Pé-Vermelho

Lago Igapó, Londrina.

Por Maurílio Mendes, o Mensageiro

Publicado em 21 de outubro de 2019, originalmente só com Londrina; foi reordenado em 11 janeiro de 2022, incluindo Maringá.

Imagens baixadas da internet (com exceção de uma), créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas

Depois da capital Curitiba, as duas maiores cidades do Paraná são Londrina e Maringá, no Norte do estado.

Jd. União da Vitória, Zona Sul. Como todas as cidades, Londrina tem seus contrastes.

A terra escura do Norte Paranaense deu origem a expressão ‘Pé-Vermelho’.

Esse é o gentílico carinhoso dos habitantes da região como é notório.

Começamos falando de Londrina, que é a maior cidade do interior tanto do Paraná quanto de todo Sul do Brasil.

A postagem é parte da ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO. Então vemos ônibus. Próx. 7: Marcopolos da viação Grande Londrina ainda na pintura livre.

Acima da manchete a Rodoviária em 1º plano, a linha de prédios do Centro ao fundo.

O Terminal Rodoviário de Londrina foi projetado por Oscar Niemeyer (cujo trabalho mais famoso é Brasília-DF, evidente).

Amplo e confortável, foi inaugurado em 1988, e conta com 55 plataformas.

A construção levou quase uma década, pois o projeto é de 1979.

Sua característica mais marcante certamente é que ela é redonda.

Como o são igualmente – entre outras – as rodoviárias de Aparecida ‘do Norte’-SP e Umuarama, também no interior do PR.

Alias, em Umuarama uma nova rodoviária está em construção (texto de 2019).

E ela da mesma forma levará praticamente uma década desde o projeto ser lançado (o que ocorreu no ano de 2011) até a conclusão (prevista pra 2020).

Nos anos 60 e 70 a empresa era chamada ‘VUL – Viação Urbana Londrinense‘, em 1978 adotou denominação ‘Grande Londrina’. A pintura era a mesma, mas no começo não havia o nome da viação escrito. As linhas municipais contavam com faixa diagonal verde, e esse contorno negro ao redor dos vidros.

Ou seja, uma coincidência: tanto Londrina quanto Umuarama precisaram de 9 anos pra fazer suas rodoviárias.

No Brasil as coisas são de fato bastante lentas mesmo, não tem jeito.

Por exemplo, conclusão da Linha Verde Norte/Leste, aqui em Curitiba, já se arrasta a 15 anos, quando atualizo essa postagem no início de 2022.

As obras começaram em 2007. Escrevi originalmente em 2019:

Próx 4 imagens as linhas metropolitanas pra Cambé: os inter-municipais tinham a mesma pintura, mas faixa diagonal e o contorno em torno das janelas era azul-escuro (na foto anterior Veneza 1, aqui Veneza 2 ‘padrão’ alongado Scania, eixo a frente da porta).

Esperamos que ano que vem fique pronta”. Pois bem. Em 2021 foi inaugurado mais um trecho.

Melhor que nada, é certo. Mas ainda aguardamos a finalização plena, com todos os tubos funcionando. Um dia sai . . .

UNIÃO DA VITÓRIA, ZONA SUL:

A MAIOR “COMUNIDADE” DO NORTE DO PARANÁ HOMENAGEIA O SUL DO MESMO ESTADO –

Vimos acima a foto de União da Vitória. Não, não a ‘cidade-gêmea’ com Porto União-SC.

Aqui e a dir. mais Venezas 2 metropolitanos, só que ‘tocos’ (tamanho normal). Nesse vemos bem o letreiro ‘Londrina/Cambé’, e agora está escrito o nome da viação ‘Grande Londrina’ na lataria.

Pra quem não conhece Londrina, União da Vitória é uma antiga favela na Zona Sul.

Mais recentemente ela foi urbanizada, se tornando um bairro normal.

União da Vitória era alias a maior favela londrinense, segundo li uma vez contava com 7 expansões.

Assim haveria o Jardim União da Vitória do 1 ao 8 (consegui confirmar que existem pelo menos os Jds. União da Vitória 1, 2, 3, 4 e 5).

Agora urbanizada repito, ainda assim um bairro de periferia, distante, em encosta de morro.

Creio que esse aqui já não opere mais linhas regulares, pelo ‘Especial’ no letreiro e chapa cinza. Incluí porque mostra nitidamente as faixas azul-escuras verticais.

Uma ‘comunidade’, no termo que alguns acham mais apropriado.

O nome é o mesmo de uma cidade do Sul do Paraná, como dito e é notório.

A União da Vitória original (PR) é uma ‘cidade-gêmea’ de sua co-irmã Porto União, que já fica em SC.

Juntas, elas são conhecidas como ‘Porto União da Vitória’.

Foi criada a TIL, pras linhas metropolitanas – que no início usou a mesma pintura que herdou da Grande Londrina, depois é que adotou seu estilo próprio.

A divisa PR/SC tem, relativamente perto uma da outra,  duas ‘cidades-gêmeas’.

Além dessa, há ‘Rio-Mafra’, formada pela união de Rio Negro-PR e Mafra-SC.

Voltando a falar de Londrina, certamente da União da Vitória na divisa com S. Catarina vieram os primeiros habitantes da União da Vitória londrinense.

A maior ‘comunidade’ do Norte do estado homenageia o Sul do estado.

………….

Enfim, todas as cidades têm seus contrastes, suas contradições.

Torino 1, linha municipal, pintura livre, faixa verde. ‘Grande Londrina’ atrás da porta dianteira.

Como escrevi na legenda e é evidente. Não seria Londrina que fugiria a essa regra.

O propósito dessa página é ser um “Observatório das Cidades e do Transporte Coletivo”.

Por isso sempre busco mostrar esses contrastes, o ‘Lado A‘ e o ‘Lado B‘ dos lugares que retrato.

No Recife-PE por exemplo (onde fui um ano depois dessa postagem, em novembro.20), foi o mesmo.

Transição: o Torino 2 a frente já unicolor – mas ainda não na pintura padronizada propriamente dita, e sim um ‘aquecimento’ dela -, o resto da frota atrás na pintura livre.

Fiquei quase na esquina da Av. Boa Viagem, e visitei uma antiga favela muito famosa, igualmente urbanizada, a ‘Brasília Teimosa’, que também fica na orla.

De volta ao Sul do país que é nosso tema de hoje, em 2002 fui a a U. da Vitória do Norte Parananense.

Peguei no Terminal Central o buso 210-Vitória (desenhei a cena, um pouco mais pra baixo na página).

O Terminal Central de Londrina, que marcou o início das linhas integradas na cidade, também é de 1988 – um ano glorioso no transporte londrinense.

Outro Torino 2 em ação nas ruas. Veja, já é unicolor repetindo, mas o ‘Grande Londrina’ e o nº ficam numa posição próxima de onde estavam na pintura livre, e há o contorno negro ao redor do vidro, como era antes.

(Alias, 88 também marcou avanços significativos nos ônibus de Santa Catarina. Mas essa é outra história, que contei outro dia.)

Lembra quando a Caio punha nomes de mulher nos busões?

Quem inaugurou essa moda foi ‘Gabriela’, sucedido depois pelo ‘Amélia’, o micro era ‘Carolina’, ou, como diz ‘Sêo Jorge’, “Caroliiiiiiiiina”….

De qualquer forma, depois do Amélia veio o Vitória, lançado também em 1988.

A pintura padronizada. Similar a de Curitiba: busão numa cor só, número do ‘carro’ após a porta traseira, ao redor das janelas na mesma cor principal, sem aquele destaque escuro. Como em Blumenau, com o nome da cidade e a bandeira (nesse aqui faltam as estrelas na bandeira, está só o retângulo rubro). Amarelo são linhas ‘radiais‘, ao fundo os azul-claros.

Esse modelo tinha como traço marcante que só possuía uma ‘folha’ em cada porta (exceto nos ônibus ‘padrão’ alongados).

Nesse retrato que fiz o modelo do veículo é um Vitória. É uma obra de ficção. Afinal as fotos deixam bem claro:

Nos anos 80 a frota da viação Grande Londrina era composta de Marcopolos.

Então o jeito é pedimos a ‘licença poética’ pra mostrar um Vitória indo pra Vitória londrinense.

………….

Repetindo, O Terminal Central urbano integrado foi inaugurado em 1988, mesmo ano da rodoviária.

Aqui sim a bandeira está correta, estrelada. Em azul as linhas que ligam o Term. Central a outros terminais, por isso feitas com veículos ‘padrão‘ (alongados, 3 portas mais largas e motor traseiro ou central).

A seguir vieram os terminais nos bairros. Contemos breve história dos ônibus em Londrina.

Na 2ª metade do século 20 existia o monopólio da viação Transporte Coletivo Grande Londrina (sigla ‘TCGL’).

Tanto no sistema municipal quanto no metropolitano. Ambos na mesma pintura livre, mas mudava um detalhe:

No esquema municipal, com faixa verde. No metropolitano, com faixa azul (as fotos acima já deixaram claro como funcionava).

Azul-escuro da tomada anterior são os troncais paradores, azul-claro troncais expressas. Ambos os veículos celestes são Torino 3 (‘G.V.’) e Mercedes-Benz.

Entretanto no começo dos anos 90 houveram duas cisões:

Os roteiros metropolitanos passaram pra viação TIL – na verdade pertencente ao mesmo grupo.

E no municipal a TCGL deteve ainda a maior parte da cidade.

No entanto a Francovig começou a operar algumas linhas da Zona Sul.

Além disso, em 1994 a frota municipal de ônibus (de ambas as viações) recebe uma nova padronização de cores.

Saindo do Term. Central, articulado Torino 4.

Os ônibus foram pintados em unicolor conforme a categoria da linha.

Sistema usado até hoje em Curitiba – que foi quem o criou – e também em Ponta Grossa-PR, Recife-PE e Los Angeles-EUA.

Num passado recente, Belo Horizonte-MG (essa ainda em transição quando escrevi a postagem), e Fortaleza-CE entre as capitais também compartilharam desse tipo de padronização.

Nº da linha no letreiro principal (como é comum em Joinville, Manaus-AM e São Paulo), o letreiro menor próprio pra isso ao lado está com o logo da finada Busscar. Esse busão antes rodou em Curitiba(em 2 pinturas aqui)e além de Londrina passou também por Maringá e por Manaus. “De Ctba. pro Norte do PR, e dali pro Norte do Brasil“.

No interior, Joinville e Blumenau (em SC), Piracicaba e Sorocaba (em SP) igualmente chegaram a usar esse modelo.

Hoje nosso foco é Londrina. Ali, as seguintes cores foram adotadas:

Azul-claro – linha troncal rápida (Terminal Central/terminais dos bairros direto).

Sem paradas no caminho ou pelo menos com pouquíssimas paradas. Da mesma forma operam os Ligeirinhos de Curitiba;

Azul-escuro – linha troncal paradora (do Terminal Central pros terminais dos bairros igualmente. Todavia efetuando embarque/desembarque em todos os pontos).

Outro Busscar, esse amarelo e com piso baixo e na era do letreiro eletrônico.

Essas são as linhas mais carregadas, feitas por articulados.

Portanto são similares aos expressos da capital do Paraná.

Apenas em Londrina sem corredor exclusivo – aqui em Ctba. chamada ‘canaleta’.

Seja como for, parece que na pintura padronizada  todos os ‘sanfonados’ londrinenses eram azul-escuros;

Em verde, as linhas ‘distritais’ da Francovig.

Amarelo – linha radial (creio que sejam as linhas que saem do Terminal Central direto pros bairros, sem passar em outros terminais).

Como se fosse um alimentador, mas a base é o Term. Central;

Bege – linha alimentadora (começam nos terminais de bairro rumo as vilas mais distantes da periferia);

Cinza – linha perimetral (provavelmente as que ligavam dois terminais de bairro entre si).

Londrina também teve Monoblocos, que igualmente eram verdes (esse veio usado de SP).

Passando ou não pelo Terminal Central; o equivalente dos ‘Inter-Bairros’ de Curitiba;

Verde: linhas distritais, ligavam o Centro aos núcleos populacionais rurais mais afastados, já fora da cidade).

Em outras palavras, seria o que em São Paulo se chamam linhas ‘suburbanas’, embora sejam dentro do município de Londrina mesmo.

Londrina é um município bastante extenso, tem 1,6 mil km2.

A Francovig (que tinha muitos Caios, ao contrário da Gde. Londrina) fazia algumas linhas urbanas, não apenas as distritais.

Curitiba, cuja população é quase 4 vezes maior, tem apenas 400 e poucos mil km2, fazendo a conta dá 25% da área de Londrina.

E até 1995, quando incluía Tamarana, o território de Londrina era maior ainda, ultrapassava os 2,1 mil km2.

Assim, haviam bairros semi-rurais a quase 70 km do Centro de Londrina, mas pertencentes ao mesmo município.

Essas linhas eram feitas pela Francovig há várias décadas.

As linhas perimetrais eram em cinza.

No meio da década de 90, Tamarana se torna independente.

As linhas pra lá passam a ser dessa forma inter-municipais.

Mesmo assim Londrina permanece com várias distritos no sul do município que ainda não se integraram a cidade.

Ficam a mais de 40 e mesmo quase 60 quilômetros do Centro.

E as alimentadoras em bege.

Essas linhas, as chamadas ‘distritais’, continuam da Francovig, agora padronizadas na cor verde.

Ao mesmo tempo, a Francovig passa a fazer linhas urbanas da Zona Sul de Londrina, dentro da cidade.

Aí usando as mesmas cores da Grande Londrina, como vemos a esquerda um pouco acima.

Rodoviária, vemos também o Estádio V.G.D. .

No entanto, logo os busos cinza e bege foram descontinuados pras duas viações, repintados de azul ou amarelo.

Tanto que não achei fotos na internet desses tons que logo se extinguiram, tive que puxar as duas fotos acima de um vídeo.

A resolução é baixa, mantenho por ser melhor que nada (caso um dia ache na internet imagem melhores atualizo a matéria, substituindo-as).

Dois desenhos retratando Londrina: um casal nesse mesmo terminal rodoviário.

Com o bege e cinza eliminados, a frota ficou padronizada então em amarelo, azul-claro e azul-escuro.

Nos anos 90 o Grupo Constantino, que detém a cia. aérea Gol, adquire a Grande Londrina.

E já novo século a Francovig deixa de operar linhas urbanas.

No lugar dela assume a LondriSul – que pertence ao grupo Garcia.

Agora só ele no Terminal Central, em frente ao busão 210-Vitória (União da Vitória, mas nos letreiros é só ‘Vitória’). Com uma Coca-Cola nas mãos, afinal no Norte do Paraná é bem quente, então…ninguém é de ferro!

(Retificação: anteriormente escrevi “Surgem novas viações em Londrina, como a Expresso Royal e a LondriSul”.

A LondriSul realmente substituiu a Francovig na Zona Sul

No entanto, pesquisando melhor constatei que a Royal não faz linhas urbanas regulares, apenas fretamento.

Peço perdão pela falha. Fui várias vezes a Londrina, mas minha última visita a cidade já tem muitos anos.

Próxs. 4 fotos: busos suburbanos. Aqui tribus da Ouro Branco (a viação pertence a Garcia).

Boa parte dos dados dessa matéria foram obtidos então via internet, fonte que é imprecisa por sua própria natureza. Volta o texto original.)

A seguir os ônibus de Londrina são despadronizados e regridem a pintura livre.

O que analogamente ocorreu no Rio de Janeiro, em Florianópolis e Feira de Santana-BA.

No entanto, na capital catarinense em 2014 houve a repadronização de pintura.

Agora 3 da Garcia, começando nesse pela pintura antiga, dos anos 80. A Busscar ainda se chamava ‘Nielson‘, logo a foto é entre 1987 e 89. Na época a Garcia usava nos urbanos uma pintura similar aos de viagem.

Enquanto que o Rio e as maiores cidades do interior do Paraná e da Bahia ainda aguardam esse momento (escrevo em 19). Uma hora virá.

GARCIA:

LINHAS SUBURBANAS EM LONDRINA E MARINGÁ –

O modal ‘suburbano’ é intermediário entre linhas metropolitanas e de viagem.

Os veículos são na configuração urbana (2 ou 3 portas, bancos duros e catraca).

Mesma leva do anterior, ambos alongados Scania, eixo a frente da porta. Esse em decoração moderna, amarela, diferente da frota de viagem. Clicado (prov.) em Maringá, mas a mesma pintura é usada em Londrina.

No entanto pegam rodovias, ligando cidades um pouco mais distantes.

(Tanto que na maioria das cidades as linhas suburbanas passam pelo Centro mas o ponto final é na rodoviária.

E não na praça principal no Centrão como as linhas municipais e metropolitanas.)

No estado de SP esse conceito é bem estabelecido, há uma clara divisão nos ônibus inter-municipais:

Próximas 3 imagens: viação Cidade Canção (‘TCCC’), de Maringá. Esse Amélia 0km posa em frente a Catedral, obviamente o mais famoso cartão-postal maringaense.

As linhas suburbanas são de alçada da Artesp, e têm pintura livre; enquanto as linhas metropolitanas usam a padronização da EMTU.

No Paraná a distinção não é tão clara. Todas as linhas inter-municipais são classificadas como ‘metropolitanas’.

Pro que nos importa aqui, a Garcia opera linhas metropolitanas e suburbanas tanto em Londrina (onde é sua sede) quanto em Maringá.

Em Londrina existe também a Ouro Branco, do mesmo grupo.

“MARIA DO INGÁ”:

MARINGÁ, CIDADE-CANÇÃO –

Metropolitano, mesma pintura do municipal.

Vimos acima busos suburbanos/metropolitanos da Garcia, que operam tanto em várias partes do ‘Norte Novo’ Paranaense.

Encerramos então a parte sobre Londrina, e daqui até o final vamos ver Maringá, a “Cidade-Canção“.

Muitos consideram que Maringá também é no Norte do Paraná. Mas alguns já a classificam como estando no Noroeste do estado.

Como sabem, o nome da cidade se originou de uma música, que falava de uma moça apelidada ‘Maria do Ingá’, logo encurtado pra ‘Maringá’.

Essa e a esq.: Veneza 1 nos anos 70, na antiga pintura com ‘saia’ marrom.

Por isso a viação que detém  monopólio do transporte na cidade é exatamente a ‘Transporte Coletivo Cidade Canção’ (sigla TCCC).

Assim ocorreu com a Grande Londrina, no passado a TCCC fazia linhas metropolitanas em Maringá, em pintura idêntica ao municipal.

A esquerda acima um Torino 3 (‘G.V.’) no modal inter-municipal.

A definição não é das mas altas, mas clicando em cima você consegue ler a palavra ‘Metropolitano’ abaixo do número 3420.

…………

Hoje Maringá se orgulha de ser um município altamente desenvolvido, com boa infra-estrutura mesmo nos bairros de periferia.

Nem sempre foi assim, entretanto. Fotos antigas nos mostram que um dia foi diferente.

Dos anos 60 até os anos 90 (do século 20, evidente) os busões quando chovia precisavam enfrentar um lamaçal nas vilas mais distantes – acima e nas 2 imagens a seguir.

A direita e a esquerda as tomadas foram na década de 90.

Sabemos disso porque os bichões têm chapa de 3 letras, que no PR começou em 1991.

Ao lado o letreiro está em branco, a linha é informada numa placa no vidro.

Típico de Maringá: letreiro em outra cor, com linha em 2 camadas e com letras minúsculas – esse busão é municipal.

(Alias isso foi muito comum em 2 cidades do interior paulista, Piracicaba e Sorocaba, na mesma época e começo do século 21.)

…………

Uma belíssima imagem de um Torino 1 todo coberto pelas cerejeiras floridas (dir.).

Vou falar um pouco das flores, depois volto aos ônibus: Maringá é provavelmente a cidade mais arborizada do Brasil.

Torino 2 unicolor na pintura clássica da Cidade Verde, metropolitano pra Sarandi: o letreiro idêntico ao da foto anterior.

De fato, é impressionante a enorme quantia de árvores em suas ruas, mesmo nos bairros de periferia mais humildes.

Isso também gera um problema: nos temporais algumas delas desabam sobre carros e casas, gerando prejuízos materiais e as vezes machucando pessoas.

Faz parte. Em compensação a cidade fica um pouco mais fresca (a região é muito quente, dizendo de novo o que todos sabem) e muito mais bonita.

Além disso, há um grande número de descendentes de japoneses em Maringá.

Articulado da mesma viação.

Assim, nada mais natural as cerejeiras floridas, uma imagem-símbolo do Japão.

Quanto ao transporte que é nosso foco, a legenda já informou:

Nas últimas décadas do século passado era um traço indelével maringaense o letreiro ser em outra cor, com 2 camadas e caixa-baixa (letras minúsculas exceto a inicial).

Aqui e a dir., Exp. Maringá. Esse um Gabriela com capelinha – nela não há lona, o número está pintado, o buso fica fixo nessa linha.

Todas essas peculiaridades eram encontradas em outras cidades também, é óbvio.

Ainda assim, nessa combinação específica .era uma assinatura dos ônibus de Maringá, municipais e metropolitanos.

Falando nisso, historicamente a viação Cidade Verde fazia as linhas pra Sarandi, na Zona Leste da Gde. Maringá.

Enquanto que os roteiros pra Paiçandu, na Zona Oeste da região metropolitana, ficavam a cargo da Expresso Maringá.

Um Alfa (também da Caio) em 2005.

A esquerda um Gabriela da Exp. Maringá. Com capelinha!

Até onde sei, o único caso de capelinha que existiu em todo estado do Paraná.

Acontece que, como ocorreu em Londrina, o grupo Constantino (Gol) comprou todas as viações urbanas da Grande Maringá.

A TCCC, municipal, é deles. A Cidade Verde, metropolitana, idem.

Veneza 1 nos anos 70, marrom e amarelo.

Ainda tem mais. Os Constantino adquiriram também a Expresso Maringá.

A viação permanece existindo, mas não opera mais linhas urbanas (metropolitanas/suburbanas) na cidade que lhe dá o nome.

Agora essa empresa ainda faz roteiros de longa distância (rodoviários).

E alguns urbanos inter-municipais, na Grande Curitiba e outras cidades do interior.

Porém a ligação de Maringá com Paiçandu (e outras cidades um pouco mais a frente) também passou pra Cidade Verde.

………

Voltando a Cidade Canção (TCCC) e aos municipais de Maringá, vamos ver a evolução da pintura, da década de 70 até hoje.

Acima a esquerda ainda outro Veneza 1, esse de costas. Marrom por baixo e amarelo em cima. Era assim nos anos 70.

A direita no .início da década de 80. Um Veneza 2 a frente, seguido de um Amélia.

Aqui e a esq. nesse novo milênio, decoração adotada após a aquisição pela Gol.

As cores são as mesmas mas o desenho mudou um pouco:.ao invés de uma ‘saia’ uniforme, há 2 faixas marrons, intercaladas com o fundo amarelo.

A fonte (estilo da lescrita) também mudou, as letras ficaram mais finas.

Observe acima, o ônibus na rua de terra. Também é um Veneza 2.

Como já falado no começo da matéria, esse articulado operou em Curitiba (com 2 pinturas), Londrina, Maringá (municipal visto acima e suburbano/metropolitano) e depois Manaus. Bichão rodado, hein?

A pintura mudou totalmente – adotaram um triângulo que é estilização da Catedral. No entanto, o tipo de letra ainda é o mesmo da pintura anterior.

Acima e ao lado a última pintura livre da empresa, usada já no século 21.

E na tomada abaixo enfim vemos a pintura “padronizada”:

O busão cinza todo liso, sem desenhos, apenas uma faixa verde, ao lado do brasão municipal a inscrição ‘Cidade de Maringá’.

Coloquei “padronizada” entre aspas porque como Maringá sempre teve somente uma viação, toda a frota é decorada da mesma forma.

Na garagem um belo Torino 6: o grupo Constantino é cliente fiel da Marcopolo.

Nesse caso porém, até pelo brasão parece que é uma imposição da prefeitura.

Vemos a transição ao lado, em 1º plano no novo esquema, o micro ao fundo ainda na derradeira pintura livre.

……….

Essa é a única foto de minha autoria.

Fechamos com esse Torino ‘5’ indo pra “Maringá“. Mas não a cidade do Norte do PR que acabamos de falar.

É um alimentador de Curitiba, que portanto vai pro Jardim Maringá, Xaxim, Zona Sul.

Deus proverá

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