o Carro do Povo

Cidade do Cabo, África do Sul, abril/17 (*).

INTEGRA A “ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO

Por Maurílio Mendes, O Mensageiro

Publicado em 28 de janeiro de 2018

Continuando nossa Sessão Retrô e de Transgenia Automotiva.

Hoje vamos prestar justíssima homenagem ao carro mais vendido da história do planeta Terra.

Claro que só posso estar falando do nosso querido Fusca.

Acapulco, México, junho/12 (*). 2 táxi-Fuscas, na outra pista mais 1 entre os ‘caminhões’ Disco-Bus (ônibus urbanos).

Foram nada menos que 21 milhões de unidades, de 1938 a 2003.

(Nota: oficialmente o Toyota Corolla e o VW Golf têm maior vendagem.

Explico no decorrer da matéria porque ainda considero o Fusca o campeão).

O ‘Fuca’ foi o primeiro automóvel de milhões de brasileiros, mesmo na classe média.

E nas periferias ainda é o meio de transporte de muitas famílias.

Se meu Fusca falasse“, sucesso nas telas nos anos 70 e 80. Da Califórnia, claro (detalhe).

…………..

A maioria das fotos foi puxada da internet, os créditos mantidos sempre que impressos nas imagens.

As de minha autoria identifico com um (*), como visto logo abaixo.

“HERBIES” INVADEM O BRASIL EM PLENO SÉCULO 21: esse em Copacabana-RJ, 2020 (*).

Já cliquei esse modelo em 2 continentes, 6 países, 18 cidades e 22 municípios.

(A diferença de contabilidade é porque uma cidade pode conter vários municípios).

Logo detalhamos melhor onde foram essas tomadas.

2022: Centro Cívico, Zona Central de Curitiba; parado perto do ‘Palácio das Araucárias‘ – no detalhe o bichão de frente (*).

Aqui já adianto uma coisa: apenas carreatas exclusivamente com Fuscas eu já flagrei duas.

Em cidades tão diferentes quanto a Lapa-PR (2016) e Salvador (2020).

Abaixo: Realmente É Bom Passar uma Tarde em Itapoã“.

Um belo domingão de sol na capital baiana.

Os aficcionados por esse ‘carrinho’ aproveitaram pra desfilar na beira-mar.

Tinha até uma versão conversível. Aí sim, hein? Que luxo!

Salvador, 2020 (*).

ATUALIZAÇÃO (FEV.18): Nosso colega que é especialista em tudo que é motorizado  acertadamente apontou:

Existem tantos estudos acerca dele, quanto existem apelidos carinhosos para ele“.

Os estudos, a parte técnica, ficam por conta de quem entende.

Alemanha, 1937: eis o protóptipo.

Assim, esse camarada mais pra baixo na página fará sua valiosa contribuição dos aspectos técnicos.

Nessa atualização eu vou dar alguns apelidos do ‘Fuca’ ao redor do planeta.

Quase todos, por causa da forma redonda do carro, giram em torno de 2 arquétipos:

Berlim, 1938: com o início da produção em série, um desfile no Portão de Brademburgo.

1 – Insetos que tem a casca oval, como o Fusca: ‘Besouro’, ‘Baratinha’, Joaninha’, Escaravelo‘.

(Melhor dizendo, o veículo é quem copiou os animais, afinal os insetos estão no planeta centenas de milhões de anos antes do homem):

2 – Outras formas redondas como ‘Bolha’, ‘Bola’, etc.

Acrescento também dezenas de novas fotos, com muitas transgenias curiosas.

Berlim, atual: comboio de Fuscas (a Kombi pegou carona) no exato mesmo local.

Há aquelas que funcionam de maneira insólita, outras são só arte/curiosidade.

Algumas delas hilárias. Na tomada abaixo vocês já filmam a “FusCarroça” (???????). Essa veio diretamente da Etiópia, África.

(Digo, há controvérsias: uma fonte afirma isso, outra diz que essa foto foi feita na Índia;

E há até a possibilidade da tomada ter sido no Brasil.

Seja na África, Ásia ou América, importante que está registrado).

Como notam, o motor tem exatamente ‘1 (hum) cavalo de potência‘!!

A direita um Panzer, o Fusca adaptado pro modal militar, como a legenda já informou.

Panzer: o Fusca vai pra guerra.

Vide explicações técnicas nas duas colaborações de um colega especialista em automotores, aquele que escreve em azul.

Ele fez 3 intervenções, uma no meio da matéria, outra ao pé dela (a 2ª atualização de fev.18) e a última na seção de comentários.

……..

“Fusca-Galinheiro”.

Vamo que vamo. Como é popularmente chamado o “Fusca” em:

Portugal – Carochas (exatamente o inseto ‘escaravelho’, que é um tipo de besouro);

EquadorPichirilo (gíria que significa um ‘carro antigo’ ou ‘pequeno’, no Equador especificamente sinônimo de ‘Fusca’);

“Churras-Fusca”.

Espanha – Escarabajo (mais uma vez o inseto ‘escaravelho’, ou ‘besouro’ se preferir);

Brasil – Fafá (Referência a cantora Fafá de Belém.

Entre outros apelidos que o ‘Fuca’ teve, evidente. Aqui damos uma leve panorâmica, sem a menor pretensão de esgotar o assunto);

Libera a pista pro ‘Fusca-Avião‘ decolar !!!

Itália – Maggiolinos (‘Besouro’, de novo); 

Áustria – Kugel Porsche (‘Bola do Porsche’:

Como será melhor detalhado logo abaixo, o engenheiro Ferdinand Porsche foi um dos criadores do Fusca, além é claro de ter fundado a marca que leva seu nome);  

– Finlândia – Kuplas (‘Bolha’);

Curitiba tem a ‘Ópera de Arame’. Em algum lugar existe o “Fusca de Arame“.

Malásia – Kereta Kura-Kura (‘Carro Tartaruga’);

Polônia – Garbus (‘Corcunda’);

Alemanha – Käfer (‘Besouro’);

Romênia – Broasca (‘Sapo’);

Rússia – Juchek (Não sei o significado.

Pois na internet tanto na busca quanto na tradução nada aparece, talvez haja erro de grafia);

‘Fusca-Dodge’.

Eslovênia – Hrošč (Mais um ‘Besouro’);

Turquia – Vosvos (Idem, o mesmo ‘Besouro’);

– Israel – Hiposhit (O tradutor sugere a grafia חיפושית.

Sendo dessa forma, trata-se de ainda outro ‘Besouro‘. Aqui terei que fazer duas notas:

Propaganda da ‘Sprite’: Fusca-Bola-de-Basquete. Na Hungria pré-União Europeia.

1.) Quem sabe falar inglês notou aqui um trocadilho não muito agradável, fazer o quê?

Como estamos falando do hebraico isso não importa. Mas esclareço que:

2.) Talvez essa denominação ‘Besouro’ não seja realmente exata.

Está aqui havendo um conflito, uma  fonte de informações deficiente.

Fusca-Guincho.

Vide a explicação completa no pé da matéria.

Voltamos a dar os apelidos do ‘Fuquinha’ ao redor do globo terrestre.)

Iugoslávia Buba (Dou um doce pra quem adivinhar: mais outro ‘Besouro’);

Todo embolado. Que rolo, hein?

Cuba – Huevito (‘Fusca’ ali é ‘Ovinho.

A Ilha fugiu do mais massificado que é o nome do inseto.);

EUA – Beetle (Já voltamos ao lugar-comum. ‘Beetle’ é ‘Besouro’.

Obviamente os EUA são a nação hegemônica culturalmente a nível planetário.

A mítica chave. Quem se lembra??

Então talvez a denominação estadunidense é que tenha inspirado tantos outros países a chamarem ‘Fusca’ de ‘Besouro’ ou ‘Escaravelho’, que também é um besouro.);

França – Coccinelle (‘Joaninha‘. Outro inseto. Ao menos não é ‘besouro’ . . .);

Indonésia – Kodok (‘Sapo’, como na Romênia);

“Corrida Maluca”: de malucos pelo ‘Fuca’.

– Noruega – Bobla  (Tá ficando repetitivo, não? Na Noruega é igualmente ‘Besouro’);

AfeganistãoFulox-e-baqa-e (Não consegui o significado.

Novamente, pode ter havido erro na digitação ou mesmo na tradução original, desprezando letras ou símbolos não-existentes no Ocidente.)

‘Fusca-Aracnídeo’.

Egito – Elkhonfesas (Idem acima.)

………..

A história geral do ‘Fuque’ é essa:

1936: (3 anos depois de Hitler assumir) surge o projeto de fazer um carro barato e robusto, pra motorizar de vez a Alemanha.

Gostou dessa? Aqui em Curitiba, ao fundo um ligeirinho e placas de rua. Um “Fusca-Tartaruga”, pois leva a casa nas costas.

A inspiração no Ford T ianque é óbvia.

(Nota: depois da Segunda Guerra, a França também teve a mesma ideia, ali foi o Citröen C3 quem cumpriu essa função.)

De volta a nosso tema de hoje, o regime lutava pra re-erguer uma nação que estava arrasada.

Derrotada na 1ª Guerra, tinha que pagar vultuosas indenizações aos vencedores, o que gerava desemprego e enorme insatisfação.

A Alemanha se encontrava endividada, acabara de sair do caos político e econômico da ‘República de Weimar’.

Eis o “Fusca-Tartaruga“!!! Do modelo novo. Na Malásia Fusca é ‘Carro-Tartaruga’, não precisa dessa brincadeira . . .

Como sabem, foi nessa época que em terras  germânicas ocorreu uma das maiores hiper-inflações da história da humanidade, senão a maior.

Assim, o regime convocou a VolksWagen pra colaborar.

Prontamente governo e a montadora estavam alinhados numa ideia:

A de que o Fusca fosse o carro da massa, o veículo que toda família proletária alemã pudesse possuir.

Rodovia do Xisto (BR-476), Lapa-PR, agosto de 16 (*): flagrei outro desfile de Fuscashaviam mais que os dois que aparecem na foto. Ao fundo uma Cohab recém-inaugurada.

Barato e de fácil manutenção, o próprio motorista faria os reparos mais básicos.

“Carro do Povo” é isso e não há outro, alias já eu falo mais do nome.

Por hora sigamos a Linha do Tempo;

1937: sai da fábrica o primeiro protóptipo (imagem acima, busque pela legenda).

Cortado ao meio???

Detalhe: não tinha janela traseira (parecia um sarcófago!) e a porta abria ao contrário.

Repare que a maçaneta está na parte da frente da porta, perto do capô.

Sim, é isso, a dinâmica pra entrar no veículo era a inversa de hoje.

Fusca é um verdadeiro Dinossauro!!!

A falta de janela logo foi corrigida (Obviamente. Alias o protótipo tampouco tinha faróis traseiros):

Os primeiros da produção em série já contavam com uma área envidraçada nos fundos, que depois só cresceu.

No entanto a maçaneta invertida permaneceu, nesse primeiro momento.

Você entrava se contorcendo, contornando a direção. Um detalhe insignificante, em verdade.

Nomeei “Fusca/Tanque-de-guerra”, por causa da esteira, mas esse veículo não é militar. O colega especialista opinou (vide ‘comentários’) que “deve ser adaptado pra andar na neve”.

Na dureza material que era a Alemanha da guerra e pós-guerra, importante era ter um carro.

Logo fazer um esforço pra entrar nele era um privilégio e não um estorvo;

1938: começa a produção em escala industrial. A Volks e o regime celebraram em grande estilo.

É feito um desfile com pompa e circunstância no Portão de Brademburgo.

Que é, como sabem, o epi-centro político e cultural da capital da Alemanha, e por consequência de toda nação (equivalente ao ‘Zócalo’ do México).

O ‘Fusca/Tanque-de-Guerra’ de verdade. Digo, o de verdade é o Panzer já visto acima, esse  é uma brincadeira, na frente não tem esteira e sim roda normal. No pé da matéria (2ª atualização de fev.18) os detalhes dessa transgenia.

De volta a Berlim, já no século 21 vemos novo desfile de Fuscas no mesmo local.

E vários desses Fuscas dirigidos por mulheres (por exemplo o conversível vermelho, o 2° a esquerda).

Até uma Kombi foi de embalo no evento. Entrona, né???;

1939-1945: Segunda Grande Guerra Mundial, produção interrompida.

Obviamente toda Alemanha entrou no esforço de guerra, ao fim malogrado.

Esse é adaptado a neve, sem dúvidas.

As fábricas deixaram de produzir material civil pra se concentrar em artefatos bélicos.

A VolksWagen não foi exceção, encerrou nesses anos a fabricação de automóveis pra fazer veículos militares.

Segunda metade dos anos 40 em diante: a VW volta a produzir Fucas a todo vapor.

Na tomada abaixo fábrica da matriz da corporação na Alemanha, 1947.

Repare que a janela traseira ainda era pequena e partida.

Inclusive o modelo se espalha pelo mundo. Em 1951 chega ao Brasil, a princípio importado.

Começa a ser produzido em nossa Pátria Amada no ano  de 1959.

Comecinho dos anos 70: ao chegar a marca de 17 milhões o Fusca passa o Ford T estadunidense.

E se torna o veículo mais produzido da história do planeta.

Se eu não me engano foi em 1972 que ocorreu essa façanha.

No total foram 21 milhões de Fuscas, o que ainda o mantém como mais vendido da Terra de todos os tempos, na prática sim senão na frieza dos números.

Fusca/Rolls-Royce???

Promessa é dívida: mais pra baixo no texto falo em detalhes o que quero dizer com isso. Por hora sigamos com a história do ‘Besourinho’.

1978: a Alemanha, matriz da VolksWagen, produz seu último Fusca. 1938-1978, 40 anos de sucesso.

1986: a saga do Fusca chega ao fim também no Brasil. Sim, eu sei, ainda houve uma retomada.

A pedido do então presidente Itamar Franco voltou em 1994, indo até 1996.

O motor era atrás, muitos jovens não sabem disso, nunca viram carro assim.

A questão é que foi apenas um espasmo, foram poucas unidades produzidas.

Creio que pode podemos oficializar a data de 86 como o encerramento.

Assim, em terras brasucas, foi 1959-1986, 27 anos de série, depois acrescidos de mais 3 de ‘espasmo’.

2003: o último Fusca é fabricado no México, único país que ainda tinha produção ativa.

O México é a Pátria-Fusca por excelência.

O que é bom nunca acaba‘: a Volks lançou o ‘Novo Fusca’. Esse de motor dianteiro.

Em Acapulco, no recente ano de 2012, a imensa maioria dos táxis ainda eram desse modelo.

Mato a cobra e mostro o pau: na imagem abaixo (via ‘Google Mapas’) 8 Fuscas juntos.

2014, Acá (apelido de Acapulco): 8 é demais???? É Fusca, p*rra!!! Respeito a quem merece, o negócio é demais!

Também pudera. Na ocasião de minha viagem os Fuscas mais novos ainda não tinham uma década de uso.

Na capital, a Cidade do México, ainda haviam bastante táxi-Fucas.

Porém já não eram maioria. Falo de 2012, não custa frisar de novo.

Entretanto por décadas táxi na Cid. do México era sinônimo de Fusca, quando eles eram pintados em verde-claro (imagem ao lado).

Dos anos 70 (pelo menos, talvez antes) ao comecinho desse milênio, você chamava um táxi no México D.F..

De cada 10 vezes em 9 vinha um Fusca. Nada mal, não?

Mais de 3 décadas de virtual oni-presença no modal de uma das maiores metrópoles do planeta.

Só o Fuca mesmo pra (mais) essa façanha! Tiro meu chapéu.

Andei de Fusca-Táxi tanto na capital quanto no litoral do México. Ademais, é claro, não se restringe aos táxis.

A mesma preponderância se repete nos carros particulares, e de forma ainda mais acentuada.

Nos subúrbios e morros de todas as cidades mexicanas o Fusca ainda era o automóvel mais popular, o que movia o México.

Veja acima: favela em encosta na Zona Leste da Grande Cidade do México, 2012.

Bairro Pedregal, Cid. do México, junho/12 (*)

Me embrenhei pelas periferias desse país, que está em guerra civil, e se o governo nega o fato não muda.

No centro dessa tomada há um Fusca branco. Ainda falo da foto a esquerda, mais pra cima, com ruas de terra e todas as casas em tijolo cinza.

Outro exemplo. Acima e ao lado (a mesma em 2 escalas), bairro Pedregal, também periferia da Cidade do México.

No texto seguimos falando do México. Nas imagens vamos ver Fuscas também de outras partes: Pilarzinho, Z/N de Ctba., dez/2016 (*). Muitas casas de madeira pois é Sul do Brasil. Cliquei de dentro da Linha Turismo.

Um Fusca-Táxi ainda na ativa, agora eles são pintados assim, em roxo e bege.

Na verdade são 3 Fuscas na imagem, 2 táxis e um ‘civil’, de uso particular.

Tanto a favela em morro quanto o Pedregal são periferia, mas porções bem diferentes dentro da periferia, evidente.

A diferença é que onde há o Fuca branco é na Z/L, em outro município (região metropolitana) e numa favela bem feia em morro, ainda não-urbanizada.

Enquanto no segundo exemplo é na Zona Sul, dentro do município da capital mesmo. E periferia sim, veja quantas lajes artesanais subindo.

Ainda assim não é morro nem invasão, e já conta com infra-estrutura básica como asfalto, ligações de água e luz regulares, etc. .

Santo Inácio, Zona Oeste de Curitiba, setembro de 2017 (*): cliquei vários ‘Fucas‘ nesse dia, sendo um deles o ‘Fuscão de Rallye‘.

Ou seja, repetimos: embora ambos na periferia, em gradações completamente distintas.

Com um detalhe: o carro é o mesmo. É a cara do México.

A vibração dos subúrbios mexicanos é exatamente essa, não há como fugir.

Mesmo hoje (2018) eles ainda são extremamente comuns.

Fusca-Cross“: isso sim é ‘Fuscão de Rally’.

Embora claro cada ano que passa milhares saem de circulação.

Mas são tantos milhões de Fuscas no México que eles ainda estarão visíveis nas ruas até 2030.

Pelo menos, né? Quis ser modesto, talvez até por mais tempo.

É México? É Fusca!!!

Sobre o Tâmisa em Londres-Inglaterra. De um casal da Nova Zelândia que ao completar décadas de casado resolveu repetir o trajeto da lua-de-mel.

MINI-FUSCA, A TRADIÇÃO DO VALE DO PARAÍBA (SP) –

Quem já foi a Campos do Jordãos-SP (a cidade mais alta do Brasil, 1,6 km acima do nível do mar) sabe:

Ali é tradição um brinquedo pra crianças, o Mini-Fusca. Você paga e teu filho anda 15 minutos, ou algo assim.

Veja a sequência horizontal acima, um adulto empurra, como se fosse um carrinho de supermercado.

Há versões pra 2 crianças, em que só se pode sentar na frente.

Também na Inglaterra, Fusca conversível.

Volantes dos dois lados (empatou com o Volvo australiano e com o caminhão de lixo ianque).

E pra 4, lotação total, com nada menos que 4 volantes. Todos ‘dirigem’ ao mesmo tempo.

Há conversíveis e com teto. Há táxis. E há os Fuscas Rosas, exclusivos das meninas.

Tá bom pra ti ou quer mais variantes?

Nesse ‘Fusca/Casa Móvel’ (trailer’) pintaram a parte amputada da carroceria na lataria.

Agora, o que poucos sabem é que não se restringe a Campos.

É um clássico presente em boa parte do Vale do Paraíba.

Digo, já fui a Aparecida e a São José dos Campos, a ambas mais de uma vez.

Nessas cidades não vi Mini-Fuscas.

Fusca, brinquedo de crianças e adultos. Esse modelo anda de verdade, diferente dos que foram vistos acima

Entretanto vi no Centro de Pindamonhagaba, no ano de 2005. O mesmo esquema, na praça central, você paga e a criança usa uns minutos.

E pela internet descobri que também existem em Caçapava.

…………..

Falando um pouco da linguística agora.

VolksWagen quer dizer exatamente ‘Carro do Povo’ em alemão.

Dois clássicos juntos: o Jacaré (além da carga normal) ainda é cegonha de 3 Fucas.

Pronuncia-se ‘Folks-Vaguen’ no original. Como se sabe, a Inglaterra se diz uma nação ‘Anglo-Saxã’.

E por quê? Exatamente porque os invasores da Saxônia (Alemanha) colonizaram a ilha.

Nisso dominando mas também se fundindo com os habitantes originais, os anglos.

Sim, houve muita influência latina também. Afinal Londres foi fundada pelo Império Romano, no ano de 43 d.C. .

‘Fuscão Preto’: Bogotá, Colômbia, março de 2011 (*). Esse é civil, não assusta.

Portanto quase 40% das palavras da língua têm ancestralidade latina, e por isso muitas têm a raiz parecida com o português.

Ainda assim, a língua-matriz do idioma inglês é o alemão. Aqui voltamos ao tema de hoje:

Em alemão ‘Volks’ significa ‘povo’. Se pronuncia ‘folks’, lembre-se. Daí o termo inglês ‘Folks’, que tem exatamente o mesmo sentido.

Essa palavra penetrou até no português, formando o termo ‘Folclore’, ‘cultura do povo’.

Já ‘Wagen(pronuncia ‘vaguem’) é carro. Eis a origem da palavra ‘wagon’ (pronuncia ‘ueigom’) do inglês, que vai na mesma direção:

Também é relacionado a ‘carro’, vide que as peruas são as ‘station wagon’.

Em espanhol ‘vagón’, vibrando na mesma sintonia, que gerou o português ‘vagão’.

Tudo somado e considerado: VolksWagen, o ‘Carro do Povo’.

Antigamente havia até uma revenda Volks em Porto Alegre-RS chamada exatamente ‘Carro do Povo’, não sei se ainda existe.

“Uma Onda no Mar”: Fusca na ressaca, sob a famosa ponte ‘Golden Gate’ de São Francisco. Os Fuques foram extremamente populares na Califórnia/EUA.

………

Pra nos aprofundarmos no tema, eu “peço ajuda aos universitários” (lembra do ‘Show do Milhão’ do Sílvio Santos??)

Solicitei a participação de um camarada que é especialista em tudo que tem motor, e que já colaborou várias vezes com a página.

Ele não se furtou. Vejamos a análise dele, em azul como sempre (os ênfases são meus, O.M.):

Outro “Fusca-Casa Móvel” (‘trailer’).

”    Abordar o simpático Fusca, é tarefa medonha, meu caro.

O bichinho já foi virado e desvirado do avesso por muita gente competente, tecnicamente falando.

E mesmo sob os diversos prismas das multidisciplinas.

Bairro Valentina, Zona Sul de João Pessoa-PB, setembro de 2013 (*).

Design, ergonomia e mesmo a estética o alçaram a um status bastante alto nas mais diversas culturas em todo o globo. 

Existem tantos estudos acerca dele, quanto existem apelidos carinhosos para ele.

Procurarei me ater à alguns fatos relativamente pouco conhecidos.

Como por exemplo, a adoção do lay out, com o motor “pendurado” na traseira e refrigerado à ar.

“Fusca-Barco”??? É de matar os holandeses (e os paraibanos) de inveja!!! Agora só falta voar

O que foi totalmente inspirado nos Tatra, da República Tcheca.

Esses eram carros os quais Hitler (que acredite, não manjava picas de mecânica) admirava por serem bastante robustos.

Na verdade a Tatra (não confundir com a indiana Tata), levou essa configuração às últimas consequências:

E por que não?? Taí o Heli-Fusca!!! Você já tinha visto híbrido de carro e helicóptero?

Fazendo até portentosos motores V8 desse jeito, em seus modelos de luxo, considerados até bastante inovadores.

Enfim, o Führer, incumbiu os principais engenheiros do Reich de criar o “carro do povo”.

Um fato pouco conhecido é que um dos ‘pais’ do Fusca é Ferdinand Porsche. Sim, o fundador da Prorsche.

O que poderia ser isso????

Voltando ao projeto do Fusca, as diretrizes eram claras.

O carro teria que ser da forma mais simples e barata possível dentro de especificações tão claras quanto sucintas:

Deveria transportar 4 adultos, circular nas novas rodovias a uma velocidade constante de 100 Km/h sem consumir muito combustível.

Rodoviária de Curitiba: essa cidade igualmente um dia teve maioria Táxis-Fusca. Porém no já distante ano de 1980.

Naturalmente, isto “batia” e se aplicava também à algumas requisições da Wehrmacht para um veículo operacional leve.

Veículo esse que seria o equivalente alemão aoJeep dos aliados.

A criação do Fusca era algo que poderia viabilizar a produção de veículos militares.

No Sudeste também: Zona Sul do Rio, 1982. Gabriela da CTC (com capelinha e pintura especial pras linhas integradas ao metrô). Do outro lado da rua, 3 táxis: 2 Fuscas e 1 Variant (fonte dessa e outras tomadas: portal Ônibus Brasil). A esq. um desenho, um Fusca-Táxi carioca em ação.

(Naturalmente os artefatos de combate têm seus níveis de exigência e capacidades mais altas, como veículos “todo terreno”).

Tudo isso com razoavelmente poucas alterações em um “projeto básico”.

Isto fica evidente quando notamos a quantidade de “derivados” tanto civis quanto militares que o Fusquinha teve.

E isso dentro e fora da Alemanha, durante e após a guerra.

Quando os ‘Fucas’ imperavam não era comum mulher taxista. Vai como ‘licença poética’…

Nunca é demais lembrar: o entre-eixos (a distância entre o eixo traseiro e o dianteiro) do Fusca e da Kombi é muito similar.

Muda praticamente – e só – a “casca”.

Isto também era possível pela adoção do chassis tipo “espinha dorsal”.

Traduzindo da linguagem técnica, isso quer dizer:

Casal em Acapulco (ele com uma Pepsi e a camisa do América). Ao fundo Táxi-Fusca.

“Em uma plataforma que aceitava com relativa facilidade diversos tipos de desenhos de carroceria”.

O restante da rigidez estrutural do carro era garantido pelo próprio encarroçamento.

Resumindo: temos um motor simples (sem mangueiras, dutos e complexos sistemas de arrefecimento).

Acapulco, junho/12 (*): foto que originou o desenho.

E um chassi rodante igualmente muito simples.

Porém bastante inventivo e até bem resistente.

Próximas 3: Fusca-Porsche. Esse não é brincadeira, motor de Porsche mesmo, acelerava até nada menos que 210 km/hora.

Além de peças de acabamento e externas que podiam ser rapidamente substituídas em caso de avaria.

Isto posto, há dissertações bastante interessantes de Gilbert Simondon – notável filósofo francês.

Elas versam sobre a “concretude do objeto técnico”.

Produzido em 1973 por uma empresa especializada, está no Museu da Volks na Alemanha, ao lado de um Fusca original.

Que é a concepção do objeto e sua integração com o meio onde este está inserido.

Simondon cita a natureza como o mais completo exemplo deste raciocínio.

Pois sequer uma célula existe com apenas uma única funcionalidade apenas.

Essa concretude, versa sobre a escolha de tecnologias que em sua finalidade, entre si.

E em sua concepção e combinações, seriam capazes de possuir múltiplas funções.

Resultando em arranjos ao mesmo tempo simplificados, porém “perfeitos”.

Outro ‘Fusca-Porsche’: esse é uma brincadeira, só mudaram a carroceria de um jeito caseiro, o motor ainda é de Fuca.

Abri este hiato para falar de Simondon, pois um amigo – estudante de tecnologia – citou justamente o “Fuca”.

Segundo ele, como um bom exemplo de tentativa de engenharia, de chegar a este objetivo.

Pois o carro é interdependente do ar para poder funcionar, se manter na correta temperatura de operação e o utiliza mesmo para o conforto dos ocupantes.

Fusca-Picape.

Aliás, tanto o Fusca quanto os Tatras, figuram entre os primeiros carros a começarem a levar a sério questões aerodinâmicas.

Questões essas que, é fácil presumir, eram bastante empíricas no meio automobilístico dessa época.

E em outros modais, que adotaram mais o “estilo” stream line do que um desenvolvimento mais apurado dos fluxos de ar. 

Fusca-Tribus dianteiro, porta-malas alongado.

Voltando ao “VW Sedan” (nome “oficial” do nosso Fusca, que de sedã não tinha nada, estava mais para um cupê duas portas):

Algumas de suas peças, ao mesmo tempo em que são estruturais, respondem por outras funções.

Tais como permitir a montagem de suspensões e a instalação de outros equipamentos periféricos para a utilização correta do carro.

Fusca-Picape e Tribus ao mesmo tempo!

Intencional ou não, o arranjo mecânico que fornece a base para o Fusca tenta sempre buscar essa característica.

Com maior ou menor sucesso, é certo.

Do ponto de vista fabril, é evidente a intenção de diminuir custos e tempo na produção.

Tribus e limosine (alongado).

Entretanto, conceber as coisas dentro dessa visão mais, digamos, “holística”, é em contraparte, extremamente oneroso.

Pois eleva o custo de “pesquisa” e “desenvolvimento”.

E neste ponto há que se colocar uma grande interrogação.

Próximas 2: picape alongada (cabine dupla).

Em relação a viabilidade econômica advinda do volume dessa produção.

Pois ela jamais foi encontrada pelo “besouro” em seus primeiros anos de vida.

Há quem diga inclusive, que era um golpe, puro e simples.

Em processo de produção.

Segundo essa versão, o Fusca somente nasceu da necessidade de captar fundos para o custeio da máquina estatal e bélica do Reich.

Pois muitas famílias alemãs “entraram na fila” para adquirir o seu, pagaram adiantado a totalidade ou parcialidade.

E simplesmente jamais puseram as mãos em sua devida unidade.

Um Fusca dentro do outro (Etiópia) – na Gde. Ctba. fotografei uma Kombi dentro de outra.

O “VolksWagen” teria sido portanto, mera peça no arsenal de convencimento.

Muito bem empregado pelos Nacional Socialistas, resultando num verdadeiro engodo.

É interessante notar, que antes de ser o “novo cigarro”, os carros traziam uma perspectiva real de independência para a mobilidade humana

Outro táxi: Esse do Pará, mais especificamente Marabá, atolado na Trans-Amzônica (BR-230).

Na minha opinião ainda trazem, diga-se de passagem.

E o Fusca foi concebido também para ser “o” carro, ou o primeiro carro de muitas famílias, como de fato foi.

Mas somente após a guerra a gestão da VolksWagen passar a ter autonomia diante do Estado alemão.

Fusca/Pé-Grande‘: esse não encalha.

O capitalismo basicamente viabilizou a ideia, e transformou um “mico” em um produto rentável.

O que contribuiu inclusive para ressarcir as dívidas de guerra da Alemanha.

A “Fusqueta” contribuiu para motorizar as pessoas.

Contribuiu da mesma forma para criar uma cultura automobilística.

Fusca/Pé-Grande e conversível (vermelho como o inglês que tampouco tem teto).

E iniciou uma “jornada técnica” sem precedentes na era industrial moderna.

Pois se tornou inclusive matéria obrigatória nos cursos de mecânica de escolas técnicas até meados dos anos 2000.

Muita gente aprendeu a dirigir neles, nasceu neles, e até mesmo foi concebida no banco de trás de um deles (haha).

No mesmo tom rubro: no Canal Belém, Uberaba, Z/L de Ctba., fevereiro/2014 (*).

Entretanto algo pouco falado é que MUITA gente aprendeu conceitos básicos de mecânica com eles.

Para estes o Fusca “despertou” um interesse, abriu as portas de um conhecimento até então muito restrito.

E iniciou muitos e bons técnicos, operários e engenheiros, nas trilhas complexas e belas dessa atividade humana que manipula, estuda e entende as máquinas.

Adaptado pra 4 portas.

Sem falar que ele deu a estes, mais do que uma profissão:

Garantiu um sustento honesto, um trabalho que pôde “defender” seus filhos, e os filhos destes filhos.

Bueno, meu irmão. Não sou um “perito” no tema, como alguns apaixonados amigos meus, mas ainda creio que seja uma mensagem oportuna.

Pois há pouco foi comemorado o “dia do Fusca”.

E veja só que coisa: o bichinho é tão importante que ganhou até data comemorativa! Hahaha!

……….

Com essa bela gargalhada nosso amigo encerrou sua participação. Volto eu, O.M. .

Merecido o ‘Dia do Fusca’ (não sabia desse detalhe, e você?). 

Mais que um carro, o Fusca é uma lenda, um ícone que não desaparece jamais.

Fusca Rabo-de-Peixe (desenho em moda nos carros dos anos 50, explico pros mais novos).

Acima observamos um Fusca-Táxi nos anos 80 em Curitiba.

Mas há décadas não existem mais Fuscas-Táxis em Curitiba. Não importa.

A ideia ainda está viva na mente das pessoas, e eis a prova:

A direita um ímã de geladeira, propaganda do mesmo Tele-Táxi.

Ilustrado por . . .  um Fusca, e o que mais poderia ser?

“2-em-1”: grudados, compartilhando eixo e rodas. Versão em metal e 3D do Yin-Yan.

Definitivamente, ideias nunca morrem. Pois são Energia.

E Energia nunca se perde, apenas se transforma.

………

O “AMOR DA CALIFÓRNIA”: FUSCA EM SÃO FRANCISCO É SUPER-CLÁSSICO –

Dissemos numa legenda acima que os Fuscas foram imensamente populares na Califórnia, Costa Oeste dos EUA.

Furgão, o ‘Fus-Kombi’. Como nosso colega perito explicou, o entre-eixos é o mesmo, só muda a carroceria. Aqui fundiram as duas.

De fato assim foi. Existe um nicho próprio na internet pra mostrar Fuscas nas sinuosas ruas de São Francisco,

Por aí vocês calculam a popularidade dos ‘besourinhos’ na Costa Dourada ianque.

Eles realmente bombavam nos anos 60 a 80 – e quem sabe até 90.

Na galeria abaixo separei algumas dessas tomadas:

“CHAMA A POLÍCIA” –  Os Fucas a serviço da Lei. Algumas fotos são da página Fotos de Viaturas.

‘FUSCA AZUL’ NA ZONA OESTE –

Em setembro de 2017, produzi uma mensagem no Santo Inácio, na Zona Oeste de Curitiba.

É nesse bairro que fica (parcialmente) o Parque Barigüi, as margens do Rio de mesmo nome.

Esse é uma miniatura.

Pro que nos interessa aqui, definitivamente esse foi “o Dia do Fusca”.

Cliquei vários, a esquerda mais um na garagem da casa. Escrevi na ocasião:

Fotografei um amarelo todo preservado no estacionamento do Pq. Barigüi.

Fusca ‘Fora-de-Estrada’ do Japão (veja a chapa no detalhe).

Depois o ‘Fuscão de Rally‘ numa casa de madeira na BR (esses dois estão numa colagem bem mais pro alto na página).

E mais dois nas ruas e garagens do bairro, esses sem serem fetiche, não estão preservados nem cheios de frases exóticas.

Simplesmente são ainda o meio de transporte da família (um deles é exatamente o no estacionamento da casa vermelha logo acima).

Fusca-Buggy.

Alias os dois são ‘Fusca Azul’ – eu não tive filhos, convivo pouco com crianças.

Mas quem tem filhos me informou que existe uma brincadeira chamada ‘Fusca Azul’.

Feita com duas ou mais pessoas, sejam só crianças ou as vezes entre crianças e um adulto:

Quando dois ou mais participantes estão juntos e aparece um carro dessa marca, quem vê primeiro grita “Fusca!!”, e ganha um ponto.

Cidade Industrial de Curitiba, Zona Oeste, julho de 2015 (*).

O de cor celeste é o trunfo, vale o dobro. Quem grita “Fusca Azul” ganha 2 pontos.

Bem, eu registrei 4 Fuscas, sendo 2 azuis. Marca aí meus pontos . . .

Vi mais um Fusca dentro de uma garagem, mas não deu pra fotografar.

Como teria que posicionar demais a câmera dentro da propriedade alheia, esse preferi pular”.

FusCaminhão, o Fuca que puxa carreta.

Definitivamente, aquele belo fim-de-tarde na Z/O foi ‘o Dia do Fuca’.

…………

AUMENTA/DIMINUI”: ESTÃO FAZENDO IÔ-IÔ COM OS FUSCAS –

Vimos acima (e abaixo virá mais um) o “Fusca/Rolls-Royce”.

Fusca-Limusine original, dos anos 80 (placa amarela), feito por indústria especializada.

É uma galhofa, claro. Botam um ‘focinho’ imitando o carro de luxo. Mas o veículo continua um Fusca.

Com toda sua simplicidade e robustez que o colega que escreve de azul explicou.

Mas agora vamos ver um ‘Fusca-Limusine’ (esq), e dessa vez sem gozação.

Não é o mesmo carro. Esse foi feito de forma artesanal, nesse milênio, por um funileiro de Pernambuco.

Trata-se de uma adaptação muito bem feita (fonte: enciclopédia Lexicar Brasil).

Foi criada pra ser oferecida ao presidente  Tancredo Neves.

Como, por motivo de doença, ele não chegou a assumir ficou sem andar no Fuque-Limusine. Uma pena…

……

Em andamento.

Não confunda. Como as legendas já informaram:

Os Fuscas-Limusines pretos vistos a esquerda e a direita não são o mesmo veículo.

Repetindo, o que está a esquerda mais pra cima (de chapa amarela) que seria de Tancredo foi produzido numa firma especializada.

‘Fusca/Mini’: ao contrário dos 2 anteriores que aumentaram, os próximos 2 Fuscas diminuíram. Nesse vemos até a massa que o cara usou pra colar a parte cortada.

Note que a janela do meio dele (onde fica a porta traseira) é mais retangular.

Já o que está a direita foi montado de forma caseira por um funileiro do interior de Pernambuco

O povo pernambucano é mesmo famoso por sua criatividade e irreverência.

E aqui de novo: com pouquíssimos recursos além de sua força de vontade, ele colou dois Fuscas, um no outro.

Veja na foto a esquerda acima o processo em andamento:

Esse está mais caprichado. Ficaram parecendo aqueles (caros) carrinhos que só cabem 2 pessoas.

O da frente e que cedeu o chassi é amarelo, o que foi enxertado atrás é laranja.

Daí a janela do meio (onde fica a porta de trás, como a imagem deixa claro) ser arredondada, pois originalmente ela era a janela da frente de outro carro, o laranja.

Afora esse pequeno detalhe, a limusine dele também ficou muito boa.

Tiro o chapéu pro talento e dedicação desse irmão, que fez uma bela homenagem ao Fusca, por isso o homenageio também.

……………

A direita, um Fusca com duas frentes.

Precisaram de dois carros pra fazer essa adaptação, obviamente.

Onde será que as traseiras foram parar?

Achamos! Inversamente, ao lado um Fusca com duas traseiras.

Em cada uma das montagens foram preciso dois carros.

Moto-Fusca.

E num se descartaram as partes da frente, e no outro as do fundo.

Assim, quem sabe nessas duas transgenias foram usadas metades dos mesmos dois carros?

Pode ser, né? Corrobora pra isso o fato que ambos são vermelhos.

………….

Ao lado os 2 clássicos redondos de motor traseiro: o busão Monobloco Mercedes e o Fuca.

(Nota: nesse caso tanto o carro quanto os ônibus da imagem são da C.M.T.C. .)

(A saudosa Companhia Municipal de Transportes Coletivos de São Paulo. Volta o texto original.)

Já coloquei dessa forma por conta disso. O Mono e a Fusqueta tinham isso em comum:

Aqui e acima da manchete: Zona Oeste de Santiago do Chile, março de 2015 (*).

Os demais carros eram quadrados e de motor dianteiro. Os demais ônibus também.

Inversamente os Fuscas e os Monoblocos, os super-clássicos das ruas brasileiras dos anos 60 a 80, eram redondos e com motor atrás.

Já fiz várias homenagens aos Monoblocos, confira aqui, aqui e aqui.

……….

E o segundo buso clássico que eu gosto mais é o Gabriela da Caio.

Várias das trangenias mostradas aqui com o Fusca foram feitas também com o Gabi (tanque-de-guerra, casa-móvel [‘trailer’], misto com caminhão, etc.)

………….

Em P-&-B, a fábrica, nos anos 50. Estimo essa data porque a janela traseira ainda é minúscula.

Então vamos, nas próximas 3 tomadas (sempre com uma dupla de Fuscas de diferentes idades em cada uma delas) acompanhar a evolução das janelas e faróis traseiros através dos tempos.

Direita: um de 1967 ao lado de um de 1938: o de 38 tinha faróis e janelas minúsculos (e o vidro ainda era partido).

Já nos anos 60 o vidro era normal, o farol era maior que nos pioneiros, mas ainda pequeno (médio, digamos).

Na tomada a esquerda isso fica claro:

O amarelinho, de faróis médios, é dos anos 60, no máximo começo dos 70.

O branco, de faróis grandes e respiradouro pro motor, é da última leva, anos 80 – ou o ‘espasmo’ 94-96.

O reboque também é um Fusca cortado (já publiquei a mesma cena com Kombis).

(Por ‘última leva’ eu me refiro ao Brasil, no México a última leva foi até 2003 como já dito e é notório).

Direto da Rússia vem essa tomada acima:

Do azul dos anos 80 (farol e vidro grande) ao lado de um laranja dos anos 40 ou 50 (tudo pequeno).

Os dois extremos, mostrando como a ‘Baratinha’ evoluiu, de Gênese ao Zênite.

Mais 2 ‘limuosines’.

A ETIÓPIA RENASCE, E A PAIXÃO PELOS FUSCAS RENASCE JUNTO –

No fim do século passado, devastadas por secas e guerras, a Etiópia era um dos lugares mais desgraçados do planeta.

Não mais. Ajudada pela China, e num novo momento, a Etiópia vem renascendo das cinzas.

Claro que os problemas ainda são imensos. Natural, foram décadas de devastação intensa.

Mas o progresso é indiscutivelmente imenso, da mesma forma.

E na Etiópia a paixão pelos Fuscas está renascendo.

Lá, é um carro de luxo agora. Confira a matéria. E veja a galeria.

FUSCA E 11-13: MAIS DOIS CLÁSSICOS REDONDÕES JUNTOS –

A direita a Via Dutra nos anos 80. Já comentamos a imagem. Antes um adendo:

4 faróis quadradinhos? Inspirado no 11-13.

No geral eu não ligo pra automóveis, não tenho carro e ando mais a pé e de ônibus.

Mas se eu fiz essa postagem (e custou muito tempo e trabalho pra produzir) só pode significar uma coisa:

Se existe um carro que eu gosto, definitivamente é o Fuque!

Pouco me importo com automóveis, mas sou busólogo.

E qual meu busão preferido? O ‘Super-Clássico’ Mercedes Monobloco.

Com tudo isso, não ficou difícil sacar qual seria meu caminhão favorito, não?

Obviamente só pode ser o 11-13 da Mercedes.

Eu adoro veículos redondos, no modal que for!!

Outro ‘Fusca/Rolls-Royce’. E esse é oriental, da Tailândia, Camboja, aquela região da Indochina.

Isto posto, comentemos como prometido as fotos da Dutra e do Fusca rosa.

Começo pela BR-116, a antiga BR-2 do RJ ao RS antes dos militares.

Atualmente no trecho RJ/SP a ‘Rodovia Presidente Dutra’ ou simplificado ‘Via Dutra’.

Vemos, além de um Fusca branco no canto da cena, 6 Mercedes (4 deles azuis), sendo 5 bicudos e 1 cara-chata jurássico, daqueles dos anos 50.

SP, virada dos anos 70 p/ 80. Só dava Monobloco e Fusca nas ruas.

Dos 11-13 de motor saltado, 2 azuis têm 1 farol redondo de cada lado, entregando que foram produzidos antes de 1983.

1 azul e 1 vermelho têm dois faróis quadros de cada lado, portanto posteriores a 83.

Ou se anteriores foram adaptados pra parecerem mais novos, o que também ocorria.

Vocês entenderam, não? Em 1983, a Mercedes manteve inalterado o desenho da carroceria (redondo).

Todavia o farol deixou de ser redondo, passou a ser quadrado. E ao invés de 1 passaram a ser 2 em cada lado.

Grande Rio (Niterói, do outro lado da Ponte), mesma época. Idem. O buso tem capelinha!!!

O que nos leva ao Fusca rosa: de 1 farol redondo, alguém pôs 2 quadrados.

Será que alguém poderia ter pensado que ele era um caminhão 11-13 . . . .

Voltamos a Dutra pra fechar esse tópico: bons tempos que os caminhões tinham motor saltado.

Aí cada marca tinha seu desenho, sua personalidade.

Próximas 3: Cid. do México, junho/12 (*). O azul é particular, uso privado de 1 família.

Hoje é tudo cara-chata, tudo igual. Na África do Sul é pior ainda:

Lá, além de ser tudo cara-chata, 90% dos caminhões são brancos. Nem na tonalidade há mais diferenciação.

E como arremate, além dos clássicos redondos há na pista da estrada também os clássicos quadradões:

Um Opalão preto, e um Galaxão também negro, no estilo ‘Vida Loka’.

1 táxi, agora são pintados de roxo e bege (*).

……….

ONDE EU JÁ FOTOGRAFEI PESSOALMENTE FUSCAS:

2 continentes:

América e África;

6 países:

Brasil obviamente, muitas vezes;

Mas por décadas os táxis na capital mexicana eram assim, verde-claros com tetos e janelas em branco (*) – e só dava Fusca. Esse não é mais táxi, foi vendido e agora também é particular. Como saiu de serviço, não foi repintado.

Fora de nossas fronteiras:

México (2012), Chile (2015), Colômbia (2011), Paraguai (2013) na América; e mais na África do Sul (2017);

18 cidades:

No Brasil em 11 (Grande Curitiba, Lapa e Matinhos no PR, Salvador-BA, Rio de Janeiro, São Paulo/Capital e Aparecida em SP, Recife-PE, Blumenau e Joinville em SC, e João Pessoa na Paraíba).

No exterior mais 7:

Cidade do Cabo na África, Bogotá na Colômbia, Grande Assunção no Paraguai, na capital e Acapulco no México, e em Santiago e na Grande Valparaíso no Chile;

Cid. Cabo, Áfr. do Sul, abril/17 (*): mansão num subúrbio a moda ianque. O cara tem um Fuca porque quer, é relíquia, não necessidade.

22 municípios (pois, repetindo, uma cidade pode conter mais de um município):

Além dos já citados acima, Rio Branco do Sul (Zona Norte) e Piraquara (Zona Leste) na Grande Curitiba;

No exterior Vinha do Mar na Grande Valparaíso (Chile) e na capital do México tanto no México D.F. quanto num subúrbio metropolitano da Zona Leste.

E no bairro de Moema, Zona Sul da Cidade de São Paulo um Novo Fusca.

Já atualizei com essa tomada também, é a que fecha a matéria com chave de ouro.

……….

A direitaa: Fusca-Ligeirão???? E por isso é azul? Concorrendo com bi-articulado?

Sim, o Fusca, é mesmo multi-uso, não falta nem voar nem nadar como vimos acima.

Aqui no Terminal Hauer, fazendo a linha Boqueirão/ Carlos Gomes.

Explico: em dias de greves de ônibus a prefeitura cadastra carros particulares pra fazer lotação.

De tarde a greve acabou, os ônibus já voltaram (ao fundo).

Acontece que como a licença vale pro dia inteiro, os modais oficial (buso) e variante (Fuca) convivem nessa imagem.

……….

Esse humilde Mensageiro (escondi o rosto porque nosso foco é nas ideias, e não nas personalidades).

E qual a ideia? No dia que fiz essa matéria, estava com a camisa do . . . Fusca!

Tudo se alinhou (foto em Moema, bairro da Zona Sul de SP, de onde a matéria subiu pro ar).

Modelo de luxo: alongado atrás, teto solar e rodas traseiras encobertas.

……….

Por falar em ‘promessa é dívida’.

Abri a matéria dizendo que o Fusca ainda é mais vendido do planeta em todos os tempos.

Embora oficialmente esse posto pertença primeiro ao Toyota Corolla, e atrás dele o Golf.

Próximas 2: Fusca/Gol. Os dois maiores sucessos da Volks num só!

Disse que explicaria o porque desse paradoxo. Então vamos lá.

Enfatizando de novo, oficialmente lidera a lista o Toyota Corolla, com 40 milhões – e contando, ainda está sendo feito.

Seguido do Golf, da própria Volks, com 25 milhões, igualmente permanece ativo na linha de montagem.

Porém, está ocorrendo uma estratégia de mercado desonesta por parte das montadoras.

Explico o que quero dizer com isso:

O Corolla começou em 1966 e é fabricado até hoje (2018, quando escrevo).

Porém, apenas o nome se manteve. O desenho do carro, sua carroceria, mudou muito.

Mudou demais, um absurdo, se alterou tremendamente no decorrer dos anos.

Fusca-Utilitário.

E, oras, o que caracteriza um modelo de carro se não sua carroceria, sua forma???

Busque na internet um Corolla dos anos 60 e alinhe com um atual.

Ficará evidente que não se trata do mesmo carro, malgrado tenham o mesmo nome.

Zona Leste de Joinville, março de 2017 (*): vem um toró que alagou a cidade. O carro logo a minha frente é um Fusca marrom.

Portanto não são o mesmo carro, é simples assim.

Trata-se de uma estratégia mercadológica da corporação que o fabrica:

Manter ativo o mantra ‘Corolla’, mesmo tratando-se claramente de carros diferentes.

O mesmo ocorreu com o Golf, que se iniciou em 1974.

E até o momento que faço essa matéria continua em produção, dizendo de novo.

Hoje, infelizmente, várias montadoras adotaram essa estratégia desonesta, muda todo desenho do carro, e portanto é outro carro.

Ainda em SC, na capital Florianópolis: vemos um Veneza da Limoense com Fusca bicolor azul-e-branco (avaiano?).

Pois repito, o que caracteriza um modelo senão seu, hum…, modelo??

Outro modelo, outro carro, é simples assim. Se o nome se manteve, isso é uma trampa, e não temo dizê-lo.

Eu sinto muitas saudades dos anos 80 e 90. Explico a razão.

Naquela época, quando uma montadora mudava o desenho de um veículo, aposentava aquele nome e criava outro.

Lembra? Pra ficar na Volks mesmo, acabaram a Brasília, Passat, Santana, os nomes foram aposentados também. Isso é honestidade.

Rio Branco do Sul, Zona Norte da Gde. Curitiba, abril de 2014 (*). Uma flor, um Fiat 147 e – encoberto pelo cavalete – mais um Fusca bi-color, esse preto-e-amarelo (“torcedor do Criciúma?”, continuando a analogia com o futebol de SC).

Depois disso, entretanto, resolveram mudar constantemente o desenho da carroceria, mas mantendo a denominação.

Assim é fácil: agrupa modelos diferentes sob o mesmo nome, e diz que aquele ‘único modelo’ é o mais vendido da história. Mas na verdade não é!

Lembra do Gol dos anos 80, que era até quadrado?

Um simples exame visual deixa claro que ele e o ‘Gol’ contemporâneo não são o mesmo modelo de veículo, embora sejam xarás.

Grande Assunção, maio de 2013 (*). O Fuca amarelo está a direita, encoberto pelo carro escuro. Mas está lá. Laranja no chão de pedra?? Só pode ser no Paraguai!

Com o Uno da Fiat ocorre o mesmo, pra darmos mais um exemplo.

Oras, voltando a VW que é nosso foco de hoje:

Na Alemanha são vendidos carros chamados ‘Passat’ e ‘Variant’.

Nesse caso, ninguém tem a demência de dizer que é o mesmo modelo que o anterior homônimo.

Por que com o Gol, Golf, Uno, Corolla, entre outros, não ocorre o mesmo?

Valparaíso, Chile, abril de 2015 (*).

Com os ônibus, infelizmente, é igual. Pense no Torino atual.

O que ele tem a ver com o Torino pioneiro de quase 40 anos atrás?

Nada, óbvio. Pro seu crédito, digo que a GM até hoje age com mais clareza.

Recentemente, nessa década de 10, ela mudou todos os seus modelos. E todos vieram com novos nomes.

Juvevê, bairro entre as Zonas Central e Norte de Curitiba, anos 60: vários Fuscas trafegam por uma Av. João Gualberto ainda sem canaleta e de paralelepípedos.

Amigos, eu não me importo com propaganda, e sim com fatos. Dando um exemplo em outra dimensão:

Já apontei que não reconheço como parte da ‘região metropolitana’ municípios muito distantes no interior que não guardam nenhuma relação urbanística com a capital.

Uma vez que muitos entraram apenas por interesses políticos (que quase nunca coincidem com os anseios populares, pois muitas vezes escusos) eu digo isso, incluso com mapas.

No campo automobilístico o mesmo se dá. Por isso repito, a regra é simples:

Torre da TV, Centro de Brasília-DF, anos 70. Monobloco, esse da Viplan ainda na pintura livre. Atrás vem . . . mais um Fucão.

Mesmo desenho, mesmo modelo, mesmo carro. Outro desenho, outro modelo, outro carro.

Se por razões mercadológicas o nome é o mesmo, não muda nada, são novamente interesses escusos ofuscando a verdade.

Ninguém vai negar que, de 1938 a 2003, todos os 21 milhões de Fuscas produzidos têm o mesmo desenho, portanto são o mesmo carro.

Claro, mudam detalhes pequenos como farol, frisos e janelas. Beleza. A carroceria ainda é a mesma.

O que faz dele o carro mais vendido da história, quando os ‘interesses escusos’ dos marqueteiros são afastados.

Centro de Curitiba, anos 60: Rua XV aberta ao trânsito, antes do calçadão (e da neve). Fusca azul-claro estacionado no canto inferior (perto do atual Mc Donald’s).

Existe o ‘Novo Fusca’. Ninguém diz que é o mesmo carro que o Fusca.

E olhe que o desenho é mais parecido com o ‘velho’ Fusca que os novos Corollas e Golfs comparados com os Corollas e Golfs dos anos 70.

Portanto, se quiserem, chamem o que sai das fábricas hoje de ‘Novo Corolla’ e ‘Novo Golf’, sendo esse seu desejo.

Só que eu não ratifico trampas e golpes publicitários, ao contrário, as retifico. Seja na dimensão que for.

Logo no começo da matéria vimos um desfile de Fuscas na Lapa-PR (*). Disse que atrás havia uma Cohab – na ocasião recém-inaugurada (suba a página e busque pela legenda). Pois bem. Aproximando a imagem vemos que na garagem de uma casa está parado um Fusca (também azul, parece que essa cor é mesmo a preferida).

O veredito: se você exige esse quesito básico do “mesmo desenho = mesmo carro”, o velho Fusca ainda é líder inconteste.

“Quebra sim, atropela não”, é o lema dos pichadores. Querendo dizer o seguinte:

Não piche por cima do que já está pichado, não seja invejoso e destrua o trabalho alheio.

Se você vir uma pichação num lugar difícil e quiser fazer mais bonito, chamar mais atenção, piche acima, ou seja mais alto, escale mais um andar.

Santos-SP, anos 60. Trólei antigo da SMTC (antes da CSTC) no Centro – depois a pintura voltou como retrô. Atrás Fusca, esse branco.

E aí sim deixe sua marca além da já está feita, sem danificar a original. “Quebra se for capaz, mas não atropela”.

O Fusca por enquanto ninguém quebrou o recorde. Então não vão atropelar.

Quando um único carro, como o mesmo desenho em todos os seus exemplares, vender mais de 21 milhões, eu corrijo a postagem. Pode me cobrar.

Até lá, o Querido e Amado Fusca continua sendo o carro mais vendido do planeta Terra, em todos os tempos.

‘Novo Fusca’ em Moema, Zona Sul de São Paulo Capital, janeiro de 2018 (*).

O ‘Carro do Povo’. Sempre e pra Todo Sempre, o Eterno Carro do Povo.

É o Fusca, poooooooooorrrrrraaaaa!!!! Tem que respeitar!!!!

Encerro esse Trabalho. Espero que vocês tenham gostado.

……..

Digo, aqui se encerrava o texto original. Mas inseri uma atualização, onde eu explico a questão da tradução do hebraico. E há também mais fotos abaixo dessa galeria.

Rebaixado: Fusca-Fórmula 1???

Em atualização de fevereiro/18, tenho que acrescentar um P.S.;

Eu disse acima que o termo ‘Besouro’ pra denomina ‘Fusca’ em Israel talvez não esteja correto.

Expliquemos então o porque:

Fórmula 1 não dá. Que tal ‘Fórmula Fusca’? Já vimos eles correndo na terra, aqui no asfalto.

 Falando nisso, aqui teremos que fazer algumas notas, porque a coisa complicou.

Então tenho que me explicar caso tenha passado uma informação errada.

A fonte é a matéria que já liguei acima, que está em português.

Portanto pode ter havido alguma dessas possibilidades, isoladas ou misturadas:

Hungria (nomeei a foto como ‘Holanda’ erroneamente), numa bela cena de outono.

– Erro de tradução;

– Simplificação de símbolos das línguas orientais não existentes no alfabeto latino;

– Ou mesmo incompreensão do significado original de uma palavra.

Por exemplo, o esloveno ‘Hrošč‘ está grafado simplesmente ‘Hrosc’:

Sem os acentos nas consoantes que não existem no português, mas existem nesse idioma eslavo.

Aparecida (‘do Norte’)-SP, julho de 2016 (*): a esq. na foto um Fusca branco na ‘Cidade da Fé‘.

Nesse caso consegui apreender pela internet a grafia original correta.

Agora pode muito bem ter ocorrido o mesmo novamente.

A matéria diz que ‘Fusca’ em Israel se chama ‘Hiposhit’:

Nessa grafia em letras ocidentais mais uma vez não aparece nada.

SP: dois tróleis antigos, no canto da imagem mais um Fusca azul.

Vamos então traduzindo do hebraico pro próprio hebraico.

[Quero dizer com isso da grafia no alfabeto romano ocidental que talvez esteja errada pro alfabeto hebraico oriental.]

Agindo dessa forma, de ‘hiposhit’ chegamos em חיפושית.

E daí traduzindo חיפושית pro português chegamos em ‘Besouro’.

Recife: trólei na mesma pintura (porque ambos tiveram financiamento federal) sendo ultrapassado por um Fuque.

Ufa! Escrevi tudo isso pra vocês verem que não tão fácil ou simples escrever um blogue:

Pra chegar corretamente num único termo [ou ao menos o menos incorreto possível] veja que ‘via-crucis’, um trabalhão.

Como você leu, tudo valeu a pena.

SEGUNDA ATUALIZAÇÃO DE FEVEREIRO DE 18:

Nas próximas 4 fotos, comentários de nosso colega: “imagino que você flagre o bom humor – típico europeu – que dá origem ao “meia lagarta” camuflado aqui. KKKKKKKKK”.

Nosso colega que escreve de azul atacou novamente.

Perguntei a ele sobre o Fusca/Tanque-de-Guerra” (visto logo abaixo), aquele que tem até mísseis pra ‘abater’ os alvos do inimigo.

Tudo entre aspas porque se trata de uma brincadeira evidente. Ele me respondeu e enviou algumas imagens. Fogo no pavio:

”   Hahaha. Eu li a extensa “espichada” que você deu na matéria. Já era bastante completa, mas agora é um tratado, mêo!

Seguinte, olhando as imagens que você mandou, naturalmente.

Ele escreve sobre o T-34: “esse tanque é reputado como tendo sido o flagelo de Guderian em Kursk, e assim como o Sherman dos Estados Unidos, um forte fator a pesar quanto à vitória aliada“.

Na tomada a direita, novamente, temos uma adaptação caseira, mas muito bem estudada e executada, até por conta de as esteiras serem exclusivamente no eixo traseiro.

Note que foi preciso montar uma estrutura bastante reforçada para aguentar o “tranco” do poderoso motor do bicho.

Só fico pensando que o cara adicionou uma carga bastante pesada ao chassi.

No mais, há muitos elementos de desenhos de tanques “de verdade” ali, tais como as extensões – “paralamas” – sobre as esteiras e mesmo as saídas de escape.

Houve até uma Brasília que fez história em uma competição, entre Londres e Munique via África (?!?!) segundo o Flávio Gomes. Note que ela inclusive está com rodas de Puma… e é uma foto da época”.

Que estranhamente me parecem uma “homenagem” ao famoso tanque T-34 soviético (esquerda), o que seria uma fina ironia.

Apesar da bandeira dos EUA nos mísseis, eu chutaria que essa imagem acima a direita foi tirada um encontro de VW na Alemanha mesmo ou até no Leste Europeu.

Note que as “blindagens” – provavelmente de fibra de vidro –  devem torná-lo bem complicado de manobrar.

(Nem falo guiar mesmo, pois ele não deve andar muito rápido, por conta do atrito mecânico adicional a um carro que, digamos, já no original não é nenhum Usain Bolt.)

Aliás, esse aqui me parece estar com um V8 central instalado, pois o diferencial ocupa praticamente todo o espaço de onde seria a ponta do câmbio no eixo traseiro (o motor ficaria atrás dessa estrutura, depois do eixo, ‘pendurado’)”.

Se você está tão interessado nas vertentes militares do Fusca, observe a principal delas, que é o Kübelwagen Type 82, na foto que te mando.

(É a que está identificada mais pro alto na página como ‘Panzer’, busque pela legenda.)

Ele teve versões anfíbias e mesmo preparadas para terreno difícil apesar de eu desconhecer versões 4×4 – mas não me surpreenderia se alguém mais escolado me mostrasse.

Na verdade, as capacidades “fora de estrada” do Fusca (e de seus derivados) são amplamente reconhecidas.

Fusca no morro da Rua Araranguá, Blumenau-SC, último dia de 2021: na “Alemanha Brasileira”, natural encontrar um exemplar do mais alemão dos carros (*).

Mesmo o Puma (esse eu conheço bem né hahaha) foi relativamente bem sucedido em ralis tanto no Brasil quanto na Europa.

De fato, o Fusca foi muito usado em provas de enorme sortimento.

E mesmo em modalidades extremas, como arrancada, com ou sem motor original, mas preparado – ou “envenenado” – como na foto ao lado.

 Bueno, fique com meu fraterno abraço, meu irmão. Vamo que vamo!”

…………..

Numa exposição de carros antigos em Águas de Lindóia-SP.

2ª ATUALIZAÇÃO DE FEVEREIRO DE 2018:

Um outro colega me mandou um emeio. Anexou a foto a direita e disse:

”    Que belo trabalho!!!! Faltou a famosa “rádio patrulha” de São Paulo….. tive que correr de várias.   ”

Agora não falta mais.

“Deus proverá”

2 comentários sobre “o Carro do Povo

  1. omensageiro77 disse:

    Nosso colega, o especialista em auto-motor que colaborou com a matéria, se manifestou sobre a adaptação militar do Fusca, a foto que está identificada como ‘Panzer’. Como a conversa foi pelo modal do emeio, sou eu O Mensageiro quem assina o comentário. Mas reproduzo nossa discussão. Ele disse:
    ” Meu irmão!

    Pode ser preciosismo meu, mas achei um pouco demais chamar o “Kübel” de “Panzer”. E explico: os “Panzerkampfwagen”, de onde surge a abreviação “Panzer”, define, por natureza, veículos de fisiologia própria, muito “parrudos”, utilizados diretamente em combates em batalhas de atrito. Por sinal a denominação foi cunhada para aludir aos blindados (tanto faz se leves ou pesados), que poderiam ser de artilharia, ataque a outros blindados e/ou suporte à infantaria.

    O que quero dizer é que o Kübelwagen, a meu ver, não pode ser considerado “Panzer”, pois é um veículo meramente operacional, leve, e sem proteção qualquer contra impactos diretos de projéteis na maioria de suas versões. Um “veículo de apoio”, ou “carro de comando”, com capacidade para vencer terrenos difíceis, cujo grande trunfo era a mobilidade, que com a adoção de elementos protetivos, prejudicaria esta função.

    Não sou especialista nesta área – veículos militares – mas foi o único ponto que me provocou dúvida.

    Fraternal abraço. ”
    ………………

    Respondi:

    ” Essa denominação ‘Panzer’ consta no original, eu nem teria o conhecimento pra fazer eu mesmo essa atribuição, me sendo vedado avançar sobre seara dos especialistas como você – os profanos não podem adentrar ao Templo, não podem ver Ísis sem os véus, como bem o Sabes….rs.

    O que ocorre é o seguinte. Das 4 fotos que você me mandou, a do Fusca preto estava em boa definição, e foi publicada, alias foi até reduzida. As outras 3 eram muito pequenas. Aí fui buscar na internet versões maiores e melhores definidas (a Brasília de rali, por ser muito específica, é uma imagem rara: achei um pouco maior do que a que veio, e aí a aumentei ainda mais aqui pelo computador, o que se ganhou em tamanho se perdeu ainda mais em definição, mas ainda está aceitável).

    Quando busquei o veículo militar, ele já apareceu assim, nomeado ‘Panzer’. E num sítio alemão especializado em auto-motor. Veja imagem, clique nela pra conferir o endereço.

    Assim, você mesmo se certificará que os próprios alemães (e não qualquer alemães, mas especialistas em auto-motor) usam o termo ‘Panzer’. Só pude concluir que eles sabem o que estão falando, por isso seguiu dessa forma. ”
    …………..

    Nosso camarada ainda fez uma tréplica:
    ” Desta sorte, me parece então que o termo passa a ser “marca notória”, podendo referir-se em seu sentido original e incorporando uma categoria mais ampla, revertendo-se para todos os “veículos militares alemães”. Ao menos assim compreendo. E o quê, se pensarmos bem, faz bastante sentido, pois simplifica o entendimento.

    Não obstante, e ainda que de forma “inadvertida”, você abriu uma nova “janela” aí, que eu jamais poderia supor e francamente, desconhecia.

    Ora, de fato, se são os próprios caras que chamam assim, então, não podemos querer ser “mais reais que o rei”.

    Lebre levantada, lebre abatida. A mira de precisão d’O Mensageiro não falha.

    Por último, mas não menos importante: obrigado pelo esclarecimento!

    Tamo junto meu irmão. Acelera essa bagaça e vamos “engolir” o caminho.

    Fraternal abraço.

    Paz e Alegria. “

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  2. omensageiro77 disse:

    Aquele mesmo colega que enriqueceu a matéria com seus conhecimentos técnicos opinou sobre a matéria. Como ele o fez por emeio, sou eu, O Mensageiro, quem assina o comentário. Mas reproduzo as palavras dele, que foram:

    ” Eu curti sim. Achei bem completa, bem condizente com o estilo que você definiu. Tem bastante informação dentro de um “pacote” bem sintético e de fácil entendimento. E é interessante, por que explora o carro para além da nossa percepção (enquanto brazucas), mostrando que ele já era um “carro mundial”, muito antes de esse conceito surgir dentro do próprio ramo automotivo.

    (Nota minha, O.M.: perguntei o que ele havia achado do “Fusca/Tanque-de-guerra” [busque pela legenda e reveja a foto]. Ele respondeu, com a clareza de sempre. Volto a relatar o emeio dele.)

    Quanto ao “transgênico” aí com esteiras, me parece mais um carrinho adaptado para andar na neve do que propriamente algo mais “bélico”, se é que me entende.

    (Eu, O.M., interrompo de novo pra tréplica: é óbvio que não é bélico, pois não tem canhão ou sequer metralhadora. Disse que é um “tanque” pegando carona nas esteiras. Mas não sendo sincero não sabia pra que elas serviam, pensei que era uma obra-de-arte como os Fuscas Dinossauro, Dois-em-Um [aqueles que compartilham os eixos e rodas], ou seja, uma montagem curiosa como um fim em si mesmo, mas sem qualquer utilidade prática. Sendo exímio conhecedor de tudo que é mecânico, obviamente ele viu além. Fala, Mestre.)

    Noto que ele possui um arranjo curioso com 3 eixos, sendo que provavelmente o motor e a tração devem permanecer originais, “tocando” o resto da estrutura rodante (quiçá, “rolante”) pra frente. Também é curiosa a opção por manter os pneus, sendo que normalmente tanques e tratores se utilizam de rodas maciças, “catracas”, diferenciais, bloqueios e um arranjo de suspensão muito mais complexo do que este evidencia ser.

    Minha impressão de veículo para neve se reforça pelas “calotas” de metal que cobrem as rodas (que certamente contribuem para manter lama, neve e detritos longe das pontas dos eixos e de outros mecanismos, como os freios) e por conta dos ângulos de “ataque” (na frente do capô) e “saída” (na parte de trás) que me parece, permitem acesso à rampas bastante íngremes em terreno bem acidentado.

    No mais, concordo com todas as suas outras observações: deve ser uma ginástica entrar e sair do verdinho aí. E não, nunca havia visto nada sequer parecido. As versões “todo terreno” que eu já vi do carrinho são os “Bajas” e as “gaiolas” feitas com base no chassi e com estrutura tubular. Não obstante, a criativa mente por trás deste exemplar, é sem dúvida dotada de grande inteligência e capacidade. ”

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