A ‘Mãe do Paraná’‏: Paranaguá em imagens

Mercado Municipal no Centro Histórico, marco zero da cidade e de todo Paraná.

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 3 de novembro de 2011

Maioria das imagens de minha autoria. As que forem baixadas da internet identifico com um ‘(r)’, de ‘rede’, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas.

Falemos um pouco de Paranaguá (abreviada “Pguá.”), a primeira cidade do Paraná, fundada em 1648.

Primeira cidade do que atualmente é o estado do Paraná.

Pois Paranaguá foi fundada como uma cidade paulista, vejam vocês.

Uma vez que o já que o Paraná era parte de São Paulo, só se emancipou em 1853.

Por isso Paranaguá é a “Cidade-Mãe do Paraná” (brasão municipal a dir.).

Vista aérea da Ilha do Mel, que pertence a Paranaguá, onde estão suas únicas praias.

Claro, tudo isso ao menos do ponto de vista europeu que desconsidera os índios.

Pois óbvio, até mesmo o próprio nome da cidade é indígena.

Só isso já mostra que a região era habitada por homens antes dos brancos chegarem.

De origem tupi-guarani, Paranaguá’ significa exatamente baía, entrada do mar em terra firme.

Porto3

Porto.

Assim, a “Baía de Paranaguá” não deixa de ser um pleonasmo, pois seria algo como “baía da baía”.

Da mesma forma ocorre com o Lago Michigan, nos Estados Unidos.

Michigan’, ‘Michi Gama’ no original indígena, quer dizer ‘Grande Lago’, por isso ‘Lago Michigan’ seria mais ou menos ‘lago do lago’.

Voltando ao Brasil e a Paranaguá, os ônibus municipais são todos em azul-claro.

Em frente ao Mercado Municipal, no ponto onde o mar encontra a cidade.

(Abaixo conto resumidamente a história do transporte na cidade.)

Os ônibus “metropolitanos, que ligam os diversos municípios do litoral do Paraná entre si, são nessa decoração verde e branca vista a direita.

(No interior de São Paulo esse tipo de serviço inter-municipal que pega estrada é chamado ‘suburbano.)

De volta ao Litoral do PR, essas as linhas são feitas pela Graciosa, com pintura livre.

“Pguá. via Praia de Leste”, foto de 2007 (r).

Que é a mesma com que ela adorna seus ‘carros’ do modal rodoviário.

Um dia, suas linhas metropolitanas da Grande Curitiba tiveram a mesma decoração.

Todavia, não é mais o caso há muito, desde 1992 sendo mais exato.

………………..

Porto2

Zona Portuária.

Paranaguá tem cerca de 140 mil habitantes, e conta com um dos maiores portos do Brasil.

É o maior porto graneleiro, e em relação ao volume total de carga fica entre o 2º e 4º (pesquisando na internet vi que as fontes divergem).

No entanto, fora isso a cidade não  tem muitas fontes de renda. Por conta desse fato perto de 25% de Paranaguá pertence a classe E.

4 fotos do Centro Histórico.

O índice mais elevado do estado entre as cidades com mais de 100 mil pessoas.

Foz do Iguaçu (no Oeste do estado) está bem perto, com 24%. Ponta Grossa (Centro geográfico do Paraná) vem a seguir, por volta de 14% – número já significativamente menor.

Em Londrina (no Norte) são 12%, e em Curitiba (que fica no Leste do PR), ainda mais baixo, 8%.

Maringá (também no Norte) é a entre as maiores cidades paranaenses que se sai melhor, apenas 7% de seus habitantes são da classe E.

Construção antiga sendo restaurada..

No censo de 2010 Paranaguá tinha 277 casas sem banheiro – ou seja, barracos sem qualquer infra-estrutura. Com 140 mil pessoas é a pior proporção do estado.

Na capital eram 404 domicílios nessa triste condição, mas o número de habitantes é 12 vezes maior pois nesse censo Curitiba tinha 1,751 milhão de moradores.

Portanto ‘per capita’ em Pguá. esse índice é quase 10 vezes mais alto que em Ctba. .

Ponta Grossa também tem um desempenho ruim nesse quesito, são 395 casas sem banheiro entre 311 mil moradores.

Ao fundo a Ilha dos Valadares.

Em Foz do Iguaçu eram 94 moradias assim pra 256 mil pessoas, razoavelmente elevado.

Em Londrina os números são 121 casas pra 503 mil residentes, e Cascavel 58 pra 286 mil.

Maringá é quem tem o índice mais aceitável, foram contadas somente 27 moradias assim, a população era de 357 mil.

Portanto uma em cada 4,3 mil casas maringaenses não tem banheiro.

A seguir, a partir da melhor proporção, temos: Cascavel (1 pra 1,5 mil), Curitiba (1 pra 1,4 mil) e Londrina (1  pra 1,3 mil), as 3 relativamente próximas. Em Foz já é um pra 841, em Ponta Grossa piora bastante pra 1 por 240.

Praça próxima ao mar.

E Paranaguá fecha a lista: um a cada 146 domicílios parnanguaras não dispõe de sanitário. Contra números não há argumentos.

Não divulgo esses dados simplesmente pra criticar, apenas pra reportar. A realidade é como é, e ‘pensamento positivo’ não ajuda a entender a entender o problema e muito menos solucioná-lo.

Na sequência horizontal mais cenas da Zona Portuária.

Aqui e a dir.: bairros próximos ao Centro, parte antiga da cidade mais antiga do PR.

No ano de 2015 eu fotografei os portos no Brasil e exterior: Santos-SP e Valparaíso-Chile.

Clicamos também a periferia dessas cidades, assim foram registradas muitas das carretas que por lá operam.

 ………..

De volta a Paranaguá, embora banhada pelo mar não tem praias em sua área continental.

Tinha até 1996, quando o município de Pontal do Paraná se emancipou, levando Pontal do Sul e Praia de Leste.

Veja aqui algumas fotos do Pontal, e também de Antonina e Serra da Graciosa.

A Ilha do Mel ficou em Paranaguá, pra cidade não ficar de todo privada de praias.

Próximas 3: Centro Histórico.

Pontal do Paraná foi apenas o último de uma série de municípios que se formaram a partir de Paranaguá.

Muitos não sabem, mas mesmo Curitiba se emancipou de Paranaguá, no ano de 1693.

Por ser tão antiga e ter começado o povoamento europeu no estado, Paranaguá é conhecida como “a Mãe do Paraná”.

Enfim, apreciemos as imagens dessa que é o berço da civilização paranaense.

As fotos espalhadas pela matéria mostram o Centro Histórico – primeiro lugar habitado por europeus no estado:

O porto e bairros entre o Centro e o porto, a região da Raia, Dom Pedro 2º e 29 de Julho.

A esquerda a outra entrada do Mercado Municipal, a secundária.

Ao redor do Mercado há um pequenos cais pra embarcações de pequeno porte, os pescadores chegam com os peixes e já comercializam ali mesmo.

No Norte do Brasil existe o mesmo fenômeno, mas em proporção infinitamente maior.

………….

Term. Central de Paranaguá no século 20 (r).

Numa atualização de novembro de 2022, falemos agora dos ônibus parnanguaras.

PADRONIZAÇÃO POR CATEGORIA; A SEGUIR UMA PINTURA PRA TODA FROTA

(Como em Fortaleza) –

O transporte em Paranaguá fica por conta da Viação Rocio.

Próxs. 3 fotos: 1ª padronização, por categoria; a maioria das linhas em azul-claro, como nesse Torino ‘4’ parado no ponto (r).

Nos anos 80 e 90 a pintura da frota era como vemos a direita, azul-claro com uma faixa branca.

Curiosamente na mesma época essa idêntica decoração era usada por 2 viações da Grande Curitiba:

A Piedade que faz o modal municipal de Campo Largo e a Antonina que puxa linhas metropolitanas entre a capital e Alm. Tamandaré.

Perto da virada do milênio veio a padronização por categoria de linha.

Algumas linhas em amarelo; esse é o ônibus 13 mil produzido pela Busscar (r).

O mesmo tipo de padronização adotado também em várias cidades (em algumas ainda vigente, outras a usaram até pouco tempo atrás):

Curitiba, Belo Horizonte-MG, Recife-PE, Fortaleza-CE, Vitória-ES, Sorocaba e Piracicaba-SP, Londrina e Ponta Grossa-PR, Joinville, Blumenau e Criciúma/SC, e Los Angeles/EUA.

Paranaguá entrou na era dos articulados (esse veio de Porto Alegre): eram azul-escuros, faziam as linhas mais carregadas (r).

Nesse caso específico, escreveram “Paranaguá” na parte da traseira da lataria. As cores eram:

A maior parte dos ônibus ficou em azul-claro (esq. acima), as linhas “convencionais” digamos assim.

Parte da frota, entretanto, foi pintada de amarelo (direita).

As linhas-tronco, pros bairros mais povoados, eram feitas por articulados em azul-escuro, como visto a esquerda.

Um da mesma leva no Rio Grande do Sul (R).

Esse bichão alias foi comprado de 2ª mão de Porto Alegre-RS.

(Seguindo uma tradição, afinal em 1988 o 1º articulado de SC – que circulou em Chapecó – também veio de 2ª mão da capital gaúcha.)

Alias por isso tem duas “assinaturas” porto-alegrenses: 1) o eixo é a frente da porta dianteira, sob o motorista.

Pguá. padronizou toda frota nessa cor (r) – esse foi comprado 0km no PR, por isso tem 3 portas (se não for pedir muito….).

E, 2), só tem 2 portas: até bem recentemente os “sanfonados” da capital gaúcha eram dessa forma.

O que dificultava tremendamente o desembarque, mas fazer o quê? Se eles gostavam assim….

De branco com a faixa ondulada vermelha um articulado igual ao que foi pra Paranaguá ainda em ação em P. Alegre.

Não é exatamente o mesmo veículo, porém é um idêntico, mesmo motor (Scania), carroceria (Torino ‘2’), viação (NorTran) e pintura (“Eletro-Cardiograma”).

A inscrição “Paranaguá” permaneceu (r).

De volta a maior cidade do Litoral do Paraná, a padronização por categoria não durou muito.

Ainda na 1ª década do novo milênio toda a frota foi pintada de azul-claro.

Independente de distinção de linha. Articulados, micros e os ‘carros’ de tamanho normal, todos ficaram da mesma forma.

Linhas de pouca demanda com micrinhos (r).

Acima dois veículos mais longos, e ao lado um mais curto.

O detalhe é que exatamente o mesmo já havia acontecido em Fortaleza, que padronizou por categoria, no começo dos anos 90. Eram três categorias, cada uma com sua própria pintura:

“Troncais” ligando o Centro aos terminais; “Alimentadores” dos termais as vilas e bairros do entorno, e “Circular” conectando os terminais sem passar pelo Centro.

Transição: ainda nome do município ao fundo, mas já com o brasão do mesmo a frente – bastante chuva nesse dia, não? (r)

Porém em 1999, poucos anos após a implantação, a padronização por categoria foi abandonada e toda a frota de Fortaleza recebeu a mesma pintura, a que antigamente caracterizava os “Troncais”.

Em outros momentos já falamos bastante do Ceará. Então, retornando ao nosso foco de hoje, exatamente o mesmo aconteceu em Paranaguá alguns anos depois.

Todas as linhas foram uniformizadas em azul-claro, articulados, micros, tudo. Manteve-se o “Paranaguá” na lataria.

A cor se mantém, mas agora só com brasão, visto melhor no detalhe (r).

A partir da década de 10 (séc. 21, evidente) nova mudança. Inserem o brasão e a inscrição “Cidade de Paranaguá” perto da porta frontal do veículo, ao invés de simplesmente “Paranaguá” mais atrás, como era até então.

A foto acima foi feita em 2011, ano que produzi essa matéria, e mostra o momento de transição:

Em 2022 foi implantada a tarifa gratuita (r).

Ainda há o nome do município em caixa-alta (letras maiúsculas) ao fundo, mas o brasão já presente a frente.

A esquerda como é atualmente (2022): o brasão e o “Cidade de Paranaguá” (no detalhe).

Toda a frota permanece em unicolor nesse tom de azul.

O REI DA ESTRADA –

Scanias em Paranaguá.

(Publicado em 24 de junho de 2015)

Essa mensagem é de 2011, dizendo ainda mais uma vez. Muitas carretas eram modernas.

Porém no Porto de Paranaguá ainda haviam vários Jacarés Scania na pista – esses bichões são incansáveis (dir. e acima da manchete).

Inspirado nos “monstros de metal”, insiro agora uma mensagem que tem relação com o tema.

O marido é caminhoneiro. Ele está usando uma camiseta que é brinde de um posto (esq.).

Alias ele ganhou várias iguais pois sempre enche o tanque de dísel ali. Uma delas ele deu pra sua esposa, que é dona-de-casa.

Muito vaidosa, aceitou o presente mas customizou a vestimenta. Virou uma regatinha, mais adequada a delicadeza da mulher.

Estando sozinha no lar, fica mais a vontade, com a roupa ganha dele e a depilação por fazer, como notamos ao lado.

Por pouco tempo. Seu marido ligou e disse que já está na cidade, descarregando. E que a noite virá jantar e dormir em casa.

“Tudo acaba em pizza” (esse desenho é de 25 de dezembro [Natal] de 2019).

Por isso ela vai passar a tarde se produzindo, fazendo toda a rotina feminina.

Quando ele chegar, ela vai estar impecável. Vai usar até um vestido de alcinhas, pois a temperatura está quente.

E assim se deu. Eles foram comer num restaurante. O brinde é com Soda Limonada. Tim-tim.

Deus proverá”

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