INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado em 17 de setembro de 2013
Maioria das imagens baixadas da rede, créditos mantidos sempre que impressos nas imagens. As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’.
Em setembro de 2013 fui a João Pessoa. Já joguei no ar a série sobre essa viagem, na matéria de abertura falo sobre a rede de transportes.
Aqui, pra já irmos aquecendo os motores, digo que me impressionei com a quantia de ônibus trucados na capital da Paraíba. A esquerda mais um.
Trata-se, claro, daquela configuração que tem o 3º eixo, o popular “Tribus”.
Fotografei um Tribus em João Pessoa, é a imagem acima da manchete.
Antes de prosseguirmos no presente, e rodaremos esse Brasilzão afora atrás dos trucados, vamos fazer uma homenagem justíssima.
Respeito a quem merece, conheça o ‘pai’ de todos os trucados brasileiros:
Um Nimbus Haragano que operou pela Viação Canoense em Canoas, na Grande Porto Alegre, ainda nos anos 70.
Acima sendo apresentado zero km, e a direita em ação, indo pro bairro Maracanã, Canoas, Z/N da Grande PoA.
Enquanto esse bichão rasgava as ruas gaúchas, a empresa resolveu mudar seu nome-fantasia:
De ‘Canoense’, acima, adotou a sigla ‘Vicasa’ (Viação Canoense S/A).
A Vicasa é conhecida por suas soluções interessantíssimas na busologia:
Ela foi famosa pelos seus ‘Romeu & Julieta’ (o ‘pai do articulado’:
Onde o buso puxa um reboque, um segundo buso menor sem motor ou motorista).
DA Z/OESTE P/ Z/ NORTE:
SEQUÊNCIA DO ÚNICO TRIBUS (CURTO) DENTRO DA GDE. CURITIBA –
Isto bem registrado, creio que podemos enfim começar o texto.
Um colega, que também é busólogo, disse que nunca tinha visto ‘Tribus Urbano’.
Bem, ele que não reparou, pois existe sim Tribus Urbano na Grande Curitiba.
Há alguns articulados Scania (mais pra baixo foto do bichão), não sei o número exato.
E, aí sim, somente 1 de tamanho normal: carroceria da finada Busscar.
Entrou no sistema pela Viação Campo Largo – que atende um município homônimo na Zona Oeste da Grande Curitiba.
Ainda circula (quando jogo a mensagem no ar, fevereiro de 2016) por outra empresa do mesmo conglomerado, que diga-se de passagem está se expandindo bastante por Santa Catarina:
Agora sendo repassado pra Viação Tamandaré, que atende a Zona Norte metropolitana, no município homônimo, e também o sistema municipal da capital.
Tudo isso no ‘carrossel’, a galeria horizontal de fotos abaixo. Sempre a mesma placa, ANZ-1742.
Confira o “Antes/Depois” desse bichão, desbravando as Zonas Oeste e Norte da cidade.
Nosso camarada está desculpado, afinal em toda Grande Curitiba – excluindo os articulados que também são poucos – só teve 1 desses bichões, ao menos até onde eu sei.
Em São Paulo, em compensação, há muitos Tribus Urbanos. Lá eu já vi muitas e muitas vezes, e já andei neles.
Na Paraíba e vizinho Rio Grande do Norte também são frequentes, na PB vi pessoalmente, e no RN por fotos.
SP, PB e RN é onde se concentra essa manifestação no Brasil.
Por consequência são comuns também nos vizinhos estados do Nordeste:
Especialmente em Pernambuco e Sergipe e já mais raros na Bahia. Existem, é claro, em outros estados, achei fotos dos trucados no:
Norte do Paraná, Mato Grosso, Rio (esse só no tempo jurássico), em Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará (nesse caso já desativado) e no Piauí.
Nota: nosso foco são os ônibus urbanos. Mas, como o conceito e o próprio nome ‘Tribus’ surgiram no modal rodoviário, vamos dar uma palhinha pra Itapemirim.
Mostrando o anúncio de quando o Tribus foi criado. A esquerda, logo acima, em revistas.
(Como falamos dos busos de viagem, nessa postagem nós mostramos um Cometão e diversos outros nas Rodoviárias de Curitiba e São Paulo “naquele tempo”... .)
CONEXÃO SP/BELÉM – O único Tribus urbano que rodou no Pará começou na Z/O de Sampa.
Depois falamos mais dele, mas como as imagens já valem por milhares de palavras, vejamos a evolução desse ônibus, do Sudeste ao desmanche (história contada no blogue do LucasRio, créditos mantidos).
A placa é ‘BUP-2936‘. Eu sei, a foto não está em alta definição, foi a que eu pude achar. Mas dá pra ler.
As legendas já esclareceram bem, mas acrescentemos mais algumas informações.
Ele começou em São Paulo, como tantos e tantos Tribus brasileiros.
Nesse caso, na Zona Oeste paulistana – e por isso recebeu faixa principal vermelha e faixa menor verde na padronização ‘Municipalizado’.
Na 2 ª cena o mesmo ‘carro’ no sistema metropolitano de Belém, que tem a mesma pintura do municipal (veja matéria específica).
O buso fazia a linha de Benevides ao Centro de Belém. Essa é a pintura que vigorou na segunda padronização da cidade, nos anos 90, em que o sufixo tinha cor diferente: é a ‘Costa Norte Brasileira’;
3) Logo a seguir ele seguiu nesse mesmo trajeto mas a pintura foi mudada.
Já falei melhor antes como é esse processo, exemplificando pela Grande Curitiba. Funciona da mesma forma em todos os estados.
Ainda assim, mesmo estando bastante distante do Centro da capital, a linha é metropolitana, e de uns tempos pra cá inclusive com integração temporal no cartão;
4) Triste Final: (em foto de Wagno da Silva) se decompondo em algum ferro velho, mesmo destino do Bis-Bus, revolucionário ônibus/trem bi-modal que existiu aqui no Sul do Brasil.
Veja no vidro do único trucado paraense as indicações “Marituba” e “Castanheira“.
A 1ª um município da região metropolitana, a 2ª um bairro já no município de Belém, a linha pra Benevides vai via esses lugares.
Em Belém, como em Belo Horizonte, por décadas os busos tinham que ficar fixos numa única linha, pois a mesma vinha pintada e não dava pra trocar.
Em BH eram todos, uma vez que era escrito na lataria.
Já em Belém em muitos ‘carros’ a linha vinha pintada – adesivada, melhor dizendo – no letreiro, mas não em todos.
Seja como for foram as únicas 2 capitais brasileiras que isso ocorreu.
Esse é o padrão na América Hispânica (veja aqui fotos da Rep. Dominicana, México, Paraguai, Chile e Colômbia), antes da universalização do letreiro eletrônico certamente.
No Brasil entretanto isso não existiu, com essas 2 exceções.
(Nota: anteriormente inseri algumas informações inexatas sobre as linhas que esse veículo operou na Grande Belém.
Agora que percebi o que estava errado corrigi prontamente.)
………..
Comentemos algumas fotos espalhadas pela matéria.
Nem sempre a descrição será da imagem que lhe estiver mais próxima, busque pelas legendas que estão corretas.
Fogo no pavio. Vemos no decorrer da página:
– João Pessoa ao lado, buso branco com listras verde e vermelha:
Um tribus da São Jorge na BR-230 (Trans-Amazônica), em frente o estádio Almeidão, onde joga o ‘Belo’ (Botafogo-PB, cópia do mais famoso carioca, como também é comum no Paraguai).
– Vários da Grande São Paulo: quando surgiu o padrão EMTU (pouco depois da virada do milênio) todos os busos metropolitanos da Capital, Santos e Campinas foram pintados idênticos.
Iguais ao que está a esquerda, porém aquela faixa maior branca era também vermelha (veja nessa postagem um trólei articulado – porém não-trucado – na configuração descrita).
E o padrão, os ônibus convencionais digamos assim, ainda são dessa exata maneira.
A esquerda: Zona Oeste (Barueri, Itapevi, Jandira, Osasco e região) da Grande São Paulo, Viação Benfica.
E a direita um Metropolitano da Baixada Santista, a “Grande Santos”. Como vê, exatamente iguais.
Enfatizando, essa pintura ainda é o arquétipo, o padrão. E vale pro estado inteiro (como no Rio Grande do Sul). A princípio todos os busos foram pintados iguais.
Depois surgiram diversas variantes. O desenho é sempre o mesmo. Porém o esquema de cores varia bastante.
Há outras variações de pintura, em Campinas por exemplo há uma majoritariamente amarela, e ainda outras na capital. Aqui nos focamos apenas nos tribus.
Na sequência acima 3 exemplos da Grande São Paulo, um deles um trólei trucado, todos eles piso baixo.
Detalhe: na 1ª imagem a placa é verde. Significa que o modelo está em fase de testes. Nesse caso, não é o veículo individual que está sendo testado pela viação.
E sim que o fabricante (no caso aqui Caio/Scania) ainda não começou a produção em série, é portanto um protótipo.
Voltemos pro Nordeste. Vemos aqui o conglomerado que detêm uma fatia o transporte na Paraíba e parte do Rio Grande do Norte:
O grupo tem 4 viações em João Pessoa: Santa Maria, São Jorge, Reunidas e Trans-Nacional.
As duas últimas agora assinam sua frota como ‘Unitrans’, o nome do consórcio.
Antigamente vinham esse dois nomes escritos, depois padronizaram (nos municipais de João Pessoa) como ‘Unitrans’.
Nas fotos tudo isso vai sendo exemplificado. A direita acima um Reunidas em João Pessoa;
– Ao lado: Trans-Nacional, João Pessoa;
– Na tomada da direita e fica evidente como foi o esquema da fusão: na lateral, ‘Unitrans‘.
Na frente, bem pequenininho sob o para-brisas, ainda vem assinada ‘Reunidas‘.
Na 1ª foto da página, um Tribus branco que está ao lado do “Por Maurílio Mendes, O Mensageiro…”, o mesmo se dá.
Digo mais uma vez, isso só nos municipais.
Nos metropolitanos (J. Pessoa/Cabedelo, onde está o Porto, o marco zero da Trans-Amazônica e a famosa ‘Praia do Jacaré’ com seu Chopin ao pôr-do-sol) ainda vem como ‘Reunidas’.
Assim domina amplamente o transporte da capital, e também está presente em outras cidades:
A Trans-Nacional tem uma filial em Campina Grande, a maior cidade do interior da Paraíba.
A esquerda um de seus busos campinenses.
Sim, eu sei, esse não é trucado. Postei só pra vocês verem que a viação também está em CG.
E a Santa Maria e Reunidas operam também em Natal. A direita acima um Tribus potiguar dessa última empresa.
……..
Há mais: as outras viações do grupo A. Cândido são a São Jorge de João Pessoa (como já dito) e a Nacional de Campina Grande.
Registramos a esquerda um Tribus da São Jorge contornando a famosíssima Lagoa que há no Centrão de João Pessoa. A direita entrega de frota de Tribus;
– Logo a seguir: Campina Grande, Paraíba. Um tribus da Nacional percorre a linha Leste/Oeste.
Repare que a pintura é igual a da São Jorge, sua co-irmã.
Se tudo fosse pouco, o grupo ainda tem, como dito, mais duas viações urbanas na Grande Natal.
E com o nome de São Jorge entrou no ramo de fretamento.
Nos estados da Paraíba, Pernambuco, Maranhão e Piauí (no mínimo, esses são os que vi em rápida busca pela internet, pode ser que hajam ainda outros).
Tá bom pra ti ou quer mais?
Outro detalhe: Notam que na Paraíba ainda vigora pintura livre, cada viação decora como bem queira seus ‘carros’.
…………
– Acima a direita um belo trucado verde-prateado de Sorocaba, e em azul e branco um trucado sanfonado em Campinas.
Nessas cidades paulistas, inversamente, há padronização de pintura.
Ao lado Feira de Santana, interior da Bahia.
Não muito longe dali, vimos (bem mais pra cima na página) um Tribus de Aracaju-SE.
Na pintura padronizada da cidade. Na capital de Sergipe, todos os veículos ostentam a mesma pintura.
Como ocorre também em Fortaleza-CE, São Luiz-MA, Recife-PE, Belém-PA, Manaus-AM e todas as capitais do Sul, Sudeste e Centro-Oeste exceto Florianópolis e Cuiabá-MT.
Nelas e em João Pessoa, Salvador-BA, Maceió-AL e Natal-RN, ainda vigora pintura livre.
A capital de Santa Catarina, como já lhes escrevi muitas vezes, um dia foi padronizada, mas regrediu de volta a pintura livre.
Atualização: o texto é de 2013. Depois disso a pintura foi novamente despadronizada no Rio.
Em compensação, foi padronizada em Salvador, Florianópolis, Cuiabá e Maceió.
Falando especificamente de um caso que documentei, Floripa em 2014 enfim repadronizou a pintura, com duas décadas de atraso: “A Cidade de Floriano não está mais desterrada”.
Já que estamos aqui pelo Sul, e falando de padronização de pintura.
Acima Porto Alegre-RS, no novo padrão de pintura.
Primeiro ela foi testada em alguns articulados, como está mostrado, azul-escuro por cima.
Aprovado o piloto, a seguir determinou-se a seguinte divisão: saia (faixa inferior) é sempre cinza.
Os veículos da viação estatal Carris permanecerão beges, essa será sua ‘blusa’. Seguindo longa tradição, a Carris consagrou o bege.
Nas viações particulares, as linhas que servem a Zona Sul serão vermelhas, Leste verdes e Norte azuis.
Isso estou falando da nova padronização, recém-iniciada.
Acima a esquerda, em faixas verde e amarela sobre fundo branco, vemos um no ‘Eletrocardiograma‘:
O padrão anterior da capital gaúcha que será abandonado gradualmente a partir de agora;
– Ao lado: ainda na capital gaúcha, mas dessa vez a pintura padronizada dos metropolitanos.
Esse em questão serve Viamão, Zona Leste da Grande Porto Alegre.
Essa viação padronizou de vez a pintura, quando foi requerida.
Entretanto, diversas empresas de ônibus do RS, capital e litoral, adotaram como transição um padrão de pintura “meio a meio”, um pouco livre, um pouco padronizada. É surreal, mas é real.
No Piauí ocorreu o mesmo Alias, Teresina também teve Tribus, atualizei acima.
Como já dito, Salvador igualmente padronizou a pintura. Tratamos com detalhes do transporte coletivo na capital baiana outro dia.
Por ora basta vermos ao lado um buso soteropolitano ‘Tribus Urbano’ ainda na pintura livre.
antes/depois: trucado (emplacado no Paraná) em 3 pinturas na grande b.h.
A placa que se inicia com ‘A’ demonstra que o 1º licenciamento foi aqui no Sul do Brasil, mais especificamente no Paraná.
Na ficha técnica diz que o veículo não apenas foi fabricado mas também pertenceu a ‘Volvo do Brasil’, cuja fábrica é aqui em Curitiba como todos sabem.
Foi pra Rodap, pintura de testes, numeração 0003. Linha pra Venda Nova, Zona Norte. Depois seguiu em BH mas foi pra outra parte da cidade:
Transferido pra Santa Edwirges, fazendo linha metropolitana do DER-MG – que vai de Betim pro Metrô Cidade Industrial: só pode ser na Zona Oeste de B.H, uai..
A seguir na mesma viação em linha municipal da capital mineira (ainda na Z/O, dessa vez ligando o Barreiro ao Centro), na igualmente notória padronização “das Flechas” – similar alias a que vigorava em Fortaleza na mesma época.
Viram o bichão na pintura de fábrica, em testes. E depois duas vezes repintado dentro da mesma cidade, ostentando respectivamente as padronizações características.
Na padronização Metrobel, como se sabe, ele não precisaria ter sido repintado, municipal e metropolitano eram iguais. Mas depois que houve a cisão se tornou mandatória a diferenciação.
……….
Volto a descrever as fotos espalhadas pela página. Vemos vários trucados no Grande Recife. Eu disse que a pintura ali é padronizada.
Na verdade, na capital de Pernambuco operam concomitantemente dois sistemas: há um sistema metropolitano integrado, o modelo SEI – Sistema Estrutural Integrado.
Em que os passageiros que vem de subúrbios metropolitanos podem, através de terminais, pegar várias conduções pagando uma só.
E esses veículos tem pintura padronizada, um exemplo ao lado.
Entretanto, algumas linhas municipais não integradas – que não entram em terminais, portanto – são servidas por ônibus com pintura livre.
A direita acima um trucado da Cidade Alta ainda com pintura livre. Ah, esses ônibus recifenses . . .
Em Vitória ocorre ‘ipsis litteris’ o que descrevi acima, dois sistemas que convivem:
Um metropolitano padronizado (ali chamado ‘Transcol’) e um municipal na pintura livre. Não ilustro porque não vi trucados na capital capixaba.
……….
Agora segura essa:
O sistema municipal de Aracaju tem pintura padronizada. Mas o metropolitano não.
Sendo redundante, isso quer dizer óbvio que os busões que ligam a capital sergipana aos seus subúrbios ainda podem ser pintados conforme seu dono ache melhor.
Pois bem: o proprietário da Viação Atalaia achou melhor copiar a pintura SEI do Recife, como as imagens deixam bem claro.
Isso criou uma “ilusão de ótica“: o azulão a direita acima parece pernambucano. Mas é sergipano.
………
Já esse amarelo da Viação Garcia sai de Apucarana. E provavelmente se dirige a Londrina.
A esquerda um da Ouro Branco. Não se deixe enganar:
A Ouro Branco pertence a Garcia, é outro nome fantasia mas o controlador é o mesmo.
Alias amplie a imagem e ficará claro que o buso está exatamente na garagem da Garcia.
Retornamos ao Nordeste pra mais um “Antes & Depois”:
Um micro trucado? E micrinho mesmo, não é ‘micrão.
Só poderia mesmo ser na Paraíba, a “Terra do Tribus Urbano”, oxente bichim.
Em 2 momentos: a direita pela Reunidas puxando linha metropolitana João Pessoa/Cabedelo.
E a esquerda agora de propriedade da Viação PB/Rio.
Remanejado pro modal ‘Suburbano’, indo pra Alhandra.
Essas imagens são de boa definição, então clicando nelas lerá com clareza a mesma placa: MNL-9509.
…………
Vamos dar um pega e ver vários da Grande São Paulo.
Começamos por essas tomadas noturnas que são um espetáculo:
Os busões – trucados como é nosso tema aqui, vários deles articulados – decorados pras festas de fim-de-ano.
Todos eles dirigidos por ninguém menos que o Papai-Noel em pessoa.
Fiz uma matéria especialmente sobre isso, ilustrada com dezenas de fotos.
Principalmente da Grande São Paulo. Mas também de várias cidades do interior e litoral paulista.
E mais Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
É verdade, as imagens comprovam. Essa coisa tão bela é uma tradição que se firma na capital paulista e sua região metropolitana.
A notícia publicada em 14 de dezembro de 2015 alardeava orgulhosamente :
“ Mais de 50 ônibus decorados com luzes de Natal estão circulando pela cidade de São Paulo.
Os ônibus decorados, entre eles um trólebus, foram apresentados com um desfile especial.
Que passou pela região central, Avenida Paulista e Parque Ibirapuera, um dos principais cartões postais da cidade, no início da noite. ”
Articulado, trucado, decorado, iluminado, PBT (Piso Baixo Total) e ainda com ar-condicionado, amigos. É muita coisa junto.
Não por outro motivo o irmão de mochila está no meio da pista, arriscando sua vida pra tirar uma foto.
Tem mesmo que registrar. São Paulo está mesmo demais!!! Arrasando no transporte urbano. Eu tiro meu chapéu, respeito a quem merece, já disse.
A direita acima, de dia, um articulado trucado paulistano, esse sem decoração, pra vocês verem a pintura. Mas que as tomadas noturnas é que são a atração não resta dúvidas.
São Paulo também é uma cidade americana, afinal. É um fortíssimo costume Americano – e também Asiático – decorar os veículos automotores.
Creio que eu não preciso enfatizar que América é um continente, e não um país.
Na busologia como em tudo, os EUA são uma nação e um povo europeus do outro lado do oceano. Mas a América, meu Deus, que diferença.
Do Paraguai ao México ao Panamá ao Equador e ao Chile: decorar os ônibus é o que nós fazemos, e fazemos bem feito.
Nova Iorque e São Francisco-Califórnia são cidades europeias, em espírito. São Paulo é Americana.
………..
Os articulados iluminados são municipais de São Paulo.
Já o da esquerda é metropolitano, passa pelo corredor ABC.
Ou se preferir ‘corredor ABD’, já que o trajeto dessa linha passa por Diadema sim, mas São Caetano não.
A pintura desse ‘carro’ é cinza sobre fundo branco.
Suba a página de volta e veja aquele outro que também vai pro Terminal Santo André Oeste.
Então. São da mesma linha, e mesma pintura;
– Ao lado: municipal de São Bernardo do Campo (SBC), ali do ladinho, também no ABC.
Vamos pra região do Alto Tietê, igualmente na Grande São Paulo:
O logo a seguir que tem essa estrela amarela é municipal de Mogi das Cruzes, Zona Leste.
A esquerda também uma linha intrerna do bem próximo município de Itaquaquecetuba.
O nome é tão grande que até em seus próprios ônibus se abrevia ‘Itaquá’…
A direita retornarmos ao corredor ABC: articulado trucado em pintura de testes (similar a de Porto Alegre vista acima, não é mesmo?).
A seguir veremos 3 de Mauá:
Município que conta com muitos trucados, e que fica também na Zona Leste da Grande São Paulo.
Mauá fica localizada exatamente entre o ABC e a região do Alto Tietê.
Todos são Mascarello. Como a legenda já informou, os dois primeiros são municipais e seguem pro famoso Jardim Zaíra.
O 3º diz ‘metropolitano’ e tem o logo da EMTU, mas eu desconheço esse modelo de pintura.
Certamente é ou de testes ou então uma transição do livre pro padronizado.
Encerrando a Grande São Paulo do Leste vamos pro Oeste.
Bem mais pro alto na página está um Viale metropolitano da Viação Benfica.
A direita logo acima mesmo modelo e viação, dessa vez municipal de Barueri, ainda pintura livre.
…………
Permanecemos no estado de SP: dois de São José dos Campos.
A esquerda acima, inteiro verde ‘via Bacabal’, a pintura padronizada introduzida na recente licitação, no fim da década passada (virada dos anos 2000 pros anos 10).
A direita (‘Especial’ no letreiro) mais um de SJC, na 2ª padronização de pintura que foi adotada logo a seguir a anterior – no meio pro fim da década de 10.
Estive em SJC em novembro de 2019, e produzi uma matéria falando da cidade, contando a história do transporte na principal cidade do Vale do Paraíba, confira.
Agora uma pintura parecida, mas não confunda: os dois verdinhos anteriores eram municipais de São José dos Campos, SP, como já dito.
Esse a esquerda (com rodo-ar) é suburbano, liga Foz do Iguaçu-PR a uma das cidades próximas, ali no Oeste do PR.
A Princesa dos Campos também faz transporte rodoviário, óbvio, alias o modal de longa distância é a pedra fundamental do grupo.
Quanto aos suburbanos (catraca, 2 ou 3 portas, bancos de acrílico que não reclinam) a Princesa opera numa miríade de cidades.
No Centro, Oeste e Sul do Paraná, e também no estado de SP, no Vale do Ribeira (Registro e região).
……….
3 imagens de Natal, Rio Grande do Norte:
Agora 6 de João Pessoa, Paraíba. Note que da 2ª a 4ª foto eles escrevem ‘Tribus’ na lataria do veículo, é a denominação oficial.
Esse veículo (o micro, que fecha o ‘carrosel’) é o mesmo já mostrado acima, que depois foi fazer ‘suburbano’ pra Alhandra pela PB/Rio.
Pra fecharmos com chave de ouro, municipais da capital paulista, incluindo um tróleibus.
O amarelo está fazendo ‘Paese’, ou seja, cumprindo excepcionalmente uma linha que não é de sua tabela. Daí o ‘Reservado’ no letreiro de lona, e a linha está escrita num papel feito a mão colado no para-brisas.
Nada mais justo que encerrarmos com essas 3 sequências.
Os trucados com 3º eixo existem em diversos estados, acentuadamente em Pernambuco.
´No entanto São Paulo, Paraíba e Rio Grande do Norte definitivamente são as terras do “Tribus Urbano” em nossa Pátria Amada.
Ao direita o 0898 da Reunidas em Natal. Ex-Reunidas/Unitrans de J. Pessoa, onde era o 07100.
ATUALIZAÇÃO (JUL.17): NA ÁFRICA DO SUL ELES TAMBÉM CURTEM UM TRIBUS –
Estive no continente africano, mais precisamente na África do Sul.
Tive a oportunidade de visitar e conhecer suas 3 maiores cidades, Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durbã.
Em todas elas eu cliquei Tribus, modal muito popular naquela nação.
Acima um Tribus articulado – e alongado! – da Viação Flecha Dourada (“Golden Arrow” no original) na Cid. do Cabo.
Inteiro em laranja é a marca registrada da Viação Putco em Joanesburgo (opera também na capital Pretória, que é próxima).
E a esquerda no terminal (que também serve de garagem, camelódromo, salão de bilhar e abrigo pros sem-tetos) no Centrão de Durbã.
Estou produzindo uma série de matérias sobre o país, e sua sangrenta história.
A violência política reverberou também no transporte, que tem partes arcaicas e outras ultra-modernas.
“Deus proverá”