INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO“
Por Maurílio Mendes, “O Mensageiro”
Organizado e levantado pra rede em 6 de abril de 2015
Publicado em emeios entre 2012 e 2014, acrescido de material inédito.
Maioria das imagens baixadas da internet, mantive os créditos sempre que eles estavam impressos nas mesmas. As que forem de minha autoria identifico com um asterisco ‘(*)’.
Essa mensagem é continuação de Transgenia Busófila e Automotora em geral (veja também a Transgenia Asiática).
Começamos o tema de hoje mostrando
GABRIELA TANQUE-DE-GUERRA
Atualizado em 18 de maio de 2015
Mais pra baixo na matéria verão dezenas de Gabrielas transgênicos. Que esse bichão é pau pra toda obra eu já sabia. Agora, que ele foi tanque de guerra também fiquei sabendo agora.
Entretanto assim aconteceu. Clique na imagem acima que ela se amplia, aí poderá ler o comentário do autor.
Esse veículo 6×6 foi produzido pra ser usado em operações militares.
Filho único, saiu só esse protótipo de fábrica, não houve produção em série.
A direita matéria de revista, levantada pra rede pelo mesmo sítio, mostra qual foi o destino dele:
Se exibir em feiras e exposições como um curiosidade automotora.
Mesmo sendo projetado pra servir ao Exército, não deixa nunca de ser um Gabi:
Veja a janelinha de vidro horizontal acima da porta, marca registradíssima do modelo.
Bota transgenia nisso, hein?
Geralmente quando eu atualizo uma postagem eu jogo as fotos novas no final, mantendo o corpo original da matéria.
Nesse caso a trangenia foi tão forte que foi pro topo da página.
…………
Segue a matéria original conforme levantei pra rede em abril.15.
Desça pro fim da página que que atualizei com mais 3 transgênicos, 2 brasileiros e 1 europeu.
o ônibus-bonde DE MARDEL
Publicado em 5 de maio de 2012
Filmem a direita acima o que eu achei circulando atualmente na cidade de Mar do Prata, Argentina:
Um ônibus-bonde.
Há uma carroceria de bonde, mas é uma máscara, uma imitação.
Na verdade é um ônibus, vejam que o veículo tem pneus, e não há trilhos na rua.
Clique na imagem que ela se amplia bastante (o mesmo vale pra todas) e poderá se certificar desse fato.
Acima das janelas, a indicação que é “o último bonde”.
Acontece que não é. Estive na Argentina em março de 17, e atualizo a mensagem.
A linha turismo de Mendonça, na mesma Argentina, também é feita por busos com carrocerias de bondes.
E esses eu cliquei pessoalmente (dir.).
…………….
Volta o texto original. Escrevi na outra postagem:
Pra quem não é daqui de Curitiba, ‘bonde’ aqui quer dizer ‘ônibus’.
Não tem nada a ver com ‘quadrilha’, ‘arrastão’, ‘bonde de criminosos’, como empregado no Rio.
Em curitibês: “Vou pegar o bonde” = “Vou pegar o ônibus”.
Isto posto, agora que a coisa vai ficar boa.
Pois, sendo dessa forma, só há uma conclusão possível:
Na Argentina, ‘vou pegar o bonde’ é “vou pegar o bonde-ônibus”.
Assim é a Vida…..
Já que estamos nessa vizinha nação, filma ao lado. Buenos Aires, Argentina, março de 17:
Transgenia de mão-dupla: começou com um ônibus sobre chassi de caminhão (a “jardineira”).
No fim de sua vida útil voltou a ser caminhão! Mas mantiveram as portas de ônibus!!! “Re-Transgenia”, como um camarada definiu.
‘bondinho’: os ‘camelos’ de Balneário camboriú
Publicado em 11 de maio de 2012
Voltando a falar do buso-“bonde” argentino. Mandei o emeio sobre ele, com a foto que já viram acima. Um colega me respondeu o que se segue:
“Imagino esse ônibus-bonde saindo do terminal do Cabral (Zona Norte de Curitiba) as 18:00hs:
De tão cheio até o motorista fica de pé para dar lugar a idoso……”
……………………….
Eis minha tréplica.
Cara, o ônibus-bonde opera somente uma linha turística em Mar do Prata, Argentina. Essa cidade é equivalente a Balneário Camboriú.
Pra quem não conhece esse pedaço da costa de Santa Catarina, o “Balneário” como é conhecida pelos locais tem população fixa de pouco mais de 100 mil pessoas.
E nos feriados da virada do ano e do carnaval passa de um milhão.
De volta a Argentina, “Mardel”, como é carinhosamente chamada por lá (pois em espanhol ela se chama ‘Mar del Plata’), é bem maior:
Mesmo no inverno tem população fixa de 750 mil, e na virada do ano ultrapassa 3 milhões.
Esse bondinho que vimos (o “último bonde da Argentina”, como se proclama) circula apenas em bairros abastados perto do mar de ‘Mardel’.
Nunca deve lotar, de fato.
Bem, Balneário Camboriú também tem seu ‘bondinho’, coloquei vários no decorrer da página.
É uma carreta de caminhão cujo reboque ao invés de levar carga é uma carroceria de ônibus.
Como estamos vendo e é notório.
Porém, assim como o ‘bonde’ argentino, é uma linha pra turistas, que só circunda a orla.
uma atração pros visitantes se encantarem.
E não um meio de transporte de massa pro povão vir dos subúrbios pro seu local de trabalho.
Tanto em Mardel quanto no Balneário as vilas da periferia são servidas por ônibus normais.
…………..
O ônibus catarina puxado por carreta, hoje chamado ‘Bondinho’, é só pra passear na Beira-Mar, e tirar fotos.
Nos anos 50 e 60, entretanto, não era assim.
O ônibus articulado não existia, pois só veio ao mundo quase no meio da década de 70 – no Brasil só a partir de 1981.
Nem mesmo o Romeu & Julieta (que em nossa nação foi um predecessor do articulado), havia sido criado, ele só foi surgir nos anos 70.
Portanto, pras linhas mais carregadas se apelava pro “Papa-Fila”.
Que é exatamente o ‘Bondinho’ que temos hoje em Camboriú, porém com a carreta bem maior, pra levar mais gente.
………….
Existe e existiu em diversas partes do mundo. Atualmente no Brasil só em Baln. Camboriú, até onde sei.
No passado bem mais comum, em São Paulo e Rio nos anos 50 a 70, em Brasília em suas 2 primeiras décadas de vida (anos 60/70).
Atualização de junho.18: eles também existiram na cidade de Rio Grande-RS, pelo menos entre 1975 a 1982, fui informado por uma colega que é gaúcha.
E em Manaus-AM (e também Los Angeles-EUA) mais recentemente, nos anos 80 e 90.
Porém certamente é Cuba, onde eles são marca registrada, que os fez famosos.
Lá, na terra onde essa manifestação atingiu seu zênite, eles são chamados ‘Camelos’.
Se você foi a Havana e não viu um ‘camelo’, eu diria que você não foi a Havana.
Já vimos o ‘Filhote de Camelo’ acima. Vamos agora pro bichão crescido. São 5 camelos.
Nos 3 primeiros acima a carreta foi feita especialmente pra transportar gente.
Ou seja o meio é rebaixado pras portas ficarem ao nível do solo.
Porém, nas próximas 2 imagens (o mesmo veículo de lado e de trás) esse não é o caso.
Aqui pegaram a carroceria de um ônibus pitoco e colaram em cima de uma carreta lisa
Amplie a foto abaixo pra ver os faróis do ônibus (mesmo caso do que foi colado no vagão de trem um pouco mais abaixo).
Resultado, o piso do salão de passageiros está suspenso a quase 2 metros do chão. Aí restam 2 opções:
Ou os passageiros dão uma de Super-Homem e entram voando (no Litoral do Paraná esse parece ser o caso).
Ou então é preciso adaptar uma plataforma com uma escada enorme ao fundo (ou quem sabe instalar elevador!).
O camelo já é um transgênico. Esse aqui é o “Transgênico do Transgênico”. Só podia mesmo ser em Cuba….
Eu de fato nunca fui a Havana. Mas em Baln. Camboriú-SC também há camelos. E eu já vi e já andei neles. Já camelei.
Vemos alguns “Camelos”, ou “Papa-Filas” espalhados pela mensagem, os que não estiveram aqui você busca pela legenda:
Há uma foto preta-e-branca de SP, começo dos anos 60.
Papa-Fila na linha pra Osasco (Zona Oeste), que ainda não era independente, fazia parte do município de SP.
Por isso iam pra lá os ônibus da CMTC, estatal municipal paulistana.
Na época a cor da CMTC (“Mais e Melhores Transportes”, é o que vinha pintado na lataria) era vermelha, tom que Jânio re-ativou nos anos 80.
Romeu-&-Julieta (um ônibus reboca outro, só o da frente tem motor, é o ‘pai’ do articulado). Esses bichões são comuns lá.
Uma coisa puxa a outra….
Apertem os cintos, vamos decolar. Ou melhor, exatamente ao contrário, soltem o cinto da calça, vamos almoçar (quem compartilha do pecado da gula sabe o porque de ‘soltar o cinto’).
‘Alto lá’, alguém poderia objetar: ‘ou uma coisa ou outra’. Eu respondo: Não, as duas coisas ao mesmo tempo.
É que vou publicar mais uma bomba da transgenia de transportes, e dessa vez a coisa vamos soltar as asas da imaginação.
Preparem-se, é nada menos que transgenia aérea. Se você não é do Sul do Brasil, eu vou apresentar:
restaurantes dentro de um avião: Em curitiba, “naquele tempo” . . .; em santa catarina atualmente
Publicado em 14 de novembro de 2013
Já que estamos no Litoral Norte de Santa Catarina, é de lá e também daqui de Ctba (que é muito ligada a Costa Setentrional de SC) que virá a próxima colaboração de excentricidades automotoras. E aí galera, vamos abrir o baú.
Quem é de Curitiba e tem mais de 30 anos vai lembrar que nos anos 80 havia em Santa Felicidade (Zona Oeste) um restaurante que funcionava dentro de um avião (foto a direita).
Ficava na Avenida Manoel Ribas. Foi eliminado quando essa via foi duplicada, no meio dessa década.
Segura a ligação aí. http://www.curitibaantiga.com/fotos-antigas/252/Restaurante-Jatao-foi-inaugurado-no-comecinho-dos-anos-80-em-Santa-Felicidade.html
Vejam vocês como são as coisas. Fui pra Florianópolis com um colega.
E no caminho estávamos justamente falando desse restaurante curitibano, que me lembro cristalinamente.
Aí eu disse a ele que, salvo engano, a capital catarinense inspirada no daqui também possuiu seu restaurante dentro de um avião.
Que ficava na Avenida Beira-Mar Norte, logo após onde hoje é o “shopping”.
Não sei se essa minha lembrança é exata. Pode ser que a memória me pregue uma peça.
Especulações a parte, o que é líquido e certo é que atualmente há dois restaurantes dentro de aviões no Litoral Norte de Santa Catarina, ativos agora em 2013:
Em Itapema e Porto Belo (uma foto está a esquerda, a outra bem mais pro alto na página, identifique pela legenda).
As ideias nunca morrem.
O restaurante-avião curitibano morreu, apenas pra re-encarnar no estado vizinho, e logo em duplicidade.
Energia não se perde nem se cria, se transforma . . .
……………
E falando no clássico que se recusa a morrer e assume novas configurações agora vejamos o
“GABRIELA TRANSGÊNICO”: ESSE BICHÃO É PAU PRA TODA OBRA
Publicado em 5 de outubro de 2013
Publiquei a foto de um caminhão-ônibus circulando em Foz do Iguaçu-PR e que eu já havia visto aqui em Curitiba.
Escrevi que retiraram a carroceria do ônibus e colocaram um baú de caminhão no lugar, mas mantiveram a cabine (acima a esquerda).
Seguindo na mesma balada, aqui vão outras fotos de ex-ônibus Gabrielas que agora tem outros usos.
Algumas estão espalhadas pela postagem, nem sempre ao lado da descrição portanto.
Identifique pela legenda. Podemos observar (entre parênteses o local da foto, quando essa informação estiver disponível):
– Gabriela azul caminhão-baú (já foi clicado em Foz do Iguaçu-PR, mas a tomada que há nessa matéria não informa esse dado);
– Gabriela caminhão-tanque, ao lado (interior de São Paulo);
– Abaixo: Gabriela guincho (Fortaleza-CE, com a pintura padronizada aplicada na frota de lá.
Quando fui a capital do Ceará lhes disse que:
“Fortaleza é a cidade do sol, do mar, das lagoas, das favelas, do ‘funk’ e dos ônibus azuis”.)
(Todos os coletivos que integram o sistema municipal são nesse padrão, azul com essas flechas que sobem e descem. Isso quando escrevi esse emeio, em 2013.)
(De lá pra cá houve re-padronização da pintura em Fortaleza, agora os ônibus têm teto, frente e traseira azul, entretanto a lateral é branca.
As flechas se foram. Mas quando produzi essa mensagem, a realidade aqui descrita era exata, por isso está datado);
– Gabriela furgão, a direita:
(Clicado em novamente em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná; a sede da empresa é no Sul do estado.)
(Nesse caso não foi re-encarroçado, virou veículo de carga mas mantiveram a carroceria do ônibus. Apenas retiraram os bancos, catraca, janelas e portas laterais, abriram larga porta no fundo e rebaixaram um pouco o teto dianteiro pra melhorar a aero-dinâmica);
– Gabriela casa de máquinas móvel (interior de Minas Gerais. Como podem ver, é uma usina sobre rodas. Já viram um mais pro alto da página, aqui segue outro.)
Já vimos mais pro alto da página: Gabriela trio-elétrico (região metropolitana de Belo Horizonte-MG.
Aqui o carro de som fazendo campanha pra uma candidata.
Exatamente na mesma configuração:
Aberto e gradeado pras pessoas subirem em cima e com o potente equipamento de som no meio, pode ser usado também pra diversão, no carnaval.);
Seguindo em Minas, a direita: Gabriela casa motorizada (também na Grande BH.
Como sabem, esses veículos são uma residência completa sobre pneus, com cozinha equipada com fogão e geladeira, banheiro, quartos, salas, tudo que alguém tem direito);
– A esquerda, Gabriela bilheteria de circo (interior de São Paulo).
Não apenas bilheteria, fornece apoio total ao circo, pode ser também lanchonete, dormitório dos artistas, depósito, parte do palco e apoio pra amarrar a lona;
– Gabriela depósito de lixo reciclável (interior da Paraíba. Um galpão móvel). Como visto ao lado;
– Abaixo, dois Gabriela servindo como parque de diversões:
Por fim, pra variar vemos Gabrielas ainda usados pra transportar gente.
Só que não mais no transporte urbano regular, foram agudamente modificados.
Primeiro, Gabriela trenzinho (esq.).
Com até uma frente saliente agregada pra ‘parecer’ uma maria-fumaça (interior de Minas Gerais), e fechamos em grande estilo com :
Gabriela dois andares em Campina Grande-Paraíba (dir.) Tu tá pensando o quê? O bichão é versátil.
Por essa, Londres-Inglaterra não esperava, hein?
Quando fui a esse estado nordestino me disseram mesmo que o Sertão Paraibano “tem um charme europeu”.
Taí, comprovado pela busologia, ciência exata que não mente.
………..
Definitivamente esses Gabrielas são pau pra toda obra.
O que você requisitar lá está ele fazendo, de servir de moradia a carregar lixo, de ser uma usina móvel a fazer propaganda eleitoral.
Nunca nega fogo. Assim que tem que ser…
………………
Vamos agora pros caminhões, pra dar uma folga pros ônibus.
dirige pela direita? ou é mão-inglesa? pra esse caminhão, tanto faz
Publicado em 21 de setembro de 2014
Já viram bem pra cima, no alto da matéria, a foto da cabine de um caminhão Volvo australiano com dois volantes, um de cada lado.
Esse debate começou com o emeio que segue abaixo:
Andava eu por Orlando, Flórida-EUA, quando vi um caminhão de lixo. Até aí nada demais, óbvio.
O susto veio quando me aproximei: o motorista estava a direita, como nos nos carros preparados pra mão-inglesa.
Veja a foto acima, essa foi minha visão.
Obviamente nos EUA, como no Brasil e na maior parte do globo, a mão de tráfego é na direita, logo o volante é a esquerda.
Nunca havia visto um veículo com volante duplo, e vocês?
Parece o caminhão da auto-escola, né? Aí se o aluno fizer lambança, virar pro lado errado e for bater no muro, o instrutor desvira em seu próprio volante e corrige a rota…..risos.
É uma piada, claro. Nos carros da auto-escola há sim pedais dos dois lados, que aí o instrutor freia se você acelerar errado.
Acontece, amigos, que mesmo esses modelos construídos especificamente pra formação de condutores não têm duas direções. De fato nunca havia visto isso, daí meu espanto.
Por isso repito, aguardo o retorno de vocês: já conheciam essa configuração?
E se não, o que acharam de mais essa contribuição dos EUA pra humanidade????
…………..
Em emeios que seguiram no mesmo dia e no seguinte, a resposta de três colegas e minha tréplicas.
Não mexi no texto deles, segue na íntegra, exceto por um detalhe:
Traduzo os estrangeirismos – ainda que entre aspas/itálico – pro bom e velho portuguezão de guerra, como um Policarpo Quaresma contemporâneo.
………..
Vamos nessa. Um dos camaradas esteve na Nova Zelândia, por isso sua contribuição vem diretamente da Oceania, no fundão do Oceano Pacífico Sul.
A foto que ilustra a mensagem é de autoria dele, mostrando um veículo tão inusitado quanto o que eu achei. Deixa ele mesmo explicar.
“ Salve caminhante do Google terra/mapas.
Interessante este bichão aí (o caminhão de lixo com dois volantes).
Funcional, mas se der uma briga com um colega de trabalho pode ser que ‘rasguem’ o caminhão no meio, he, he, he…
(Nota minha, O.M.: pelas risadas fica evidente tratar-se de uma piada.
Obviamente há uma alavanca que obriga que que só um volante opere de cada vez.)
(Assim como em nossa garganta há um diafragma que joga ar pro pulmão ou comida pro estômago, um de cada vez, não abrem os dois canais ao mesmo tempo.
Devolvo a palavra. Quebra tudo aí cumpádi. Fogo no pavio.)
Como tenho alguma informação desse tipo resolvi contribuir.
Segue:
Nova Zelândia, travessia Wellington – Nelson.
Os caras deram seu jeito para caberem mais veículos na balsa que faz a travessia.
(Aqui ele está se referindo ao “Pônei-Mecânico acima a direita, fotografado por ele ‘in loco’.)
Interessante não?
Obviamente um ‘veículo’ de circulação restrita ao embarque/desembarque.
Tirada em 29.05.2005
Isso aí.
PAZ.
Que a força alva esteja contigo. ”
…………..
Assim seja. Agora fala o especialista em motor que escreve de azul:
“ Miguel Jordão do inusitado…
Nunca jamais vi uma configuração nem ao menos similar, mas levanto o seguinte:
É um “Mack”, um dos pioneiros fabricantes deste tipo de veículo e ainda na ativa, e é um dos símbolos desses monstros que são os grandes caminhões rodoviários de lá, desses que mexem com a imaginação de crianças e adultos.
Isto posto, fui procurar um “Caminhão de lixo 2 lugares de motorista”, mas, preliminarmente, não achei nada.
Observando a foto, noto que a coluna do volante na posição à direita (onde normalmente fica o carona em nossa concepção) é mais alta.
O que me leva a crer que é uma adaptação não original do fabricante.
Ou, um item feito em pequena escala, para atender a uma demanda específica.
Como se trata de um caminhão de uso primariamente urbano, e que deve estar apto a movimentar-se em espaços bastante reduzidos, imagino que a segunda posição de motorista se deva principalmente a manobras nessas condições.
Apesar de o cinto de segurança denunciar a possibilidade de uso em velocidade normal, possivelmente.
(Mais um intervenção minha, O.M.:
Certamente o volante adaptado pode ser usado em velocidade normal andando pra frente, e não apenas em manobras.
Quando captei a imagem, ele estava numa esquina, com pista totalmente livre sem nenhum obstáculo a sua volta.
E o cinto de segurança, viram, estava afivelado.
O que mostra que ele não está manobrando, está dirigindo normalmente. Volta o automobilista.)
O tipo de encarroçamento, C.S.M. – Cabine Sobre o Motor – e sua posição baixa – mais próxima ao nível dos carros de passeio reforça essa minha impressão:
De uma intenção de buscar um modelo mais compacto para tal finalidade, apesar de o chassi ser longo, como qualquer caminhão.
Sob o ponto de vista de engenharia, mais que inusitada, é uma solução ainda mais complexa do que um já complexo sistema de direção comum, que usa “terminais”, “caixa de redução”, “buchas”.
Além de uma infinidade de peças para articulação e operação adequada da barra de direção e do eixo em si.
A Mack é das poucas fabricantes dos Estados Unidos que vende seus veículos na Inglaterra, então pode ser que eles tenham mesclado as duas soluções em uma, o que não tira os méritos pois adiciona peças móveis a um dispositivo que deve ser extremamente confiável e resistente.
Além disso, conhecendo os gringos, as duas devem possuir assistência hidráulica.
Chama atenção também algo que parece ser uma segunda alavanca de câmbio…
Pode ser o acionamento de algum implemento apenas, mas o motorista parece prestes a acioná-la e me parece que ele tá com toda a pinta de quem está para arrancar com o bichão.
Provavelmente o câmbio dele deve ser automático ou na pior das hipóteses automatizado, mas é outra curiosidade que fica “no ar”.
O que também é uma solução técnica no mínimo trabalhosa de se executar.
Só você mesmo pra achar uma doideira dessas. Mais tarde a curiosidade me impelirá a procurar mais a respeito, mas por hora é isso.
Duas posições de motorista, dois volantes funcionais (e provavelmente os demais controles também). E viva a redundância! ”
…………..
Mais um colega mandou sua participação. Escreveu:
” Realmente curioso o uso de dois volantes!
Confesso que me pareceu exagero o fato de tal configuração ter sido criada para executar manobras mais precisas (como foi dito no segundo comentário).
No entanto parece que é por aí mesmo, hein! Encontrei um do Volvo que aparenta seguir a mesma lógica.
Abraço! ”
Agora vamos adicionar material inédito, que puxei em 6 de abril de 2015.
“transgenia coletiva”: o povão ‘corrigiu’ a mercedes
Vou apontar algo que comprova, mais uma vez, a existência do que a psicologia conhece como “Inconsciente Coletivo”.
Explico: Todos os busólogos sabem que o Monobloco produzido nos anos 80 tinha de cada lado da traseira um único farol horizontal.
Assim decidiram os engenheiros da Mercedes.
Mas o povão não gostou e ‘corrigiu’.
Disparado a transgenia mais popular da busologia brasileira é quiçá mundial é colocar vários faróis redondos na vertical.
E isso só ocorre com esse modelo, vejam vocês.
Veja a acima e ao lado, ainda há a marca de onde havia o apetrecho de luz, conforme saíra de fábrica. Mas colocaram várias bolinhas, uma por cima da outra, pois esse é o veredito popular.
E não há nada organizado que determine essa preferência:
Não há um manual, não é apenas uma única oficina quem faz a adaptação, os ônibus não pertencem todos ao mesmo dono.
Exatamente ao contrário, é absolutamente espontâneo espalhado pelos quatro quadrantes da Pátria Amada. O cara compra um buso desse modelo usado.
Qual a primeira coisa que ele faz? Vai na oficina e pede pra mudar o farol. Quase sempre pras bolinhas redondas, é difícil ter outra configuração.
E, não custa enfatizar mais uma vez, é só com o Mono que isso ocorre.
Pelo menos é só com ele que ocorre numa escala industrial, de Norte a Sul do Brasil, de modo natural, não coordenado por ninguém.
………..
Talvez simplesmente tenha que ser assim, ponto final. Quem sabe quando foi planejar o lançamento do Mono 2, lá no começo da década de 80:
O primeiro esboço, o rascunho, tenha trazido os faróis como bolinhas verticais, mas acabou não sendo aprovado.
Não foi aprovado pelos engenheiros da Mercedes, que são técnicos e trabalham em escritórios com ar-condicionado.
Mas o povão entendeu de outra forma, e resgatou essa que pode ter sido uma ideia original descartada no processo.
………….
Correção e atualização:
Originalmente eu disse que nos anos 80 e 90 era proibido circularem ônibus sem placas em Curitiba.
Essa era minha lembrança.
Mas ela se mostrou falsa.
Circularam, sim, em décadas anteriores, ônibus em Curitiba ainda sem estarem emplacados.
Em seus primeiros dias logo após a chegada.
Veja um Torino articulado da Frota Pública ainda sem chapas, e já cumprindo a linha Boqueirão, em 1988.
Tem mais:
Ao lado o primeiro ligeirinho Mercedes de Curitiba. Rodando em testes, em 1994.
Sem placas, mas já está na pista.
Alias o 1º ligeirinho não-Volvo, pois até então todos eram dessa marca.
Por isso a numeração ‘XY’, ele passou por várias empresas, foi aprovado e entrou pra nossa frota em definitivo.
Houveram exceções, mas a regra era essa.
………
Sempre que eu flagrar algo incorreto que escrevi retificarei prontamente.
Feita essa correção, voltemos a filosofar sobre nem sempre as coisas saem como foram planejadas nos escritórios.
O bairro que eu vivo, o Boqueirão, na Zona Sul de Curitiba, é outro exemplo que nem sempre as coisas saem como foram programadas na prancheta.
Por mais detalhados que tenham sido os estudos prévios.
No caso do urbanismo, eu explico na postagem que está ligada acima:
O porque se deu o desvio entre o que os técnicos planejaram, mas os Homens e Mulheres de carne e osso tinham outra ideia.
Agora, em relação ao desenho automobilístico:
Por que o farol horizontal único da Mercedes desagradou tanto assim a massa?
Ao ponto que as pessoas – em peso, sem que ninguém comande – adaptam, e adaptam da mesma forma.
Eu não sei. Inconsciente Coletivo, certamente, mas por que isso está gravado tão forte ali? Não sei te responder.
Repito, talvez simplesmente seja assim que seja pra ser.
Então Assim É.
…………………….
E não só no Brasil . . .
no peru também. essa transgenia é universal e transcende fronteira
Lima, Peru. Lá não há saudades, os Monos ainda estão na ativa.
Essa foto é atual, da década de 10 (por ‘atual’ me refiro a quando o texto foi escrito, por volta de 2013).
No Brasil esses bichões já foram pra escolar, rural ou mesmo pra bandas de música. Digo, nem todos. Em Mandaguari-PR ainda há Mono 2 em linha regular.
No Peru esse é ainda mais o caso, há vários na capital em transporte urbano normal, que qualquer um pode pegar nas ruas.
Mas algo é igual, em qualquer país, esteja ainda nas linhas normais ou já no escolar e fretamento:
A galera definitivamente não gostou do projeto do farol original horizontal da Mercedes.
Arrancou fora e lascou 3 bolinhas verticais no lugar.
A voz do povo é a voz de Deus.
……..
ônibus-frescão: o charme parisiense chega as dunas gaúchas
Atualizado em 18 de maio de 2015.
Acima vimos no Sertão da Paraíba um “Gabi 2 Andares”, dando um ar londrino ao tórrido semi-árido americano. Agora segura essa:
De outra ponta da Pátria Amada vem outra transgenia, o “Frescão” que opera nas dunas do litoral do Rio Grande do Sul.
Na frente é um buso normal, um Comil feito lá no RS mesmo. Mas atrás . . . é tudo aberto pra galera curtir um vento na cara.
Da mesma viação que opera a carreta Papa-Fila de 1957, cuja foto está no alto da matéria. Voltando ao buso mostrado acima a direita, foi inspirado nesse modelo da RATP, viação estatal de Paris.
Na capital da França desde o começo do século 20 até 1971 existiu um modelo com varanda, aberto atrás.
Em que se entrava e saía pela varanda, haviam uns degrauzinhos que davam acesso a rua.
Só que, vejam só, começou a haver muita evasão de tarifa.
Já que havia um acesso pra rua sem passar pela catraca, muitos passageiros começaram a simplesmente ir embora sem pagar.
E por isso o ônibus-frescão com sacada foi extinto.
Quase na virada pros anos 90, a longa tradição foi retomada.
Só que agora primeiro você entra pela frente e paga a tarifa.
……….
Só depois disso, se o tempo estiver agradável e houverem lugares disponíveis (já que o espaço é exíguo) você vai pro espaço ao ar livre curtir a atmosfera parisiense que transpira moda e cultura.
Clique sobre a foto ao lado que ela se amplia, aí vai dar pra ver um pouco melhor como é essa transgenia.
Esse buso-frescão só opera em linhas turísticas da Zona Central, onde estão os museus, hotéis, restaurantes, parques, etc.
………..
Então, tu tá pensando o que? Não é só circundando o Louvre e a Torre Eiffel que há esse tipo de ônibus.
No litoral Sul-Brasileiro também.
Agora só falta os gaúchos fazerem biquinho pra pedir um ‘foie gras’ pra acompanhar o chimarrão, hein?
Mas bá, tchê, só falta essa mesmo.
………….
E pra fechar:
caio torino????? essa tem que ver pra crer
Publicado em 22 de junho de 2014
O dia que vi a cena mais inusitada de minha vida:
Um Torino da Caio.
É o mesmo que dizer que o Fusca foi produzido pela G.M. .
Obviamente o Torino é da Marcopolo. Trata-se de uma transgenia, essa caseira e individual. Mas alguém fez.
Depois dessa só falta eu ver o Zico com a camisa do Vasco.
Peraí: Zico jogou mesmo pelo Vasco, veja a foto, não é montagem.
Foi na despedida de Roberto Dinamite, no Maracanã em 1993. O Vasco enfrentou o La Coruña da Espanha. No primeiro tempo, Zico foi companheiro de seu amigo Dinamite no escrete brasileiro.
Galinho Cruz-Maltino. Pode isso amigos???? Pois foi o que aconteceu.
………………
Deixa eu tentar de novo. Bem, ver um Torino da Caio é tão impensável, quanto, . . . quanto, me ajudem aí . . .
Já sei. Um Torino da Caio é tão impensável quanto ver uma Coca-Cola Tricolor com as cores da Pepsi: azul, vermelha e branca.
Já é impossível, mas vou garantir: é impensável como ver uma Coca Tricolor e ainda por cima com o logo da Pepsi estampado.
…………
Agora vou soltar a bomba: isso também já aconteceu.
Sim, é verdade. Queiramos ou não, a Coca-Cola já lançou uma série Tricolor, Azul, Vermelha e Branca. E . . . tem o logo da Pepsi embutido.
………….
O mundão tá louco, amigos. De pernas pro ar.
Eu quero ir pra Foz do Iguaçu !!!
“Deus proverá”