Recife, a “Veneza Brasileira”

Praias de Candeias e Piedade, Zona Sul do Recife (no subúrbio metropolitano de Jaboatão dos Guararapes).

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 12 de julho de 2021

Maioria das fotos de minha autoria. As que forem baixadas  da internet identifico com um ‘(r)’ de ‘rede’, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas.

Seguindo a série sobre o Recife, vamos delinear algumas de suas características peculiares.

É uma cidade muito antiga. Abriga a 1ª sinagoga de toda América (incluindo EUA) e a 1ª ponte do Brasil.

Por conta das suas muitas pontes e canais no Centro recebeu o apelido de ‘Veneza Brasileira‘.

Seu Centro Histórico é praticamente como se fosse um museu a céu aberto.

O Brasil começou no Nordeste, então andar pela da capital pernambucana é uma verdadeira aula de história.

Falando em pontes, o Centro do Recife é composto por várias ilhas, formadas pelo encontro de 2 grandes rios – Capiberibe e Beberibe – com o mar.

Próx. 3 fotos: “arrecifes” rochosos que nomeiam a cidadea palavra vem do árabe ‘Ár-Raçif’, que quer dizer ‘barreira feita com pedras’, dá pra traduzir como ‘caminho pavimentado’, ‘dique’, ‘calçada’, ‘parede’, ‘cais’. A palavra “arrecife” então indica um ‘caminho de pedras’, porém submerso. Esses prédios são da Praia do Pina.

Essas ilhas precisam ser ligadas entre si e com o continente, obviamente.

Por suas muitas pontes e canais/rios, o Recife é conhecido por ‘Veneza Brasileira‘.

Também se usa o apelido “Amsterdã Sul-Americana“, pelo mesmo motivo.

(Em ambos os casos apregoando a semelhança com cidades europeias, respectivamente a Veneza original italiana e a Amsterdã holandesa, óbvio).

Um lugar belíssimo. Entretanto  com inúmeros contrastes e graves problemas sociais, como acontece em todo o Brasil.

Aqui e a esq. em Piedade (Jaboatão). A formação rochosa cria piscinas naturais.

Não o menor deles a violência urbana, como infelizmente também é praxe na maioria de nossas metrópoles.

“CHOVE, CHOVE BALA”: A VERSÃO RECIFENSE PRO CLÁSSICO DE JORGE BENJOR –

Creio que todos conhecem o sucesso “Chove Chuva”, do cantor carioca Jorge Ben (mais tarde auto-rebatizado ‘Jorge Ben Jor’).

Seu refrão diz, notoriamente, “Chove chuva, chove sem parar”. Pois bem.

Muitos banhistas preferem por ficar ali mesmo, nem entram no mar aberto, na parte que tem ondas.

No Recife fizeram uma versão da famosa canção “adaptada a realidade local”, se quiser ver assim. 

O refrão diz que na periferia da cidade “chove, chove bala. Chove sem parar”. Uma tempestade diferente. É o Recife né?

………..

Próxima ao Rio Capibaribe (divisa das Zonas Oeste e Norte) há outra região aburguesada, vem se verticalizando bastante.

O problema é crônico. A capital pernambucana é conturbada nesse sentido a há décadas.

No mínimo desde os anos 80. Exatamente como o Rio e SP.

Abaixo falo melhor dessa parte, comparando com outras cidades brasileiras.

Por hora falemos de outros aspectos da geografia e cultura recifenses.

BASTANTE GENTE DE OLHOS VERDES:

Foto no Centro de Olinda, onde tremulavam os estandartes estadual e nacional. O Recife é uma cidade nacionalista, a bandeira da Pátria Amada está por toda parte (falo melhor disso abaixo). Os prédios ao fundo da imagem já estão no município da capital.

A “NOVA HOLANDA” FRACASSOU MAIS O LEGADO FICOU –

No século 17 a Holanda tentou abocanhar a ‘parte do leão’ do império português na América.

A Coroa Holandesa invadiu o Nordeste e ali estabeleceu a Nova Holanda.

O Recife, que era a capital, foi renomeado ‘Cidade de Maurício‘ ou ‘Mauriciópolis’ (“Mauristad” no original).

1ª ponte do Brasil, feita em 1643 por Maurício de Nassau durante ocupação holandesa.

Em homenagem ao comandante da empreitada que era, evidentemente, Maurício de Nassau.

Um excelente urbanista, melhorou muito o Recife, construindo pontes, canais, bibliotecas, jardim botânico.

Por isso é cultuado em Pernambuco até hoje. Tanto que foi ele quem edificou a primeira ponte fabricada no Brasil, em 1643 (esq.).

Era também um estrategista militar de primeira grandeza, muito renomado.

Bairro do Recife, o Centro Histórico: a placa indica a sinagoga Kahal Zur Israel, de 1636, a 1ª do continente americano. Também construída durante a ocupação holandesa.

Enquanto ele dominou as ações a Nova Holanda venceu todas as inúmeras batalhas defensivas travadas contra Portugal pra retomar seu território.

Maurício de Nassau só perdeu 2 batalhas ofensivas, ambas visando tomar Salvador, então a capital da colônia americana lusa.

Ainda assim, a Cia. das Índias holandesa achou que sob sua direção a colônia Nova Holanda não rendia o que seria esperado.

Demitiu-o, ordenando seu retorno a Europa. Aí Portugal ganhou novo fôlego.

Conseguiu afinal expulsar os invasores (abaixo falaremos melhor desse período histórico).

Os holandeses acabaram indo embora, mas seu legado ficou.

Houveram muitas  melhorias urbanas no Recife e outras cidades.

E eles deixaram sua herança genética no território ocupado, como não poderia ser diferente.

Por conta disso até hoje em Pernambuco há muitas pessoas de olhos verdes.

O que nos outros estados do Nordeste – e também no Norte e Centro-Oeste – é bem mais raro.

Inclusive no Recife é comum pessoas de pele bem morena, porém olhos claros. Uma mistura peculiar.

………..

Assim como acontece no Rio de Janeiro, o Recife não tem Zona Leste.

Pescador dentro do mar em Piedade/ Candeias. Fotografei o mesmo em J. Pessoa.

Precisamente pelo mesmo motivo, porque o Centro é a beira-mar, logo a leste dele está o Oceano.

Cidades que têm seu crescimento limitado em uma dimensão por água ou montanha geralmente ficam desfalcadas de uma das ‘zonas‘,

Fortaleza-CE não tem Zona Norte, Manaus-AM não possui Zona Sul, em Porto Alegre-RS, Foz do Iguaçu-PR e Assunção-Paraguai inexiste a Zona Oeste.

Enquanto que Buenos Aires-Argentina, Bogotá-Colômbia e Chicago-EUA, como o Rio e Recife, não contam com a Zona Leste. Citando apenas alguns exemplos, óbvio que há muitos outros.

Agora, pescadores em pleno Centrão eu só vi no Recife, e há muitos deles trabalhando nas pontes. No detalhe ampliado o siri recém-capturado.

Na capital colombiana por conta dos Andes. Nas demais cidades a região citada está ausente porque o Centro é na orla, seja de um rio, lago ou mais comumente o mar.

João Pessoa, inversamente, tem Zona Leste mesmo ficando no Atlântico.

É que na capital da Paraíba (sobre a qual também falaremos melhor mais adiante) o Centro da é longe da praia. Logo, há bairros a leste do núcleo primordial da cidade.

……

O Recife tem 2 grandes regiões de classe média-alta. Uma é a orla da Zona Sul; e outra longe do mar, as margens do Capiberibe, que como é notório divide as Zonas Norte e Oeste.

Na Zona Sul me refiro as Praias de Boa Viagem e Pina na capital e Piedade e Candeias no vizinho município de Jaboatão dos Guararapes.

Os rios centrais são usados como meio de sustento pra parte da população (destaquei o pequeno barco a remo).

O epicentro é Boa Viagem, eis o bairro que tem o m2 mais caro de Pernambuco. Indo em direção ao Centro entramos no bairro e Praia de Pina.

(Na verdade Pina é um prolongamento de B. Viagem, assim como no Rio o Leme é um prolongamento de Copacabana. Muitos moradores do Pina dizem que moram em B. Viagem, assunto que abordarei melhor abaixo).

Logo após o Pina fica Brasília Teimosa. Trata-se de uma antiga favela. Até 2003, tinha palafitas praticamente dentro do mar.

Brasília Teimosa em 1º plano, no meio da imagem o Pina, os prédios ao fundo em Boa Viagem (r): é o Recife sem retoques, sua beleza e seus contrastes numa imagem.

No novo milênio tudo mudou. ‘Brasília’ foi urbanizada desde então, se tornou um bairro normal.

Os casebres sobre estacas deram lugar a uma avenida beira-mar com ciclovia e canchas de esporte.

Até o nome mudou. A prefeitura batizou essa beira-mar recém construída de Brasília “Formosa”.

Melhorou muito, sem dúvidas. Mas, evidente, ainda é uma vila popular na orla, e na parte mais cara dela.

A foto a direita vale por mil palavras, o contraste entre as casas humildes de Brasília e os prédios do Pina e B. Viagem.

Brasília Teimosa antes da urbanização (r): uma favela com palafitas até dentro do mar.

Obviamente a parte mais abastada é Boa Viagem. O Pina tem quase o mesmo padrão.

Boa Viagem” deve seu nome porque já está na saída do município do Recife. Transcrevo a explicação do jornal local PorAqui:

A histórica Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem foi construída no século XVII.

Ganhou este nome por causa da devoção dos navegantes e viajantes que utilizavam a região para repousar das viagens vindas do sul da Capitania de Pernambuco.

Na época, havia algumas vendas que serviam de local de descanso. ”

Brasília Teimosa atualmente: um bairro normal, a avenida beira-mar com parque linear e ciclovia.

Até o meio do século 20 Boa Viagem era usada como local pra moradia de veraneio, e não a casa fixa da família.

Os mais abastados moravam em bairros mais próximos ao Centro de segunda a sexta e passavam os fins-de-semana na casa de praia em Boa Viagem.

(Como alias também aconteceu com as partes mais caras das orlas de Salvador, Santos e Rio de Janeiro, entre outras cidades.)

A Avenida Boa Viagem é de 1924, e ajudou a urbanizar o bairro. Mas ele só começou a ser habitado de forma permanente em massa a partir dos anos 60. Até então tinha poucos prédios (esq.).

Panorâmica de Boa Viagem, década de 60 (r): a verticalização apenas se iniciava.

Bem, com a implantação da BR-101 placas desejando uma ‘boa viagem’ aos viajantes que deixam a capital reforçam a ideia que nomeou Boa Viagem.

Portanto o bairro, mesmo sendo o mais caro da cidade, já está na divisa de município.

Assim que entramos em Jaboatão começa a Praia de Piedade.

Apesar de ser na região metropolitana, é um bairro limítrofe a Boa Viagem. Resultando que Piedade também é uma região de classe média-alta

Próx. 4 fotos: Jaboatão, populoso subúrbio metropolitano cheio de contrastes. Aqui o Centro Histórico, conhecido como ‘Jaboatão Velho‘ (no destaque o Sine, a Agência do Trabalhador), que fica na Zona Oeste do Grande Recife.

Ali, como no Pina, os apartamentos custam quase tanto como em Boa Viagem.

Seguindo em frente chegamos a Candeias. Essa também está se aburguesando e verticalizando.

Digamos assim aproveitando um ‘transbordamento’ do aburguesamento que veio de B. Viagem e Piedade.

1989: JABOATÃO TRANSFERE A SEDE PRA PRAIA PRA EVITAR A SECESSÃO;

E SE TORNA “DOS GUARARAPES” –

Já que estamos falando disso, antigamente Jaboatão se chamava assim, simplesmente ‘Jaboatão‘.

Bairros de ‘Jaboatão Velho‘, ao redor da estação de trem:  porção de periferia da região metropolitana da capital.

A sede, ou seja o edifício que abriga a prefeitura, era no Centro perto de onde está a estação de metrô (trem suburbano, na verdade) denominada por isso mesmo de ‘Jaboatão‘.

Porém nos anos 80 os bairros a beira-mar – a princípio Piedade, a seguir também Candeias – começaram a se verticalizar e aburguesar, aproveitando o ‘transbordamento de riqueza’ que vinha de Boa Viagem.

As praias de Jaboatão (aqui a divisa entre Piedade e Candeias) já estão na Zona Sul do Gde. Recife, são longe do Centro de Jaboatão. Repare na banca azul no meio da foto.

Obviamente não tardaria pra que a orla tentasse se separasse do resto do município.

Afinal os prédios mais caros perto da praia eram a maior fonte de IPTU de Jaboatão.

Há precedentes aqui no Sul do Brasil. Creio que a cidade de Balneário Camboriú-SC (a ‘Dubai Brasileira’, onde estão os edifícios mais altos do Brasil) é bem conhecida, a nível nacional.

Os nativos de S. Catarina a chamam de ‘Balneário’, pra diferenciar do município que é nomeado simplesmente ‘Camboriú‘.

Ampliei a cena anterior: na banca há a bandeira de Pernambuco e de seus 3 maiores times, Sport, Santa Cruz e Náutico.

Essa última é chamada ‘Cidade de Camboriú’, e está ‘do outro lado’ dessa mesma BR-101 que corta também o Recife.

A ‘Cidade de Camboriú’ não tem praias, e fica na periferia da região metropolitana que ambos os municípios (o ‘Balneário’ Camboriú e a ‘Cidade’ de Camboriú) formam ao lado de Itajaí.

Pois bem. Até 1964 não existia o município de Balneário Camboriú. Era apenas um único município, chamado ‘Camboriú‘.

A sede (a prefeitura) era longe do mar, no Centro Histórico onde começou a povoação da região.

Infelizmente em alguns pontos há bastante lixo na rua. Foto no Centro, final-de-tarde.

Erro fatal. Os moradores da orla se organizaram e dividiram o município.

Surgiu então o Baln. Camboriú, independente agora do município chamado ‘Camboriú‘.

O ‘Balneário’, como alias o nome indica, na divisão ficou com as praias (foi criado pra isso, como não é difícil entender).

Assim arregimentou pra si a maior parte do faturamento do antigo município, pois o turismo é a principal fonte de rendimento.

Aqui e a esq., tomadas noturnas da Av. Boa Viagem. Aqui Ponto de coleta de lixo reciclável. Destaquei o brasão municipal – com o leão, animal que tem fama de ser supremo – e o igualmente pomposo lema de “Capital do Nordeste“.

A ‘Cidade’ de Camboriú, o antigo distrito-sede, se tornou a periferia do Balneário recém-criado.

Os pernambucanos não quiseram a repetição dessa mesma saga em Jaboatão.

Quando perceberam que a orla iria cedo ou tarde – e mais cedo que tarde – requerer a secessão de Jaboatão eles transferiram a sede do município pra perto da praia.

Assim a coisa se inverteu. Em 1989 o Centro Histórico do município, que era o distrito-sede, passou a ser o distrito de Jaboatão.

O antigo distrito de Muribeca dos Guararapes (que abrange os bairros de praia) se tornou o novo distrito-sede.

Ali perto, várias estátuas desse animal que é o símbolo da cidadepresente no escudo e apelido do Sport Recife, o ‘Leão do Norte’.

Um golpe de mestre. Pois por razões que dispensam explicação a sede de um município não pode se declarar independente dele próprio.

(Assim como na esfera logo a seguir à capital de um estado é vedado deixar de fazer parte do mesmo.)

Se a sede de Jaboatão agora é na orla, a orla não tem mais como se separar de Jaboatão.

O município de Jaboatão garantiu as receitas do IPTU e ISS – e também as participações no ICMS e IPVA – gerados na beira-mar e imediações.

PERIGO NA ÁGUA: Placa em Boa Viagem alerta pro risco de ataque de tubarões. O leão que é ‘rei da selva’ pode ser muito querido no imaginário recifense. Mas é o tubarão, que analogamente seria ‘o rei dos mares’, quem está presente de forma concreta na cidade.

Obviamente decorrentes da alta concentração de prédios mais abastados e dos amplo setor de serviços aos turistas que se hospedam e se alimentam perto da praia.

O Centro Histórico de Jaboatão (que agora não abriga mais a prefeitura mas se manteve solvente graças a manutenção do município individido) é conhecido como ‘Jaboatão Velho‘.

Pra marcar a mudança, em maio de 1989 o município que até então era apenas ‘Jaboatão’ se tornou ‘Jaboatão dos Guararapes‘.

PERIGO EM TERRA: Recife é capital nacional, e prov. mundial, de surfe no busão (r).

Homenageando o morro onde se deram as batalhas históricas que, em 1648 e 49, enfim conseguiram expulsar os invasores holandeses.

Sendo por isso a “Batalha Formadora” do Exército Brasileiro (na sequência abordaremos de novo o assunto).

Vale lembrar que o município de Jaboatão contava com 644 mil pessoas no Censo de 2010, no momento que escrevo ainda o último realizado no país.

É o 2º município mais populoso de Pernambuco só atrás da capital Recife de quem é limítrofe, e grande também em área.

Resultando que tem um agudo contraste entre os bairros mais elitizados a beira-mar e sua porção muito grande de periferia, tanto perto da orla quanto ao redor do Centro Histórico.

A prática é tão arraigada na capital pernambucana que se criou até um “ritual de passagem separando os meninos dos Homens“: na adolescência treinam segurando nas janelas, como aqui (r).

Fora do Eixo Rio/SP Jaboatão é o município mais populoso do Brasil entre os que não são capitais. Já que estamos falando disso, detalhemos.

O Grande Recife é a 6ª maior cidade do Brasil, com 3,69 milhões de habitantes.

A frente estão (sempre incluindo a região metropolitana, os dados são do IBGE, compilados pelo sítio CityPopulation.de):

1º) SP, 19 milhões; 2º) RJ, 11 milhões; 3º) Belo Horizonte-MG, 5,41 milhões; 4º) Porto Alegre, 3,95 milhões; 5º) DF e Entorno, 3,717 milhões.

Quando atingem a idade adulta sobem pro teto do veículo (r). É como ‘tirar as rodinhas’ da bicicleta. Isso existe em todo o Brasil (e já vi até no Chile). Mas em nenhum lugar como ali.

A seguir vem o Recife, com 3,69 milhões, repetindo. Está um pouco a frente de Fortaleza, que tem 3,61 milhões de moradores.

Salvador da Bahia contava em 2010 com 3,57, e Curitiba ocupa o 9º lugar com 3,17 milhões.

Contando somente os municípios agora, o Recife é quem fica com a 9ª posição, com 1,53 milhão de pessoas.

Logo atrás de Curitiba, que em 2010 registrou 1,75 milhão, ficando em 8º lugar.

Veja: a capital do PR tem mais de 200 mil habitantes a mais que a de PE somente nos municípios-núcleo.

Entretanto o Grande Recife têm mais de meio milhão a mais de habitantes quando se inclui os subúrbios metropolitanos.

PERIGO NO AR: edifício abandonado pichado do teto o chão no Centro. O Recife e São Paulo são as campeãs nacionais nessa modalidade de ‘alpinismo urbano’ que ‘redecora’ os prédios. Mais uma vez, claro que isso existe em diversos lugares. Mas ali e na capital paulista foi onde a manifestação chegou ao seu ponto mais alto, se me permite um trocadilho.

A causa é que a Grande Curitiba, excluindo a capital mesma, não é tão populosa.  

Nenhum município ao redor da capital paranaense ultrapassa os 300 mil moradores.

E apenas 2 superam os 200 mil (São José dos Pinhais na Zona Leste, e Colombo na Zona Norte).

Na capital pernambucana a história é bem diferente. Além dos mais de 600 mil pessoas em Jaboatão (Zonas Sul e Oeste do Gde. Recife) Olinda e Paulista (ambos na Zona Norte) ficam acima dos 300 mil.

RECIFE, A “CAPITAL DO NORDESTE”.

MAS . . . SERÁ QUE OS BAIANOS CONCORDAM???

Na mesma viagem estive em Salvador, cujo lema – repetido sempre que aparece o brasão municipal – é “A Primeira Capital do Brasil”.

Trata-se de um fato histórico incontestável, então creio que a frase não gera qualquer polêmica.

Recuei um pouco a tomada. O prédio pichado aparece a dir. na cena, sobre as árvores. Em 1º plano vemos um ônibus branco da nova padronização branca (implantada a partir de 2015) e um articulado do Via Livre/SEI.

o lema do Recife é mais provocador. a cidade se auto-denominou “A Capital do Nordeste“.

Será mesmo? Historicamente as capitais baiana e pernambucana disputam esse título, o de principal metrópole da região.

É uma competição subjetiva, que depende mais do sentimento que as pessoas têm pelas cidades que de fatos concreto como PIB, IDH, etc.

O Recife reclamou pra si o posto, e nada mais natural se o símbolo da cidade é o leão, que nunca perde a majestade.

Dei mais uns passos pra trás, na Av.Conde da Boa Vista. No destaque em laranja no meio da imagem estão os prédios ‘redecorados’ pelos pichadores que estamos falando. O Recife tem muitos sem-tetos, tanto no Centro quanto em alguns bairros – igual ocorre em Curitiba, Rio, SP e muitas outras cidades pelo Brasil. Voltando a falar da capital de PE, o problema já era agudo e agora se agravou com a chegada de milhares de venezuelanos. Segundo me informaram lá, ‘boa parte dos pedintes nas esquinas veio da Venezuela’.

Porém não creio que os baianos estejam de acordo. E você, o que acha?

PÁTRIA AMADA, BRASIL:

O RECIFE É UMA CIDADE NACIONALISTA

Algo que me chamou bastante a atenção na capital de Pernambuco foi a grande quantia de bandeiras do Brasil nas janelas.

Especialmente nos edifícios de padrão mais elevado, principalmente na Zona Sul mas também na Zona Norte.

Sim, eu sei. Do meio da década de 10 (séc. 21, evidente) pra cá o gesto de ostentar a bandeira passou na ideia de alguns a configurar apoio ou repúdio aos governantes de plantão, conforme o caso.

Não estou falando disso nem vou entrar nesse mérito aqui, e já esclareço melhor desse ponto.

Próx. 4 imagens: a bandeira brasileira no Recife. Aqui na Praia de Piedade, Zona Sul metropolitanano Nordeste eles gostam de prédios com vãos, há um em Fortaleza, na Praia de Meireles (fotografei outro parecido no Chile, também no Litoral).

O que tem que ficar claro é que não estou fazendo propaganda contra ou favor desse ou de nenhum outro político ou partido político.

Sou a favor do Brasil, de termos orgulho de nossa pátria e nossa bandeira.

Esse é mais um motivo pra Amar o Recife – como se fosse preciso, porque já Amo essa cidade do fundo de minha Alma e Coração.

E no Recife nossa bandeira está por toda parte. Foram tantas que fotografei várias, e a partir daí deixar passar outras tantas.

Na mesma beira-mar mas outro município: prédio em Boa Viagem, na capital. Enquadrei mais um buso na padronização branca do ‘Grande Recife’, e também da Borborema.

Não era preciso enfatizar mais, já estava registrado, tanto em minha câmera (agora aqui publicado) quanto em minha Mente.

Evidente, o hábito de saudar nossa nação dessa forma não se restringe ao Recife.

Aqui em Curitiba e em outras cidades do Brasil, e mesmo do exterior, quando vejo nosso símbolo máximo desfraldado eu registro, sempre que possível.

A questão é que na capital de Pernambuco o fenômeno chama mesmo a atenção.

Estive na mesma época no Rio e Salvador, e nessas cidades não presenciei nem remotamente o mesmo número de bandeiras brasileiras que no Recife..

Falando de ônibus, até pouco tempo atrás a frota recifense trazia a bandeira brasileira sobre a janela (r). Nesse caso pintura livre, a do estado ao lado (João Pessoa, próxima física e culturalmente, faz o mesmo).

A página está no ar desde 2015. Desde o princípio seu símbolo foi a bandeira nacional.

Além disso, desde 2011 eu levo nosso pavilhão pátrio pra outros países e o fotografo no estrangeiro.

A matéria que mostra essas imagens também está no ar desde 2015.

Portanto isso basta pra provar que não estou me manifestando contra ou favor do mandatário atual (2021).

Esse trabalho de valorizar nossa bandeira começou muito antes dele anunciar que seria candidato.

Pra Porta Larga em Igarassu Busscar na pintura SEI, a bandeira continua presente. Há 2 ‘Portas Largas’ no Gde. Recife, essa na Zona Norte e outra na Zona Sul, em Jaboatão.

Começou bem antes mesmo do movimento que acabou por ‘impedir’ o restante do mandato de sua antecessora.

Eu nem sequer voto em ninguém, desde 2010. Alias no dia da eleição municipal de 2020 eu estava justamente no Recife.

Assim, ao me justificar numa escola entre o Morro da Conceição e o Alto Zé do Pinho, na Zona Norte, me abstive de opinar sobre quem deveria ser o próximo prefeito de Curitiba – onde vivo desde 1980.

Isto esclarecido, vamos em frente. Imagens valem por milhares de palavras. O Pavilhão Pátrio pelo Recife:

Aqui e a seguir: Casa Caiada (Olinda), a praia mais aburguesada e verticalizada da Z/N.

PERIGO NO MAR: SIGA AS INSTRUÇÕES OU . . . .

PODE SER SEU ÚLTIMO MERGULHO –

O Recife é a “Cidade Sangue-Quente“. A cidade vive em ‘alta voltagem’, se entende o que digo.

Eis um lugar que até tomar um banho de mar pode ser arriscado.

Na Zona Norte futebol na praia.

Ali ocorrem quase todos os ataques de tubarões registrados no Brasil.

Apenas 4 países concentram a imensa maioria de mordidas desse bicho em humanos no planeta:

Brasil, EUA (especialmente na Flórida), Austrália e África do Sul. No Brasil 90% dos casos são no Grande Recife.

Na Zona Sul entretanto a galera preferia o basquete. Pus em escala maior o jogo e também placas de rua na esquina da Rua do Atlântico com Avenida Boa Viagem, no Pina.

Por que tanto assim? Alguns dizem que a causa foi a construção do Porto de Suape, na região metropolitana.

Antigamente o porto era no Centro. Uma pequena parte dele permanece ali, ainda há atracadouros no Bairro do Recife.

Entretanto a maior parte da atividade portuária foi transferida pro moderno Porto de Suape, como acabo de dizer e é notório.

Onde era o Porto no Centro agora é a região turística conhecida por ‘Marco Zero’.

Como ocorre no Centro-Sul do Brasil, talvez o futebol esteja perdendo adeptos nas classes mais abastadas também no Nordeste. Aqui e na próxima cena as quadras de Boa Viagem. O pessoal em ambas pratica fute-vôlei.

Retiraram os guindastes, os navios de carga não atracam mais no local.

Nos barracões foram feitos no lugar bares, restaurantes e lojas pros turistas.

É a nossa ‘versão brasileira’ do famoso ‘Porto Madeiro’, em Buenos Aires.

O ‘Marco Zero’ recifense ficou muito bom. Mas tudo cobra seu preço.

A atividade portuária não deixou de existir, óbvio. Apenas foi transferida pras novas instalações.

O Porto de Suape como todos sabem, fica no município do Cabo de Stº. Agostinho, na Zona Sul metropolitana.

Pros navios poderem chegar a costa destruíram algumas barreiras naturais que haviam no fundo do mar.

Resultando que os bichões passaram a caçar muito perto da praia, o que antes não acontecia.

Uma partida de tênis as 5 da manhã? E em plena Praia do Pina? Aí sim, hein!

Além disso os restos de comida jogados pela tripulação também atraem esses predadores. Tudo somado:

Quando você for se banhar no Recife leia bem essas instruções e siga-as a risca.

Ou você pode acabar sem um braço, perna ou mesmo sem vida.

Todos sabem perfeitamente disso. E alias nem teria como não saber.

Placas bi-língues português/inglês oni-presentes na orla garantem que todo mundo que frequente as praias do Grande Recife tome ciência do perigo.

Aqui e a esq. na Av. Boa Viagem. Traduzindo do idioma “Nordestês”, “Visse” é corruptela de “Vistes“. Originalmente se falava ‘tu vistes?’. Agora se fala ‘tu visse?’. Tão consagrado que aparece nas propagandas.

Ainda assim, tem vários surfistas e mesmo alguns banhistas que preferem se arriscar.

O que acontece a seguir não é difícil deduzir, alguns deles são atacados por tubarões.

Por exemplo, as placas avisam claramente pra você nunca entrar no mar de manhã bem cedo e no fim-de-tarde, quando a maré está alta.

Pois há barreiras no leito do oceano que no meio do dia, com a maré baixa, impedem a chegada desses predadores marinhos perto da faixa de arrebentação das ondas.

Numa tomada noturna agora, ‘Oxe!’ por sua vez é abreviação do termo ‘Oxente!’, tipicamente nordestino.

A maioria naturais, os famosos ‘arrecifes’ de pedra que nomeiam a cidade.

Pra reforçar a segurança nos pontos mais vulneráveis instalaram muros artificiais.

Então se você não entrar na água ao nascer nem pôr-do-Sol e se mantiver antes dos arrecifes está seguro.

Com a maré baixa os tubarões não conseguem passar por sobre a contenção, não custa enfatizar.

Casa Amarela, Zona Norte. Uma região que vem se aburguesando e verticalizando intensamente nas últimas décadas. Na foto a seguir ampliei as placas de rua que há no muro do condomínio e numa transversal próxima.

Todos que vão as praias recifenses sabem disso. Andando no fim-de-tarde na praia constatei que a maioria respeita a regra.

Afinal não é mole uma mordida desses animais. Os ferimentos são severos e podem ser fatais.

Porém adivinhe? Tinha gente que ignorava solenemente, e entrava no mar ao anoitecer e mesmo depois dele.

Justo no momento que a maré está alta, os tubarões conseguem então passar as pedras.

Parece que algumas pessoas não apenas não temem o risco, mas ao contrário, ele as atrai. Gostam de viver perigosamente.

Por que ó ser humano é assim? Não sei, e talvez ninguém saiba e nunca venha a saber.

A Filosofia, malgrado todo seu esforço hercúleo, ainda não conseguiu decifrar esse mistério.

“METENDO LATA”:

NO RECIFE OS PICHADORES NÃO TEM DÓ –

.Um outro exemplo. O Recife é, ao lado de São Paulo, a cidade do Brasil onde mais se picham prédios abandonados, ‘redecorando-os’ do teto ao chão.

Avenida Norte, ao fundo os prédios de classe média-alta que estão sendo construídos nessa parte da Zona Norte. Veja a pichação no meio da foto, repito em escala maior a seguir.

Oras, não é difícil entender que o risco de acidentes é elevadíssimo nessa prática.

Afinal, os pichadores se penduram precariamente de cabeça pra baixo numa grande altura.

E ainda precisa usar uma das mãos pra escrever, e usando o “alfabeto” específico, que é peculiar a cada cidade.

O ‘serviço’ precisa ser feito bem rápido, antes que a polícia chegue e enquadre.

Fora o fato que muitas vezes os “manos” estão embalados por ‘substâncias’, lícitas ou ilícitas.

Na pichação do Recife se usa o mesmo “alfabeto” criado na capital paulista (no sul do Brasil [Curitiba e Porto Alegre] e todo o interior e litoral paulistas, idem – em Belo Horizonte também, mas aí parcialmente). No resto do Nordeste não é assim, Salvador tem um tipo de letra próprio e Fortaleza mistura o estilo de Salvador e do Rio de Janeiro.

Obviamente tudo somado a chance de despencar e quebrar membros, a bacia, a coluna ou mesmo o crânio é bem alta. E as vezes acontece mesmo.

Ainda assim os pichadores do Recife parecem ignorar o risco, ou quem sabe inclusive são atraídos por ele.

Evidente que o mesmo também ocorre em outras cidades.

Não foi o Recife quem inventou nem tem exclusividade.

Aqui em Curitiba há vários exemplos, inclusive fotografei um prédio alto no Centro riscado no teto e dali até o solo, em todos os andares.

Nele foi feito um ‘trabalho em conjunto’ com uma gangue de pichadores de Porto Alegre.

Ainda na Av. Norte. A maioria dos pichadores usa criação de SP, mas alguns preferem essa letra mais arredondada vista a dir. na cena, parecida com a usada no Rio e Fortaleza. Aqui flagramos os 2 tipos na mesma imagem.

Sinal que a técnica também é utilizada na capital gaúcha.

Também registrei o mesmo em diversas capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Belém do Pará.

E mesmo em cidades do interior/litoral como Santos-SP, Joinville-SC, Matinhos-PR.

Então, verdade, esse fenômeno não se restringe ao Recife.

Também na Zona Norte. Ampliei o nome da rua e as pichações, essas feitas na letra arredondada. Um dos pichadores pertence a ‘TOIC‘, ‘Torcida Organizada Inferno Coral’, do Santa Cruz (não sou torcedor desse time, apenas registro o que vi nas ruas).

Acontece que só o Recife conseguiu igualar Sampa nesse quesito.

Sendo que a capital paulista é uma das ‘mecas’ mundiais da pichação, ao lado de Nova Iorque/EUA .

A ousadia recifense, alias, ultrapassa as fronteiras de Pernambuco.

Maceió-AL, que é bem perto tanto geográfica quanto culturalmente, passa por uma tragédia, como vocês sabem.

4 bairros foram interditados em definitivo, estão afundando porque a mineradora Braskem cavucou o sub-solo de forma irresponsável.

Nessa imagem aparece o prédio também retratado acima da manchete. ‘Suburbano’ assinou aquelas barreiras de pedra do trânsito, uma letra em cada peça (uni no detalhe pra podermos ler a palavra).

20 mil pessoas perderam as suas moradias, infelizmente.

Uma região grande da capital de Alagoas virou uma enorme cidade-fantasma: todas as casas e prédios estão vazios, e aguardam demolição.

Pois bem. Os pichadores do Recife, que “não tem nada a ver com isso”, invadiram alguns dos prédios interditados e deixaram nas suas paredes sua assinatura indelével.

No detalhe como ficou o prédio abandonado marrom depois da passagem dos “artistas“. Essa imagem nas areias de Piedade resume o Recife: praias belíssimas, em compensação uma cidade conturbada com seus contrastes.

Ninguém pode entrar neles, quem for pego burlando irá pra cadeia não apenas pelo vandalismo mas pelo próprio desrespeito ao embargo judicial dos bairros.

o risco natural que envolve pichar prédios que falamos acima.

E ainda temos que considerar que os edifícios estão ameaçando cair a qualquer momento. Por isso foram interditados pra conversa começar!

Bem, há uma música em que o ‘repeiro’ estadunidense ‘Ice-T’ afirma ser “viciado no perigo”.

Talvez a graça seja essa . . . Por isso “a Cidade Sangue-Quente”.

Então vamos ver como são os prédios no Recife:

Atual bandeira de Pernambuco, a ‘estrela solitária’ representa o estado.

AS ESTAÇÕES DO ANO NO RECIFE:

‘QUENTE’, ‘MAIS QUENTE’, ‘AINDA MAIS QUENTE’ E ‘FERVENDO’

O Recife é quente. Em muitos sentidos. Alias nisso, como em muitas coisas, é diametralmente oposto a Curitiba.

Daí o “Choque Cultural” de um curitibano no Recife, que descrevi na abertura da série.

A origem do estandarte: em 1817 (Brasil ainda pertencia a Portugal) explode em Pernambuco a chamada ‘Revolução dos Padres’. Paraíba e Ceará aderem. Paraíba e Pernambuco, vizinhos e umbilicalmente ligados, adotam bandeiras-expelho pra marcar a insurreição. Essa é a bandeira pernambucana, o epicentro da rebelião: a cruz pela participação da igreja, o Sol e o arco-íris pra mostrar que dias melhores virão, e no alto as três estrelas são as três províncias rebeldes, PE, PB e CE.

O Brasil tem 27 capitais, a Federal e 26 estaduais (desde a Constituição de 1988).

Justamente Curitiba é a capital mais fria do Brasil, dentre todas essas 27.

Já nevou aqui duas vezes nas últimas décadas, em 1975 e 2013.

O Recife, inversamente, é uma das que faz mais calor. E bota calor nisso.

Alguns dizem que o Recife tem as quatro estações climáticas bem definidas:

‘Quente’, ‘Mais Quente’, ‘Ainda Mais Quente’ e ‘Fervendo ou Derretendo’.

Constatei – e fotografei – no Pina que nas regiões de classe média-alta é comum ter 5 ou 6 aparelhos de ar-condicionado funcionando em cada apê. No mínimo 3.

Bandeira da Paraíba adotada na revolta de 1817: similar a de Pernambuco, apenas o fundo é branco e o Sol tem rosto (como estava em voga na época. A Argentina surgiu mais ou menos no mesmo período, e o sol que adorna a sua bandeira – posteriormente também a do Uruguai – de idêntica maneira é humanizado); as 3 estrelas estão ali, igualmente.

Cliquei o mesmo em Salvador, alias. Nunca vi nada parecido no Centro-Sul.

Em Curitiba o apartamento mais valorizado é o que recebe mais Sol quando ele está mais forte, ao meio-dia.

No Recife, de forma análoga mas inversa, os apês mais caros na hora de comprar são os que pegam o Sol mais fraco, o do período da manhã.

Nos classificados o vocábulo usado aqui no Paraná é ‘Face Norte’, em Pernambuco ‘Nascente‘.

O 2º termo não é preciso explicar, o cômodo que pega a luminosidade e calor solares da manhã, quando o astro está nascendo, são mais frescos que os que recebem de tarde.

Placa atesta a existência do bairro do Pina, ignorado por alguns.

O sol se levanta no leste e se põe no oeste, como todos sabem. Mas no meio do dia ele se inclina pro norte.

Por isso as construções na ‘face norte’ são mais calorosas, pois são as diretamente iluminadas no horário mais quente do dia.

No Recife (e boa parte do Nordeste, Norte e Centro-Oeste) isso seria uma desvantagem. No gélido inverno austral brasileiro é uma vantagem.

Os apartamentos ‘face sul’ em Ctba. são gelados entre maio e agosto, alguns anos até entre abril e setembro (produzi esse texto em julho de 2021, estava especialmente congelante, temperaturas abaixo de zero e geadas severas).

Os do ‘poente’ no Recife são tórridos, praticamente o ano inteiro e muito mais no verão.

Por isso nos dois casos são mais baratos em relação ao lado oposto do prédio.

As próx. 6 tomadas são na Avenida Norte. Aqui outra placa de rua indica a entrada pros bairros Alto Zé do Pinho e Mangabeira (J. Pessoa também tem um bairro ‘Mangabeira‘ na periferia, na Zona Sul nesse caso).

“CORRIGINDO OS BAIRROS”:

AQUI O RECIFE E CURITIBA SE ENCONTRAM –

As capitais de Pernambuco e Paraná são cidades diametralmente opostas em muitos quesitos, inclusive no clima.

Entretanto num ponto são iguais: os moradores de ambas gostam de “corrigir” o nome do bairro que moram, escolhendo um que consideram mais ‘chique‘.

Essa foto e as próximas duas mostram a região dos bairros Alto Zé do Pinho e Morro da Conceição, no lado direito (de quem vem do Centro) da Av. Norte.

Fiquei hospedado no Pina, que obviamente é um bairro independente.

Ainda assim vários panfletos e propagandas dos comércios locais diziam que ali era “Boa Viagem“.

Me senti “em casa”. Aqui em Curitiba esse costume é crônico.

Quando alguém diz que mora nos bairros Fazendinha ou Campo Comprido, ambos na Zona Oeste, as vezes diz a verdade e realmente reside neles.

Todavia, muito mais comum o ‘sim’ que o ‘não’, na maioria das vezes a pessoa vive de fato na Cidade Industrial, o maior bairro de Curitiba, mas que por algum motivo não caiu no gosto de alguns.

É apenas um exemplo entre muitos. Muita gente que mora no Boqueirão, na Zona Sul, dá erroneamente seu endereço como ‘Vila Hauer’.

Morro da Conceição: a placa não é dessa rua mostrada na imagem, mas de uma paralela próxima. Destaquei os leões, símbolos da cidade; pichação com a letra redonda.

De volta a Z/O a maioria das vezes que a imprensa vai relatar algo que ocorreu no Butiatuvinha proclama que foi em ‘Santa Felicidade‘.

Alguns exemplos entre muitos. Como acabo de dizer, creio que seja o mais ‘curitiboca’ dos hábitos “retificar” o nome do bairro que mora.

No Recife, tão diferente de Curitiba em tanta coisa, encontrei o mesmo procedimento. Que coisa, né?

Além do trânsito na Avenida, vemos a sujeira eleitoral (era votação pra prefeito). Outro triste detalhe é o esgoto que corre a céu aberto mesmo nas avenidas principais, asfaltadas; realidade latino-americana que já registrei também em Fortaleza, João Pessoa, Belém e na Argentina (Buenos Aires e Córdoba).

NO RIO “OS MORROS”; NO RECIFE, “OS ALTOS” –

Como já foi cantado inúmeras vezes em verso e prosa, uma das características mais marcantes do Rio de Janeiro (que foi nossa capital por quase 2 séculos) é a presença dos morros por toda parte.

São a Glória do Rio; mas também seu maior desafio. Não é difícil entender o porque.

Dão a cidade uma forma única, que se traduz numa beleza sem paralelos no planeta.

Em compensação vários deles estão favelizados, não é segredo pra ninguém, o que faz com que o Rio tenha índices de violência urbana explosivos.

Também raramente igualados em outras metrópoles pelo planeta, mesmo em países que passam/passaram recentemente por guerras.

O termo “morro” está tão popularizado na cultura carioca – e por conseguinte brasileira – que passou a ser sinônimo de “favela“, mesmo em cidades que são planas.

Agora mirando o lado esquerdo da Avenida Norte, que está se tornando uma região de classe média-alta.

Do Rio nos ocupamos em outras oportunidades. Aqui, nosso tema é o Recife.

Fiz esse adendo pra colocar que a capital pernambucana tem seu próprio termo pra designar os bairros em ladeiras: O que no Rio de Janeiro é chamado de “morros” no Recife são os “altos”.

Alto Zé do Pinho (de onde veio o grupo de ‘rap’ Faces do Subúrbio, que nos anos 90 creio que era banda do Norte/Nordeste desse gênero mais conhecida nacionalmente), “Alto Stª Terezinha”, “Alto da Bondade”, “Alto do Capitão“, etc. . 

Nessa imagem e a seguir estamos ainda na mesma região mas já fotografando a Zona Oeste, na outra margem do Rio Capibaribe.

Pra citar só alguns, são muitos os “Altos”. Especialmente na Zona Norte (perto da divisa entre os municípios do Recife e Olinda), e em menor escala na parte da Zona Oeste próxima a Z/N.

A Zona Sul tem topografia menos acidentada, assim não tem tantos “Altos” se é que possui algum. E o Recife não tem Zona Leste .

Evidente, também se usa o termo “morro“. Tanto que ao lado dos “Altos” Zé do Pìnho, S. Teresinha e José Bonifácio está o “Morro da Conceição” – denominação chancelada pela prefeitura, por isso presente nas placas de rua emitidas pelo poder público.

(Esse é outro ponto diametralmente oposto a Ctba. . Podes estar certo que ‘o inferno irá congelar’ antes da capital do PR ter um bairro oficialmente chamado de “Morro qualquer coisa“.)

Voltando ao Nordeste: porém note que os “Altos” e “Morros” do Recife são em ladeiras, daí o nome.

Exatamente sobre a ponte. Vindo em sentido contrário micro ‘Complementar’ e um táxi. A pintura de ambos é parecida, branca com detalhes numa faixa vertical azul-clara.

Entretanto não ficam em encostas de montanhas íngremes como no Rio, Vitória do Espírito Santo, Florianópolis-SC e Santos-SP (pra citar alguns exemplos).

Nesse sentido a periferia do Recife se parece com a maior parte da periferia de São Paulo, as vias dos bairros são inclinadas mas eles não ficam em serras (em SP a exceção é a Zona Norte. Ali existem ocupações na Serra da Cantareira).

………..

Já seguimos com o texto. Antes, aproveitando o embalo da foto a esq., vamos ver como são os táxis em alguns municípios do Grande Recife.

Nas próx. 3 fotos a transformação de Casa Amarela e entorno, construções antigas simples perto de prédios novos e mais caros

Falando em táxi, no dia que ocorreu o 1º turno da eleições municipais eu estava no Recife. Fui de aplicativo até a Avenida Norte.

Ali andei pelo subúrbio da cidade, entrando brevemente nos bairros Alto Zé do Pinho e Morro da Conceição.

Pude conhecer um pouco da região. Algo que me chamou bastante a atenção é que a referida Avenida Norte parece um ‘portal inter-dimensional‘.

Notei que via não separa apenas os bairros, traçando seus limites físicos. Muito mais que isso:

A Av. Norte é o ponto de encontro de 2 realidades diametralmente opostas.

Próximas geograficamente mas que parecem galáxias a parte na dimensão social.

Quero dizer com isso o seguinte: os bairros a direita são os “Altos”:

Inclinados e com perfil típico de periferia, muitas casas sem acabamento.

O da frente sem elevador, o edifício mais novo não pode dispensar esse item. A seguir na mesma esquina, virei a câmera pra dir. .

A ‘Cidade da Laje’, onde os moradores por conta vão “enchendo lajes” e subindo mais andares em suas moradias.

Geralmente sem que nenhum engenheiro ou arquiteto assine a obra.

A esquerda o perfil era completamente distinto. Começa pela topografia plana.

Somado a isso, o bairro Casa Amarela e seus vizinhos está se tornando uma região de classe média-alta.

Os muitos novos edifícios ali erguidos são elevados, tanto no nº de andares quanto no valor dos apartamentos.

E ali, na Avenida Norte, os diferentes “mundos” se encontram (Curitiba também tem um desses ‘portais’, alias).

O que se configurou num paradoxo martelando em minha mente.

Em Casa Amarela, um… prédio amarelo!

Perto da virada pra década de 90 eu havia lido num jornal de circulação nacional que ‘Casa Amarela é um bairro da periferia do Recife‘.

No entanto andando ali em 2021 tive uma impressão completamente diferente.

Bom, até 1988 o Alto José do Pinho, que é uma das periferias mais emblemáticas da cidade, pertencia a Casa Amarela.

Se você olhar por esse ângulo, tudo faz sentido. Pode ser que a separação nem sequer houvesse ainda ocorrido.

Casa Forte, bairro vizinho.

E mesmo que a reportagem tenha sido escrita pouco depois do Alto Zé do Pinho já ter se tornado independente, quem sabe “a ficha ainda não havia caído” por completo.

Se o jornalista ainda incluía o Zé do Pinho na descrição quando quis dizer ‘Casa Amarela’, aí de fato a região era – e ainda é – de periferia..

Porém, do “outro lado” da avenida tudo mudou. Os bairros ali se aburguesaram e verticalizam muito, a olhos vistos.

Esse é o ponto. Mesmo na parte hoje mais cara a realidade era outra mais de 3 décadas atrás (escrevo em 2021).

Casa Amarela de fato tem padrão razoavelmente elevado, mas na amplitude que está hoje é um fenômeno recente.

De novo as flores brancas comuns por lá.

Nota-se no bairro que a imensa maioria dos edifícios são novos, construídos nas duas últimas décadas, quando não de pouquíssimos anos pra cá.

Talvez nos anos 90 não fosse assim, e Casa Amarela na época contava de fato um perfil mais misto, partes de burguesia mas certamente com grandes porções de classe trabalhadora.

Os prédios mais antigos, os que já têm várias décadas, são todos baixos sem elevador.

“Nem tudo são flores”: aqui e a seguir 2 favelas da região, a da dir. ao lado de um “shopping“.

De padrão bem mais simples. Observe mais um exemplo a direita.

Há muitas casas que vão no mesmo embalo, cliquei uma em que em pleno 2020 o carro da família ainda era um Fusca.

E nem mesmo dos Fuscas mais novos. Pelos faróis pequenos notamos que o veículo foi produzido no máximo nos anos 70.

Tá valendo. Percebe-se o bichinho bem-conservado, deve estar com a manutenção impecável.

Seja como for, ainda há porções humildes no bairro (inclusive algumas favelas).

Acontece que isso vem mudando, se tornando uma parte da cidade relativamente abastada.

Ao lado mais um exemplo. Repare nas flores, no canto inferior da imagem.

Na tomada a seguir amplio esse detalhe em escala maior.

 “AS FLORES DO RECIFE” –

Já que tocamos nesse quesito, aproveito e mostro algumas belas tomadas que me deparei da flora de Pernambuco.

Nas legendas identifico os respectivos bairros (ou o município, conforme o caso) onde fiz o registro:

Antiga Estação Central de trens, agora transformada em Museu Ferroviário.

FAVELAS DENTRO DA PRAIA, AGORA URBANIZADAS

No Censo de 1991 o IBGE afirmou que cerca de 40% das moradias do Recife eram precárias.

Em Fortaleza o número era um pouco melhor, por volta de 30%. Ainda assim bem alto.

Nas capitais do Centro-Sul como São Paulo, Curitiba e Florianópolis era perto de 10%.

O quadro, tanto no Norte/Nordeste quanto no Sul/Sudeste, melhorou nessas décadas de lá pra cá.

Aqui e a seguir 2 cenas da Avenida Boa Viagem. Um dominó pros aposentados se divertirem no fim-de-tarde.

Afinal houve intensa urbanização das favelas brasileiras no começo desse novo milênio.

A própria Brasília Teimosa recifense é um exemplo desse processo.

No século 20 era comum as capitais do Nordeste terem favelas nas praias.

Muitas vezes incrustadas ao lado dos bairros mais caros da cidade.

Brasília Teimosa era assim, não apenas os barracos invadiam as areias da praia.

Tire uma foto aqui e poste”, escrito no poste. Pronto, está postado.

Como havia palafitas mesmo dentro do mar, uma cena impressionante.

A partir de 2003 foi urbanizada, como já falamos nessa outra mensagem da série.

Em Fortaleza ocorreu o mesmo processo, apenas ele se iniciou uma década mais tarde.

Em 2011, quando estive lá, havia a favela Servilux, também nas areias da praia.

E isso na Zona Leste, que abriga as praias mais caras da capital do Ceará.

Ainda na beira dos muitos rios que cortam o Centro: estou numa margem e fotografo na margem oposta o prédio da prefeitura. No destaque a gravura de Luiz Gonzaga, o ‘Rei do Baião‘, um dos ícones da cidade.

Tive oportunidade de conhecer pessoalmente essa realidade, voltando a pé da Praia do Futuro, também na Zona Leste.

A Zona Oeste em Fortaleza é a porção mais periférica da cidade.

Nela haviam ainda mais favelas nessas condições, na região do bairro Barra do Ceará.

Em 2011 a urbanização de Servilux apenas se iniciava.

Placas no local avisavam pra reintegração de posse por parte da Marinha.

Estátua de Luiz Gonzaga no Centro. Alguém escreveu na árvore “Jeremias 51:17“.

Constatei pela internet, que tanto essa favela da Zona Leste quanto as outras – bem maiores – da Zona Oeste foram urbanizadas.

Como também foi feito no Recife, retiraram as casas da areia da praia.

Abriram uma avenida beira-mar, transformando o local num bairro normal.

De qualquer forma essa é a realidade na América Latina:

A maior parte de população vivendo em condições longe do ideal.

Cais da Alfândega”, Bairro do Recife“, diz a placa. Parte do Centrão tem o mesmo nome da cidade. Chamado então de ‘Recife Antigo’, pra diferenciar bairro de município, já que ambos são denominados ‘Recife’. Hoje o Bairro do Recife é uma ilha, mas nem sempre foi assim. Originalmente, e assim permaneceu até o início do século 20, havia um istmo que o conectava com Olinda – ou seja, ele era parte do continente, uma península do mesmo. Até que foi aberto um canal pra poderem ampliar o porto, tornando o ‘Recife Antigo’ uma ilha artificial.

“SINAIS ANTES DO FIM”:

EM MEDELÍM, E NO RECIFE TAMBÉM –

Em 2011, mesmo ano que fui a Fortaleza, visitei também a Colômbia.

Conheci a capital Bogotá e também Medelim, cidades que se recuperavam – especialmente Medelím – da sangrenta guerra que engolfou a nação nas 3 décadas anteriores.

O investimento no transporte coletivo foi parte fundamental desse renascimento.

Cali e Medelím foram o epi-centro dos “problemas”, sede dos respectivos ‘cárteis’ que levam o nome das cidades.

Medelím em 1995 inaugurou o primeiro – e por enquanto único – metrô da Colômbia.

Acontece que a Zona Central de ambas são em vales no meio de altas montanhas na Cordilheira dos Andes, com os bairros mais periféricos no alto desses morros.

Aqui e a esq., Praia de Candeias, Jaboatão, Zona Sul.  Um barco e a seguir um “buggie” que estava encostado num prédio.

O que inviabiliza por completo a construção desse modal ferroviário em muitos bairros.

Pra contornar esse problema, Medelím criou o “metrô-cabo”: uma rede de teleféricos integrada a estação do metrô.

Deu tão certo que a ideia foi copiada em Cali, e também em caracas/Venezuela, La Paz/Bolívia e Rio de Janeiro – infelizmente nesse último caso operou apenas 5 anos.

Porém não é sobre isso que quero falar, afinal foge totalmente ao nosso tema de hoje, que é o Recife. Contei tudo isso acima pelo seguinte.

A situação melhorou bastante na Colômbia, mas ainda há muito por fazer.

Em graus variados de urbanização das vilas, cerca de metade da população de Medelím ainda vive em favelas.

A maior parte dessas vilas nas colinas que cercam a cidade pelos 2 lados.

Ainda Jaboatão. Nesse dia trechos das praias da Zona Sul estavam cobertos por algas.

Peguei o “metrô-cabo” pra chegar aos morros da periferia da Zona Oeste medlinense. Conforme já contei antes:

   Aí me deparei com uma cena muito curiosa. O teleférico sobrevoa um riacho, no meio da montanha.

Numa de suas pedras alguém pintou o título “Sinais Antes do Fim, Lucas 21-7”. 

Escreveu em letras garrafais, dá para ler nitidamente lá de cima.

Postos salva-vidas são assim em Pernambuco.

Há o contraste entre o mineral negro e os escritos em branco.

Fui ler o versículo. Trata-se do que irá ocorrer indicando que essa civilização está nos seus últimos tempos, na visão dos que acreditam no Apocalipse.

Diz que “aparecerão os falsos profetas, e os que creem em Deus de verdade serão castigados pelos poderosos por sua fé.

No município do Recife os banheiros na orla são construídos de forma permanente, de tijolos. Minha esposa utilizou e disse que são limpos, pediu pra elogiar a prefeitura e a equipe da limpeza. Está feito.

Surgirão doenças e guerras, e por toda parte haverá destruição.

E por fim, quando chegar a hora final, as cidades serão arrasadas, devendo por isso quem estiver no campo ali permanecer.

Os que ainda estiverem nas cidades que a deixem o quanto antes”.

Citei o sentido geral do que está escrito na Bíblia.

Sem me preocupar em transcrever as palavras ‘ipsis-litteris’   ”.

Em Jaboatão (a orla é a mesma mas o município é outro) é diferente: os sanitários são ‘trailers‘ estacionados. Móveis ou fixos, o importante é que estão ali, servindo aos banhistas.

O mundo foi engolfado por uma grande confusão a partir de 2020.

Você sabe do que estou falando, basta ver as pessoas de máscara nas fotos.

Não vamos entrar na discussão sobre essa doença, porque aqui não é o canal.

Numa coisa creio que todos concordam, o planeta está completamente de pernas pro ar.

Com isso muitos creem que as Profecias começaram a se cumprir.

Assim, seguindo essa visão quem pintou as palavras na selva colombiana nas cercanias de Medelím ainda no começo desse século 21 é também um profeta, por nos alertar pras palavras do Profeta Bíblico.

Da Z/S vamos pra Zona Oeste: aqui e a seguir o Centro de Camaragibe, final de tarde.

E o que tudo isso tem a ver com o Recife? É bastante simples.

Como a foto que mostra a estátua de Luiz Gonzaga no Centro nos mostra, algo similar aconteceu em Pernambuco:

Alguém escreveu numa árvore na praça “Jeremias 51:17“. Diz esse Versículo e o seguinte:

“   Todo homem se tornou estúpido e não tem saber; Todo ourives é envergonhado pela imagem que esculpiu;

Comércio todo pichado até o teto (porque é o Recife!) e, num posto de gasolina, flagrei em 2020 um velho Volvo, fabricado nos anos 80.

Pois suas imagens são mentiras e nelas não há fôlego (ou seja, são desprovidas de Inspiração Divina).

Vaidade são, obra ridícula; no tempo do seu castigo virão a perecer.   ”

Como é óbvio pra quem conhece a Bíblia, Jeremias descreve a queda da Babilônia.

Que pra alguns é sinônimo de uma sociedade decadente, que perdeu a Fé.

Painel no aeroporto: Carnaval do Recife, ‘Galo da Madrugada‘ em ponte no Centro.

Certamente quem está pintando a referência bíblica no Centro do Recife vê dessa forma.

E mais, não precisa ser um gênio pra entender o que ele quer dizer:

Nossa civilização atual não se salva mais, pois se corrompeu além do ponto em que poderia ser recuperada.

O chamado ‘Ocidente’ teria se tornado, sempre seguindo essa mesma linha de raciocínio, uma ‘Babilônia Moderna’.

Onde, mais uma vez, “todo Homem se tornou estúpido e as obras são vaidade, totalmente desprovidas de Inspiração Divina”.

Obviamente quem entende as coisas dessa forma acredita que o chamado ‘Ocidente’, sendo a “Babilônia Moderna”, terá inevitavelmente que ter o mesmo destino da Babilônia original na narrativa bíblica.

Há várias estátuas do Galo pela cidade, é um dos símbolos do Recife; aqui noturna na Av. Boa Viagem, e a seguir no Centro (de costas porque cliquei do carro).

Quando eu estava no Recife e fiz a foto, nem sequer vi essa inscrição.

Apenas já em casa, em Curitiba, é que vi na hora de subir pra internet.

Então peguei a Bíblia pra ler esse versículo, que eu ignorava.

Conheço a mensagem da Escritura Cristã mas não cada detalhe dela.

Está registrado a mensagem dos “Sinais Antes do Fim” que vi no Centro do Recife.

Cada um que interprete o alerta como sua Consciência indicar.

Quem tiver ouvidos, ouça . . .

……..

Já que estamos por aqui, um ensaio fotográfico do Centro do Recife, a “Veneza Brasileira, com suas pontes e canais.

Avião da Aeronáutica na orla da Zona Sul, perto da divisa entre o Recife e Jaboatão.

“PELADAS NA PRAIA”:

COMUNS NO RECIFE, E EM SALVADOR TAMBÉM –

Constatei que o futebol ainda é imensamente popular em algumas partes dessa nação-continente.

Nas capitais pernambucana e baiana vi – e cliquei – as “peladas“ (que significa “partida entre amigos”. Se você pensou em outra coisa, tipo belas Mulheres num campo de nudismo, eu nada tenho a ver com isso….rs).

Eis exatamente o limite municipal. O carro branco em 1º plano ainda está em Piedade, Jaboatão. Os que ultrapassaram a placa já trafegam por Boa Viagem, Recife. No detalhe um calango que passeava pela praia.

Foi mais um aspecto do “Choque Cultural” que um sulista sente no Nordeste.

Explico. No Sul e Sudeste do Brasil é diferente. Claro que muita gente ainda gosta de um ‘futeba’.

Entretanto o número de praticantes desse esporte caiu mais da metade desde a virada do milênio, 2 décadas atrás.

Aqui em Curitiba só vemos garotos jogando futebol em quadras públicas nas vilas mais afastadas da periferia.

Nas regiões de classe-média ou as quadras ficam vazias ou a galera está jogando basquete.

Nem só tubarões frequentam as praias do Recife: placa da desova de tartarugas em Jaboatão – esse subúrbio metropolitano tem no brasão a frase (em português mesmo) “Pela Integridade da Pátria“, pela Batalha de Guararapes ter sido ali. E, como na capital, leões adornam o emblema.

Em seu lugar outras modalidades até pouco tempo atrás mais elitizadas, que pelo menos em Ctba. só eram praticadas nos clubes particulares, agora são vistas na via pública.

Entre 2018 e 2019 frequentei bastante a Zona Oeste da cidade, que é onde fica a Cidade Industrial (CIC).

Pra quem não é daqui, o CIC é o maior bairro de Curitiba em área, população e PIB.

É de moradia popular, a maior parte de suas vilas ainda é de perfil de classe trabalhadora.

Inclusive 20% das favelas de Curitiba (em diferentes graus de urbanização) são no CIC.

Na Vila Santa Helena, Morro da Esperança e Morro do Piolho, nessa mesma C. Industrial, as praças públicas sempre tinham jovens jogando futebol.

Também na praia entre Piedade e Candeias, pescador trabalha. Ele cavuca a areia pra capturar iscas, pequenos moluscos e larvas que depois serão usados pra atrair os peixes.

Como até o nome de algumas vilas indicam, trata-se da periferia da cidade.

Porém pra chegar ao CIC eu passava pelo complexo esportivo que há na Avenida Artur Bernardes, no bairro Santa Quitéria.

Também é Z/O, mas um perfil bem distinto, de classe média pra média-alta.

Então. E ali no Stª. Quitéria ninguém jogava futebol, só basquete – as traves da quadra foram até retiradas!

Próx. 4 imagens em Candeias, Jaboatão. Ao contrário de Piedade que faz divisa com Boa Viagem, ela é mais longe do município do Recife. Assim até pouco tempo atrás não era tão aburguesada. Veja esse prédio, a 2 quadras do mar. Não estou criticando, eu certamente gostaria de morar nele se pudesse. Ainda assim, de um padrão mais popular – a 2 quadras do mar, repito.

Também se praticava muito tênis, e eventualmente até fute-vôlei. Mas futebol nunca.

Na Zona Norte é o mesmo. Aqui no Jardim Aliança, em Santa Cândida (ainda no município de Curitiba mas no limite dele) a quadra de futebol sempre tem público.

No Juvevê, entretanto, que é um bairro na divisa com a Zona Central e portanto de padrão bem mais elevado, só vejo basquete sendo praticado na praça.

No começo dos anos 2000 eu jogava futebol nesse local. Hoje não seria mais possível.

Entre muitos outros exemplos. Passei minha adolescência no Cristo Rei, entre as Zonas Central e Leste.

Entretanto, de algumas décadas pra cá os prédios erguid0s em Candeias são assim, ao menos na orla. Não é preciso explicar mais.

Nas quadras do Jardim Ambiental havia futebol todos os dias, mesmo de 2ª a 6ª.

Nos fins-de-semana então a procura era tanta que chegavam a formar 3 ou 4 times “de próxima“.

No começo de 2020 passei no Jd. Ambiental um sábado a tarde de SolNinguém jogava futebol.

As quadras estavam vazias exceto por pais que brincavam com os filhos pequenos. 

“Maior Hospital Veterinário da Zona Sul”, diz a placa. A própria inauguração de um hospital veterinário particular já mostra que o padrão do bairro vem se elevando, sobra dinheiro no orçamento prum tratamento melhor pros bichos.

E foi antes da epidemia de Corona-Vírus (assunto polêmico, que não iremos debater aqui).

Minha visita ao bairro que morei 9 anos ocorreu na virada de janeiro pra fevereiro.

Não foi por causa da doença, não havia ainda qualquer isolamento social, que só se iniciou 2 meses depois, no fim de março/20.

Os campos de futebol serviam apenas de ‘parquinho’ pros miúdos porque os jovens da burguesia não se interessam mais por esse esporte, ponto final.

No Nordeste presenciei algumas vezes futebol na praia. E achei que lá esse divertimento ainda é mais praticado que no Centro-Sul do país. Mas pensando bem . . .

FUTEBOL NA ZONA NORTE;

NA ORLA DA ZONA SUL FUTE-VÔLEI E BASQUETE

Prédios antigos com menos andares. Os novos lançamentos são bem mais altos.

Vi gente jogando futebol nas quadras públicas, 2 vezes no Recife e 1 em Salvador.

No entanto, refletindo me dei conta que no Recife em ambas as vezes foi na Zona Norte.

Uma em Olinda (em Casa Caiada) e outra no município do Recife mesmo, entre as Zona Central e Norte.

Tirei a foto em Boa Viagem (1º plano). Vemos também a linha de prédios de Piedade ao fundo – a esq. mesma cena ampliada.

Na Zona Sul vi gente jogando basquete, fute-vôlei e tênis. Mas futebol nunca.

Não é segredo pra ninguém que a Z/S do Recife é muito mais aburguesada que a Z/N.

Em Salvador foi em Ondina. Embora esse seja um bairro de classe média-alta, também tem diversas favelas nos morros.

Pode ser que a rapaziada que batia uma bola morasse nelas.

Talvez, como já escrevi na legenda das fotos acima, no Nordeste o futebol também seja uma diversão mais comum entre as classes populares hoje em dia.

Pode ser que, como no Centro-Sul, os jovens mais aburguesados estejam migrando pra outras modalidades.

Boa Viagem, mas bem próximo a Piedade. Por isso se virar a esq. chegará a Prazeres e Porta Larga, bairros de Jaboatão.

Afinal, fiquei só 5 dias no Recife. Mas o que presenciei lá foi o mesmo que em Curitiba:

Futebol nas partes mais populares, basquete, fute-vôlei e tênis nas regiões abastadas. Está feito o registro.

BEM DIFERENTE:

NO NORDESTE O MERCADO AINDA É DO POVO –

Essa e a seguir de volta ao Centro: moderno articulado do Via-Livre cruza a ponte.

Agora, há algo que no Nordeste ainda é popular: os mercadões de rua.

Fui conhecer o ‘Marco Zero’, marquei no aplicativo pra descer no ‘Cais de Santa Rita’.

Pois bem. O motorista nos deixou próximo de onde queríamos ir, mas pra chegar até o local era preciso atravessar uma região do Centro onde há um mercado.

A esquerda as bicicletas que um banco disponibiliza pra aluguel. Quase no meio da imagem a cobertura de um mercado.

O ‘Marco Zero’, que é uma parte turística bem bacana, como já falei acima e todos sabem.

Esse mercado entretanto não é turístico, e nem teria como.

No Centro-Sul os Mercados Municipais viraram ‘chiques’.

São frequentados pela classe-média, os de Curitiba e São Paulo com certeza.

Os prédios são os mesmos da tomada anterior, agora vistos pelo ângulo oposto. Brasília Teimosa em 1º plano, aqueles 2 prédios marcam o começo do Centro ao fundo. Era dia útil, e a Praia do Pina estava vazia por motivos óbvios. Mas em ‘Brasília’ os guarda-sóis eram muitos e estava lotados. Não é um julgamento, que fique bem claro. Nas regiões mais humildes as opções de lazer são escassas. Assim, é natural que as pessoas vão pra praia congregar, pois o acesso é público e gratuito. Se eu ou você morássemos em Brasília Teimosa provavelmente também passaríamos boa parte de nosso tempo livre tomando banho de mar – de preferência um petisco a seguir, porque ninguém é de ferro.

O Mercado Municipal curitibano, alias, tem praça de alimentação igual a de um “shopping”.

Em São Paulo as lanchonetes ainda são em meio as bancas, no entanto o sanduíche de 250g de mortadela (num único pão) também é um muito famoso, muita gente vai ali só pra experimentar a iguaria.

Pois bem. No Nordeste não é assim, os mercados públicos não se parecem com centros comerciais de grife nem têm ícones conhecidos entre a burguesia. Ainda frequentados pelo povão.

Exercem, em pleno século 21, o mesmo papel pra que foram criados séculos atrás:

O de ser um ponto popular de venda de gêneros alimentícios, privilegiando o baixo custo ao luxo.

Na Paraíba e Ceará inclusive presenciei o comércio de animais vivos nos mercadões.

No Recife não chegou a tanto, mas enfatizo que tanto em Fortaleza quanto João Pessoa vi sim comércio de galinhas e até de bodes.

Aqui e nas próx. 3 imagens voltamos ao Centro: nessa outra colagem (percebe a emenda; a intenção não é enganar ninguém, somente mostrar ângulo maior que seria possível com apenas uma única foto).

Porém ambos os mercados citados eram na periferia, alias os dois em subúrbios metropolitanos da Zona Oeste dessas capitais:

Me refiro os mercados de Santa Rita e Caucaia, respectivamente.

Enquanto que na capital pernambucana o único mercadão que pude passar era em pleno Centro.

Então não vi nem aves e muito menos mamíferos vivos sendo vendidos.

Talvez se eu fosse em um mercado do subúrbio recifense veria a mesma cena.

Seja como for, em todos os casos entorno dos mercados têm o burburinho típico que seria de se esperar.

Curiosa estátua na beira-rio.

Acho que entendeu o que quero dizer, como disse e é óbvio não é uma parte turística.

No Nordeste, os mercadões ainda são populares. Bem diferente do Sul e Sudeste.

O Mercado Municipal de Curitiba é tão procurado pelos visitantes de outras cidades que tem um ponto da Linha-Turismo bem em frente.

GUARARAPES:

Praça da República, onde fica o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco (destaquei as placas) – como era sábado nesse dia e não havia expediente, a área foi isolada por razões de segurança. Essa imagem encerra a sequência do Centro.

“BATALHA FORMADORA” DO EXÉRCITO BRASILEIRO –

O Monte dos Guararapes, que desde 1989 nomeia Jaboatão, foi onde foi travada a chamada ‘Batalha Formadora’ do Exército Brasileiro.

É sabido que logo após a metade do milênio passado diversas potências europeias disputavam território pra formar colônias no chamado ‘Novo Mundo’.

(Evidente que a América não foi “descoberta” quando Cristóvão Colombo aportou na República Dominicana, e se tivesse sido seria somente pros europeus.

Comércio na entrada de uma pequena favela entre as Zonas Central e Norte.

Uma vez que aqui já habitavam Homens e Mulheres a muito tempo.

Portanto o “descobrimento” é apenas do ponto de vista eurocêntrico. Isso muito bem registrado, sigamos.)

No século 17 veio a Holanda, invadiu e abocanhou boa parte do Nordeste brasileiro.

Fundando assim a Nova Holanda, que tinha capital no Recife.

Foto na beira-mar em Olinda que mostra o Centro do Recife. Aqueles 2 prédios mais altos no meio da imagem são os mesmos clicados de Brasília Teimosa e do mercado no Centrão, mostrados um pouco acima na página.

O comandante de tudo era, evidentemente, Maurício de Nassau.

Que renomeou Recife em homenagem a si mesmo, virou a “Cidade de Maurício”, “Mauristad” no original.

Natal-RN foi rebatizada ‘Nova Amsterdã’. Assim a América teve por um tempo duas ‘Novas Amsterdãs’.

Pois a atual Nova Iorque-EUA também pertencia a Holanda, e tinha a mesma denominação.

Ao fim os holandeses foram expulsos da maior parte da América.

OLINDA, “CIDADE-MÃE DE PERNAMBUCO“: Criada em 1535, foi ela que fundou o Recife, 2 anos depois. Aqui a Igreja da Sé, e nas próx. 10 fotos o roteiro que fiz em Olinda, uma tarde caminhando pela cidade mais antiga do Brasil excluindo o Litoral Paulista.

Escorraçados tanto aqui do Sul quanto do Norte de nosso continente.

Malgrado o grande esforço, nenhuma das ‘Novas Holandas’ vingou.

Os holandeses, enquanto ali dominaram, alteraram também o nome da atual João Pessoa.

Que passou a se chamar Fredericoburgo (1634-1654). No original, ‘Frederikstad.

Portugal nunca se conformara com essa invasão por motivos óbvios.

E sempre organizara guerra de guerrilhas pra tentar fazer os holandeses se retirarem.

Bairro de periferia próximo ao Centro, na parte alta de Olinda. A porta das casas sai direito na rua, típico dos bairros populares no Nordeste (e também Argentina e Chile).

Se a Nova Holanda vingasse, seria o fim do império luso na América.

Outras potências europeias viriam na sequência tomar mais território de Portugal, incentivadas pelo sucesso holandês.

Mesmo que não desencadeasse ações-espelho, a Nova Holanda em si mesma era o fim do sonho português.

Até por ser do lado de Salvador. Os holandeses, alias, tentaram duas vezes invadir a atual capital baiana.

Desci em direção ao mar por essas ladeiras. Note a falta de saneamento básico, o esgoto corre a céu aberto.

Que era a então capital do território português na América:

Uma antes de tomar Recife e fundar a Nova Holanda, e outra depois, tentando ampliá-la.

Deixando claro que o objetivo dos holandeses era mesmo a expulsão de Portugal da América.

Não por acaso Maurício de Nassau nomeava até a capital da Nova Holanda, pois ele era definitivamente o cabeça da empreitada.

Antes de sua chegada e principalmente enquanto ele esteve no comando, a Holanda só perdeu duas batalhas:

O farol, que está nesse local desde 1941.

Justamente as duas tentativas frustradas de se apossar de Salvador.

Que é muito bem defendida por estar numa península, frustrando ataques por terra.

A invasão tem que ser por mar, e aí basta um forte com potentes canhões pra pôr a pique os navios inimigos.

Assim, ele tentou 2 vezes, a Bahia não caiu em mãos holandesas.

Na beira do mar praça com várias peixarias.

De resto, Maurício de Nassau e seus antecessores venceram todos os outros confrontos militares contra Portugal.

Estendendo a Nova Holanda dos atuais Sergipe até o Maranhão, todo o atual Nordeste exceto a Bahia, resumindo.

Casas muito antigas na avenida. Essa parte da praia, perto do farol, é mais humilde.

Entretanto, pra sorte de Portugal (e posteriormente do Brasil), a coroa holandesa não teve essa visão.

E Maurício de Nassau foi demitido do comando das ‘Indias Ocidentais’ holandesas, a empresa do governo holandês pra explorar as colônias americanas.

Teve que voltar pra Europa. Acharam que sob sua direção a Nova Holanda não dava tanto lucro quanto poderia.

Caminhando pra Casa Caiada a orla vai se aburguesando, surgem hotéis e restaurantes, mas ainda sem prédios altos no bairro.

Não consideraram que ele tinha que defender militarmente o território, antes de desenvolvê-lo economicamente.

Pois as investidas de Portugal eram permanentes, fustigavam o tempo inteiro a Nova Holanda.

Na intenção que até que cansados das baixas em termos humanos e financeiros os holandeses achassem melhor fazer as malas e ir embora.

Maurício de Nassau era excelente urbanista, melhorou muito o Recife.

Fim-de-tarde gostoso de sábado, os restaurantes aproveitam esses diques de pedra e instalam as mesas sobre as ondas.

Construindo muitas pontes, canais, bibliotecas, jardim botânico.

Seus feitos são amplamente reconhecidos em Pernambuco.

Era também excelente analista militar. De fato não conseguiu tomar a capital da colônia lusa.

Só que não consideraram que essa cidade era bem mais fortificada por sediar o governo, fora que a geografia ajuda.

Seguindo mais um pouco na mesma avenida e aí vemos prédios e centros de compra.

Exceto por Salvador enquanto ele esteve ali em incursões fulminantes furou facilmente as defesas e a seguir repeliu os contra-ataques de Portugal.

A Holanda saiu vitoriosa em todas as batalhas, ofensivas e defensivas, em que tomou e resguardou seu território.

Portanto, o retorno de Maurício pra Europa foi um erro fatal, sob o ponto de vista do invasor.

Sem o mentor da ocupação holandesa, que inclusive nomeava a capital, as forças portuguesas ganharam novo fôlego.

Iates e espigões: estamos chegando a Casa Caiada.

E enfim conseguiram começar a virar o jogo, fazendo os holandeses pela primeira vez recuarem.

Assim, o exército português avançou rumo ao objetivo final.

Que era, logicamente, a tomada da cidade do Recife, capital da Nova Holanda, pros holandeses chamada ‘Mauriciópolis’.

Escultura pra Olinda, “Cidade-Mãe de PE“. Era véspera da eleição, daí as bandeiras.

As tropas portuguesas eram mestiças. Haviam portugueses mesmo, aliados a índios, negros e brancos pobres nascidos no Brasil.

Entre 1648 e 49 ocorre a famosíssima Batalha de Guararapes já nas cercanias do Recife.

Portugal enfim bateu a Holanda num embate importante, após longa série de derrotas.

Próx. 3 imagens feitas na Avenida Norte: ainda na Z/N, mas agora no município do Recife. Ao fundo o Alto José do Pinho.

Na prática, esse foi o momento que acabou a Nova Holanda.

Alguns holandeses ainda permaneceram por aqui, mas já sabendo que o fim era inevitável.

Em 1654, enfim os últimos holandeses se retiraram, dissolvendo de forma oficial a possessão.

Em 1661, a Holanda ratifica, no papel, a soberania portuguesa. O Brasil existe pela Batalha de Guararapes.

O termo “altos” no Recife é mais ou menos equivalente aos “morros” do Rio: bairros de periferia em locais inclinados.

O fim da Nova Holanda, e a retomada de todo o Nordeste pra Portugal, foi um recado claro a todas as potências europeias:

A coroa lusa não pouparia esforços pra manter o que hoje é o Brasil sob sua guarda.

A Batalha de Guararapes é a Gênese do exército brasileiro, seu maior orgulho.

Nota que os “altos” são em ladeiras sim, mas não em encostas de montanhas.

Por exemplo. O primeiro bairro que eu morei em Curitiba foi o Portão, na Zona Sul. E o prédio fica exatamente na … Rua Guararapes.

As homenagens são merecidas, por ser o combate que fez com que nosso país existisse.

Já que ainda que tardiamente reverteu uma enorme sequência de derrotas contra um adversário mais estruturado.

Vamos pro Oeste“: as próx. 5 imagens são na Z/O. Aqui o Sine (Ag. do Trabalhador) no Centro de Jaboatão, o “Jaboatão Velho”.

E por ter tido em suas fileiras a presença de todas as raças em suas tropas.

Assim como a Batalha de Riachuelo na Guerra contra o Paraguai é o orgulho da marinha, dois séculos depois.

A história sobre a por nós chamada ‘Guerra do Paraguai’, pros paraguaios a ‘Grande Guerra’ ou ‘Guerra de 1870’ eu já contei com mais detalhes em texto específico.

Essa e a seguir são na mesma praça, já no município do Recife. Vemos inclusive um taxi.

Voltando ao Nordeste e ao século 17, assim a “Cidade Maurício” deixou de existir, voltou a se chamar Recife.

A atual capital paraibana também perdeu o título holandês, Fredericoburgo.

Bem, acho que essa cidade bate o recorde mundial de mudança de nome:

Mesmo na periferia, a maioria das casas usa telha de barro. No Sul, Sudeste, Centro-Oeste e na Bahia, no subúrbio a cobertura é quase sempre de eternit. Recife é uma transição. Quem pode utiliza telhas, mesmo nas favelas, mas há casa de eternit. De João Pessoa a São Luís-MA, passando por Fortaleza, Natal e Teresina-PI, praticamente só se usa telha de barro, até dentro das favelas. Porque essas cidades são muito quentes, então a telha mesmo sendo mais cara é escolhida pra dar conforto térmico. No Recife a imensa maioria das casas é de telha como nota, mas há algumas de eternit (próxima imagem).

Foi fundada em 1585 como “Cidade Real de N. Srª das Neves.

Depois já se chamou Filipéia (“Philipéia de N. Srª das Neves”), Fredericoburgo (“Frederikstad”), Cidade da Paraíba (“Parahyba”, o nome que durou mais tempo entre todos, 276 anos).

Em 1930 muda pra “João Pessoa, desde que o governador da Paraíba, o próprio João Pessoa, foi morto a tiros – alias o atentado ocorreu no Recife.

OLINDA, “CIDADE-MÃE” –

São Vicente (na Grande Santos, Litoral Paulista) é a cidade mais antiga do Brasil. Foi fundada em 1532.

Por isso denominada ‘Celula-Mater’. Pois bem. São Vicente é ‘a Cidade-Mãe do Brasil’.

Então Olinda é Cidade-Mãe de Pernambuco. É somente 3 anos mais nova que São Vicente.

A imagem a seguir é a mesma em escala maior, mostra em detalhe o “alto”.

De 1535, Olinda é assim a 3ª cidade mais velha do Brasil.

(Só atrás da própria S. Vicente e Cananéia no Litoral de SP.)

Foi fundada junto com Igarassú, também em Pernambuco, e pouco antes de Vila Velha (na Grande Vitória-ES).

Olinda, a 1ª capital de Pernambuco, fundou o Recife, em 1537. “Seu primogênito”, como o poeta definiu.

Porém acontece que os holandeses não gostavam de Olinda.

Por considerar difícil de defendê-la militarmente de ataques navais estrangeiros.

Saquearam os palácios olindenses e depois incendiaram a cidade.

PINA, BOA VIAGEM, PIEDADE E CANDEIAS: 16 KM A PÉ PELA ORLA DA ZONA SULMeu último dia no Recife eu passei da melhor forma possível, caminhando de Candeias até o Pina. Foram 9 horas a pé pelas areias das praias recifenses. Vou mostrar meu roteiro, mas invertido do que fiz. Começo pelo Pina nas próx. 4 tomadas e 2 galerias a seguir.

Completaram a despossessão transferindo a sede do poder pra vizinha Recife.

Porém o tempo passa e acontece a queda da ‘Nova Holanda’ na derrota de Batalha de Guararapes.

(Ocorrida em 1648/49, ratificada por tratado em 1661.)

Olinda foi restaurada como capital de Pernambuco, posto que ocupou até 1837.

Quando a capital (da então província, hoje estado) foi transferida em definitivo pro Recife.

Traçando um paralelo histórico, Paranaguá se denomina ‘Mãe do Paraná‘.

Por ter sida a primeira cidade fundada no atual território paranaense.

Porém note que a colonização do Sul se deu bem depois da do Nordeste. Paranaguá é de 1648.

Destaquei no detalhe que na classe média-alta é comum cada apê ter 5 ou 6 aparelhos de ar-condicionado funcionando. No mínimo 3. Fotografei o mesmo em Salvador.

Sendo portanto a pioneira cidade paranaense mais um século mais nova que Olinda e Recife (tem 113 e 111 anos a menos, respectivamente).

Me lembrei igualmente de Assunção/Paraguai, que se denomina a ‘Mãe de Cidades‘. Também é antiga, do ano de 1537.

A capital paraguaia fica as margens do Rio que nomeia o país. De seu porto partiram os colonizadores que fundaram inúmeras cidades.

Não apenas em sua própria nação mas também na Argentina, Bolívia e Brasil. De Assunção zarparam inclusive os Homens que re-fundaram Buenos Aires/Argentina.

Pois a B. Aires original, que é mais velha que Assunção, fora destruída por ataques indígenas.

Dessas cidades mais ao sul do continente já falamos em outras ocasiões.

Hoje aqui nosso tema é Pernambuco, cuja ‘mãe’ simbólica é Olinda.

……..

Acima a dir. e ao lado o anoitecer no Pina. Emendo com galeria mostrando o mesmo prédio visto a esquerda.

Prédios em 1º plano no Pina, ao fundo em B. Viagem.

“DA LAMA AO CAOS”:

ASSIM É O RECIFE, BELO E CONTURBADO –

Pra fechar, iremos mais uma vez ter que falar da violência urbana.

De novo comparando o Recife com Curitiba, mote dessa série de escritos.

Placa prova que chegamos a Boa Viagem, praia mais badalada de Pernambuco. Foto a dir. a poucas quadras dessa, ciclovia em uso.

Evidente que esse problema é nacional e mesmo assola boa parte da América Latina e também África.

As duas principais metrópoles brasileiras, Rio e São Paulo no Sudeste, da mesma forma enfrentam situações gravíssimas nesse quesito.

Inclusive as vezes com insurreições abertas de grupos armados.

Curitiba, tão versada na mídia como sendo uma capital “de Primeiro Mundo”, igualmente é bastante violenta.

Moro no bairro Santa Cândida, na Zona Norte, na divisa com os subúrbios metropolitanos de Colombo e Almirante Tamandaré.

No final de junho de 2021 ouvimos perto das 8 da noite algo que soou uma execução na esquina:

Descarregaram uma arma em alguém, a seguir um carro saiu em disparada.

Próximas 9 imagens: Boa Viagem. Aqui e a dir. a praça que leva o nome do bairro. A igreja, N. Srª de  Boa Viagem, é de 1707.

Um ano antes, em julho de 20, eu e minha esposa fomos assaltados por motoqueiros a mão armada, a 300 metros aqui de casa.

Morei 15 anos no Boqueirão, na Zona Sul, outro bairro da periferia da cidade.

Nesse período fiquei sabendo de dezenas de assassinatos que ocorreram nas imediações.

Inclusive uma vez igualmente ouvi o linchamento de um vizinho – na festa de aniversário dele!

A morte ocorreu exatamente porque os “manos” da vila invadiram a comemoração sem convite.

Ao serem postos pra fora acabaram por executar aquele Homem, que trabalhava e não tinha inimigos, com suas próprias mãos.

Escutei claramente tudo de minha casa, pois era meu vizinho de muro. Ele vendia carros usados.

No começo da semana seguinte os veículos continuavam parados na rua com o preço no para-brisas.

Entretanto não podiam mais ser comercializados porque o dono já não estava mais nesse mundo.

Foi triste. E repito, apenas uma das dezenas de mortes violentas que ocorreram na divisa entre Boqueirão e Uberaba no período, felizmente a única que fui testemunha auditiva.

E essa situação, de banalização do ato de se tirar a vida de um ser humano, se repete em diversos bairros da periferia, tanto municipal quanto metropolitana.

Não devemos nos focar em coisas negativas. Tive que fazer esse lamentável adendo apenas pra mostrar que Curitiba também é uma cidade violenta, e bastante violenta por sinal.

Em diversas escalas o mesmo se repete em quase todas as capitais do Brasil, bem como nas maiores cidades do interior.

A diferença entre o Recife e Curitiba nessa triste competição é que a capital de Pernambuco enfrenta essa problema a bem mais tempo que a capital do Paraná.

Boa Viagem tem o m2 mais caro de Pernambuco, então logicamente os prédios da beira-mar são altos, pra não desperdiçar espaço.  São comuns espigões de 40 andares, que no Paraná são raros.

O Brasil teve desde o final do século 20 diversos ciclos de aumento de violência.

Algumas capitais, como o Rio, São Paulo – e o Recife  – se tornaram bastante problemáticas nesse ponto já nos anos 80.

A década de 80 (como quem tem idade suficiente se lembra bem) que marcou a transição do fim da ditadura pro retorno a democracia foi bastante tumultuada:

Sucessivos planos econômicos, todos eles fracassados após alguns meses.

Instabilidade política e social. Tentaram assassinar algumas vezes o primeiro presidente civil.

Com os meios mais inusitados, usando desde picaretas até aviões e ônibus urbanos sequestrados.

Viaturas de polícia eram incendiadas no epicentro mesmo do poder, a Esplanada dos Ministérios em Brasília-DF.

No entanto a parte de Boa Viagem mais distante, na divisa com Jaboatão, ainda não é tão verticalizada, vários prédios são baixos, mesmo os mais novos e na beira-mar.

Saques de supermercados começaram a ocorrer em diversas capitais, notadamente no Rio de Janeiro – que até pouco mais de 2 décadas antes era a capital nacional.

Paralelamente a isso, também na capital carioca os “comandos” começaram a organizar suas bases nos morros, processo que foi bastante sangrento por sua própria natureza.

Além do Rio, São Paulo e o Recife se tornaram metrópoles bastante conflagradas pela violência urbana, já nos anos 80.

Em menor medida Porto Alegre e Belo Horizonte também tiveram aumento no número de crimes nesse período, mas nas capitais gaúcha e mineira de forma não tão aguda.

Então. Curitiba, o Centro-Oeste, o Norte e o Nordeste fora o Recife não foram tão atingidos por essa primeira onda de aumento na violência urbana que ocorreu nos anos 80.

Exatamente no limite municipal Recife/Jaboatão há uma quadra inteira praticamente desocupada, só há no enorme terreno uma moradia simples.

Ao contrário. Até a metade dos anos 90 Curitiba era uma cidade extremamente pacata pros padrões brasileiros.

A capital paranaense teve em 1994 cerca de 50 assassinatos.

Isso no ano inteiro (só o município, sem contar a região metropolitana). São Paulo, como comparação, registrava 5 mil homicídios anuais no começo da década de 90.

A população da capital paulista era cerca de 8 vezes maior, mas com 100 vezes mais mortes não é difícil concluir que a violência na maior cidade do Brasil era mais de 10 vezes pior per capita que em Ctba. .

Piedade, perto de Boa Viagem: casas e prédios baixos mesmo na beira-mar.

Por conta do que estou falando. SP, o Rio e também o Recife se tornaram cidades muito violentas antes que a maioria de suas colegas de outros estados.

Aí, quando começamos a nos aproximar da virada do milênio, o Brasil passou por uma segunda onda de aumento da criminalidade.

Dessa vez Curitiba, Florianópolis-SC e o Norte e todo o Nordeste foram atingidos em cheio.

Nas próx. 5 imagens vamos ver a parte mais verticalizada da orla de Jaboatão. As 4 primeiras na praia, evidente.

Em 2010 a capital do PR teve mais de 900 assassinatos.

(Somente o município, e esse são os dados oficiais. Na verdade ultrapassou a marca do milhar.)

Veja: de 1994 a 2010 Curitiba passou de 50 mortes violentas por ano pra quase 1.000.

Multiplicou por praticamente 20 vezes em apenas uma década e meia.

Enquanto isso em São Paulo nesse novo século esse tipo de crime caiu quase 80%.

Das 5 mil ocorrências em 1991 conseguiu reduzir pra 1,2 mil no começo da década de 10.

Ou seja, um pouco acima de mil. Curitiba ficou um pouco abaixo de mil.

Acontece que a população paulistana era 6 vezes maior que a curitibana no Censo de 2010 (11 milhões contra 1,8 milhão).

Fazendo as contas você vê na ocasião do Censo de 1991 São Paulo era 10 vezes mais violenta que Curitiba em termos proporcionais.

Entretanto em 2010 havia invertido, era Ctba. quem tinha 5 vezes mais mortes em relação ao número de habitantes.

Reverteu totalmente a popularidade. Não apenas em relação a Ctba. .

No detalhe os barquinhos de pesca.

São Paulo se tornou a capital mais calma do Brasil, mais até que Florianópolis, que por décadas ocupou esse posto.

Lembre-se, estamos contabilizando apenas os homicídios, que foi onde SP teve a maior melhora.

No quesito de roubos a mão armada o problema continua gravíssimo na capital paulista.

Agora na avenida principal do bairro, a 2 quadras do mar. Destaquei a placa de uma transversal que leva o nome da cidade de Campina Grande, na vizinha Paraíba.

Porém não resta dúvida que o atentado contra a vida é o mais grave dos crimes, por ser irreversível.

Curitiba foi o exemplo típico do que ocorreu na 2ª onda de aumento de violência no país a partir dos anos 90.

Em Florianópolis aqui no Sul e o Norte e boa parte do Nordeste também ocorreu o mesmo.

A seguir após esse pico tenebroso houve significativa melhora em muitas capitais.

Voltamos ao Pina, na capital.

Na década de 10 (séc. 21) Curitiba conseguiu reduzir pra um terço o número de assassinatos em relação ao auge de 2010.

Assim em 2020 esse crime ocorreu oficialmente na média de um por dia no município.

Mesmo com a significativa melhora ainda é mais violenta que SP contando por habitante.

Outras cidades brasileiras, incluindo Belém do Pará e o próprio Recife, também tiveram queda no número de mortes ‘per capita’, ou ao menos uma estabilização mais recentemente nesse novo século (o texto é de 21).

Daqui até o fim vamos ver 3 imagens do mesmo local – a janela do apartamento que me hospedei – em diferentes horários. Viro a câmera pra praia. Ainda é noite alta, eis a esquina da Rua do Atlântico com Avenida Boa Viagem.

Já que em muitas ocasiões na série que escrevi sobre o Recife comparei-o com Curitiba, o veredito é esse:

Tanto a capital do Paraná quanto a de Pernambuco são cidades bastante violentas.

A diferença é que o Recife atingiu esse estágio de ‘Guerra na Cidade” antes, junto com o Rio e SP, ainda nos anos 80.

Ctba. e muitas outras capitais como Florianópolis, Manaus ou João Pessoa passaram por isso depois, de próximo da virada do milênio pra adiante.

Seja como for, hoje a violência urbana é uma chaga gravíssima em nosso país, em quase todas as suas capitais e mesmo cidades médias do interior.

Foto feita as 4:39 da manhã, o Sol começa a surgir no Oceano.

O Brasil concorre com a África do Sul e o Centro da América (da Venezuela e Colômbia ao México, passando por Caribe e América Central) nessa triste competição:

O de possuir as metrópoles mais violentas do planeta (ultimamente até os EUA estão chegando no mesmo triste patamar, com a nova onda de violência que ocorre por lá).

……….

Enfim meus amigos, o que observei na capital de Pernambuco foi isso: uma urbe belíssima, que adoro de paixão.

Ainda assim, indiscutivelmente conturbada e fragmentada. Por isso “A Cidade Sangue-Quente”.

De dia. O mar no Nordeste é transparente. Vemos a quadra em que o pessoal joga basquete acima.

É o Recife, pooooooooooorra!

Eu Amo Você!

…………

Apesar disso, só pude conhecê-la melhor em 2020, aos 43 anos de idade. Antes tarde que nunca.

Deus Permitiu, esse Trabalho está Concluído. Toda Glória ao Criador.

“Deus proverá

5 comentários sobre “Recife, a “Veneza Brasileira”

  1. helio coelho neto disse:

    Fico imaginando o tempo investido para produzir este material tão detalhado sobre Recife……quanta coisa, quanta riqueza de detalhes…….. tenho a impressão de ter voltado ao Recife em corpo e alma…….

    Parabéns!!!!!

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  2. omensageiro77 disse:

    Um colega, que é professor de biologia e química em escolas de 2º grau, me escreveu comentando a matéria. Como ele o fez por emeio, sou eu, O Mensageiro, quem assina esse comentário. Mas reproduzo as palavras exatas dele, que foram:

    ” Abrangente sob vários aspectos e, porque não dizer, profética no que diz respeito a ‘participação’ de Jeremias.

    Quanto aos tubarões e seus ‘ataques’ penso ser interessante mandar esta:

    Primeiro uma questão interessante, tubarões não se alimentam de humanos, não lhes apetece a carne.

    Outra, entre mergulhadores recreacionais são procurados pontos onde existam tubarões para contemplá-los.

    A informação de especialistas é que, se você viu um tubarão é só porque este se deixou ser visto.

    O olfato destes animais fantásticos alcança aproximadamente 6km e sua velocidade de deslocamento é absurda.

    Agora. Para que esta maravilha toda ocorra sem riscos é necessário haver o que em Recife foi destruído. Ambiente equilibrado.

    Como a região de praias de Recife foi violada pela massiva exploração portuária (Recife e Suape), entre outros impactos, os tubarões que ali se encontram estão em um ambiente desestruturado, de forma que áreas de mangue, que eram o berçário desta e de outras espécies aquáticas, foram destruídas, a alimentação é escassa e a poluição altamente impactante.

    Por um outro viés, analisando as energias, Recife tem caos, seu mar tem tubarão, então o bicho pega.

    Falei.

    Grande abraço irmão.

    PAZ. ”
    …………

    Na linha pontilhada se encerra o apontamento desse camarada. Volto eu, O Mensageiro, pro arremate. Respondo publicamente pra ele aqui:

    Valeu irmão. Foi esse mesmo o viés que tentei dar, o da ‘Energia’ como você bem definiu.

    Eu Amo o Recife. Amo do fundo de minha Alma e Coração, e disse isso várias vezes nos textos. Ir a capital pernambucana em 2020 foi o sonho de toda uma vida enfim concretizado.

    Ainda assim, e sem turvar o que sinto pela cidade, é fato que a Sintonia, ou ‘Energia’, é essa mesmo. A causa material explica uma parte, mas não o todo. Afinal, a degradação ambiental não ocorreu só lá, ao contrário, é o praxe, de norte a sul do país e mesmo do planeta. Por que lá o problema é especialmente agudo dessa forma? Se o Recife concentra 90% dos ataques de tubarão no Brasil, certamente além da explicação material há uma causa espiritual. Há uma Sintonia entre os bichos e as pessoas.

    Quem tiver ouvidos, ouça . . .

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  3. Fábio Abreu disse:

    Andar por aí tem sempre uma vantagem extra: a excepcional trilha sonora. Especialmente quando nos voltamos aos caras que foram capazes de sintetizar a modernidade com a tradição, de forma exuberante, criativa e inquestionavelmente valiosa: Chico Science e Nação Zumbi. Verdadeiros profetas de uma inflexão digital. E claro, há outro detalhe da musicalidade pernambucana, talvez mais evidente, que é a maciez do sotaque falado, que percola pelas letras e frases, como a água quando encontra os torrões da terra no agreste, pra lá da “Zona da Mata”. Uma identidade singular. Uma assinatura sonora.

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