Por Maurílio Mendes, O Mensageiro
Publicado em 11 de fevereiro de 2017
Outra matéria sobre Florianópolis. Dessa vez no verão, mostrando a praia.
Digo isso porque há outra reportagem, de junho de 2015.
E naquela infelizmente ocasião não pude ir ao mar.
Na abertura da Série sobre SC descrevo melhor a cidade em vários aspectos como a observei: urbanismo, transporte, etc.
Esse atual texto é portanto somente um complemento daquele.
Dessa vez estava muito quente, assim o oceano foi o caminho natural a seguir.
Estive em Canasvieiras, no Norte da Ilha (acima e ao lado).
Essa é definitivamente “a Praia do Merco-Sul”, se podemos batizar assim.
A areia e o mar estavam totalmente lotados de banhistas.
E olhe, brasileiros e argentinos dividiam o público em números eu diria que mais ou menos iguais.
Mesmo nós estando “em casa”. Pelo menos na teoria.
Porque constatei lá que em Canas os ‘hermanos’ também se sentem em casa. Em múltiplas dimensões:
Dezenas de milhares de argentinos mais abastados agora têm casa de veraneio em Santa Catarina.
Muitos na capital e outros em Balneário Camboriú.
Assim passam as férias de verão todos os anos em nosso país.
Veja a direita: a quantia de placas de carros do país vizinho era impressionante nas imediações da orla.
O comércio (de todos os tamanhos, das redes de eletromóveis aos camelôs) também se adaptou a realidade, nem teria como ser de outra forma.
Acima um camelô na praia já anuncia seu produto em espanhol.
Ao lado vemos o cartaz de uma grande cadeia de lojas fazendo o mesmo, na SC-401, a rodovia que leva ao Norte de Floripa.
Esse outro vendedor ambulante pôs tremulando a bandeira da Pátria Amada ao lado das do Uruguai e Argentina.
A argentina está no meio das outras duas. Infelizmente ela murchou no momento que cliquei e não quis aparecer na imagem.
Ampliando a foto você nota o estandarte argentino no centro do mastro.
………
Disse acima que muitos argentinos que estão bem financeiramente já têm uma segunda casa no Brasil. É um fato.
Acontece que não é só a alta burguesia da nação vizinha que passa as férias aqui.
Alguns de classe média só que não tão afortunados vêm de carro, mesmo não tendo propriedades no Brasil.
Esses ficam em hotéis ou casas alugadas ou de amigos/parentes.
E há mesmo os mais humildes, trabalhadores braçais.
Aqueles que fazem a viagem de ônibus, a opção mais desconfortável mas a mais em conta.
Vi parados nas ruas de Canas diversos busões argentinos.
Infelizmente não deu certo fotografar porque eu estava dirigindo.
Tudo somado: a praia era dos gringos. Na banquinha de petiscos só podia mesmo tocar ‘cúmbia’.
Pra quem não sabe do que se trata, é o ritmo musical preferido das classes populares na Argentina, Paraguai e também em parte da Bolívia.
A versão mais comum lembra nosso sertanejo, nem tanto no ritmo mas nas letras com certeza.
Há uma variante mais acelerada chamada ‘cúmbia suburbana’, em tradução livre.
Nesse caso as letras falam da vida nas favelas e periferias, o equivalente deles do ‘rap’.
Isso na temática, porque a melodia é completamente diferente.
Posto que a Argentina e esses seus vizinhos não gostam muito de‘rap’.
Ao contrário da maior parte da América que adora, incluindo o Chile.
Falei um pouco da paixão repeira chilena, que é pouco conhecida entre burguesia, quando retornei de lá, em 2015.
Voltando a cúmbia, essa eu descrevi e exemplifiquei quando estive no Paraguai, em 2013.
Assim que estava: muita, muita gente falando castelhano.
Igualando ou superando os que se comunicavam em português.
Até a música servindo de trilha sonora era no idioma estrangeiro.
Mesmo ‘jogando em casa’ nós perdíamos o duelo entre as línguas ibéricas.
Daí eu tive que pôr inclusive o título das matéria em espanhol.
Pegando carona num grande sucesso dos anos 80 – é, a gente está ficando velho!!!
Estou fazendo esse adendo pelo seguinte: eu sou o “Policarpo Quaresma do Século 21”.
Traduzo tudo pro português, evito tanto ao máximo usar palavras de outros idiomas.
Inclusive eu já desenhei um torcedor com a camisa do Independente da Argentina.
Um leitor corrigiu a grafia pra “Independiente, com ‘i’ “.
Respondi a ele que eu estudei espanhol, sei perfeitamente disso
Portanto não foi por engano que eu grafei a palavra sem o ‘i’.
E sim porque por ideologia eu escrevo tudo em português.
Agora, em Canas eu tive que abrir uma exceção. A ocasião mereceu.
E quanto ao ‘b’. Em espanhol não existe o som de ‘v’.
Fiz matéria específica sobre isso, exemplificando da Califórnia-EUA ao Uruguai.
Nesse caso, escrever ‘bamos’ ou ‘vamos’ pronuncia-se igualmente ‘bamos’.
Alias um mês e pouco depois dessa viagem a SC fui a Argentina .
De forma que esse fim-de-semana em Floripa já serviu de aquecimento.
………
Falando nisso, volte as 3 tomadas do bairro de Canasvieiras, mais pro alto na página.
Vemos o centrinho comercial, depois as ruas residenciais.
Notam numa delas a rua com paralelepípedos hexagonais.
Modal de pavimentação praticamente inexistente na Grande Curitiba.
Só que comum no Litoral do Paraná, como já retratei mais de uma vez.
E na Grande Florianópolis ele é majoritário.
Só perde pro asfalto, claro, que é o utiizado nas vias de maior movimento.
Entretanto nas ruas de bairro, seja de burguesia ou periferia, é o mais usado.
Na outra matéria sobre Floripa muitas fotos de vias pavimentadas assim, também em Santa Mônica e em São José, no Continente.
…………..
Floripa 40 Graus (ou quase): O termômetro marca 37° (dir. acima). Mas a sensação térmica era perto ou acima de 40.
Já fotografei termômetros quando estava calor demais em São Paulo, Belo Horizonte-MG e Assunção.
Pois bem. O recorde foi precisamente os 37° em BH.
Que Florianópolis acaba de igualar, superando portanto as capitais paulista e paraguaia.
Como veem, não havia uma nuvem no céu e nada de vento.
Estava uma massa de ar quente sobre a capital e todo Litoral Norte de SC.
No dia seguinte, quando retornei, o clima esteve com temperaturas elevadas até Joinville. Só amenizou após a subida serra já chegando em Curitiba.
VENDO O SOL SE PÔR NA BEIRA-MAR NORTE
Sabadão, o astro-rei começou a se recolher, como ele faz todos os dias, evidente.
Me dirigi a avenida mais famosa da capital catarinense:
No mapa, oficialmente as Avenidas Jornalista Rubens de Arruda Ramos e Governador Irineu Bornhausen.
Entretanto conhecida de forma universal simplesmente como a “Beira-Mar Norte“.
………
Digo, nem todos que moram na Beira-Mar são abastados.
Exatamente ao contrário, há uma favela de palafitas sobre o mangue. Já falo mais disso, incluso com fotos.
Por hora curtamos o crepúsculo, o sol cedendo passagem pra ‘sua esposa’, a lua, que já estava presente sobre o mar.
Cenário perfeito pra caminhar, namorar, conversar com os amigos, comer uns petiscos, pra quem curte tomar um choppinho.
Ou simplesmente sentar na barranca do oceano e meditar
A esquerda eu virei a câmera em direção ao bairro.
Um casal caminha, se exercitando e namorando ao mesmo tempo.
Na tomada abaixo eu girei a máquina fotográfica em 90°.
Vemos novamente uma grande favela que se espraia por todo Maciço do Antão e Morro da Cruz.
É a mesma ‘comunidade’ que vemos no bairro da Trindade numa imagem um pouco mais pra cima na matéria. Ou melhor dizendo complexo/aglomerado de comunidades.
Porque a coisa é grande, com breves interrupções ocupa toda a cadeia de montanhas da Zona Central da cidade.
Na outra matéria sobre Floripa eu tirei outras fotos, desde as favelas que ficam bem no Centrão até esse mesmo ponto da Trindade.
Lá eu também fotografei barquinhos na Baía Sul. A esquerda, a mesma cena na Baía Norte.
Esses da Baía Norte, ali na Beira-Mar, pertencem a APPC:
Associação de Pescadores da Ponta do Coral, como a placa registra.
Um nome pomposo pra uma realidade não muito bonita.
Trata-se de uma favela em palafitas sobre o mangue.
Registrei algumas imagens. A qualidade não ficou 100% pois já anoitecia, algumas árvores encobrem a a visão.
E eu tive que ser rápido, me espreitando como pude onde a vista clareava um pouco.
Ainda assim dá pra ter uma noção da precariedade da situação.
Cara, é uma cena muito impressionante, teve que ser retratada.
Na parte mais rica da cidade, alias na avenida mais cara do estado de Santa Catarina.
Ao lado de prédios em que em muitos deles o valor dos apês supera fácil a marca do milhão (escrito em fev. 17, quando US$ 1 = R$ 3,11).
Mesmo aonde não chega a tanto, você não acha um apartamento modesto (2 quartos, 1 vaga na garagem) na Beira-Mar Norte por menos de meio milhão.
E do outro lado da avenida pessoas morando nessas condições.
Tudo bem, são pescadores, há um componente cultural, mas não deixa de ser chocante.
Em 2020 fotografei o mesmo em Salvador-BA: uma favela de pescadores sem nenhuma infra-estrutura na avenida mais cara da cidade, o “Corredor da Vitória” nesse caso.
MAIS UM DIA EM FLORIANÓPOLIS –
Vimos acima o anoitecer na Ilha, fevereiro de 2017.
Pra equilibrar o amanhecer no Continente, quase 2 anos antes. Foi publicado em 10/06/2015.
Pra isso adiciono agora uma outra mensagem, onde mostraremos o sol nascendo no dia 6 de junho de 2015.
As fotos foram feitas no bairro Forquilhas, em São José, Grande Florianópolis.
Era final de outono, quase inverno. A direita, as 7:09 da manhã, surgindo no horizonte com toda sua glória e esplendor.
As 6:30 ele já começava a anunciar sua chegada, embora ainda estivesse escuro, como registrei a esquerda.
Vemos inclusive as gotas de orvalho no teto do carro.
No reflexo da luz do poste, que obviamente nesse momento está aceso pois se faz necessária iluminação artificial.
Mais 24 minutos se passaram, e 6 pras 7 da manhã o firmamento estava todo iluminado (dir.).
A princípio todo amarelo e bem nublado, o céu limpo e azul só virá depois.
Ao lado uma foto nos fundos da casa (as demais foram feitas na frente):
A oeste, a lua ainda não tinha se recolhido, mesmo com o horário avançado, o dia está totalmente claro.
Vamos ver a sequência completa, desde quando a lua nasceu na noite anterior.
Ela estava linda bem cheia, minha câmera é amadora e não capta com perfeição a cena.
E depois, passadas algumas horas, do primeiro raio do sol até o momento que ele estava no alto.
DE BRINDE: O ANOITECER NA BR-101, A “BEIRA-MAR BRASILEIRA” –
Agora as fotos do trajeto até Floripa. Selecionei algumas delas pra fecharmos essa seção que mostra o céu.
Portanto a partir dessa que está ao lado até o a sequência horizontal abaixo as fotografias não mostram Florianópolis.
E sim o Norte de Santa Catarina, sempre visto a partir dessa rodovia.
Começou o entardecer depois que passei por Itajaí/Balneário Camboriú.
E o crepúsculo durou até Itapema, onde foi tirada a foto a direita.
Mais imagens dessa tarde na estrada no ‘carrossel’ a seguir. Informo na legenda os locais onde foram feitas as respectivas tomadas.
Mostro uma cena parecida mas que foi feita num local e tempo distintos:
Entretanto, como foi dito, mas em outra estrada, no caso é a BR-277.
Que também liga Curitiba ao litoral, só que dessa vez ao Litoral do Paraná.
A imagem foi feita mais ou menos um mês antes, em janeiro de 2017.
FLORES DE FLORIANÓPOLIS –
Publicado em 17 de junho de 2015.
Já que estamos nessa vibração, vamos agora a “Floripa Florida”.
As fotos foram captadas no bairro Santa Mônica na Ilha, e em Forquilhas/S. José.
Acima a estátua de um sapo, o guardião daquele jardim – essa foi em São José.
Ao lado árvore de plátanos no Stª Mônica. Espécie típica de lugares frios.
Por isso o símbolo do Canadá, presente até na bandeira. Já a fotografei também no Chile, Argentina e África do Sul.
Era outono, ela estava perdendo as folhas. Que caíam sobre os paralelepípedos hexagonais, marca indelével da capital catarinense, repetindo.
No mesmo Santa Mônica achei uma loja que cultiva cactus no jardim (dir.).
Vamos a mais flores de Florianópolis:
Que Deus Ilumine toda a Humanidade.
Deus proverá