linha cumpre outra linha da mesma cidade, ou mesmo muda de cidade. Como aqui é um veículo rodoviário, trata-se apenas de uma homenagem a maior metrópole brasileira por algum pernambucano que morou em SP e ainda nutre carinho por ela. Alias essa é a pintura da faixa 4 do Inter-Ligado, na Zona Leste da capital paulista.

Assim alguém poderia pensar mais uma vez que ficaram como vieram da fábrica.

No entanto, veja que depois mostro um Mascarello 0km, outra marca e muito mais novo – e pintado igual.

Não tem pra onde correr. O desenho da Caio fez muito sucesso.

Foi adotado por pelo menos 3 viações, de 3 países diferentes.

Quando estive em Assunção em 2013 lhes relatei: na ocasião a capital paraguaia ainda tinha muitas ‘jardineiras‘.

Trata-se obviamente daqueles velhos busões encarroçados sobre caminhões, onde até o motor é saltado a frente.

Eis o ‘ônibus americano’ por excelência, que um dia dominou toda América Hispânica.

JOINVILLE TAMBÉM FAZ PARTE DO SEI??? Articulado Caio com pintura de Radial do SEI no Terminal Central da maior cidade do interior de Santa Catarina. Não é montagem nem brincadeira, o busão rodou mesmo em Jvlle., em período de testes.

Da Argentina, Uruguai e Chile ao México passando pela Colômbia e América Central.

No entanto, Argentina, Chile e Uruguai começaram a abandonar as jardineiras ainda nos anos 90.

Na década de 10 desse novo século, Paraguai, Peru e América Central seguiram o mesmo rumo.

Então em 13 elas ainda eram comuns em Assunção – e como eram!

Porém logo a seguir o processo de substituição das jardineiras por ônibus normais, iguais temos no Brasil, tomou corpo no Paraguai também.

Mesmo caso, buso do mesmo modelo e pintura (azul/Radial do SEI do Recife) agora emprestado em testes pra Fortaleza.

Por isso vemos um buso novo, brasileiro, sendo exportado pra lá.

Ônibus mesmo, e não carroceria de ônibus em chassi de caminhão.

Voltando a nosso foco aqui, com a pintura igual a da Tabosa.

Que foi copiada da promocional do lançamento do Vitória.

A viação Atalaia (de transporte metropolitano em Aracaju) adotou a pintura recifense do SEI/Radial. Se Pernambuco homenageou SP, o Sergipe homenageia o Recife.

De Caruaru a Assunção a Montevidéu, a Caio acertou em cheio na escolha!

Há outros casos similares com a pintura de lançamento do Gabriela, que lhe é anterior.

Sobre esses falo com calma, mostrando todas as fotos, na matéria sobre o Piauí.

Pois uma das viações é teresinense, alias é a Teresinense.

Próximas 3: é sempre o mesmo veículo, placa KHR-6071. Primeiro no Recife, pintura azul/SEI, linha Radial. A seguir em Aracaju, sem ser repintado.

“VIA BR-101”: DO RECIFE P/ ITAJAÍ (POR ARACAJU E CURITBA) –

Acima a esquerda vimos a viação Atalaia de Aracaju-SE, que pinta sua frota na cor da categoria Radial do SEI.

O transporte municipal de Aracaju tem pintura padronizada, desde os anos 90.

No entanto, no metropolitano ainda vigora pintura livre, por isso a Atalaia pôde escolher decorar sua frota no estilo recifense.

Isso não é ‘tabela trocada’, e sim um clone, uma homenagem.

Homenagem porque uma viação escolheu xerocar uma pintura de outro lugar, uma vez que gosta dela.

Não há improviso, toda sua frota é paramentada assim, de forma permanente.

Depois ele veio pra Grande Curitiba – onde ainda não foi clicado, mas notam a pintura bege do padrão Comec metropolitano. E com ela (“Tabela Trocada”) em 2017 operando em Itajaí. Detalhe: tem letreiro eletrônico, mas nesse vem ‘Especial’, e a linha em papéis colados no vidro. Na época da lona era normal, mas agora…

‘Tabela trocada’, já expliquei acima o termo, é sempre temporária.

Quando por empréstimo, um busão circula na mesma cidade numa pintura diferente da que seria exigida naquela linha.

Em casos mais raros existe ‘tabela trocada’ entre cidades diferentes.

Quando o ônibus de uma é emprestado, muitas vezes em testes, e circula na 2ª ostentando a pintura da 1ª.

Pois bem. Você sabe que existiu um veículo que operou primeiro no Recife.

Agora é outro buso, também Busscar. Emplacamento: KHU-7191. No Recife era Perimetral, da viação Itamaracá – ‘Maxi-Bus’, que é como ela chama seus ‘sanfonados’, pintura livre e SEI igualmente.

Depois em Aracaju – até aqui com a mesma pintura, pela Atalaia fazer a homenagem.

A seguir o exato mesmo busão veio pra Grande Curitiba, onde foi repintado.

Só que era pouco pra ele, e o ‘monstro de metal’ ainda circulou em Itajaí-SC.

Dessa vez ostentando a pintura metropolitana de Curitiba.

O mesmo veículo da tomada anterior, agora operando na Grande Curitiba.

Recife e Itajaí distam 3,2 mil km. Ainda assim, são unidas pela mesma estrada, a BR-101.

Quando o bichão ainda puxava linhas na capital pernambucana ele trazia no letreiro a informação ‘Via BR-101’.

Na ocasião ele não imaginava que ainda iria percorrer esssa rodovia quase de ponta-a-ponta, não é mesmo?

A dir. articulado ainda com a pintura do Recife na garagem de seu novo dono, a Exp. Azul da Grande Curitiba (cuja frota um dia foi mesmo azul daí o nome, mas não mais). O bichão foi repintado de bege e opera na capital do PR.

Desde 2015 a Grande Curitiba tem importado muitos ônibus usados.

Especialmente articulados, mas ‘carros’ curtos também.

E o estado de Pernambuco é uma das maiores fontes .

Na linha Cabral/Tamandaré, por exemplo, boa parte da frota veio de segunda mão do Recife.

………..

Cenas do transporte recifense, quando aparecem várias pinturas numa mesma tomada:

Estação Camaragibe de metrô – a integração pros ônibus do SEI (detalhe) é gratuita (*).

Vamos pro modal ferroviário, então. O Metrô do Recife foi inaugurado em 1985.

Transporta pouco mais de 400 mil passageiros por dia.

A construção começou em 1983, e o primeiro trecho foi inaugurado dois anos depois.

A linha chamada ‘Centro’ na verdade vai pra Zona Oeste.

O ônibus está ‘Curado’? Mas…ele estava doente antes…ou de “Ressaca”??? Brincadeiras a parte, essa aqui é a pintura moderna da viação Mirim (fotografei um buso nessa decoração em 2020).

Tem 2 ramais, um em Jaboatão e outro em Camarigibe – foto acima.

O sistema está em expansão. A atual Linha Sul liga o Centro do Recife aos municípios do Cabo e Jaboatão.

A princípio era uma linha de trem de subúrbio, operada por composições a dísel.

Em 2009 a linha foi eletrificada (e provavelmente duplicada também), sendo então promovida a nível de metrô.

Além disso, conforme o sistema SEI de ônibus se consolidou, isso agregou passageiros ao metrô.

Próximas 2: no Recife – e nas vizinhas Paraíba e Rio Grande do Norte ainda maishá muitos ‘Tribus Urbanos‘ (com 3º eixo). Aqui um Mascarello na pintura SEI.

Pois o usuário só paga uma vez pra usar os dois modais.

Ou seja, nas estações de metrô também há terminais de ônibus, e a troca é grátis.

De 2010 a 2020 a integração era feita fisicamente, ou seja, os terminais de ônibus são anexos as estações de metrô, e não havia catraca pra passar de um pra outro.

Em 2020, quando estive lá, constatei que estava em curso a transição pra integração digital:

Cidade Alta, na pintura livre.

A troca entre modais continuará a ser sem custos, mas será preciso passar pela catraca e encostar o cartão na máquina.

Não haverá débito, repito, é apenas pra facilitar a contagem de quantas pessoas usam esse benefício diariamente.

Nem há como cobrar uma segunda passagem.

Na nova padronização, em 2020 (*) – curiosa a placa ‘Baixo’ indicando que o busão está indo pro Centro; em SP, no Rio e outras cidades o letreiro é alterado em cada ponto final. Exemplificando pela 6500-10 paulistana: quando vai pro bairro a linha se chama “Term. Santo Amaro”, ao chegar neste o motorista muda pra “Term. Bandeira” pra retornar pro Centro; em Curitiba e muitas outras partes o letreiro não muda, você não tem como saber o sentido lendo ele, se não conhece a linha precisa perguntar pra alguém se “está indo pro Centro ou pro bairro?”; pois bem, voltemos ao nosso foco de hoje. No Recife os letreiros também não mudam, é o mesmo na ida e na volta; mas algumas vezes colocam placas pra indicar o sentido, geralmente escritas “Cidade/ Subúrbio”. Aqui grafado “Baixo” como sinônimo de ‘Centro’. Sim, os “Altos” são um termo tipicamente recifense, e eles ficam no subúrbio, evidente; mas nunca havia visto seu oposto, a palavra “Baixo”, pra indicar o Centro – emprestaram a expressão do inglês, onde o núcleo original da cidade é chamado de “Downtown”, a “Cidade Baixa”.

A integração sem custos com o ônibus e as ampliações da rede ferroviária foi um sucesso.

Fizeram com que praticamente dobrasse o número de usuários do sistema.

Desde a inauguração até 2010 o número de passagens oscilava em torno de 50 milhões/ano, e agora está muito acima dos 100 milhões.

Nem tudo é perfeito, muito longe disso. A promoção da Linha Sul a nível de metrô ajudou muito.

No entanto, ninguém nega que a maior fonte de passageiros do metrô é a integração gratuita com o ônibus.

Caso essa mudança de modal passe a ser tarifada, é certo que muita gente irá deixar de usar o metrô.

Porta Larga, município de Igarassu. Há um bairro Porta Larga também em Jaboatão, até com estação de metrô (vimos acima um micro verde e branco indo pra lá). Escrevi a princípio que esse buso amarelo era de Jaboatão. Um colega retificou, está corrigido.

Irão então seguir de ônibus até seu destino final.

Preferindo uma viagem mais lenta e desconfortável porém mais barata.

A integração gratuita trouxe conforto ao usuário, e isso é excelente.

Por outro lado, a medida onerou financeiramente o metrô.

A arrecadação em suas bilheterias passa muito longe de cobrir os custos.

É preciso aporte financeiro do governo federal pra manter o metrô solvente.

Isso limita investimentos em novas linhas, pois o que é repassado apenas mantém o que já existe funcionando.

……..

A solução de transformar uma linha de trem de subúrbio em metrô também foi aplicada a Fortaleza.

A capital do Ceará tinha duas linhas de trens suburbanos:

A Oeste pra Caucaia e a Sul pra Maracanaú e Pacatuba.

Próximas 4: vamos relembrar as pinturas da CTU nos anos 80 e 90. Começando pelo ‘Azulão‘ que foi a derradeira. Aqui ainda havia o ‘Área 08’ da EMTU ao fundo.

Por conta da Copa do Mundo de 14, a linha Sul foi melhorada de forma significativa:

Eletrificada, duplicada e segregada (colocada sobre viadutos ou então subterrânea nos trechos de trânsito mais denso).

Com isso, passou a nível de metrô, com viagens frequentes.

Quando estive em Fortaleza, em 2011, as obras estavam em andamento.

Amarela, a seguir branca (esse também com a ‘Área 08’). Os três 1ºs veículos são Thamco.

Eu andei na linha Oeste, aquela que vai pra Caucaia.

Passando pelo Conjunto Ceará, populoso bairro da Zona Oeste.

Essa continua como trem mesmo, e funciona precariamente.

Apesar das placas dizerem pomposamente ‘Metrô de Fortaleza’, esse ramal ainda não é metrô, e sim trem.

Há planos que ele também vire metrô. Tomara. Mas por enquanto ainda não é.

Alias, foi por isso que eu disse acima que o Recife tem metrô ‘de verdade’:

Porque muitas capitais do Nordeste têm sistemas de trem suburbano.

Só que geralmente a linha férrea não foi duplicada, resultando que as composições não podem se cruzar.

Não confunda esse amarelo com o acima. Esse era uma pintura nacional da EBTU pra tróleibus, a CTU gostou tanto que decorou alguns ‘carros’ a dísel nela (não achei foto em boa definição, pus um desenho fidedigno).

Assim, o intervalo entre as viagens é de perto de uma hora ou mesmo mais.

Em João Pessoa e na linha Oeste de Fortaleza eu comprovei pessoalmente.

Em Teresina sei pela internet que a mesma situação se repete.

Acredito que nos trens de Maceió, Natal e Salvador o mesmo se dê.

Atenção: em Salvador estou falando do trem suburbano que vai margeando ao orla da Baía de Todos os Santos.

Agora dezenas de viações particulares (várias delas já extintas). Começo por um São Remo da ‘Machado/Amapá‘. A dir. numa pintura parecida, um Vitória, agora só da viação Machado, sem Amapá (o código da linha era ‘R-842‘. Em várias fotos antigas aparece o ‘R’, indicando creio que a linha era municipal do Recife, e não metropolitana).

Pois a capital baiana conta com 2 linhas de metrô. Metrô ‘de verdade’, entregue a partir de 2014, também na esteira da Copa do Mundo (além disso, em 2021 esse trem suburbano foi desativado e dará lugar a moderno VLT).

A capital de Pernambuco é conhecida como ‘Veneza Brasileira’, como todos sabem.

Pois bem. Vimos que na década de 70 as CTU implantou uma linha fluvial.

Feito por uma lancha que tinha capacidade pra mais ou menos 70 passageiros.

Enquanto durou a experiência do ‘ônibus aquático’, a semelhança era ainda mais pronunciada.

A Veneza original, na Itália, é toda cortada por canais.

Monobloco, aqui só da Amapámovido a gás natural, projeto que da Petrobrás nos anos 90 em várias capitais, além do Recife também tiveram veículos movidos nesse combustível não-poluente São Paulo, Natal, Salvador, etc. A seguir Tamará, mesmo modelo e decoração (alias guardam alguma semelhança com uma pintura de Piracicaba-SP já no século 21 – me refiro ao desenho do passageiro sentadinho).

Em seus bairros mais centrais nem mesmo é possível chegar por terra.

Os turistas andam de gôndolas, conhecemos bem essas imagens.

Mesmo quem nunca visitou Veneza pessoalmente já viu fotos e filmes. 

Menos conhecidos são os meios que os venezianos, os habitantes da cidade, usam pra se deslocar.

O ‘carro’ particular das pessoas que moram em Veneza são pequenos barquinhos a motor.

Que ficam parados na frente das casas, o cais é a ‘garagem‘.

Agora convergindo a conversa converge pro foco de nossa publicação que é transporte coletivo:

Na Veneza italiana a rede de transporte coletivo é feita por barcos.

Viale da mesma Tamará.

Natural, a cidade não tem ruas, não tem como ser por ônibus.

Funciona assim: há estações com bilheterias, salas de espera e cais.

Indicam-se em comunicação visual específica quais linhas passam ali.

As pessoas pagam e esperam, quando o barco aporta embarcam.

Aqui e a esq.: CRT – no começo por extenso, ‘Cidade do Recife Transportes‘. A seguir um articulado já na sigla, ambos Torino4.

Exatamente como nas estações de ônibus mundo afora.

Apenas o deslocamento é pelo rio e não pelo asfalto.

Na parte mais central de Veneza as estações são maiores.

Com duas plataformas pras lanchas encostarem.

Isso nos pontos turísticos, onde passam várias linhas.

Nas partes mais afastadas, há somente uma plataforma.

Pois ali os turistas não vão, então uma única linha é suficiente.

Ou mais de uma mas com frequência bem menor. 

Próximas 3: viação Rui Barbosa. Aqui um Cisne Incasel/Comil (letreiro em 2 camadas com a de cima fazendo um arco sobre a de baixo, como era o padrão no Rio a época, em menor escala existiu em outras cidades como Recife, J. Pessoa, Manaus e S. J. Campos-SP); depois um Monobloco2, e por fim um Caio Alfa.

Como sabem, na Veneza da Itália os táxis são as mundialmente famosas gôndolas.

Os carros particulares, barquinhos a motor, analogamente.

E o papel dos ônibus é cumprido pelas lanchas.   

De volta ao Recife que é nosso tema de hoje, afinal.

É evidente que a ‘Veneza Brasileira’ não é tão ligada a água quanto a Veneza original.

O Recife é uma cidade normal, cujo modal predominante é o terrestre.

Como ocorre em quase todas as metrópoles do mundo.

Ainda assim, no Centro há diversos rios (os principais o Capiberibe e o Beberibe) e canais.

Que formam algumas ilhas necessitando então muitas pontes a ligá-las entre si e ao continente.

Daí vem o apelido de ‘Veneza Brasileira‘, numa associação lógica.

Monobloco2 da Borborema municipal de Jaboatão, por isso com essa faixa azul.

Por isso nos anos 70 resolveram aproveitar esse potencial implantando essa linha que era feita por lanchas.

Note o logotipo da companhia na popa (a imagem está no alto da matéria, no começo da página.

Logo após um trólei com o mesmo logo, pois as fotos são contemporâneas).

Viação Norte-Sul, bandeiras nacional e estadual no teto, tradição de Pernambuco, da vizinha PB e mais recentemente de Brasília. A esq.: a tradição se mantém no SEI (dessa vez só o pavilhão pátrio).

Posto que obviamente também era impresso a época nos ônibus – elétricos e a dísel.

O barco está operando pela saudosa CTU (Cia. de Transportes Urbanos, viação estatal municipal que existiu por 43 anos, de 1957 a 2000).

Houve um impacto positivo inicial onde virou até cartão-postal.

Entretanto, a seguir infelizmente a iniciativa não vingou.

E algum tempo depois foi desativada. Uma pena, realmente.

Por um tempo existiu. Por um tempo, a CTU tinha sua frota mais diversificada.

Não apenas ônibus e tróleibus, mas também barcos. 

E nessa postagem homenageamos esse momento que se foi, e se foi duplamente, pra nunca mais retornar.

Aqui e a esq. 2 Busscar: aqui Pluss da Pedrosa.

O ônibus-barco acabou ainda nos anos 70.

Na virada do milênio até a viação foi vendida.

……….

Essa mensagem primeiramente foi um emeio, que circulou em 2012.

Próximas 3: Viação Metropolitana. Esse pra V. Dois Carneiros. Até as rodas são amarelas

(Nos 1ºs cinco anos de nosso canal de comunicação [2010-15], o modal era esse, na era pré-blogue.

No Carnaval de 2015 a página que estão vendo surgiu.

E essa atual matéria foi uma das primeiras a subir pro ar.

Caio Apache1 em linha pro Bongi.

Em 15 de fevereiro de 2015, quando o blogue estava em seu 3º dia.)

O foco era somente nos nomes curiosos das linhas recifenses.

Todo o resto do material foi adicionado numa grande atualização na virada da década (dez. 19 a fev.20).

Seja como for, é natural que isso me cause, não diria espanto.

Outro Caio (Apache3) na pintura mais moderna da viação, indo pra Várzea.

Curiosidade. Sim, talvez essa seja a palavra exata.

Eu moro em Curitiba, e morei toda minha vida nessa cidade.

Completando 40 anos de residência aqui no começo de 2020.

Nessa dimensão como em muitas, o Recife e Curitiba são extremos opostos.

Ainda mais um Caio (Apache4) ex-Metropolitana e ainda na sua pintura; a viação sendo comprada pela MobiBrasil.

Muita atenção: não estou fazendo juízo de valor.

Não estou dizendo que uma é melhor que a outra.

Não estou, ficou bem claro? Agora, que o Recife e Curitiba são cidades muito diferentes, isso é absolutamente inquestionável.

Curitiba tem muitas favelas, 300 na verdade – em graus variados de urbanização:

Apache3 da Transcol.

Algumas já são bairros normais com asfalto, luz, água e ruas com nome.

Só faltando as últimas etapas da regularização fundiária.

Enquanto outras não têm nada disso, são favelas mesmo com barracos e gatos de luz.

(Eis um tema que conheço a fundo, morei numa delas por 15 anos.

Aqui e a esq: viação Globo. Esse todo branco saindo Joinville-SC, seguindo 0km pro Recife, onde vai operar (tradição da Nielson/ Busscar posar os veículos no moinho/portal que há na entrada de Jvlle.; aqui ainda é Nielson, fabricado entre 1987 e 1989).

Nas margens do Rio Belém, no bairro do Boqueirão, Zona Sul).

Curitiba tem muitos problemas sociais, e alias documento isso a exaustão.

Por exemplo, essas matérias sobre as Zonas Oeste, Central, Sul e Norte, pra dar apenas alguns casos.

Então Curitiba é ‘Europa’, é ‘1º Mundo’? Claro que não!!!!

Curitiba é uma metrópole latino-americana, com todos os problemas que isso acarreta.

Comil inteiro azul (*). No destaque a faixa de tarifa ‘A’ (R$ 3,45 em 2020) e o itinerário.

Tenho que ser enfático nesse ponto pra mais uma vez reforçar.

Não estou dizendo que uma capital é melhor que a outra.

Entretanto, diferentes elas são. Inclusive e principalmente na cultura.

Em toda parte as favelas e periferias têm nomes irônicos, engraçados. Curitiba não é exceção.

Mono ‘3’ da Caxangá. Logo da Pepsi ao fundo.

Só que aqui em Ctba. jamais um nome popular de vila vira linha de ônibus. Jamais.

No Recife isso não é problema. Alias o Recife tem uma linha de ônibus chamada ‘Sítio dos Pintos’.

Quem morava aqui entre as décadas de 70 a 90 sabe:

Havia na Zona Central de Curitiba uma antiga favela que era conhecida popularmente por ‘Vila Pinto‘.

Viação Rio Pardo, antigo Ciferal.

A vila foi urbanizada, se tornou um bairro de periferia como qualquer outro.

E os moradores fizeram quase que uma cruzada pra mudar esse nome.

Especialmente as mulheres da ‘comunidade’ se sentiam vexadas em dizer que moravam na ‘Vila Pinto‘.

Aqui e esq. 2 Caios da Viação São Paulo. Esse um antigo Gabriela, depois um Amélia (prov.).

Deu certo. Com a urbanização veio a mudança de nome.

Exceto por alguns de cabeça mais antiga, ninguém mais chama o bairro de “Vila Pinto”.

Ou seja: lá como aqui, os nomes populares das vilas são irônicos.

Todavia, em Ctba. jamais a prefeitura ratificaria a ‘sabedoria popular’ dessa forma.

Dando o nome de uma linha de ônibus, é impensável.

É o ‘ethos’, o ‘Espírito da Cidade’ ser assim mais formal.

11-13 na última pintura da viação São Paulo.

Bateram forte na tecla, ate que a ‘Vila Pinto’ deixasse de existir.

Ao menos com essa denominação, que era o que mais incomodava.

No Recife, por outro lado, não há nenhum problema do busão chamar como a vila foi criada ‘na boca do povo’.

Rodolinda, do mesmo grupo da São Paulo: linhas municipais de Olinda.

Assim surgem as denominações ‘Maria Farinha’, ‘Carnaval’, ‘Rio das Velhas’, ‘Bola na Rede’ ou…’Sítio dos Pintos’.

Certamente curitibano é mais formal, mais reservado, já o recifense é irônico, tem uma veia pra comunicação, e daí os ‘duelos de repentistas’.

…..

Mais cenas do transporte recifense, antigas e atuais. Tróleibus da CTU, tanto a viação quanto o modal não-poluente foram extintos na virada do milênio.

Agora CTU a dísel. Abrimos pela garagem. A CTU consagrou o azul, como várias viações públicas nos anos 80 e 90 (CMTC-SP, CTC-RJ, etc.).

Dos 9 veículos retratados ao lado, 8 são Thamco.

Em escala maior.

A partir da esq.: 2 articulados, o 2-andares, 4 ‘carros’ tocos (não-articulados) de 2 modelos – até aqui todos Thamco.

Depois Mono ‘3’ Mercedes (‘0-371’, único de para-choques preto), e fecha a conta com outro Thamco

Abaixo mais CTU’s em ação.

Viação Borborema.

Viações Caxangá, Metropolitana e Transcol.

Outro Busscar da viação Olindense: a linha é Caixa d’Água/Rio Doce via Peixinhos. Tudo remete ao elemento aquático. No passado o Recife teve uma linha fluvial, feita por lanchas. Essa aqui deveria ser também.

Com isso esclarecido, podemos enfim partir pro emeio original, que até a reformulação era o texto integral da postagem.

Vamos nessa, afinal. Circulou em 11 de novembro de 2012.

Andava eu (Visão de Rua/’Google’ Mapas) pela Zona Norte do Recife-PE.

Quando me deparei com um busão dessa linha que vocês estão presenciando no articulado azul a dir.: “Festa do Morro”.

Um nome bem inusitado pruma linha de transporte coletivo.

Aí eu me recordei que essa é uma característica local.

Esclarecendo, Festa do Morro” não é uma linha fixa que opere o ano inteiro.

No Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, há uma enorme festa.

Monobloco do time Santa Cruzjá postei em outra mensagem a ‘Jabiraca, o Monobloco Coxa‘. Atenção: o foco é no ônibus, e não no futebol. Não estou defendendo nem atacando o Coritiba F.C., o Santa Cruz F.C., tampouco qualquer de seus rivais. Portanto não inicie uma discussão clubística.

Justamente a Festa do Morro que começou como celebração católica.

Todavia com o passar do tempo se tornou laica, sem estar necessariamente atrelada a igreja.

Então, somente na época da “Festa do Morro” existe uma linha com esse letreiro.

Na verdade diversas linhas regulares são reforçadas pra atender esse evento.

E indicam dessa forma pras pessoas saberem, evidente.

2 Gabrielas, esse da viação Boa Vista (a frente o romântico rapaz leva sua amada no colo), e o próximo de empresa não identificada.

É digamos um ramal temporário de muitas outras linhas, de várias empresas.

Quando o ‘Google’ fez uma filmagem foi esse o caso, ela estava ativa.

Pois assim que eu saí do Morro da Conceição (de forma virtual e não física, conforme já delimitei acima) foi esse o ônibus que vi.

Cidades, como as pessoas, têm personalidade própria.

E o gosto pernambucano é esse, dar nomes curiosos as linhas de ônibus que cortam suas ruas.

Vejamos algumas das linhas de ônibus urbanos que circulam na capital de Pernambuco e região metropolitana:

Maria-Farinha (ao lado o posto de saúde, e mais uma vez, em Curitiba jamais haveria uma U.S. com o nome popular de uma vila dessa forma);

Bola na Rede;

Próximas 4: Rodotur, os dois 1ºs na mesma pintura, aqui um Thamco, depois Vitoria da Caio (ainda com o ‘Área 16‘ da EMTU).

Totó (segue na mesma frequência, ‘totó’ é o popular ‘pebolim’);

Carnaval;

Rio das Velhas;

Roda de Fogo;

Chão de Estrelas;.

Linha do Tiro;

Cor do Abacaxi (sim, é ‘Córrego do Abacaxi’ – vide explicação logo abaixo);

Cor da Areia (mesmo caso: ‘Córrego da Areia’, mas no busão estava escrito ‘Cor’);

Porta Larga. Pensa que eu tou brincando, né?

Eu não estou, e há 2 linhas de ônibus ‘Porta Larga‘, se uma fosse pouco. 

Busscar em ‘linha complementar’; abaixo Marcopolo Torino6 em moderna decoração.

O letreiro (busque pelas legendas, as imagens estão mais pro alto na página) não está informando que o veículo tem suas entradas e saídas bem amplas.

Não. ‘Porta Larga’ é nome de duas comunidades.

Uma do município de Igarassu, um subúrbio distante do extremo norte do Grande Recife, e outra em Jaboatão;

Chá de Alegria (na verdade ‘Chã de Alegria’);

Sítio Histórico;

Rua do Sol;

E por último nessa lista mas não menos importante, a “Festa do Morro”.

Próximas 2: viação Nápoles – aqui imagem nos anos 70, a banda toca. A seguir anos 80.

Bem-vindo ao Recife, meu irmão.

Bem-vindo a “Cidade Sangue-Quente”.

………

Pra encerrar, comentemos alguns detalhes das fotos espalhada pela matéria (busque as imagens pelas legendas):

Publiquei as imagens das linhas ‘Cor da Areia’ e ‘Cor do Abacaxi. 

Descobri que os nomes corretos são “Córrego” da Areia e do Abacaxi.

Anteriormente, eu havia visto “Cor do Abacaxi”.

Cidade Alta com a pintura da Nápoles, pois a 1ª viação comprou e assumiu a 2ª.

Durante muito tempo acreditei realmente que a linha era essa.

E por isso mesmo dando a retificação mantive a referência.

Pois aposto que como eu diversas pessoas pensam que a linha é ‘Cor’ e não ‘Córrego’, já que assim vem escrito.

Aqui e a esq.: viação São Judas Tadeu. Monobloco3 do começo dos anos 90. Ainda há a ‘Área 03‘ no fundo. A seguir um Comil em foto posterior, já se usava a sigla ‘SJT‘. Na mesma época havia uma viação São Judas Tadeu em João Pessoa, que é ali do lado. Não sei se as empresas têm relação.

Outras falhas do itinerário: os ônibus novos, que têm letreiro eletrônico, comem parte dos nomes (em Curitiba há o mesmo problema).

Alto Bondade” que leem no veículo é na verdade o Alto da Bondade.

O Alto do Pascoal aqui fica parecendo Alto do Páscoa (vide ambas as imagens na galeria logo abaixo).

Nesse o letreiro ainda é na lona, nem há essa desculpa.

Falando nisso, “Altos” no Recife são os morros, as ladeiras.

O que no Rio e Curitiba se chama “Morro do Juramento” em Pernambuco seria o “Alto do Juramento”, se esse bairro existisse.

Vocês entenderam. Já vimos acima o ‘Alto do Capitão’ da viação São Paulo.

Vamos a mais ‘Altos’ da cidade estampados em seus busões.

Viação Santa Cruz (sem relação com o time).

Na mensagem original eu falava um pouco de Teresina aqui também.

Só que com a ampliação a matéria ficou bastante extensa.

De forma que o texto sobre a capital do Piauí está foi pra mensagem própria sobre esse estado.

Então nessa atual postagem que estão lendo só quero colocar que o Recife têm muitos busos com 3º eixo.

Pois está localizado o Recife bem na região que concentra boa parte dos ônibus trucados brasileiros. 

A esquerda: fila de trucado recifenses, pintados no padrão SEI.

Próximas 2: Vera Cruz de Jaboatão. Aqui Thamco Scania alongado, com o ‘Área 02’.

Trata-se, claro, do ‘Tribus Urbano’, que existe em boa parte do Brasil, mas se concentra em 2 regiões:

São Paulo e de Pernambuco ao Rio Grande do Norte, passando pela Paraíba (no Sergipe também são comuns).

Nesses 3 estados nordestinos são absolutamente frequentes – 4 incluindo o Sergipe.

Busscar mais recente, com ‘saia’ azul.

No entanto basicamente esse modelo não existe na ‘Costa Norte’ (da qual o Piauí faz parte).

………..

Vimos no começo da matéria um tróleibus azul da CTU com o “Companhia de Transportes Urbanos” escrito quase no teto, sobre as janelas.

Viação Cruzeiro, do mesmo grupo.

Esse era o padrão por todo Brasil nos anos 50 e 60, tanto nas viações rodoviárias quanto urbanas.

O tempo passou, tudo muda, e esse costume caiu em desuso.

Porém idéias são Energia, e Energia nunca morre, apenas se transforma.

Vamos falar um pouco de São Paulo. Começando ainda na pintura livre nos anos 60 e 70.

Aqui e a dir.: viação Mirim. 1º mais um micro-ônibus, depois de tamanho normal.

E muito mais na padronização ‘Saia-&-Blusa’ adotada em 1978 (a 1ª da cidade), várias viações de São Paulo mantiveram isso vivo, ainda que modificado:

O nome da empresa de ônibus vinha sobre a janela do motorista, do lado esquerdo, e sobre a porta dianteira, na metade direita do busão.

No entanto, é ainda mais profundo. Um resquício da antiga tradição adentrou o século 21.

Por muito tempo a Cometa manteve mesma pintura mítica usada na segunda metade do século passado.

E o ‘Viação Cometa’ vinha grafado sobre as janelas, até recentemente.

Agora essa empresa mudou a decoração de sua frota, e se foi o último registro desse costume que dominou o Brasil no século passado.

Thamco da estatal CTU, nesse vinha grafado ‘CTUR’ – o ‘R’ é de ‘Recife‘, evidente.

……………

O Recife também teve ‘Romeu-&-Julieta’, vejam vocês.

Trata-se do ‘pai do articulado’. Um ônibus ‘toco’, de tamanho normal.

No horário de maior movimento era acoplado atrás dele um reboque, com o salão um pouco menor.

Articulado da Caxangá numa estranha configuração, vermelho mas com grande faixa azul; como se o buso não soubesse se é ‘Perimetral’ ou ‘Radial’ do SEI. A seguir mesmo modelo e viação na pintura livre.

No caso aqui, o referido veículo pertenceu a viação Vera Cruz.

Esse modal tinha a vantagem de que o vagão extra só era engatado no pico.

No meio do dia, com a demanda menor de passageiros, circulava só o ‘carro principal’.

A desvantagem é que necessitava dois cobradores.

No Brasil, o ‘Romeu-&-Julieta’ foi especialmente popular no Rio e Porto Alegre.

Houveram também exemplares em Florianópolis-SC e Belém.

Pelo menos, talvez em mais cidades também.

Aqui em nossa Pátria Amada esse curioso modal foi abandonado com a chegada do ônibus articulado, no começo da década de 80.

Já que o tema é pintura variante do padrão, um ‘carro’ não-articulado da Borborema na configuração toda alva, sem ‘saia’ cinza. Esse buso não está em testes, a Borborema tinha essa decoração alternativa.

Entretanto, a Europa ainda conta com ‘Romeu-&-Julieta’, em pleno século 21na Suíça inclusive tróleibus.

No Velho continente, rodando ao lado do articulado. ‘Pai e filho’ convivem em harmonia.

…………

Falar em articulado: os mais antigos vão se lembrar, aqui em Curitiba nos anos 80 esse tipo de ônibus era chamado ‘sanfonado‘.

Agora sim, os próximos 2 todo brancos porque estão em testes. Aqui Apache3 pela CRT, a seguir Marcopolo pela Borborema (esse tem o logo tradional em vermelho e a propaganda da Volvo coloridos).

 

Segundo algumas fontes, em Belo Horizonte esse termo ainda é utilizado.

Tudo porque o plástico flexível que permite a dobra da articulação lembra mesmo uma sanfona, óbvio.

Todavia, na Curitiba do passado ou na Belô de hoje (sendo esse o caso), o termo ‘ônibus sanfonado’ é meramente uma metáfora, uma parábola.

Pois bem.  O Recife elevou essa imagem a um novo patamar.

Há o “Ônibus do Forró”, que é pintado a de fato ficar como se fosse uma sanfona gigante.

Vimos nessa reportagem imagem de um da Itamaracá, na pintura livre.

Ao lado mais um, mas esse não tem a ‘sanfona’ destacada.

Há casos “Ônibus do Forró ‘Sanfonados’ ” também na padronização SEI.

Já que tocamos no tema, uma foto tem a legenda: Então vamos a padronização SEI.

Monobloco CTU nos anos 80, com o ‘Área 08‘. Aqui e acima 2 busões brancos, de novo não é improviso nem testes, essas viações também adotaram a decoração inteira alva.

Em vermelho as linhas Perimetrais (articulado com 3 portas, sendo 2 no vagão traseiro)“.

Da padronização SEI já falamos a exaustão no decorrer do texto.

Aqui quero comentar do fato do busão ter só uma porta na frente e duas atrás.

Trata-se, até onde sei, de uma configuração peculiar, única em todo planeta.

Outro branco, esse Circular/SEI (Apache2 da Caxangá); aqui e no próximo com o logo da EMTU no fundo.

Articulado, quando tem 3 portas, sempre são 2 no vagão principal dianteiro, e uma no traseiro.

Esse caso no Recife, invertendo a distribuição das portas, não conheço outro caso.

Se um dia eu ver outro modelo igual retifico a postagem.

Até lá, fica como exclusividade do Recife, e isso por toda Terra.

Próximas 3: Radial/SEI. Antigo trol já privatizado (no detalhe anúncio de jornal de vários órgãos públicos anunciando melhorias no transporte).

………

Bem mais pro alto na página está postada a cena de um tróleibus moderno Ciferal, ao lado de 2 táxis-Fuscas.

Na década de 80 – que foi quando foi feita essa foto – os Fuscas dominavam o Brasil, de Norte a Sul.

Inclusive nos táxis, evidente. Bem, no México isso é ainda mais pronunciado.

Estive no México em 2012. Mesmo na capital os táxi-Fuscas ainda eram comuns.

Embora não mais maioria como foram dos anos 70 a virada do milênio.

Comil em linha pro Term. Integrado Xambá.

Bom, nessa época ‘táxi’ na Cidade do México era sinônimo de ‘Fusca’.

Creio que em boa parte da segunda metade do século 20 mais de 90% eram desse modelo.

Em Acapulco, mesmo em 2012, essa ainda era a realidade.

Contando informalmente 9 de cada 10 táxis nesse balneário do Pacífico eram Fucas.

Linha: Sítio Histórico.

E isso, meus amigos, já na década de 10 do século 21.

Afinal, o Fusca foi produzido no México até o ano 2000.

Então natural que pouco mais de uma década depois muitos exemplares ainda estivessem na ativa.

(No Brasil parou em 1986, 14 anos antes, fora uma brevíssima retomada na década de 90 que produziu pouquíssimos veículos.)

Comil da Cidade Alta, pintura livre.

De volta ao Recife: os táxis da época tinham pintura laranja, e placa vinha reproduzida na porta.

Isso, da chapa ser repetida na lateral, é exatamente igual na Colômbia.

E lá pra todos os veículos comerciais: táxis, caminhões e ônibus.

Apache2 branco Circular/SEI da Tamará, nº do ‘carro’ sobre a janela, tradição recifense; Esse aqui vem adesivado com cenas do Centro Histórico, o que SP/Capital, Santos e Campinas-SP também o fizeram.

No Peru e no Chile é preciso também repetir o emplacamento no corpo do veículo.

Nesse caso basta pintar os números e letras, não precisa repetir a chapa ‘ipsis-literis’.

Só que nos táxis do Recife antigamente, e em todos os veículos comerciais da Colômbia ainda hoje, é diferente:

Precisa reproduzir na porta uma cópia exata da placa.

Busscar da Vera Cruz; ao fundo posto Texaco, que encerrou as atividades no Brasil em 2008.

Bem, em Pernambuco foi mesmo, porém não é mais dessa forma.

Atualmente os táxis recifenses têm a mesma pintura dos ônibus ‘complementares‘ municipais já mostrada acima:

Branco com uma faixa vertical azul-clara (exceto os do Aeroporto, cuja faixa é vermelha); e não há mais a cópia da placa na porta.

…………..

O 2-andares na pintura amarela.

Várias linhas no Grande Recife são ‘Via BR-101’. Natural, pois essa estrada corta todo o Litoral Pernambucano. Pois bem. Vejam vocês, na capital catarinense também há linhas que vão “Via BR-101“.

O Recife dista nada menos que 3,3 mil km de Florianópolis. Porém são unidas pela mesma rodovia, a 101, a ‘Beira-Mar’ nacional.

Alias a própria numeração dela já entrega o ouro, sabiam? Pois terminada em ’01’, o que  indica que é a estrada mais a leste do Brasil, a mais perto do Oceano.

Fiz uma matéria explicando em detalhes ‘como as rodovias são numeradas(é a 3ª matéria de maior sucesso da página, já foi lida acima de 22 mil vezes até dez.21).

………

Chegamos ao ponto final dessa ‘viagem pro passado‘ do Recife. Espero que a experiência tenha sido bem prazerosa. 

O busão ao lado confirma que sim!

Que Deus Ilumine a todos.

“Deus Proverá”.

2 comentários sobre ““Festa no Morro” ??? Ah, esses ônibus recifenses…

  1. Anônimo disse:

    Só corrigindo, esse Porta Larga desse ônibus referenciado, não é o bairro de Jaboatão, é uma comunidade do município de Igarassu .

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.